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O SURGIMENTO DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

Textos: Rm. 9.20 – Lc. 12.13-21
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INTRODUÇÃO: Testemunhamos, nessas últimas décadas, a expansão de um movimento teológico denominado de Teologia da Prosperidade. Vamos estudar a partir de agora a respeito da prosperidade, em uma perspectiva bíblica, diferentemente daquela apregoada por essa que poderia muito bem ser referida como Teologia da Ganância. No estudo desta semana, definiremos esse movimento, em seguida, apontaremos seus fundamentos, e, ao final, destacaremos alguns dos seus ensinamentos.

1. TEOLOGIA DA PROSPERIDADE: CONTEXTUALIZAÇÃO: A teologia, em si mesma, não é negativa, na verdade, todo discurso sobre Deus é uma teologia, é justamente essa a etimologia da palavra: Theos – Deus, e Logia – Discurso, portanto, toda discussão que trata a respeito de Deus, seja ela bíblica ou não é uma teologia. Em sentido amplo, qualquer pessoa pode muito bem ser considerado teóloga ou teólogo. Uma teologia bíblica, isto é, fundamentada na revelação, consoante ao exposto na Escritura, pode contribuir para a edificação da igreja. A teologia serve à evangelização e às missões, a fim de que possamos levar corretamente a mensagem da salvação, à apologética, a fim de confrontar os ensinamentos contrários à Palavra de Deus, à edificação do Corpo de Cristo, na medida em que esse cresce na doutrina, no conhecimento e na graça do Senhor Jesus. Mas nem toda teologia é bíblica, existem muitos movimentos teológicos heterodoxos, que não se coadunam com os princípios bíblicos. A teologia bíblica parte do pressuposto de que Deus se revelou (Hb. 1.1,2) e que o Verbo se fez carne (Jo. 1.1,14), por esse motivo, podemos conhecê-LO. Para tanto, precisamos reconhecer que a Bíblia não é de particular interpretação (II Pe. 1.20) e que não pode ser lida sem que se atente para determinados princípios hermenêuticos. A Teologia da Prosperidade (ou Teologia da Ganância) utiliza a Bíblia para reforçar os interesses dos líderes, por isso, não se trata de uma teologia exegética (que busca o sentido no texto), mas eisegética (que leva o sentido para o texto). A Teologia da Prosperidade utiliza textos isolados e descontextualizados da Bíblia para defender que os filhos do Rei não podem passar por sofrimento ou privação financeira. Seus adeptos argumentam que os sofredores e os pobres são infiéis, e que não estão determinando ou requerendo de Deus o que lhes é de direito. A espiritualidade do cristão costuma ser atrelada aos bens materiais que consegue adquirir, por outro lado, a ausência deles costuma ser associada à infidelidade na doação de ofertas, na maioria das vezes, exigidas acima da capacidade financeiras das pessoas que frequentam suas igrejas.

2. OS FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE: O avô da Teologia da Prosperidade foi Emanuel Swedenborg (1688-1772), um importante cientista sueco. Em 1973 ele publicou um livro intitulado Infinite [Infinito], posterioremente, lançou outro com o título de Heavenly Secrets [Segredos Celestiais], no qual advoga ser o único revelador do Senhor. Ele defendia que havia dialogado um ano com Paulo e conversado várias vezes com Lutero, como se isso não fosse bastante, que havia estado com Moisés. Muitos dos seus escritos foram distribuídos e amplamente lidos nos Estados Unidos, e acabaram influenciando pessoas como Ralph Waldo Trine, Warren Felt Evans e outros que fundaram o movimento Novo Pensamento. O mentor intelectual desse movimento foi Phineas Quimby (1802-1866), que, através da hipnose, desenvolveu a ideia de curas através da mente. A base da sua teoria era a de que a mente tem poder e habilidade para criar e influenciar, desse argumento surgiria a Confissão Positiva, isto é, a teologia da determinação, e a crença de que as palavras têm poder para realizar o que bem se deseja. Um dos seguidores de Quimby foi Warren Felt Evans (1817-1889), que se tornou o escritor responsável pela divulgação da ideias de Quimby através dos seus livros. O mais representativo escritor desse movimento, no entanto, seria Ralph Waldo Trine (1866-1958), através do qual o Novo Pensamento adquiriu popularidade. Alguns cristãos acabaram incorporando à doutrina bíblica aos pressupostos do Novo Pensamento, dentre eles, Norman Vicent Peale (1898-1993), pastor da Marble Collegiate Church, em Nova Iorque. Ele ficou conhecido pelo seu livro The Power of Positive Thinking [O Poder do Pensamento Positivo]. Mas a Teologia da Prosperidade, como a conhecemos atualmente, ganhou força através do Pastor E. W. Kenyon (1867-1948), sendo esse o responsável pela relação entre o Novo Pensamento e a Teologia  da Prosperidade. Ele aderiu à Confissão Positiva, colocou o ser humano em posição elevada e passou a defender a Teologia da Prosperidade e da Saúde. Posteriormente, Kenneth Hagin (1917-2003) assumiu o posto de principal evangelista da Teologia da Prosperidade. Ele é o pai do movimento Palavra da Fé, movimento difundido no Brasil, por vários líderes eclesiásiticos, entre eles Valnice Milhomens. Alguns líderes neopentecostais (ou pseudopentecostais) aderiram a esse movimento, os quais, através da utilização da mídia, principalmente a televisiva, massificaram a Teologia da Prosperidade no país.

3. OS ENSINAMENTOS DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE: A Teologia da Prosperidade, conforme se depreende desse relato histórico, foi importada dos Estados Unidos, e ainda é bastante popular naquele país. Atualmente é defendida por líderes como Joel Osteen, T. D. Jakes e Joyce Meyer. Muitas pessoas assistem pela TV os ensinamentos dessa teologia, mas não sabem o quanto ela destoa da ortodoxia bíblica. Trata-se também de um movimento bastante heterogêneo, isso porque cada pastor-celebridade apresenta determinadas especificidades em relação ao movimento. Os lideres da Teologia da Prosperidade costumam, em geral, têm uma visão deturpada de Deus. Alguns deles negam a doutrina da trindade, outros exageram, tal como Benny Hinn, que, a partir de uma suposta revelação, passou a defender que cada pessoa da divindade é triuna, resultando em nove pessoas distintas. A visão predominante de Deus na Teologia da Prosperidade é a de uma divindade sem soberania, isso porque seus líderes colocam o ser humano em primazia. Para eles o poder não está em Deus, mas no próprio ser humano, este, através do poder da confissão positiva, deve determinar, obrigar Deus a fazer o que deseja. A Teologia da Prosperidade acaba por supervalorizar o ser humano em detrimento de Deus. Ela inverte o papel do Criador e da Criatura, os seres humanos, e não Deus, é o centro do universo. Alguns deles, como Paul Crouch e Kenneth Copeland, advogam que o ser humano é deus ou que têm um deus dentro de si. A ênfase é posta na saúde e na riqueza, como explicita Oral Roberts,  em um de seus livros, que Jesus nunca foi pobre, e, por conseguinte, nenhum cristão pode aceitar a pobreza. Robert Tilton vai mais além, argumentando que ser pobre é pecado, já que Deus promete prosperidade. Para incentivar os adeptos a alcançarem a prosperidade, eles os desafiam a darem bastante, às vezes, tudo o que têm, com promessas de que serão recompensados por Deus, em uma espécie de barganha. A visão de salvação deles também é equivocada, tendo em vista que o pecado é a pobreza, a redenção acontece quando alguém consegue enriquecer, negando, assim, a condição de pecado apresentada na Bíblia, e a necessidade de um Salvador. A morte de Jesus perde a razão de ser, por esse motivo, pouco se fala em arrependimento e novo nascimento, bem como em ser uma nova criatura.

CONCLUSÃO: A Teologia da Prosperidade ou da Ganância tem causado estragos ao movimento cristão brasileiro. Isso porque muitos se fizeram pastores, outros por acharem pouco, se dizem reverendos, bispos, apóstolos e do jeito que vai teremos dentroo em breve um vice-deus,  com o objetivo de extorquir os incautos. A idolalatria às personalidades tanto no meio evangelico com no católico se tornou uma prática recorrente, as mesmas caras estão sempre na televisão, fazendo apelos, determinando e prometendo saúde e prosperidade. Eles negam a mensagem da cruz de Cristo, e, com ela, a possibilidade do cristão sofrer. A generalização da mídia acaba causando deturpações, pois as pessoas pensam que todos os cristãos são iguais. Oramos ao Soberano Deus para que, através dos próximas estudos, possamos assumir uma posição apologética contra essa famigerada teologia, que nada tem de bíblica e que se opõe ao genuíno evangelho de Jesus de Cristo. PENSE NISSO!
 
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A INTEGRIDADE DE UM LÍDER

Textos: Rm. 12.7 – Ne. 1.5-11
e-mail: teinho@teinho.com


OBJETIVO: Destacar para os alunos que somente com líderes verdadeiramente chamados por Deus e comprometidos com a Sua obra é que a Igreja de Cristo poderá cumprir integralmente a missão que lhe confiou o Senhor.

INTRODUÇÃO: Tivemos a oportunidade de extrair estudos do livro de Neemias durante várias semanas a fim de edificar a Igreja de Cristo, em especial alguns líderes foram ricamente instruídos a respeito de como responder biblicamente em períodos de crise espiritual. No estudo desta semana, atentaremos para as características da liderança de Neemias, com destaque para a sua integridade.

1. NEEMIAS, UM LÍDER ÍNTEGRO: Neemias é um líder íntegro, isto é, que não se deixa cooptar por interesses que não sejam aqueles da obra de Deus. Nestes dias, marcados por pessoas que facilmente se vendem, precisamos aprender com o estilo de liderança desse servo de Deus. Ele ocupava um cargo de prestígio perante o rei Artaxerxes, como copeiro mor, a serviço do monarca como amigo e confidente. Mas estava consciente de que aquela posição o ensejava a servir ao Senhor, o Deus de Israel, por isso, se opôs frontalmente a tudo que ia de encontro à Palavra de Deus. Ele se mostrou transparente no uso dos recursos financeiros para a execução dos trabalhos (Ne. 5.9-12) e se opôs ao casamento misto, reconhecendo que esse comprometia os ideais estabelecidos pelo Senhor (Ne. 13.25). Neemias demonstrou coragem diante das crises porque desfrutava de profunda comunhão com Deus. Ele não se apartava da oração, várias vezes lemos no livro que leva o seu nome que ele orou ao Senhor. O compromisso com a Torah também o conduziu a realizar as reformas que se fizeram necessárias. Acima de qualquer coisa, seu objetivo principal era glorificar a Deus, adorá-LO, como forma de mostrar que havia disposição para observar os Seus mandamentos (Ne. 1.5; 12.27). A liderança cristã tem muito a aprender com Neemias, no contexto brasileiro, em que a corrupção é tida como algo normal, é hora de despertar, precisamos de líderes que não tenham outro propósito em mente senão o de fazer a vontade de Deus. Integridade não é uma mera questão de reputação, mas de caráter. É bem provável que alguém seja visto, e até invista no marketing pessoal, seja de boa reputação, mas é necessário mais que isso, é preciso ser sincero, agir em conformidade com os princípios bíblicos, em toda e qualquer ocasião. A reputação é o que as pessoas são capazes de ver em nós, caráter é o que Deus testemunha a nosso respeito.

2. NEEMIAS, UM LÍDER QUE COMPARTILHA: Em Ne. 13.12,13, observamos que Neemias, ao saber do que havia acontecido em Judá, durante a sua ausência, ele tomou as decisões cabíveis a fim de reverter a situação. Ele escolheu, a princípio, pessoas que o ajudassem na coleta dos dízimos para a sustentação dos levitas (Ne. 10.37). Ele não era um líder centralizador, não coloca os holofotes sobre si mesmo, como fazem os “papas” do movimento pseudopentecostal (chamados por alguns de um neopentecostal).  Ele não tinha receio de ser ofuscado, por isso, contou com o auxílio de um levita, um escriba, um sacerdote e um administrador. Isso porque Eliasibe, um dos principais entre judeus, na condição de sacerdote, estava utilizando o cargo para fins indevidos, com vistas a obter benefícios pessoais. Nem todos conseguem lidar com o dinheiro, as pessoas podem ser facilmente tentadas a agir corruptamente no trato dos bens que não lhes pertence. De vez em quando a impressa publica casos de políticos que se apropriem de bens públicos que deveriam estar sendo investidos na educação, saúde e segurança de qualidade. Na igreja isso também acontece, líderes fraudulentos fazem fortuna e vivem regaladamente com o dinheiro dos fiéis, enquanto a vasta maioria padece na pobreza e necessidade extrema.  A escolha dos homens de Neemias, com os quais ele agiu para fazer as mudanças, tinha como critério a crédito que esses tinham perante o povo (Ne. 13.13). As escolhas de Deus, semelhantemente ao que ocorreu com Davi, não levam em conta os atributos exteriores, se a pessoa é rica ou pobre, se é de aparência agradável ou desprezível, pois Ele vê o interior, as intenções do coração (I Sm. 16.6,7; 17.28-30). Por esse motivo Paulo apresenta, ao jovem pastor Timóteo e a Tito, uma série de critérios para o exercício da liderança na igreja (I Tm. 3.1-13; 6.11-12; II Tm. 2.22-26; Tt. 1.6-9).

3. NEEMIAS, UM LÍDER EFICIENTE: A palavra da moda no contexto empresarial é “eficiência”, os modelos de liderança importado desse modelo incentiva os líderes a serem produtivos. Na igreja, o conceito de eficiência deva ser avaliado à luz da Escritura. O pragmatismo que contaminou as igrejas  tem levados muitos líderes a assumirem padrões anticristãos, visando o crescimento sob qualquer custo. O maquiavelismo se tornou tão evidente que, em alguns casos, os fins justificam os meios. Neemias estava ciente de que algumas tarefas precisavam ser feitas, e que cada um deveria assumir sua responsabilidade diante das demandas. Mas essas não poderiam ser satisfeitas de qualquer modo. As características de cada pessoa seriam respeitadas, para tanto, a provisão para realizá-las também seria disponibilizada (Ne. 13.30,31). De nada adiantará colocar a pessoa errada no lugar certo, ou mesmo a pessoa certa sem lhe dar as devidas condições para a realização do trabalho. A cultura do improviso também é problemática, é preciso ter tempo para planejamento, e etapas que devam ser observadas e respeitadas para a supervisão da obra. O segredo da eficiência de Neemias, diferentemente  do modelo empresarial, estava no seu contato com Deus. Conforme já ressaltamos anteriormente, ele era um homem de oração (Ne. 1.4-11; 2.4; 4.4,5; 5.19; 6.14). Ele agia em conformidade com a sua intimidade com Deus, Ele poderia chamar ao Deus de Israel de “meu Deus” (Ne. 13.14), nem todos podem fazer o mesmo, inclusive alguns líderes que perderam a fé, estão nos púlpitos apenas mantendo o emprego. As decisões de Neemias eram motivadas pela aprovação de Deus, seu maior desejo é cumprir a vontade dAquele que o chamou (Ne. 13.14, 29). A eficiência ministerial do obreiro deva ser a aprovação de Deus, a fim de que esse não tenha do que se envergonhar, para tanto, deva manejar bem a palavra da verdade (II Tm. 2.15).

CONCLUSÃO: Integridade é uma palavra-chave no ministério cristão, principalmente nestes tempos de crise. O movimento pseudopentecostal, que será estudado a partir do próximo trimestre, desvirtuou o chamado para a obra do Senhor. O uso irresponsável de passagens bíblicas tem alimentado padrões de liderança que nada têm a ver com aquele ensinado por Jesus e seus discípulos. Mas louvamos a Deus por homens [e mulheres] como Neemias, que, nestes dias difíceis, não se furtam de pregar todo o conselho de Deus, e como Paulo, estão cientes do Seu chamado e que prestarão contas pelo ao Senhor pelo modo como o exerceram (At. 20.26,27).PENSE NISSO!
 
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AS CONSEQUÊNCIAS DO JUGO DESIGUAL

Textos: II Co. 6.14 – Ne. 13.23-29
e-mail: teinho@teinho.com

OBJETIVO: Mostrar que o casamento não é um mero contrato social, mas uma instituição divina que tem de ser levada a sério e firmada de acordo com a vontade de Deus.

INTRODUÇÃO: O casamento misto trouxe sérias consequências para o povo de Israel. No estudo desta semana, com base me Ne. 13.23-29, discorreremos a respeito dos perigos desse tipo de união. Primeiramente, explicaremos os termos judaicos para o casamento, em seguida, atentaremos para o contexto nos tempos de Neemias, e por fim, aplicaremos a realidade do casamento misto à orientação quanto ao jugo desigual admoestada por Paulo.

1. O CASAMENTO NO CONTEXTO JUDAICO-CRISTÃO: O termo casamento, em hebraico, é laqah, cujo significado primário é “tomar pela mão”, principalmente no Pentateuco tem a ver com o ato de “tomar uma mulher por esposa” (Gn. 19.14; Nm. 12.1; I Cr. 2.21). No Novo Testamento, o substantivo gamos significa “se casar, celebrar um casamento, ter relações sexuais” (Mc. 6.17; Lc. 14.10). A importância do casamento repousa no mandamento de Deus, registrado na história da criação (Gn. 2.24; Mt. 19.4,5; Mc. 10.6-7; I Co. 6.16; Ef. 5.31). Jesus destacou a natureza sagrada do enlace matrimonial no Sermão do Monte, proibindo o adultério (Mt. 5.31,32), e posteriormente, se opondo ao divórcio (Mc. 10.2-12), permitindo-o apenas nos casos de infidelidade conjugal (Mt. 5.32; 19.9). O casamento tem um caráter simbólico, haja vista que esse representa o relacionamento do ser humano com Deus (Mt. 22.1-4). Paulo também destaca a relação espiritual do casamento como figura da relação com Deus (Rm. 9.25) e um mistério no enlace entre Cristo e a Igreja (Ef. 5.32). A fidelidade e amor de Cristo pela Igreja é o fundamento e exemplo para o marido no casamento a esposa, por sua vez, deva ser submissa, em amor, ao seu marido (Ef. 5.21-29). Em linhas gerais, o casamento é uma ordenança divina, desde a criação (Gn. 2.18), considerando a necessidade do homem de ter uma esposa (Gn. 3.16). Deus criou o homem para mulher e a mulher para o homem desde o princípio, estabelecendo, assim, o princípio monogâmico e heterossexual para o casamento (Gn. 1.26,27). Trata-se de um chamado divino para viver em amor, não apenas o eros (sexual), mas o sacrificial (ágape) na saúde ou na doença, na fartura ou na escassez (Gn. 2.23-24; Ef. 5.21). Um dos objetivos do casamento é a reprodução, para a criação de filhos no caminho do Senhor (Gn. 2.23,24; Dt. 28.4; Js. 24.3,4; Sl. 127.3).

2. O CASAMENTO MISTO NOS TEMPOS DE NEEMIAS: O casamento deveria ser realizado em conformidade com as instruções do Senhor (Lv. 21.6-14; Dt. 23.8-11) e não poderia ser misto, isto é, envolver pessoas que não partilhassem os mesmos princípios. Nos tempos de Neemias, o povo desobedeceu a Palavra do Senhor e contraiu núpcias com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas, ou seja, mulheres que adoravam deuses estranhos. Neemias destaca que o casamento misto estava em desacordo com o propósito de Deus para o Seu povo (Ne. 13.27). Salomão é um exemplo negativo de casamento misto, pois o patriarca de Israel pagou um alto preço por não observar esse princípio. O problema foi mais grave porque os filhos de Joiada, filho do sumo sacerdote Eliasibe, casou-se com uma filha de Sambalá, um dos inimigos da obra de Deus (Ne. 13.28). Casamentos mistos, na Igreja, causam sérios problemas, as pesquisas comprovam que 75% desse tipo de enlace passam por dificuldades e conduzem os jovens à ruína. Os filhos provenientes de casamentos mistos acabam por ser penalizados na educação cristã, isso porque ficam “falando misturado”, se voltam para costumes que não são bíblicos (Ne. 13.24). Diante daquela situação, Neemias resolve tomar uma decisão drástica, para não causar maiores prejuízos à nação, ele se posicionou fortemente contra tais práticas. A atitude de Neemias não era racial, mas espiritual, não podemos esquecer que Rute, uma moabita, se converteu à fé judaica, e se tornou parte da genealogia do Messias (Mt. 1.5). Os jovens da Igreja devam ser orientados a não investirem em casamentos mistos, o jugo desigual pode acarretar sérias consequências.

3. O PERIGO DO JUGO DESIGUAL NA IGREJA: Em II Co. 6.14, Paulo admoesta os crentes de Corinto em relação ao perigo do jugo desigual na igreja. Esse texto se aplica muito bem ao relacionamento conjugal, e tem sido amplamente citado pela liderança nesse sentido. No contexto da passagem, seu significado é mais abrangente, e diz respeito ao perigo da associação dos crentes às práticas pagãs dos incrédulos. Não podemos esquecer que Corinto era uma cidade que promovia a devassidão, principalmente no que tange à sexualidade. Os cristãos não podem viver como vivem aqueles que nada tem com Deus. Aqueles que estão em Cristo são novas criaturas, as coisas velhas já passaram tudo se fez novo (II Co. 5.17). Aplicando ao casamento misto, esse versículo pode ter outras possibilidades de interpretação. Uma delas está na dificuldade que jovens, mesmo sendo evangélicos, podem ter para levar o casamento adiante, caso tenham diferenças muito significativas. Não pretendemos dogmatizar, mas as experiências comprovam que casamentos entre pessoas de formação socioeconômica muito diferenciada pode também ser um jugo desigual. A diferença significativa de idade pode também se tornar um empecilho, por razões diversas, incompatibilizando o relacionamento. O casamento é uma decisão séria, e, no contexto cristão, não pode, ou pelo menos não deveria, ser desfeito com facilidade. Por essa razão, os jovens, antes do casamento, devam avaliar suas reais condições. Como fez o damasceno Eliezer, escolhido por Abrão para encontrar uma esposa para Isaque, é preciso usar o bom senso, a sabedoria dada por Deus, não apenas se pautar em revelações, algumas delas sem fundamento (Gn. 24.1-4). Eliezer orou ao Senhor, pedindo a Sua direção, mas também ficou atento as atitudes da moça, a fim de identificar suas habilidades pessoais (Gn. 24.14).

CONCLUSÃO: Como nos tempos de Neemias, o casamento misto, também denominado de jugo desigual, pode resultar em problemas para o relacionamento conjugal. Por isso, esse não deva ser estimulado entre os jovens cristãos, a fim de os cônjuges possam desfrutar, juntos, da benção do Senhor. O casamento misto somente deva ser apoiado somente nos casos em que este tenha acontecido antes de um dos cônjuges ter se convertido, ou quando um deles se afastou dos caminhos do Senhor. Como regra geral, o casamento deva ocorrer no Senhor, entre pessoas que partilham da fé em Jesus Cristo, Senhor e Salvador do casal (I Co. 7.39). PENSE NISSO!

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O DIA DE ADORAÇÃO E SERVIÇO A DEUS

Textos: Ne. 13.7-12; At. 20.7-12
e-mail: teinho@teinho.com


OBJETIVO: Mostrar que o domingo, como dia de adoração e serviço, é o referencial mínimo que o cristão deve consagrar ao Senhor.

INTRODUÇÃO: A restauração da obra de Deus, nos tempos de Neemias, envolveu o retorno ao uso apropriado do Dia do Senhor. Isso porque muitos judeus, conforme veremos no estudo desta semana, utilizaram indevidamente o Sabat. Para iniciar o estudo, explicaremos o que é bíblico-teologicamente, o dia do Senhor, em seguida, mostraremos o que acontece quando o dia do Senhor é profanado, e por fim, destacaremos a relevância da adoração e serviço no dia do Senhor.

1. SÁBADO/DOMINGO, O DIA DO SENHOR: O Dia do Senhor, sabat, em hebraico, que significa “dia de descanso do trabalho” é um marco desde o Paraíso, quando o homem se encontrava ainda na inocência (Gn. 2.2). Esse dia foi separado para que o homem descansasse do seu labor, e pudesse refazer as suas forças. Em Ex. 20.11, o povo israelita recebeu a incumbência de lembrar do sabat do Senhor para o santificar. A Lei de Moisés apresenta regulamentos específicos para a observância do Sabat (Ex. 35.2,3; Lv. 23.3; 26.34). Ao longo do tempo os israelitas foram instruídos a considerarem o Dia do Senhor (Is. 56.2-7; 58.13,14; Jr. 17.20-22; Ne. 13.19). Mas os próprios israelitas perverteram religiosamente o sabat, impondo tradições humanas. O Senhor Jesus orientou quanto ao uso correto do sabat, destacando sua natureza e propósito (Mt. 12.10-13; Mc. 2.27; Lc. 13.10-17). O princípio da observância do Dia do Senhor permanece e é universal, tendo em vista as necessidades do ser humano que exigem o descanso. O homem precisa do sabat, ainda que esse tenha sido cada vez mais negado, em virtude da ganância desenfreada da era industrial. O Domingo, primeiro dia da semana, passou a ser observado como o Dia do Senhor. Isso porque o próprio Jesus assim o direcionou, tendo em vista que Ele tem autoridade (Mc. 2.23-28) e é o Senhor do sabat (Jo. 1.3; Hb. 1.10). O antigo sabat era um pacto específico para Israel, e apontava para o ato da criação, agora, em Cristo, o novo sabat está relacionado à redenção. Os primeiros cristãos, conforme nos relata os escritores bíblicos e os pais da igreja, foram direcionados pelo Senhor para o serviço no Domingo, por causa da ressurreição do Senhor, que aconteceu nesse dia (Mt. 28.1; Mc. 16.2; Lc. 24.1; Jo. 20.1). Após a ressurreição, Jesus apareceu aos seus discípulos sempre no Domingo (Mt. 28.9; Lc. 24.34; Jo. 20.19-23, 26). A descida do Espírito Santo, no dia de Pentecoste, também ocorreu no Domingo, o Dia do Senhor (At. 2.1), conduzindo os discípulos do Senhor a seguir o exemplo ao longo da história (At. 20.3-7; I Co. 16.1,2).

2. QUANDO O DIA DO SENHOR É PROFANADO: Tenhamos cuidado com a tradição dos tírios que mercadejam no Dia do Senhor, como aconteceu em Ne. 13.16, justamente em Jerusalém. O povo, que anteriormente se dirigiam ao Templo, para adorar ao Senhor, agora iam somente para comercializar. Nos nossos dias, marcados pelo consumismo, os shoppings estão cheios aos domingos, enquanto que os templos estão ficando cada vez mais vazios. Há crentes que preferem ir à praia, aos domingos, do que ir para o templo, freqüentar a Escola Bíblica. Não que isso deva ser tomado dogmaticamente, é possível que, uma vez ou outra, o cristão se ausente da igreja, para ter um momento de lazer com a família. Mas deixar de freqüentar o templo, e de se congregar com os irmãos, é falta de espiritualidade. Não pensemos que isso é uma mera obrigatoriedade, uma exigência legalista da igreja institucionalizada. Quanto mais insensíveis nos tornamos às coisas espirituais, mais nos devotamos ao secularismo. A desconsideração do Dia do Senhor é apenas um indício do distanciamento espiritual que acontece no íntimo do ser humano. Nos tempos de Jeremias, a descaso em relação ao sabat tinha a ver com a idolatria, a profanação não apenas no Dia, mas do próprio Senhor (Jr. 17.19-27). Justamente por esse motivo o povo judeu foi conduzido ao cativeiro babilônico. Neemias, ciente do perigo espiritual que o povo corria, repreendeu os mercadores, para que esses não profanassem o Dia do Senhor (Ne. 13.21). O materialismo não poderia ser o fundamento das relações humanas, como também não pode acontecer atualmente. A busca desenfreada pelo dinheiro não pode ser a razão da existência humana. O deus mercado, chamado de Mamom por Jesus, não pode tomar o lugar de Deus (Mt. 6.24).

3. ADORAÇÃO E SERVIÇO NO DIA DO SENHOR: Nos dias de Neemias, como aconteceu em outros momentos da história de Israel, o povo de Judá profanou o Dia do Senhor. O comércio e o trabalho foram vistos, nesse dia, como algo normal (Ne. 13.15-17). Eles deixaram de atentar para o pacto do Senhor com Israel, a fim de que separassem o Dia Santo do Senhor (Ex. 16.23-29), no qual era terminantemente proibido trabalhar (Ex. 35.3; Nm. 15.32). A guarda do sabat era um marco, tratava-se de um sinal, uma aliança entre Deus e o Seu povo (Ez. 20.12,20). O secularismo fez com que os judeus não se apercebessem da importância de observar o sabat. O lucro tornou-se o fundamento daquelas pessoas, o que acontece também nos dias de hoje. As pessoas não respeitam mais os limites do corpo, trabalham exaustivamente, sem parar para o descanso. Os empresários, cada vez mais gananciosos, usurpam os direitos dos trabalhadores, fazendo com que esses cumpram jornadas acima das suas possibilidades. A ausência do culto ao Senhor, no Domingo, é um forte indício de fraqueza espiritual. Espera-se que os cristãos, pelo menos nesse dia, estejam no culto, para a adoração e serviço ao Senhor. Os desigrejados estão apregoando cultuar a Deus em casa, ou via internet, mas isso não substitui o contato presencial, na congregação, na comunhão do Corpo de Cristo (Hb. 10.25). Jamais encontraremos igrejas perfeitas aqui na terra, muito menos líderes que não sejam atraídos por algum tipo de pecado, mas isso não deva justificar a ausência no culto ao Senhor. A igreja está repleta de pessoas imperfeitas, a normalidade é justamente a anormalidade, por isso, estar no templo, com os irmãos e irmãs, no Dia do Senhor, é uma possibilidade exercitar a graça e de edificação mútua.

CONCLUSÃO: Em tempos de crise espiritual o povo se distancia do templo e deixa de congregar. Os interesses econômicos se sobrepõem aos espirituais, contribuindo para uma cultura do consumo e do entretenimento. Precisamos resgatar o interesse pelos valores espirituais, para tanto, a comunhão é fundamental, estar com o Senhor, no Dia do Senhor, com os servos do Senhor é o caminho para a edificação. Não adotamos uma postura legalista em relação ao Domingo, como faziam os fariseus, por outro lado, não podemos desconsiderar esse dia como uma oportunidade para nos congregar e crescermos espiritualmente. PENSE NISSO!

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