SISTEMA DE RÁDIO

 
  Pedidos de Oração e-mail: teinho@teinho.com, WhatsApp: (75)98194-7808, Jesus te Ama!

O TEMPO PARA AS COISAS



Texto: Eclesiastes 3.1-8


INTRODUÇÃO: Muitos filósofos denominam os nossos dias de "a era do vazio e das incertezas". Há uma explicação para isso: a rejeição à tradição bíblica propagada pelo Cristianismo. Podemos perceber o desencadeamento desse processo na relativização da ética e na total rejeição à verdade absoluta. Neste ambiente de contradições filosóficas não existe verdade, e sim "verdades" desprovidas de qualquer sentido.

O livro de Eclesiastes mostra a crise de um homem que vive a falta de harmonia existencial que hoje presenciamos. Procurando viver intensamente a vida, ele mergulhou num mundo duvidoso e sensual, para descobrir que a vida sem Deus é um mergulho no vazio e uma corrida atrás do vento.

I. ECLESIASTES, O LIVRO E A MENSAGEM

  1. Datação do livro. Estudos indicam que o relato dos fatos ocorridos em Eclesiastes podem ser datados por volta do ano 1000 a.C., período no qual o rei Salomão governava Israel. De fato, o próprio Eclesiastes diz ser o rei Salomão o autor da obra sagrada (Ec 1.1, cf. v.12).

  1. Conhecendo o Pregador. Salomão identifica-se como o pregador, traduzido do hebraico qoheleth (Ec 1.1,12). A palavra "pregador" deriva de qahal, expressão que possui o sentido de "reunião" ou "assembleia". A Septuaginta (que é a tradução da Bíblia Hebraica para o grego) traduziu qoheleth pelo seu equivalente grego ekklesia, daí o nome Eclesiastes: uma referência a alguém que fala, ou discursa, em uma reunião ou assembleia.

O pregador foi Salomão, que já estava velho, mas tinha uma visão bem realista da vida. Conforme registradas em Eclesiastes, e embora retratem um período de declínio político, moral e econômico de Israel, suas palavras apontam para Deus como a única fonte de satisfação, realização e felicidade humana.

II. DISCERNINDO OS TEMPOS

  1. A transitoriedade da vida. Um tema bem claro em Eclesiastes é o da transitoriedade da vida. Ela é efêmera, passageira. E Salomão estava consciente disso (Ec 1.4). Sendo a vida tão curta, que "vantagem tem o homem de todo o seu trabalho, que ele faz debaixo do sol?" (Ec 1.3). Esse é o dilema que Salomão procura responder.

A vida é passageira, dura pouco. Por isso, muitos buscam satisfazer-se de várias formas. Há os que acham que a sabedoria resolverá o seu problema (Ec 1.16-18; 2.12-16). Outros buscam preencher a sua alma com os prazeres dessa existência (Ec 2.1-3). Ainda outros recorrem às riquezas (Ec 2.4-11). E, por último, há aqueles que se autor realizam no trabalho (Ec 2.17-23). Tudo é vaidade! O centro da realização humana não está nessas coisas.

  1. A eternidade de Deus. Cerca de 40 vezes o Pregador refere-se a Deus no Eclesiastes. Ele o identifica pelo nome hebraico Elohim, o Deus criador. Isto é proposital, pois Salomão alude com frequência àquilo que acontece "debaixo do sol" (Ec 1.3,9,14; 2.18). É debaixo do sol que está a criação; é debaixo do sol que o homem se encontra.

Mas o Pregador tem algo mais a dizer. Ele quer destacar o enorme contraste entre a criação e o Criador, mais especificamente entre Deus e o Homem. Deus é eterno, onipotente, auto existente, enquanto o homem é finito, frágil e transitório. Por ser mortal, o homem não deve fixar-se apenas nas coisas dessa vida, pois o Deus Eterno pôs a eternidade em seu coração (Ec 3.11 - ARA).


III. - O TEMPO E AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

  1. Na família. O Eclesiastes ensina que uma das características de nossa vida é a brevidade. Por isso, devemos usufruir com intensa alegria, juntamente com o nosso cônjuge e filhos, dos bens que o Senhor nos proporciona (Ec 9.7-9), pois a vida pode rapidamente se acabar.

Nesse capítulo, Salomão refere-se a vários itens que eram usados pelos israelitas em ocasiões festivas (Am 6.6; Ct 1.3; 2 Sm 14.2; Sl 104.15). O que isso significa? Antes de mais nada, que o nosso lar deve ser uma permanente ação de graças a Deus por tudo o que Ele nos concede.

Nossa casa deve ser um lugar de celebração. Desfrutemos, pois, as alegrias domésticas em companhia da esposa amada (Ec 9.9). A metáfora tem uma mensagem bastante atual: a família cristã, sem recorrer às bebidas alcoólicas e outras coisas inconvenientes e pecaminosas (Ef 5.18), pode e deve alegrar-se intensamente. A vida do crente não precisa ser triste.

  1. No trabalho. O trabalho não deve ser um fim em si mesmo. Quando ele é o centro de nossa vida transforma-se em fadiga (Ec 5.16,17). Mas quando deixa de ser um fim em si mesmo, passa a ter real significado, tornando-se algo prazeroso, não pesado (Ec 5.18).

A palavra traduzida do hebraico samach é "gozar", evocando regozijo e alegria. Isto significa que o nosso local de trabalho deve ser um lugar agradável e alegre, fruto das relações interpessoais sadias.

O relacionamento familiar do crente deve ser intenso, assim como o trabalho deve ser uma atividade prazerosa e agradável.

IV. - ADMINISTRANDO BEM O TEMPO

  1. Evitando a falsa sabedoria e o hedonismo. A busca pelo conhecimento tem sido o alvo do homem através dos séculos. Salomão também empreendeu essa busca (Ec 1.17,18). Mas quem procura o conhecimento desperta a consciência em relação ao mundo ao seu redor, e é tomado por um sentimento de impotência por saber da própria incapacidade de melhorar a natureza das coisas. Nesse aspecto, a busca do conhecimento, como o objeto de realização pessoal, pode conduzir à frustração.

Semelhantemente, a busca por prazer, por si só, configura uma prática hedonista e contrária a Deus (Ec 2.1-3). Muitos são os que buscam a satisfação no álcool, drogas, sexo etc. Tudo terminará num sentimento de vazio e frustração. Quem beber dessa água tornará a ter sede (Jo 4.13). Somente o Evangelho de Cristo pode satisfazer plenamente o ser humano.

  1. Evitando a falsa prosperidade e o ativismo. Em Eclesiastes 2.4-11, Salomão desconstrói a ilusão daqueles que buscam, nos bens terrenos, a razão fundamental para a vida. A falsa prosperidade leva o homem a correr desenfreadamente para acumular riquezas, alcançar elevadas posições na sociedade e obter notoriedade e fama. Tudo isso, conclui o sábio, é correr atrás do vento.

Por outro lado, e não menos danoso, é a prática de um ativismo impiedoso, que pode estar nas esferas da profissão ou de qualquer outra prática (Ec 2.17-23). Isso também é correr atrás do vento. O trabalho, quando empreendido racionalmente, não nos desumaniza, mas nos faz crescer como pessoas.

CONCLUSÃO: Vimos que há um tempo para todas as coisas! Esse tempo é extremamente precioso para ser desperdiçado! Por conta da transitoriedade da nossa existência, devemos saber usar bem o nosso tempo, seja buscando conhecimento, seja desfrutando da companhia de nossos familiares e, principalmente, servindo ao Senhor. Somente Deus é eterno e somente Ele deve ser o centro de nossa busca. PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!


O exemplo pessoal na educação dos filhos

LEITURA BÍBLICA: Provérbios 4.1-9. 

1 - Ouvi, filhos, a correção do pai e estai atentos para conhecerdes a prudência.
2 - Pois dou-vos boa doutrina; não deixeis a minha lei. 
3 - Porque eu era filho de meu pai, tenro e único em estima diante de minha mãe. 
4 - E ele ensinava-me e dizia-me: Retenha as minhas palavras o teu coração; guarda os meus mandamentos e vive. 
5 - Adquire a sabedoria, adquire a inteligência e não te esqueças nem te apartes das palavras da minha boca. 
6 - Não desampares a sabedoria, e ela te guardará; ama-a, e ela te conservará. 
7 - A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o conhecimento. 
8 - Exalta-a, e ela te exaltará; e, abraçando-a tu, ela te honrará. 
9 - Dará á tua cabeça um diadema de graça e uma coroa de glória te entregará. 

INTRODUÇÃO: 
Ação ou efeito de influir, isto é, fazer fluir, correr para dentro de. No estudo anteriores, vimos que a expressão “ouve filho meu” soa como um refrão no livro de Provérbios. É o apelo de um pai amoroso, ensinando ao filho as regras do bom viver. É a partir de um conjunto de valores, já padronizado, que o pai assim o faz. Entretanto, sua preocupação não é despejar sobre o filho um código de regras, mas ensinar valores que o prepararão para a vida. Para isto, ele utilizará o exemplo, mostrando que a atitude fala muitas vezes mais alto que as palavras! 

QUAL A FUNÇÃO DOS PAIS?

•AMAR. Todas as ações dos pais para com os filhos têm como base o amor. Mas amar não significa abonar os atos errados dos filhos. O maior ato de amor dos pais para com os filhos é corrigir quando eles estiverem errados; adverti-los quando forem repreensíveis. Amar não significa fechar os olhos para o erro; mas com mansidão corrigi-lo.

•EDUCAR. Os pais não criam os filhos para si. Eles os educam para o mundo. É na prática da vida que os filhos provarão se os pais foram ou não competentes na sublime missão de educá-los.

•PROTEGER. Além de amar e educar, os pais devem ser verdadeiros protetores dos seus filhos. Por eles lutam, sacrificam-se e buscam o melhor para as suas vidas. Mas proteger os filhos não significa fazer a vontade deles. Quando os pais são honestos e sinceros com os filhos, eles os protegem para a vida.

I. A IMPORTÂNCIA DOS LIMITES:   

1. Satisfazendo necessidades, não vontades. Um princípio utilizado no treinamento de líderes, e que tem se mostrado bastante eficaz, é a máxima de que “liderar é satisfazer necessidades, não vontades”. No universo educacional, o princípio torna- se ainda mais forte e verdadeiro. Todo pai deve saber que o filho, especialmente se ainda é criança, deseja que suas vontades sejam imediatamente satisfeitas. Mas de que realmente a criança necessita? Embora queira comer só doces, ela precisa de uma alimentação balanceada para ter um crescimento saudável. É para isso que aponta a sabedoria de Provérbios 29.15. Portanto, estabeleçamos limites às crianças, não apenas quanto à alimentação, mas principalmente acerca dos valores morais e espirituais. 

2. Presença versus Agressão. Os educadores descrevem como referências negativas, na educação da criança, a figura do “pai ausente” e a da “mãe superprotetora”. O pai ausente é omisso na educação de seus filhos. Evitando o diálogo, vale-se de métodos agressivos para impor-lhes a sua autoridade. Ele fala sempre aos gritos. O autor dos Provérbios, porém, exorta-nos a ensinar a criança no caminho em que deve andar, mas não aos gritos, nem utilizando-se de violência (Pv 22.6). A mãe superprotetora, por seu turno, temendo produzir algum trauma na formação da criança, acaba por não corrigi-la. Não é isso o que as Escrituras ensinam: o pai e mãe são os responsáveis pela disciplina dos filhos, e não podem fugir a esse dever (Pv 13.24). 

 II. ENSINANDO ATRAVÉS DO EXEMPLO (VALORES) 

1. Ética da personalidade. Hoje, mais do que nunca, necessitamos educar nossas crianças, tomando por base os valores morais e espirituais da Bíblia Sagrada. A ética ensinada pelas escolas seculares e pela mídia é relativista e permissiva. O que conta não é o ser e sim o ter. Com isso, nossos filhos ficam completamente desprotegidos diante das armadilhas deste mundo, por não terem ainda a noção do certo e do errado, conforme destaca Salomão em Provérbios 7.6,7. Nessa passagem, deparamo-nos com a triste figura do jovem simples e desprotegido diante da sedução do mundo. Algumas questões precisam ser elucidadas nesse texto. A palavra “simples”, traduzida do hebraico pethy, refere-se a uma pessoa tola e ingênua. O termo hebraico leb traduzido por “coração”, “ser interior” ou “juízo”, é usado para descrever o caráter moral do indivíduo. O que faltou ao jovem de Provérbios 7 foi exatamente a noção de valores morais bem demarcados. O resultado não poderia ser outro: ele caiu nas garras do pecado. Não permitamos, pois, que o mesmo ocorra com os nossos filhos. Vamos instruí-los enquanto é tempo. 

2. Ética do caráter. A ética coloca os valores no lugar onde eles devem estar. A ideia, aqui, é educar a pessoa, tomando por base os valores ensinados na Bíblia. O mais importante não são os sentimentos, mas o comportamento. Não é a sensibilidade, mas o compromisso com a atitude correta a se tomar. É exatamente isso que Salomão diz ter herdado do seu pai e o mesmo objetiva transmitir ao seu “filho” (Pv 4.3,4). S

III. EDUCAÇÃO INTEGRAL: 

1. Desenvolvimento mental. Provérbios mostra o quanto é importante os mais jovens serem treinados para que tenham o discernimento adequado para a vida. Por isso, Salomão mostra os frutos desse treinamento: sabedoria, disciplina, sensatez, justiça, direito, retidão, habilidade, prudência, conhecimento e reflexão. Todo esse aprendizado valia-se de uma técnica apurada de memorização, visando preparar integralmente o jovem à vida. Por conseguinte, inclinemos o coração ao entendimento (Pv 2.2). Atemos a benignidade ao pescoço, escrevemo-la na tábua do coração (Pv 3.3) e guardemos a instrução no lugar mais íntimo do ser (Pv 4.21). 

2. Desenvolvimento moral. A preocupação do sábio com o desenvolvimento moral e espiritual do aprendiz é claramente demonstrada em sua insistência em educá-lo, tomando por base a justiça, o direito e a retidão. Isso pode ser visto, quando Salomão destaca a prática da justiça (Pv 22.22,23), os bons princípios (Pv 22.28; 23.10,11), a instrução e a disciplina (Pv 23.13; 14.22-25), a prudência nas relações sociais (Pv 23.6-8) e o exercício da misericórdia (Pv 24.11,12). 

CONCLUSÃO: Num momento em que os modelos educacionais experimentam uma grave crise de valores, é urgente estudarmos o livro de Provérbios, a fim de extrairmos preciosas lições à educação dos nossos jovens, adolescentes e crianças. Não podemos consentir que a cultura deste século inocule, em nossos filhos, o veneno de um ensino permissivo e contrário aos valores da Bíblia Sagrada. Preservemos o que os nossos pais na fé construíram e, com muito sacrifício, deixaram-nos como legado espiritual e moral. PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!

CONTRAPONDO A ARROGÂNCIA COM A HUMILDADE

Textos: Pv. 16.18 – Pv. 8.13-21


INTRODUÇÃO: A arrogância causa muitos males ao ser humano, mas essa nem sempre é percebida, isso porque o orgulhoso não atenta para a sua condição. Por outro lado, a humildade, uma das principais virtudes cristãs, precisa ser cultivada, contrapondo a altivez de espírito. No estudo deste desta semana, com base no livro de Provérbios, bem como em outros textos bíblicos, faremos um estudo comparativo entre esses dois comportamentos. Ao final ressaltaremos os aspectos cristãos da humildade, personificados no próprio Cristo, o maior exemplo de serviço.

1. ARROGÂNCIA E HUMILDADE: DEFINIÇÕES: A arrogância (hb. gabahh) é caracterizada pela falta de humildade e geralmente está associada ao fato de a pessoa se mostrar indisposta para ouvir os outros. A pessoa arrogante não quer aprender com o próximo, pois pensa ser dona da verdade. Ela se coloca acima dos outros, e se orgulha das percepções que tem de si mesmo. Esse é um pecado perigoso, pois não tem limites, o arrogante pode chegar a pensar que é o próprio Deus (Ez. 28.2). Esse foi o pecado que conduziu Satanás à queda, o inimigo não quis ficar na sua posição, tentou tomar o trono do Altíssimo (Is. 14.13,14). Como fez Satanás, o arrogante não se submete às normas, na verdade ele estabelece suas próprias regras, que geralmente favorecem apenas a ele mesmo (II Ts. 2.4). Aqueles que são altivos de coração também são orgulhosos, e por não se coadunarem aos princípios divinos, se voltam em rebelião contra Ele (Pv. 24.1; Tg. 3.16). A Torre de Babel, de Gn. 11, é uma demonstração do que o homem arrogante pode fazer, revela também as consequências dessa vaidade. Esse é também um pecado de cegueira espiritual, pois a pessoa que assim procede nega-se a ver o engano no qual se encontra (Mt. 15.14; 23.16-23; Rm. 2.19; Is. 3.12; 9.16; 42.19; 56.10; Os. 4.12). Por esse motivo os arrogantes não se dobram diante da Palavra de Deus (II Tm. 3.16), não se submetem em humildade ao que Deus diz (Pv. 11.2). Os falsos mestres tendem à arrogância, presunção e orgulho (I Co. 8.1; Cl. 2.18), e não são facilmente libertos do pecado porque rejeitam o ensinamento bíblico (Hb. 10.25; II Tm. 4.3; II Jo. 10,11). A oposição à arrogância é a humildade, uma virtude extremamente necessária àqueles que professam a fé em Cristo. Ser humilde (gr. ani) é uma disposição de dependência do outro, o verbo grego tapainoô tem a ver com a condição de fazer-se pequeno, mais que isso, a de ser obediente. Jesus, em Lc. 18.14, diz que aqueles que se exaltam serão humilhados, e os humilhados serão exaltados. Ele deu o maior exemplo de humildade, esvaziando a si mesmo, assumindo a posição de servo (Fp. 2.8).

2. ARROGÂNCIA E HUMILDADE EM PROVÉRBIOS: No livro de Provérbios, a contraposição entre arrogância e humildade é um dos principais temas desse texto sapiencial. O autor de Provérbios aconselha as pessoas a não se considerarem sábias aos seus próprios olhos, antes devem confiar no Senhor (Pv. 3.5-8), considerando que Ele exalta o soberbo, e dá graça aos humildes (Pv. 3.34). A arrogância, em várias passagens, traz consequências nefastas, pois com ela vem a desonra, a humildade, por sua vez, é uma demonstração de sabedoria (Pv. 11.2). O arrogante é comparado a um tolo, já que esse não aprende, não extrai lições da vida, não recebe conselhos (Pv. 13.10). A humildade, em Provérbios, é sinônima de sabedoria, que desvia o homem do mal, a arrogância, por sua vez, faz com que as pessoas tomem decisões precipitadas (Pv. 14.16). A arrogância é um pecado grave, pois faz com que as pessoas se afastem de Deus, conduzindo-as ao julgamento (Pv. 16.5). Ao se comparar a arrogância com a humildade, vale muito mais a pena viver entre os humildes do que entre os arrogantes (Pv. 16.16-18). Os arrogantes são comumente levados à ruina, enquanto que os humildes alcançam posição de honra (Pv. 18.12; 22.4; 25.6,7). Os arrogantes fazem muita propaganda enganosa, eles falam muito bem a respeito de si mesmos, mas passam vergonha quando são testados (Pv. 25.14,27). É melhor se aproximar de um tolo do que de uma pessoa arrogante, elas são altamente tóxicas, estragam tudo e todos que se encontra por perto (Pv. 26.12). Em virtude do muito dinheiro que conseguem acumular, os ricos são propensos à arrogância, os pobres, por serem dependentes, se aproximam de Deus, e encontram a verdadeira prosperidade (Pv. 28.11,25). Os pobres, especialmente os de espírito, se voltam para Deus, reconhecem que dEle vem a purificação (Pv. 30.13). O arrogante, por sua altivez de espírito, não pode ser salvo, peca contra Deus, diz blasfêmias, caminha para a perdição (Pv. 30.12), seria melhor que ele se calasse, ou então colocasse a mão na sua boca (Pv. 30.32).

3. HUMILDADE VERSUS ARROGÂNCIA: Deus se opõe aos arrogantes, mas dá graça aos humildes, pois são estes que percebem sua condição, sua necessidade de salvação, que vem de cima, não deles mesmos (Tg. 4.6). Jesus deixou claro que não podemos fazer coisa alguma sem Ele, somos como um galho que precisa da raiz e do tronco para se desenvolver (Jo. 15.5). A humildade começa diante do próprio Deus, pois o ser humano é pequeno, somente o Senhor é grande, digno de honra, glória e louvor. Ao ouvir a Palavra de Deus, o humilde, diferentemente do arrogante, treme, e se arrepende dos seus pecados (Is. 6.5; 66.2). Ao invés de se gloriar da sua força, o humilde tem consciência da sua fraqueza, sabe que nisso consiste sua fortaleza, fundamentada na graça de Deus em Cristo (II Co. 12.9,10). Paulo precisou experimentar o sofrimento para aprender a não se gloriar nas revelações que recebeu de Deus. O espinho na carne pode ser um tratamento divino para modificar o comportamento dos arrogantes (I Co. 12.7). Mas a conversão da arrogância para a humildade não acontece apenas com palavras, é preciso que essa seja demonstrada em ações, assim procedeu Israel, ao se dobrar perante o Senhor, depois de ter seu orgulho abatido (Jz. 10.15-16). A pessoa quebrantada por Deus, e que vive em humildade, não coloca a si mesmo em primeiro lugar, antes tem consideração por aquilo que é dos outros (Fp. 2.3,4). Na visão cristã, o humilde é justamente aquele que se coloca na condição de servo, assim como fez Cristo, ao lavar os pés dos seus discípulos (Jo. 13). O próprio Senhor lembrou que aqueles que querem ser maiores, devem buscar servir aos seus irmãos, no reino de Deus é maior quem mais serve (Mc. 9.35), Jesus mesmo vem para servir, não para ser servido (Mc. 10.45). Ao invés de agirem como os arrogantes, os cristãos devem se humilhar debaixo da potente mão de Deus, a fim de serem exaltados em tempo oportuno (I Pe. 5.6).

CONCLUSÃO: O ser humano, em sua natureza pecaminosa, tem tendência à arrogância. Essa prática é naturalizada entre as pessoas, que acham normal o comportamento egoísta. Mas a Palavra de Deus, e mais especificamente o livro de Provérbios, se contrapõe àqueles que têm coração altivo, que são orgulhosos. A virtude cristã, exemplificada na própria pessoa de Cristo, é a humildade, característica que se fundamenta no interesse pelos outros. Jesus chamou a vir a Ele todos os humildes, para dEle aprenderem (Mt. 11.28). Assim procedem todos aqueles que estão na escola da humildade, não da arrogância, são pessoas que estão sempre predispostas a aprenderem, por isso alcançarão maturidade espiritual. PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!

O EXEMPLO PESSOAL NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS

Textos: Pv. 20.7 – Pv. 4.1-4


INTRODUÇÃO: Entre os vários assuntos abordados no livro de Provérbios, a educação dos filhos ocupa lugar de destaque. No estudo desta semana mostraremos, algumas orientações em relação à instrução dos filhos no temor do Senhor. Atentaremos, a princípio, à realidade do sistema educacional moderno, respaldado no relativismo e na ausência de limites. Em seguida, nos voltaremos para o valor da instrução e correção, com base em Provérbios. Ao final apresentaremos conselhos práticos para o crescimento não apenas físico, mas, sobretudo espiritual dos nossos filhos.

1. A EDUCAÇÃO NA MODERNIDADE: A educação na modernidade está fundamentada em princípios seculares, isto é, em valores que fogem aos padrões judaico-cristãos. As instituições de ensino foram tomadas pelo pensamento iluminista, a ofensiva, nesses últimos anos, está voltada para as famílias. Os pensadores educacionais se distanciaram de Deus, passaram a negar a realidade da fé, e a criticar a crença em um Criador. Como resultado, as pessoas estão cada vez mais sem esperança, voltadas para o materialismo, centradas no egocentrismo. O material didático produzido para as escolas sequer cogita a possibilidade da existência de Deus. Muitos professores, formados em universidades centradas no ateísmo, voltam-se contra a religião, afirmando que essa não passa de ópio. Nessa correnteza os valores cristãos, há muito defendidos para a família, estão sendo questionados, em favor de uma tendência culturalista. Tais pensadores incitam os pais a não repreenderem seus filhos, defendem que a ausência de limites é necessária para o desenvolvimento do caráter.  A consequência dessa realidade é a formação de uma geração inteira de jovens que não se submete a autoridade dos pais, que desrespeitam os mais velhos.  As orientações  paternas deixaram de ter valor, tudo passou a ser objeto questionamento. Qualquer atitude de censura por parte dos pais é alvo de denúncia, até mesmo uma simples repreensão. Há ainda a ausência de ideais, de modelos a serem seguidos, os filhos não tem mais em quem se espelhar. A ênfase no individualismo enseja também comportamentos dúbios, a hipocrisia generalizada, assumida como algo normal, a fim de tirar vantagem do outro. Muitos filhos estão frustrados com os pais, que dizem uma coisa, mas fazem outra totalmente diferente. Esse comportamento hipócrita adentrou até mesmo as igrejas, muitos filhos não acreditam mais na fé exposta pelos pais, que não confere com suas práticas diárias.

2. PROVÉRBIOS: UMA VISÃO EDUCACIONAL: Em oposição a essa realidade moderna, o livro de Provérbios nos apresenta uma série de orientações quanto à educação dos filhos. Para o autor desse livro a disciplina faz parte do processo de criação dos filhos. A repreensão não deve ser motivo de culpa, mas uma necessidade, um ato de amor, de alguém que considera seu filho (Pv. 3.12). A passagem anterior é citada em Hb. 13.5-11, reforçando o princípio da disciplina amorosa. Ao contrário do que defendem alguns adeptos do humanismo sem limites, a correção, quando desempenhada com amor, traz resultados. Há uma passagem bastante controvertida no livro de Provérbios, que se encontra em Pv. 13.24, na qual existe uma orientação quanto ao uso da vara. Existem diversas análises teológicas a respeito do significado desse texto. Para alguns estudiosos, não se tratava da vara para açoitar, como se costuma fazer em alguns contextos, mas para chamar a atenção. O princípio, no entanto, permanece em relação à importância da correção, contanto que essa seja com amor. Essa também precisa ser feita no tempo apropriado, pois o tipo de disciplina depende da idade, e não pode ser postergada (Pv. 19.18). Em Pv. 22.6, os pais são orientados a ensinarem a criança no caminho em que devem andar, para que não se esqueçam dele quando crescerem. Destacamos inicialmente que o exemplo é relevante, os pais precisar estar NO caminho, precisam viver o que ensinam, para inspirar os filhos. Mesmo assim, isso não é garantia de que esses não se desviaram, pois o livro de Provérbios traz princípios gerais, não verdades específicas. Evidentemente as chances de se afastarem serão menores se os pais assumirem a responsabilidade de fazerem a sua parte. Timóteo é um exemplo de um  jovem que foi instruído desde a tenra idade nas sagradas letras, produzindo frutos (II Tm. 3.15). Os filhos não são perfeitos, têm uma natureza pecaminosa, por isso carecem de repreensão (Pv. 22.15).  Eli, o sacerdote, falhou nesse sentido, tratando seus filhos com liberalismo, resultando em ruina (I Sm. 3.13). Os erros precisam ser identificados e corrigidos para conduzir os filhos ao caminho da sabedoria (Pv. 29.15). Alguns filhos causam inquietação nos pais porque não foram disciplinas, não receberam a correção no tempo adequado, os pais não assumiram sua responsabilidade (Pv. 29.17).

3. ORIENTAÇÕES CRISTÃS PARA A EDUCAÇÃO DOS FILHOS: A educação dos filhos é uma tarefa complexa, para a qual os pais devem atentar, cientes das suas possibilidades e limitações. Isso porque existem diferentes tipos de pais, bem como de filhos, cada um deles com suas particularidades. Há os pais que são muito dominadores, que querem controlar todos os comportamentos dos filhos, mas isso pode resultar em amargura e revolta (Cl. 3.21). Outros os superprotegem, evitando, a qualquer custo, a frustração, cujo resultado é facilidade desses serem manipulados pelos outros quando crescerem (Pv. 13.24). Existem pais que acabam causando um excesso de dependência nos filhos, por serem possessivos e controladores, acompanham excessivamente tudo que os filhos fazem, fazendo com que esses se tornem indecisos e temerosos (Jr. 17.5). O oposto disso é a falta de cuidado em relação aos filhos, a ausência de todo e qualquer tipo de responsabilidade, que pode causar insegurança e falta de objetivos definidos no futuro (I Tm. 3.4). O ideal é que os pais busquem ensinar aos filhos a se desenvolverem, acompanhando-os, através do encorajamento sincero, resultando em confiança e sabedoria (Lc. 2.40). Várias passagens da Bíblia admoestam quanto à necessidade de tratar os filhos com respeito (Cl. 3.21), ao cultivo do diálogo produtivo (I Ts. 4.1), à identificação de comportamentos negativos (Pv. 19.18), ao encorajamento à responsabilidade (Pv. 17.5), bem como ao reconhecimento das atitudes positivas (I Ts. 5.11). A educação dos filhos passa por uma série de atitudes, tais como: disposição para ouvi-los (Tg. 1.19), manifestação de amor entre os cônjuges (Ef. 5.33), não agir com favoritismo entre os filhos (Tg. 2.1), a disposição para pedir perdão diante das falhas (Mt. 5.23,24), sabedoria para lidar com as emoções (Cl. 3.8) e disciplina amorosa, nunca fundamentada na raiva (Ap. 3.19).

CONCLUSÃO: Vivemos em uma sociedade marcada pelo secularismo, que se distancia cada vez mais dos princípios divinos. O humanismo anticristão favorece o relativismo e a ausência de regras, de limites. Diante dessa realidade, precisamos resgatar, a partir de Provérbios, e da Bíblia como um todo, orientações que oportunizem a educação consistente dos nossos filhos, a fim de que esses temam ao Senhor, e vivam de acordo com Sua palavra. Mas a educação deve se pautar também pelo exemplo, não podemos ensinar uma coisa a agir de modo diferente, isso repercute negativamente na formação dos filhos. PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!