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SANTIDADE AO SENHOR

Texto Áureo: Lc. 20.26  – Leitura Bíblica: Lv. 20.1-10

INTRODUÇÃO
Santidade deveria ser uma característica fundamental dos sacerdotes, esses deveriam responder a ordem divina: “sede santos como eu sou santo” (Lv. 11.44). Na lição de hoje, estudaremos a respeito do significado da santidade, inicialmente no contexto do sacerdócio levítico. Em seguida, trataremos sobre o aspecto posicional e progressivo da santificação, e por fim, a importância de dependermos do Espírito, a fim de chegarmos à santidade, sem a qual ninguém verá a Deus (Hb. 12.2).

1. SANTIDADE, A MARCA DOS SACERDOTES
Os sacerdotes deveriam ser separados para o Senhor, por essa razão deveriam portar uma lâmina de ouro, que trazia em sua mitra o seguinte dizer: “Santidade ao Senhor” (Ex. 28.36). A santidade dos sacerdotes deveria inspirar o povo de Israel a fazer o mesmo, a trilhar o caminho separado por Deus, ciente de que era um povo peculiar do Senhor (Ex. 13.21.22). Por causa disso, deveriam obedecer a Palavra de Deus (Lv. 9.6), e não poderiam seguir o exemplo das nações vizinhas. Uma prática comum entre aqueles povos era a de sacrificar seus filhos ao deus-moloque (Lv. 20.1-4). O povo de Israel, diferentemente do que faziam, sabia que os filhos são herança do Senhor. A descendência israelita era uma dádiva de Deus, por isso os filhos eram dedicados ao Senhor, para que vivessem para Ele. A vida conjugal dos israelitas também deveria ser diferenciada, o Senhor proibiu a infidelidade conjugal e o adultério (Lv. 20.10). A santidade, de acordo com os parâmetros levíticos, é uma identidade para o povo de Deus. Os israelitas poderiam ser identificados como o povo que estava separado para o Senhor. Especificamente em relação ao sacerdócio levítico, esperava-se que esses dessem exemplo perante o povo, e que procedessem em conformidade com a Torah, a fim de que o nome do Senhor fosse honrado.

2. SANTIDADE POSICIONAL, PROGRESSIVA E FUTURA
A palavra santificação (hagiasmos, em grego), de acordo com o Dicionário Vine, é usada para significar: a) a separação para Deus (I Co. 1.30; II Ts. 2.13; I Pe. 1.2); b) o curso de vida adequando aos que assim são separados (I Ts. 4.3,4,7; Rm. 6.19,22; I Tm. 2.15; Hb. 12.14). A santificação é, portanto, a relação com Deus na qual os homens entram pela fé em Cristo (At. 26.18; I Co. 6.11), e à qual o seu direito exclusivo é a morte de Cristo (Ef. 5.25,26; Cl. 1.22; Hb. 10.10,29; 13.12). Existem três aspectos na satificação: 1) Posicional – em Hb. 10.10, o autor diz que “Temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez”. Isso quer dizer, então, que, de certo modo, já somos santos. Por isso, nas epístolas o Paulo se dirige aos seus destinatários como santos (Rm. 12.13; I Co. 14.33; Fp. 4.21). 2) Progressivo – embora sejamos declarados imediatamente e legalmente santos, pelo ato da regeneração e da justificação, somos instruídos a seguir adiante, em santificação (Fp. 3.13,14). Assim, espera-se que cresçamos até o ponto de podermos digerir alimento sólido (Hb. 5.12-14; I Pe. 2.1-3). Esse processo de transformação se dá em amor (Cl. 3.7-14) no contato com Espírito do Senhor (II Co. 3.18; I Co.10.13). e 3) Futura – em Fp. 3.11 Paulo fala da ressurreição dos mortos, isto é, o momento da glorificação do corpo, esse é o aspecto futuro da santificação. A passagem bíblica de I Co. 15.51,52 detalha como isso acontecera. Com essa esperança, temos a fé de “as aflições do tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm. 8.18).

3. SANTIDADE, COM O FRUTO DO ESPÍRITO
É preciso, portanto, esclarecer que ao mesmo tempo em que “somos santos”, também devemos “buscar a santificação”. Por esse motivo não apenas precisamos da contínua purificação pelo sangue (I Jo. 1.7), como jamais chegaremos ao ponto de não precisarmos dela enquanto vivermos aqui. Por isso, precisamos ser realistas, e atentar para o que está escrito em I Jo. 1.10: “Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós”. Mas, ao mesmo tempo, sabemos que não podemos viver na prática contínua do pecado (I Jo. 3.8-10). Isso porque a rejeição persistente à voz do Espírito Santo poderá levar à rebelião e à perda definitiva da salvação, ou para ser mais específico, à apostasia (Gl. 5.21; Hb. 6 e 10). Devemos levar em conta a recomendação de Paulo: “Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?”. Diante dos fracassos ao longo do caminho, não devemos nos sentir derrotados, pois temos um Advogado junto ao Pai, um Amigo, Jesus Cristo (I Jo. 1.7). A santificação, enquanto processo, é o ato de separar-se do mal e devotar-se a Deus (Rm. 12.1,2; I Ts. 5.23; Hb. 13.12). As Escrituras põem a santificação posicional, e, por conseguinte, a progressiva, como condição futura para se ver a Deus (Hb. 12.14). Mas uma vida de santidade, conforme exigida em I Pe. 1.15,16), somente pode ser efetivada pelo Espírito Santo, que produz em nós, e conosco, o Seu fruto (Rm. 6.1-11,13; 8.1,2,13; Gl. 2.20; Fp. 2.12,13; I Pe. 1.5).

CONCLUSÃO
A santidade, que era uma marca identitária do sacerdócio levítico, deve ser o objetivo de todo cristão genuíno. Não podemos nos conformar com o mundo, antes devemos experimentar a agradável, boa e perfeita vontade de Deus (Rm. 12.1,2). Para tanto, devemos viver cada vez mais na dependência do Espírito (Gl. 5.22), buscando agradar a Deus em todo momento, cientes de que a santificação é a vontade de Deus para as nossas vidas (I Ts. 4.13).

BIBLIOGRAFIA
TIDBALL, D. The message of Leviticus. Leicester: Interversity-Press, 2005.
WIERSBE, W. Be holy: Leviticus. Colorado Springs: David Cook, 2010. 

A FUNÇÃO SOCIAL DOS SACERDOTES


Texto áureo: Lc. 5.14  – Leitura Bíblica: Lv. 13.1-8

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, com base no livro de Levíticos, iremos destacar a função social dos sacerdotes. Mostraremos também que a atuação social desses aponta para o serviço de Cristo, que se envolveu em questões sociais, e inspirou a Igreja a fazer o mesmo. Concluiremos a aula mostrando que a Igreja Primitiva, ainda no primeiro século, preocupava-se com os problemas sociais, sobretudo no contexto da própria igreja.

1. A FUNÇÃO SOCIAL DOS SACERDOTES
Os sacerdotes tinham várias funções sociais, uma delas era a de inspecionar clinicamente o povo. A lepra era uma das doenças mais temidas pelo povo, principalmente por causa do contágio (Lv. 13.2; Dt. 7.14). Era competência do sacerdote inspecionar, e quando a doença fosse identificada, deveria separa o enfermo da comunidade, para evitar o contágio. O sacerdote também tinha função sanitarista, seria uma espécie de especialista em saúde pública, por isso deveria inspecionar as casas e roupas de Israel (Lv. 14.34-57). O objetivo seria evitar qualquer tipo de contaminação, principalmente em relação à lepra, considerando que essa doença resultaria em outros tipos de moléstias (Dt. 24.8). O sacerdote também tratava das questões jurídicas, em relação à proteção da família, proibindo o sacrifício infantil (Lv. 20.2), as relações incestuosas (Lv. 18.6-9), o abuso sexual doméstico (Lv. 18.10), a exposição das filhas à prostituição (Lv. 19.29), a homossexualidade e práticas semelhantes (Lv. 18.22,23). Além disso, deveriam zelar pelo direito da propriedade privada, mas sem esquecer do cuidado com os pobres (Lv. 23.22), bem como com a preservação do meio ambiente (Lv. 25.3,4). Outra função social do sacerdote era de proteger a vida, para tanto deveria inspecionar a edificação das casas (Dt. 22.8), a criação de animais (Ex. 21.36), a preservação da mulher grávida e do filho no ventre (Ex. 21.22). Essas atribuições são compreensíveis no contexto da sociedade teocrática israelita, mas não se aplicam mais à igreja, devemos saber que há instituições públicas, que tratam dessas especificidades.

2. A FUNÇÃO SOCIAL NO MINISTÉRIO DE JESUS
No Evangelho segundo Lucas, Jesus é Aquele que tem poder sobre as doenças e a morte. Há passagens em sua narrativa que explicam o poder do Senhor sobre a doença e a morte. Em Lc. 4.38,  Jesus curou a sogra de Simão, que estava enferma com muita febre, de modo que essa pode começar a servi-LO. Indo a cidade chamada Naim, Jesus encontrou uma mãe angustiada, com a morte de seu único filho, sendo esta também viúva. Jesus, movido de íntima compaixão, a consolou, em seguida tocou o esquife, e ressuscitou o seu filho (Lc. 7.11-13). Em Lc. 8 lemos a respeito de Jairo, um oficial da sinagoga, que sofria com a doença e possibilidade de morte da sua filha, de apenas doze anos (Lc. 8.40). Mesmo sendo uma autoridade, Jairo se humilhou aos pés de Jesus, implorando para que Ele resolvesse sua situação (Lc. 8.40-42). Ao mesmo tempo, uma mulher que estava próxima de Jesus, tinha uma doença, que causava sangramento, e que duravam doze anos (Lc. 8.43). A situação dessa mulher era de desespero, ela já havia gastado muito dinheiro com os médicos, nenhum deles havia conseguido curá-la (Mc. 5.26; Lc. 8.43). Aquela enfermidade a tornava impura, por causa do cerimonial de purificação judaico. Mesmo assim, ela decidiu tocar em Jesus, e encontrou cura nEle. Jairo também recebeu a providência divina diante da doença da sua filha, ainda que o pensamento humanista da época, dizia que o Mestre não deveria ser incomodado, pois a menina já estava morta (Lc. 8.49,50). Mas Jesus, que tem poder sobre as doenças e a morte, ressuscitou a menina (Lc. 8.51-53). Jesus não curou a todos que se aproximaram dEle, mas os tratou com dignidade, não apenas aos doentes, mas aos pobres e marginalizados. A forma como Jesus tratou as pessoas socialmente vulneráveis deve motivar os cristãos a fazerem o mesmo.

3. A FUNÇÃO SOCIAL DA IGREJA
Há um profeta no Antigo Testamento que denunciou a injustiça social, se opondo aos pecados de opressão (Am. 5.12,13). De igual modo, Tiago chama a atenção daqueles que acumulam riquezas como um fim em si mesmo. Evidentemente isso nada tem a ver com o cuidado previdente, associado à manutenção da família (II Co. 12.14; I Tm. 5.8; Mt. 25.27). Mas devemos ser cautelosos para não confiarmos nas riquezas, o cristão não pode colocar seu coração no dinheiro. Jesus censurou o rico insensato que pensou ser o dono da própria vida (Lc. 12.15-21). A vida é passageira, e as riquezas não podem garantir vida eterna (I Tm. 6.17). Tiago lembra que as riquezas são passageiras (Tg. 5.2,3), com Paulo assume que nada trouxemos para esse mundo, e que dele nada levaremos (I Tm. 6.7). Portanto, devemos investir na piedade com contentamento (I Tm. 6.6). Há pessoas que estão sendo devoradas pelas próprias riquezas, a paixão pelos bens do presente século está correndo as suas almas (Tg. 5.3). Patrões, sejam eles evangélicos ou não, prestarão contas a Deus quanto à maneira que trataram seus empregados. Os empregadores cristãos têm a responsabilidade de tratar com justiça seus empregados. Eles não podem abusar financeiramente dos seus trabalhadores, atentando para as normas trabalhistas do nosso país. Ao invés de exercitar a ganância, somos orientados pela Palavra a viver com generosidade (II Co. 6.10). E mais que isso, devemos também trabalhar para modificar as estruturas sociais arraigadas neste país. Não podemos acatar com naturalidade práticas que são consideradas normais. Existem pessoas que não fizeram opção pela pobreza, elas se encontram em tal condição por causa da injustiça social. Os cristãos devem dar o exemplo, não apenas “dando o peixe”, mas também “ensinando a pescar”. E quando necessário, denunciar atitudes que cerceie o direito dos pobres e necessitados.

CONCLUSÃO
Os sacerdotes exerceram sua função social no Antigo Testamento, no contexto da Aliança com Israel. Nós os cristãos da Novo Testamento devemos imitar o modelo de Cristo, que se aproximou de todos, inclusive daqueles que foram acometidos de lepra. A identificação de Jesus com os mais vulneráveis inspirou a igreja primitiva, para que também se preocupasse com os necessitados. As igrejas evangélicas precisam investir mais em obras sociais e atentar mais para os marginalizados, especialmente entre os domésticos na fé (Gl. 6.10).

BIBLIOGRAFIA
TIDBALL, D. The message of Leviticus. Leicester: Interversity-Press, 2005.
WIERSBE, W. Be holy: Leviticus. Colorado Springs: David Cook, 2010. 

OS MINISTROS DO CULTO LEVÍTICO


Texto áureo: Nm. 3.45 – Leitura Bíblica: Lv. 8.1-13

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, estudaremos a respeito do ministério sacerdotal levítico, ressaltaremos seu chamado para o serviço. Ao mesmo tempo, não poderemos deixar de destacar que o sacerdócio levítico era uma sombra do sacerdócio eterno de Cristo. E ao final, mostraremos que Jesus quando ressuscitou deu dons aos homens, favorecendo o ministério cristão, tanto em sentido amplo quanto específico, com vistas à edificação do corpo de Cristo.

1. OS MINISTROS DO CULTO LEVÍTICO
O culto israelita era ministrado pelos sacerdotes levitas, esses eram responsáveis por estar diante do Senhor, intermediando pelo povo. Levi foi um dos filhos de Lia, uma das esposas de Jacó, e seu próprio nome ter a ver com “estar ligado”. Por isso, se reconhece que essa era a tarefa dos levitas, deveriam estar sempre “ligado no Senhor”, zelando pelo serviço divino. Por ocasião da divisão das terras entre as tribos de Israel, aos levíticas não coube território, eles deveriam depender da providência divina, por isso Arão e seus descendentes deveriam ser separados para um trabalho específico (Ex. 6.14-27; Nm. 3.45). Por esse motivo, o sumo sacerdote de Israel deveria ser descendente de Arão (Ex. 6.15-23), constituído como mediador entre os homens e Deus (Lv. 10.10,11), assumindo essa função de forma vitalícia (20.23-28), não se esquecendo que eram servos de Deus, não dos homens (Ex. 28.43). Por esse motivo, deveriam viver do altar, dedicando-se exclusivamente ao ministério (Lv. 7.35), e viverem de maneira santificada, a fim de agradar ao Senhor que os chamou para cumprir uma missão (Ex. 28.36), caso profanasse o ofício do Senhor, seriam punidos severamente (Lv. 10.1-3). Esperava-se que os sacerdotes levíticos fossem um exemplo de espiritualidade para o povo, tendo em vista que deveria zelar pela Lei do Senhor, e serem puros aos olhos de Deus, ainda que não fossem perfeitos. Vários sacerdotes tiveram problemas, inclusive para que seus descendentes dessem sequência ao trabalho para o qual foram comissionados. Os filhos de Eli é um exemplo de sacerdotes que não levaram a sério o serviço divino, como consequência disso foram punidos com rigor (I Sm. 2.25).

2. O MINISTÉRIO ETERNO DE JESUS
O autor da Epístola aos Hebreus apresenta algumas especificidades em relação ao sacerdócio de Cristo, em comparação com o sacerdócio levítico. Para que o sacerdócio levítico fosse aprovado por Deus, bem como o próprio sacerdócio de Cristo, fazia-se necessário que algumas qualificações fossem consideradas. A esse respeito, é preciso destacar que a “ordem” do sacerdócio de Cristo se difere daquele dos sacerdotes levíticos. Em ambos os casos, um homem foi escolhido, para representar o povo, na presença de Deus. Por isso, como sacerdote, Jesus foi “tomado dentre os homens” (Hb. 5.1). E seguindo a prática sacerdotal judaica, “para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados” (Hb. 5.1). Como Sumo Sacerdote, Jesus “pode compadecer-se”, isso mostra que Ele não desconsidera nossa condição humana, e mais que isso, que ele tem simpatia, no sentido etimológico do termo”, sofre conosco. Ele conhece nossa natureza, e sabe que somos pó, e que dependemos de Deus, inclusive para vencer as tentações/provações. Uma das qualificações de Cristo, em comparação ao sacerdócio levítico, é que o sacerdote levítico deveria oferecer sacrifícios “tanto pelo povo como também por si mesmo” (Hb. 5.3). Por oposição, o sacerdócio de Cristo tinha procedência divina, para tanto o autor recorre a Sl. 2.7 e ao 110.4, a fim de mostrar que Jesus, diferentemente do sacerdócio aaronico, seguia a ordem de Melquisedeque. Este foi um sacerdote-rei da cidade estado de Salém – antiga Jerusalém – nos tempos em que Abraão resgatou Ló do cativeiro. E seguindo essa ordem, Jesus mostrou ser superior, pois Ele não apenas morreu pelos pecados da humanidade, também ressuscitou vindo a ser “a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem” (Hb. 5.9). A obediência é importante no contexto da Epístola aos Hebreus, pois o próprio Cristo “aprendeu a obediência”, e todos aqueles que O seguem também devem aprendê-la.

3. O MINISTÉRIO E OS DONS CRISTÃOS
Na Nova Aliança fomos feitos sacerdotes (I Pe. 2.9), de modo que não dependemos mais de um sacerdote humano. Temos Jesus Cristo que é o Supremo Sacerdote (Hb. 7.13-17). Mesmo assim, sabemos que Jesus deu dons aos homens, e ministros para a edificação da Sua igreja. Ele é o doador, que concede, aos homens, para o serviço cristão no Corpo de Cristo. Esses dons, descritos em Ef. 4.11-12, são funcionais, ou melhor, têm serventia para cumprir um proposito, mais especificamente a edificação da igreja (Ef. 4.12-16). Há também o equívoco de pensar que os dons espirituais são dispensados por méritos pessoais. Ninguém é usado por Deus, através dos dons espirituais ou ministeriais, por que é digno (Rm. 12.6; I Pe. 4.10), não podemos esquecer que fomos salvos pela graça de Deus (Ef. 4.9,10). Os dons procedem de Deus, Ele é a fonte dos dons, tanto os espirituais (charismata/penumatikon) quanto os ministeriais (diakonia). A distribuição dos dons é um trabalho da Trindade, o Pai enviou Cristo, e depois o Espírito Santo (Jo. 14.6; 20.21). A concessão dos dons espirituais e ministeriais vem de Deus, sendo que existem os dons do Espírito (I Co. 12.4-7), e os dons de Cristo (Ef.4.11). É importante destacar que há mais de nove dons espirituais, não apenas aqueles listados por Paulo em I Co. 12.8-11. Em Rm. 12.3-8 encontramos uma lista, diferente da de I Co., no tocante aos dons: profecia, ministério, ministração, ensino, exortação, partilha, presidência e misericórdia. Esses dons, de acordo com o texto, são todos provenientes de Deus. Os dons, grosso modo, partem de Deus para a igreja, a fim de constituir uma unidade na diversidade (Rm. 12.5). A dispensação dos dons, tanto os espirituais quanto ministeriais, é de Deus, mas há também participação humana. No texto de Rm. 12.3-8, Paulo instrui os crentes a desenvolverem os dons. Diferentemente dos dons de I Co. 12.8-11, que têm caráter mais instantâneo, e aspecto notadamente sobrenatural.

CONCLUSÃO
Os dons espirituais e ministeriais foram destinados aos homens e mulheres da igreja, com vistas ao serviço (diakonia), e mais especificamente, à edificação do Corpo de Cristo. Os dons espirituais e ministeriais não devem ser ignorados, é necessário que os membros da igreja se interessem por eles, mas é preciso usá-los com equilíbrio (I Co. 12.1). Os homens e mulheres de Deus, quando usados pelo Espírito, através dos dons, devem exercitá-los com responsabilidade, sobretudo com zelo e amor (I Pe. 5.2,3).

BIBLIOGRAFIA
TIDBALL, D. The message of Leviticus. Leicester: Interversity-Press, 2005.
WIERSBE, W. Be holy: Leviticus. Colorado Springs: David Cook, 2010.

A BELEZA E A GLÓRIA DO CULTO LEVÍTICO

Texto áureo: Lv. 9.23 – Leitura Bíblica: Lv. 9.15-24

INTRODUÇÃO
Os levitas foram separados por Deus para o serviço ao Senhor, manifestado através do culto, e dos seus rituais. Na lição de hoje estudaremos a respeito da beleza e glória desse culto, ressaltando seu simbolismo em relação ao culto cristão. Ao longo da aula, é importante destacar que a beleza e a glória do culto cristão não se comparam com a glória revelada em Cristo Jesus, pois nEle habita a plenitude da divindade, e nEle o Pai manifestou a Sua glória.

1. O CULTO NA ANTIGA ALIANÇA
O culto divino foi realizado antes mesmo da Antiga Aliança, dada a Deus por Moisés. Os patriarcas adoraram a Deus, com destaque para o sacrifício de Abel, que foi recebido pelo Senhor, em detrimento do sacrifício de Caim, rejeitado por Deus (Gn. 4.3-7). Depois de Abel, outros construírem altares, como símbolo de culto e adoração ao Senhor, dentre eles, Noé e Abraão (Gn. 8.20;12.7; 26.5). No período mosaico, o povo de Israel recebeu instruções expressas a respeito de como deveria ser o culto levítico (Ex. 12.21-26). A adoração ao Deus que havia retirado o povo do Egito fazia parte da aliança estabelecida entre YHWH e Israel. Por sua vez, o culto não poderia ser realizado de qualquer maneira, antes deveria seguir os procedimentos determinados pelo Senhor. Inicialmente, esse culto era prestado no Tabernáculo, a estrutura móvel construída por Moisés, e posteriormente, no governo de Salomão, um templo foi edificado para esse fim (I Cr. 23.5; II Cr. 7.6). Salomão ofereceu a Deus aquele templo, destacando que a glória não estava naquela edificação, mas no próprio Senhor que ali estaria presente. Depois de Salomão vários reis governaram tanto em Israel quanto em Judá, alguns deles consolidaram e fortaleceram o culto, no contexto da monarquia teocrática. Mas a maioria deles preferiu seguir seus próprios caminhos, por isso Deus levantou seus profetas, a fim de reestabelecer o culto, em conformidade com a Palavra de Deus. Após o cativeiro babilônico, quando os judeus retornaram para sua terra, Esdras e Neemias revitalizaram o culto ao Senhor, através da exposição da Torah (Ne. 12.22-30).

2. O CULTO NA NOVA ALIANÇA
Na Nova Aliança, o culto a Deus é realizado por meio de Jesus Cristo, que é o próprio fundamento do culto. O autor da Epístola aos Hebreus, ao longo de sua exposição apologética, destaca que a glória do culto da Antiga Aliança feneceu, diante da glória do sacerdócio eterno de Cristo, sendo esse superior ao levítico (Hb. 7.17-24). Por esse motivo, não temos mais razões para imitar o culto levítico, ou como queriam fazer os cristãos hebreus do primeiro século, e retornarem as práticas litúrgicas da Antiga Aliança. Atualmente existem igrejas evangélicas que estão adorado ao culto judaico, algumas estão substituindo os elementos do culto cristão por utensílios e práticas judaicas. Esse caso se torna ainda mais grave quando o culto se torna judaizante, semelhante aquele que estava sendo inserido entre os gálatas, contra o qual Paulo se posicionou em sua Epístola (Gl. 1.8,9). É preciso ter cuidado para não inserir elementos judaico no culto cristão, pois mesmo reconhecendo que a fé vem dos judeus, não podemos aculturar nossa adoração, substituindo a liturgia da Nova Aliança pelos rudimentos da Antiga. É bem verdade que existem elementos semelhantes nos cultos Judaico e Cristão, dentre eles destacamos: os cânticos, a exposição da Palavra, a oração, a leitura bíblica e a benção final. O culto cristão deve ter esses elementos, com as devidas especificidades, sem esquecer que se trata de um culto espiritual, fundamentado na verdade divina (Jo. 4.23,24). Como nos tempos da Antiga Aliança, corremos o risco de perder a essência do culto, ao transferir glória para os elementos materiais, ao invés de compreender sua natureza espiritual, deixando de atentar para seu simbolismo, e em alguns casos, adorando os próprios objetos, ao invés da realidade para os quais apontam.

3. O CULTO CRISTÃO NOS PRIMÓRDIOS
O culto cristão, ainda nos primórdios da Igreja, tinha suas bases divinas. Em At. 2.42-47, compreendemos que o culto estava fundamentado na koinonia, e se alicerçava na doutrina dos apóstolos, no partir do pão e nas orações. A partilha, que também era manifestada na celebração da Ceia do Senhor (I Co. 11.20-22), é uma demonstração do espírito comunitária da igreja do primeiro século. Os cultos eram realizados tantos nas casas como no templo (At. 2.46; 5.42; 20.7), era importante que os cristãos estivessem unidos, e não deixassem de se congregar (Hb. 10.24,25). Não podemos desconsiderar o aspecto comunitária do culto cristão, é por meio deles que ressaltamos nossa unidade, e reforçamos nossa dependência mutua. É nesse espírito comunitário que podemos ler a pregar a Palavra de Deus (Cl. 3.16; II Tm. 4.2), explicando e aplicando as verdades da fé; também nos dirigimos a Deus em oração (Ef. 5.20; I Tm. 2.8; At. 2.42), pois a oração é uma demonstração de dependência divina, também podemos interceder pelos irmãos e agradecer pelas dádivas do Senhor. Há espaço para hinos e cânticos espirituais (Cl. 3.16; Hb. 13.15), mas esses devem glorificar a Deus, e não aos homens, devem servir para expressar nossa relação com Deus, e contribuir para a proclamação do evangelho (Ef. 5.19). Um dos aspectos mais importantes do culto cristão é a consagração a Deus, por isso devemos oferecer nossos corpos como sacrifício vivo ao Senhor, sendo esse o nosso culto racional, por meio do qual experimentamos a agradável, boa e perfeita vontade de Deus (Rm. 12.1,2).

CONCLUSÃO
O culto levítico teve sua beleza e glória, que ainda resplandecem, mas não podem ser imitados pelos cristãos, a menos que seus elementos expressem a glória do culto cristão, cuja expressão maior é Cristo, o ápice da revelação divina (Jo. 1.1; Hb. 1.1,2). Por causa dEle, podemos nos achegar com ousadia ao trono do Pai, e adorá-lo na beleza da Sua santidade, tributando a Ele a glória e o louvor que lhe é devido: “Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; pois tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas” (Ap. 4.11).

BIBLIOGRAFIA
TIDBALL, D. The message of Leviticus. Leicester: Interversity-Press, 2005.
WIERSBE, W. Be holy: Leviticus. Colorado Springs: David Cook, 2010.