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ESPERANDO, MAS TRABALHANDO NO REINO DE DEUS

Texto Áureo: I Pe. 4.10 – Leitura Bíblica: Mt. 25.14-30

INTRODUÇÃO
A Parábola dos Talentos é uma das mais conhecidas no contexto cristão, e precisa ser compreendida de acordo com os ensinamentos de Jesus em relação ao Reino de Deus. Por isso, na aula de hoje, nos voltaremos para o estudo desta parábola, ressaltando, a princípio, a importância de esperar a volta do Senhor, para o estabelecimento do Seu Reino. Ao mesmo tempo, devemos ter cuidado para que essa espera não se transforme em escapismo, antes estejamos empenhados no trabalho do Reino.

1. ESPERANDO A VOLTA DO SENHOR
A Parábola dos Talentos, que se encontra em Mt. 25.14-30, é uma advertência em relação à importância de desenvolvermos a obra de Deus, de acordo com os dons que recebemos da parte do Senhor. Jesus conta que um homem, partindo para fora da terra, chamou seus servos, entregando-lhe bens. Ele entregou a esses servos alguns talentos, considerando a capacidade de administrar cada um deles. A um entregou cinco, que granjeou mais cinco, a outro entregou dois talentos, que ganhou outros dois, mas o que recebeu apenas um talento, talvez por achar que era pouco, e por ter uma visão deturpada do seu senhor, decidiu esconder na terra o talento, para devolvê-lo quando o Senhor retornasse. Os servos que duplicaram seus talentos foram elogiados pelo senhor, por ocasião da sua volta, mas esse que escondeu o talento na terra foi repreendido pelo senhor. Esse servo é identificado pelo Senhor como “inútil”, tendo sido lançado nas trevas exteriores. Essa parábola revela a importância de se dedicar ao desenvolvimento do reino de Deus, e foi justamente isso que Cristo fez durante os dias em que esteve na terra. Os religiosos do seu tempo, principalmente os escribas e fariseus, ao invés de propagaram a boa mensagem, resolveram escondê-la e enterrando-a, privando as pessoas de conheceram a verdade do evangelho. A partir dessa Parábola somos advertidos a trabalho pelo Reino de Deus, atentando para o valor dessa preciosa mensagem.

2. MAS SEM IGNORÂNCIA
A vinda de Cristo era motivo de interesse especial por parte da igreja cristã primitiva (I Co. 15.51). No caso específico de Tessalônica, havia um mal-entendido que gerava angústia e desespero. Os cristãos acreditavam que somente aqueles que pudessem manter-se fisicamente vivos até a volta de Cristo seriam beneficiados pelo estabelecimento do Reino de Cristo. Em I e II aos Tessalonicenses, Paulo esclarece que todas as bênçãos associadas ao retorno de Cristo à terra serão conferidas tanto aos crentes vivos como aos crentes mortos. Paulo já havia pregado a respeito do reino de Cristo quando esteve em Tessalônica (At. 17.7). Contudo, alguns não a compreenderam bem, por isso, ela acabou sendo deturpada. Deus não deseja que sejamos ignorantes a respeito das verdades escatológicas, mas, ao mesmo tempo, é preciso ter cuidado para não as deturpar (Mt. 24.15). A palavra “dormir”, para se referir à morte, era comum no mundo antigo, conforme podemos ver em tanto nas passagens do Novo quanto do Antigo Testamento: Gn. 47.30; Dt. 31.16; I Rs. 22.40; Jo. 11.11-13; At. 7.3; 13.36; I Co. 7.39; 11.3. Paulo ensina, que nós, os cristãos, não podemos agir como os demais, os pagãos (Ef. 2.3), que não têm esperança. Quando corretamente entendidas, as verdades escatológicas são motivos de alegria, não de tristeza. Nossa esperança, de alguma forma,  começou a se concretizar, a partir do momento em que recebemos Jesus como nosso Salvador Pessoal, mas ainda nãoalcançou a sua plenitude. Essa esperança tem como base a certeza de que estar com Cristo, “é incomparavelmente melhor” (Fp. 1.23).  A esperança do crente se encontra, inicialmente, na certeza da ressurreição. No Antigo Testamento já é possível ver algumas manifestações dessa esperança (Sl. 16.2,11; 17,15; 73.24; Pv. 14.32). Mas é em Cristo que essa revelação tem o seu apogeu (II Tm.1.10). Isso porque, agora, podemos ter uma resposta à pergunta de Jó (14.14) e a certeza de que, mesmo antes da ressurreição, aqueles que morreram em Cristo estão desfrutando com júbilo a presença de Cristo (Lc. 23.43; Fp. 1.23), e que um dia teremos uma reunião maravilhosa na eternidade (I Ts. 4.17).

3. TRABALHANDO EM PROL DO REINO DE DEUS
Cristo virá, esse é um dos pilares da fé cristã, mas sua volta precisa ser compreendida em dois contextos distintos. Ele virá para arrebatar Sua igreja, como prometeu em Jo. 14.1. O ensino do arrebatamento foi revelado mais precisamente a Paulo que instruiu a igreja a esse respeito (I Co. 15.52; I Ts. 4.13-17). Ao longo dos evangelhos, Jesus fala de seu retorno, mas, a maioria das passagens, se refere à Sua volta gloriosa, quando virá para Israel, estabelecer Seu trono (Mt. 24). O texto de At. 1.11 tem essa duplicidade, pois permite, ao mesmo tempo, que a igreja considere a volta de Cristo, para arrebatá-la, e, também, o estabelecimento do Reino Milenial de Cristo (Ap. 19.11-21). Em relação a igreja, esse retorno de Cristo é denominado de “bendita ou boa esperança” (I Ts. 2.16; Tt. 2.13). A esperança do arrebatamento sempre foi uma doutrina ensinada nos púlpitos das nossas igrejas, mas passado o ano 2000, e agora, uma década depois, alguns cristãos não mais falam a respeito. A secularização da igreja também tem contribuído significativamente para que essa doutrina deixe de ser exposta. Alguns estão demasiadamente conformados com este século, deixaram de orar “maranatah”, ora vem Senhor Jesus, há quem prefira que ele demore, não querem perder as oportunidades que a temporalidade oferece. Cristo não veio em 2000, certamente por que muitos o aguardavam naquele ano, mas virá justamente quando menos se espera. A igreja precisa continuar olhando para cima, em busca do prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus (Cl. 3.1,2).

CONCLUSÃO
A Parábola dos Talentos é uma advertência do Senhor Jesus, em relação a importância de trabalhar em prol do Reino de Deus. Precisamos ter cuidado, não apenas para nos omitirmos em relação a essa importante mensagem, mas também de o fazermos de maneira equivocada, o que pode significar também uma maneira de a enterrar. Não podemos desconsiderar que o Senhor haverá de voltar, e quando isso acontecer haveremos de prestar contas de tudo o que fizemos ou deixamos de fazer para o Seu reino, na dependência do poder do Espírito Santo (At. 1.8).

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. The Parables of Jesus. LaSalle Boulevard: Moody Publishers, 1983.
MaCARTHUR, J. As Parábolas de Jesus. São Paulo: Thomas Nelson, 2016.

DESPERTEMOS PARA A VINDA DO GRANDE REI



Texto Áureo: Mt. 24.42 – Leitura Bíblica: Mc. 25.1-13

INTRODUÇÃO
A parábola das dez virgens, ainda que seja uma das mais conhecidas, é também uma das mais mal interpretadas. Existe muita discussão entre os estudiosos a respeito do significado dessa narrativa. Na aula de hoje, estudaremos a respeito dessa parábola, ressaltando a importância do preparo, diante da iminente volta do Senhor Jesus Cristo. Essa parábola, conforme veremos no estudo, também tem relação com a religiosidade farisaica, que despreza o verdadeiro preparo para entrar no Reino de Deus.

1. DEZ VIRGENS, PRUDENTES E LOUCAS
Jesus contou a Parábola das Dez Virgens com o objetivo de ressaltar o preparo diante do Reino de Deus. Não podemos nos arriscar a buscar significados nos detalhes da parábola, arriscando-nos a fazer eisegese ao invés de exegese. É valido destacar, no contexto geral desse texto, que o Mestre tratava de um tema escatológico, o Reino do Céus. Essa mensagem tem relação com o Sermão Escatológico, proferido pelo Senhor no capítulo 24 de Mateus. Ele ressalta que dez virgens aguardavam o noivo, no cerimonial judaico do casamento, e que cinco estavam com azeite suficiente nas lamparinas, enquanto que cinco não se prepararam. O despreparo para o reino, no contexto geral dos ensinamentos de Jesus, sobretudo em suas parábolas, tem a ver com uma religiosidade aparente, que não se fundamenta na autenticidade da vida dedicada a Deus. O azeite das lamparinas, no contexto dessa parábola, diz respeito ao suprimento necessário, que nos conduz ao reino de Deus. Há possiblidade de relacioná-lo ao Espírito Santo, mas também a Palavra de Deus e a fé em Deus. O Noivo, conforme fica evidenciado na própria parábola, é o Senhor Jesus Cristo. Essa narrativa é uma demonstração do “já” e do “ainda não” na teologia do Reino, pois Jesus já veio e ainda virá, tendo sido já rejeitado em sua primeira vinda, como será também quando retornar. Há muitos que não levam a sério a mensagem do Senhor, desprezam seus ensinamentos, por isso serão pegos de surpresa.

2. O ARREBATAMENTO DA IGREJA
A igreja aguarda ser arrebatada para se encontra com o Senhor Jesus nos ares (I Ts. 4.13-18). Esse é um evento iminente, ou seja, que acontecerá a qualquer momento, sem sinais prévios. A esse respeito, é válido ressaltar que a doutrina do arrebatamento foi revelada com maior propriedade a Paulo (I Co. 15.51). Por esse motivo, encontramos várias passagens em suas epístolas que se referem a esse acontecimento. Para interpretar apropriadamente os textos que fazem referência ao arrebatamento é necessário distingui-lo da Segunda Vinda em glória, quando o Senhor virá para estabelecer seu reino milenial (Ap. 19). Nada impede que Jesus venha arrebatar Sua igreja a qualquer momento, nem mesmo que o evangelho seja pregado em todos os lugares, pois esse é o ensinamento paulino sobre o arrebatamento. Os crentes devem viver nessa expectativa, sabendo que a trombeta soará, e os mortos em Cristo ressuscitarem, e aqueles que estiverem vivos, serão transladados (I Ts. 4.13-18). Esse ensinamento era pregado com frequência nos anos que antecederam 2000, mas infelizmente algumas igrejas deixaram de acreditar no arrebatamento da igreja. Além disso, o materialismo, disseminado nas igrejas pela teologia da ganância, está fazendo com que os crentes percam o foco. A ênfase no temporal, em detrimento do eterno, está retirando dos púlpitos um assunto que é recorrente na teologia do Novo Testamento. Uma igreja compromissada com o Reino de Deus deve pregar e viver na expectativa escatológica, na convicção da vinda de Jesus para arrebatar Sua igreja, como Ele mesmo prometeu (Jo. 14.1).

3. AMANDO A VINDA DO SENHOR
Enquanto Jesus não vem para buscar Sua igreja, essa deve viver em santificação, produzindo o fruto do Espírito (Gl. 5.22). Paulo, em sua Epístola aos Tessalonicenses, admoesta os crentes para que esses sejam integralmente santos (corpo, alma e espírito), enquanto aguardam a Vinda do Senhor (I Ts. 5.23).  Mas por viverem em pecado, muitos crentes não conseguem amar a vinda de Jesus (II Tm. 4.8), e não têm a bendita esperança (Tt. 2.13). O arrebatamento para os crentes é tanto uma parousia (vinda) quanto uma epifaneia (manifestação). Essa revelação não deve ser motivo de medo, muito menos de pavor, mas de amor e esperança. Na medida em que o cristão trabalha em prol da expansão do Reino, sabe que a trombeta soará e que será levado para estar com Cristo. Esse viver na dimensão eterna traz gozo para o crente, pois esse sabe que a morte não é o fim, e mais que isso, que será transformado, recebendo um corpo glorioso (I Co. 15.54). O mundo vive sem essa esperança, e o resultado tem sido angústia e desespero, mas a igreja, que foi comprada pelo sangue de Cristo, aguarda a volta do seu Noivo (Ef. 5.26). A tribulação virá, dias trabalhosos sobrevirão sobre a terra, mas a igreja será preservada da ira vindoura (I Ts. 1.9,10). Uma igreja comprometida com a Palavra proclama que esse dia chegara, e que as pessoas precisam se arrepender dos seus pecados, e se voltar para Deus, para não ficarem na terra, sob o governo do Anticristo, e as calamidades do Apocalipse. Fazendo assim a igreja evitará o escapismo, tendência bastante comum em alguns círculos cristãos. Há evangélicos que celebram a volta de Cristo, mas fogem da realidade na qual estão inseridos. A vinda de Cristo para arrebatar a igreja deve ser um tema recorrente, mas não pode livrar o cristão da responsabilidade de difundir e viver a partir dos valores do Reino, enquanto permanecer na terra.

CONCLUSÃO
A igreja aguarda com expectativa, sobretudo com amor, a vinda de Cristo para arrebatar Sua igreja. Na verdade, essa é a bendita esperança, a respeito da qual escreveu Paulo em suas epístolas. Enquanto Jesus não vem, devemos viver em santificação, buscando nos assemelhar ao caráter de Cristo, algo que acontecerá plenamente por ocasião da glorificação (I Jo. 3.2). Enquanto esse dia não chega, devemos continuar fazendo a obra de Deus, e trabalhando em prol da expansão do Seu reino de Deus.

BIBLIOGRAFIA
KENDALL, R. T. The parables of Jesus. Grand Rapids: Chosen Books, 2004
INRIG, G. The parables of Jesus. Grand Rapids: Discovery House, 2005.

PRECISAMOS DE VIGILÂNCIA ESPIRITUAL


Texto Áureo: Mt. 26.41 – Leitura Bíblica: Mc. 24.45-51

INTRODUÇÃO
Algumas parábolas de Jesus enfocam o tema da vigilância espiritual, e apontam para uma dimensão escatológica. Na aula de hoje estudaremos a respeito da Parábola dos Dois Servos. Inicialmente o Mestre trata sobre os falsos profetas, o esfriamento do amor, e segue sobre a Grande Tribulação, no contexto da profecia (Mt. 24). Ao estudar essa parábola, nos voltaremos para a importância de permanecer no centro da vontade de Deus, sobretudo nos dias maus.

1. UMA PARÁBOLA, DOIS SERVOS
Essa é mais uma parábola de contraste, por meio da qual Jesus destaca diferenças, principalmente em relação à falsa religiosidade, e aqueles que servem a Deus. Dois servos são postos em evidência, o primeiro é fiel e prudente, com zelo cuida dos afazeres da casa, tem convicção de que não passa de um despenseiro. Mas há outro servo, esse é infiel e imprudente, que tem ânsia pelo poder, e se compraz em fazer o mal. Ao receber a posição de liderança, este a utiliza de maneira abusiva, a fim de prevalecer sobre os demais servos (Mt. 24.48.49). Através dessa atitude esse servo mal revela seu verdadeiro caráter, e sua ânsia de prevalecer sobre os demais, usurpando a autoridade exclusiva do Seu Senhor. A conclusão de Jesus é a de que o primeiro servo foi promovido (v. 47), enquanto que o segundo foi lançado para fora da casa, tendo a mesma sorte dos infiéis (v. 51). As parábolas de Jesus precisam ser compreendidas no contexto da religiosidade farisaica, e da pretensão dos legalistas do seu tempo. Os servos maus eram os fariseus e doutores da lei, que ao invés de mostrar o caminho do reino, dificultavam o acesso a esse, colocando sobre as pessoas cargas pesadas que eles mesmos não eram capazes de carregar (Mt. 23). A expressão hipócrita, no contexto dessa passagem, aponta na direção dessa religiosidade sem vida, cujo fim último é apenas o de satisfação pessoal (Cl. 2.21).

2. VIGILANTES, NA ESPERA DO REINO
Os servos de Deus devem permanecer vigilantes em relação à vinda do Reino de Deus, e esse já está no meio de nós, ainda que não seja pleno. Não podemos perder a dimensão escatológica de vista, o interesse nas coisas deste mundo está cegando espiritualmente muitos cristãos. A próprio religião pode nos distanciar do Reino de Deus, há líderes religiosos que se embriagaram com seus cargos, servem apenas suas posições eclesiásticas, estão distantes da vontade de Deus. Alguns deles utilizam seus cargos a fim de abusar espiritualmente das pessoas, impondo sobre elas padrões e regras que eles mesmo não seguem. Paulo também teve que lidar com esse tipo de religiosidade quando escreveu sua Epístola ao Gálatas. Alguns crentes daquela cidade, incitados pelos falsos mestres judaizantes, abandonaram o verdadeiro evangelho, substituindo por um outro, totalmente diferente daquele ensinado por Jesus (Gl. 1.8-9). O abuso do poder religioso tem causado sérios danos, inclusive no contexto das igrejas evangélicas. Em nome de Deus, muitas pessoas estão sendo feridas, ovelhas que gemem, maltratadas pelos seus “pastores”. Quando a religião enfoca apenas a dimensão material, perde a visão do Reino de Deus, torna-se apenas uma engrenagem, põe em evidências as coisas e esquece das pessoas. Os cristãos precisam reconhecer que não passam de servos, a liderança evangélica também deve saber que não é dona do rebanho (At. 20.28; I Co. 4.1,2;  I Pe. 5.2).

3. PREPARADO PARA SUA VINDA
Jesus voltará em breve, essa é uma verdade bíblica, que muitas igrejas não consideram mais. Certo pastor destacou que antigamente a expressão JESUS VEM BREVE era bastante comum nos púlpitos das igrejas evangélicas. Mas aos poucos resolveram colocar apenas JESUS VEM, e nesses últimos dias, escrevem apenas JESUS. Infelizmente, em algumas igrejas evangélicas, nem mesmo o nome de JESUS está presente. Evidentemente, não podemos avaliar o compromisso de uma igreja com Jesus pela presença ou ausência de uma expressão. Mas essa metáfora nos ajuda a refletir sobre a expectativa escatológica da igreja. Precisamos manter a vigilância espiritual, compreender que Jesus virá, por isso devemos viver debaixo dessa verdade. Não sabemos QUANDO Ele virá, mas sabemos COMO devemos viver. Como o servo prudente da parábola, quando Cristo voltar devemos ser achados “servindo assim” (v.46). Aqueles que não estão preparados, que não consideram a realidade do Reino, serão surpreendidos, de modo que o “Dia do Senhor virá como ladrão de noite” (I Ts. 5.2). Sejamos, portanto, cautelosos, cientes da nossa missão, enquanto despenseiros (I Pe. 4.10). A santificação deve ser o alvo na vida de todo cristão, considerando que ninguém verá o Senhor, a menos que esteja consagrado a Deus (Hb. 12.14). E que sejamos bons mordomos, administradores fieis do que não é nosso (I Pe. 5.2), principalmente nesses tempos trabalhosos (II Tm. 3.1-5).

CONCLUSÃO
A mensagem de Jesus foi enfática: “eis que cedo venho, guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap. 3.11). Devemos, portanto, permanecer vigilantes, na expectativa do Vinda do Senhor. Caso contrário, como o servo mau da parábola, seremos envergonhados, por desconsiderar a expressas orientações do Senhor. Saibamos, a todo tempo, que não passamos de despenseiros, e que haveremos de prestar contas do que recebemos dAquele que nos comissionou para Sua obra.

BIBLIOGRAFIA
KENDALL, R. T. The parables of Jesus. Grand Rapids: Chosen Books, 2004
INRIG, G. The parables of Jesus. Grand Rapids: Discovery House, 2005.

O PERIGO DA INDIFERENÇA ESPIRITUAL

Texto Áureo: Jo. 15.14 – Leitura Bíblica: Mt. 21.28.32

INTRODUÇÃO
Tempos difíceis, esses nos quais vivemos, antecipados por Paulo, em sua Epístola a Timóteo (II Tm. 3.1-5). As pessoas estão se tornando cada vez mais indiferentes a fé cristã, o número de desigrejados cresce assustadoramente. Diante desse contexto, faz-se necessário considerar o perigo da indiferença espiritual, tendo em vista que nos arraiais evangélicos, como entre os religiosos dos tempos de Jesus, essa era uma prática bastante comum.

1. UMA PARÁBOLA, DOIS FILHOS
Em resposta à indagação dos religiosos do seu tempo, Jesus conta uma parábola a respeito de dois filhos. A pergunta que lhe foi feita foi a respeito da autoridade, e mais especificamente, em relação à mensagem de João Batista, e autoridade do próprio Cristo (Mt. 21.28). Nessa parábola, Jesus conta que um homem tinha dois filhos, e que esse se dirigiu ao primeiro, a fim de que fosse trabalhar na vinha, esse respondeu negativamente, dizendo “não quero”. Depois, se arrependendo, resolveu ir, e fazer o trabalho que havia se negado. O segundo filho, no entanto, disse que iria: “eu vou senhor, e não foi”. Como costumava fazer, Jesus responde à pergunta com outra pergunta: “Qual dos dois fez a vontade do pai?” (v. 31). Os próprios religiosos reconheceram que fora o primeiro. Ao que Jesus concluiu: “os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no Reino de Deus” (v. 31). A mensagem de Jesus nessa parábola, como em outras que proferiu, é uma crítica à hipocrisia religiosa. As pessoas religiosas tendem a se acharem muito boas aos olhos de Deus. E mais que isso, elas se colocam acima dos demais pecadores, ou para ser mais assertivo, elas não se consideram pecadoras. A palavra do Senhor é enfática ao declarar que aqueles que reconhecem seus pecados, e se arrependem diante de Deus, entrarão no Seu Reino. Os religiosos, por sua vez, ficarão de fora, pois são incapazes de perceber sua miserabilidade espiritual.

2. ENTRE O DIZER E O FAZER
Há um pensamento clássico na filosofia analítica, difundido também no contexto da Linguística, ao afirmar que: “dizer é fazer”. Isso mostra que quando fazemos uma afirmação, nos comprometemos com essa, ainda que não venhamos a por em prática. No caso desses dois filhos, o primeiro diz que não iria, sua afirmação, no entanto, foi negada pela sua prática, pois acabou se arrependendo, e fazendo a vontade do seu pai. O último, ainda que tenha dito que iria para a vinha, ficou apenas na promessa, não cumprindo o que dissera. É fundamental, como bem ressaltou Paulo Freire, “diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática”. Essa abordagem, na verdade, expressa o que já se encontra na Bíblia, na Epístola de Tiago, ao destacar a necessidade de praticar aquilo que ensinamos (Tg. 2.10), caso contrário, nossas vidas serão marcadas pela dubiedade. Existem muitos cristãos que são irreconhecíveis no trato cotidiano, agindo totalmente diferente de quando estão no convívio da igreja. O próprio Jesus ensinou aos seus discípulos que o falar desses deveria ser “sim, sim; não, não” (Mt. 5.37). A sinceridade deve ser uma característica de todo cristão, não podemos viver de maneira diferente daquilo que nosso Mestre nos ensinou, e em conformidade com Sua palavra (Jo. 8.47).

3. UM CHAMADO À COERÊNCIA ESPIRITUAL
A condição humana, por causa da queda, tem dificuldade para ser coerente. Há pessoas que não conseguem se firmar, principalmente por causa das pressões sociais. Existem muitas ideologias na sociedade, cada uma delas nos impulsiona para um lado. Não é difícil cair em algum extremo, a fim de agradar a algum posicionamento humano. Mas devemos saber que somos chamados para viver a partir da Palavra de Deus. Ela é nosso prumo, e o norte das nossas decisões, a bússola que nos conduz à eternidade. Diante das pressões deste tempo, e das adversidades com as quais precisamos lidar, devemos manter nossos olhos fitos no Autor e Consumador da nossa fé (Hb. 12.2). Para não se deixar levar por nossa mera religiosidade, devemos levar cativo nosso entendimento a Cristo (II Co. 10.4). Se assim fizermos, não cairemos no pecado da autojustiça, estamos cientes de que fomos agraciados, e de que nada fizemos para ser salvos (Ef. 2.8,9). Muitos evangélicos, por causa da sua religiosidade, pensam que são especiais pelo que fazem, não pelo que Cristo fez por elas. Não temos do que nos gloriar, a não ser no Senhor Jesus Cristo, que nos redimiu por meio do Seu sangue (II Co. 10.17). Os crentes não são melhores que os demais pecadores, o próprio Paulo se colocou como um dos principais (I Tm. 1.15). A condenação está bem próxima da porta do céu, isso descreveu John Bunyan, em seu O Peregrino. Tenhamos cuidado, para não fazer como o filho mais novo da parábola.

CONCLUSÃO
Há cristãos que pensam fazer a vontade Deus, até O chamam de Senhor, mas o coração está longe dEle (Mt. 7.21). Essa parábola contada por Jesus é um alerta, principalmente para aqueles que estão na religião, mas que não levam sua fé a sério. A indiferença espiritual está matando muitos cristãos, e o mais perigoso, alguns que estão no púlpito das igrejas. É necessário se congregar na igreja, viver em comunhão com os irmãos, adorar a Deus em espírito e em verdade. Mas é preciso também ter cuidado para não transformar a prática igrejeira em algo meramente formal, destituído de sinceridade espiritual.

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. The parables of Jesus. LaSalle Boulevard: Moody Publishers, 1983.
KENDALL, R. T. The parables of Jesus. Grand Rapids: Chosen Books, 2004.