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O NOVO HOMEM EM JESUS CRISTO

Texto Base: João 3:1-16
29/03/2020
"Até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo" (Ef.4:13).
João 3:
1-E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.
2-Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.
3-Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.
4-Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?
5-Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espirito não pode entrar no Reino de Deus.
6-O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espirito é espirito.
7-Não te maravilhes de ter dito: Necessário vos é nascer de novo.
8-O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.
9-Nicodemos respondeu e disse-lhe: Como pode ser isso?
10-Jesus respondeu e disse-lhe: Tu és mestre de Israel e não sabes isso?
11-Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos, e não aceitais o nosso testemunho.
12-Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?
13-Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do Homem, que está no céu.
14-E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado,
15-para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
16-Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

INTRODUÇÃO

Nesta última Aula do 1º trimestre letivo de 2020 trataremos do “novo homem em Jesus Cristo”. Pela Bíblia, um “velho homem” só poderá se tornar um “novo homem” através do Novo Nascimento, que é o ato divino através do qual a criatura humana experimenta uma mudança radical no seu interior; é a mais importante e a mais urgente necessidade na vida de um ser humano; é a única maneira pela qual o “velho homem”, morto em ofensas e pecados (Ef.2:1) pode voltar a viver para Deus. Em Jesus Cristo, nossa velha natureza renasce para a vida eterna. Sem o Novo Nascimento, a vida é vã, a esperança é vã e a religião praticada é vã. Sem o Novo Nascimento, Deus estará contra a pessoa no dia do juízo. Sem o Novo Nascimento, o Céu estará de portas fechadas para a pessoa; foi Jesus quem disse: “…aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (João 3:3). O ser humano nascido de novo recebe de Deus a justificação, a santificação e, por fim, a glorificação, livre para sempre da presença do pecado. Você nasceu de novo? Tire sua conclusão após este estudo.

I. O NASCIMENTO DO NOVO HOMEM

Certa feita, um renovado mestre da Lei judaica, por nome Nicodemos, esteve com Jesus, no período da noite, para um diálogo; esse diálogo revelou a necessidade do Novo Nascimento para entrar no Reino dos Céus. A sua condição social e a sua formação intelectual farisaica lhe haviam aconselhado uma certa reserva em relação ao interlocutor, e por isso decidira ver Jesus de noite, longe dos olhares indiscretos, na penumbra iluminada por uma lamparina. Nicodemos se aproximou de Jesus à noite, mas a noite de Nicodemos era mais escura do que ele pensava.
Nicodemos ficou impressionado com os milagres que Jesus fizera na Judeia e em Jerusalém, e quando se dirigiu a Jesus disse que "ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele" (João 3:2). Embora Nicodemos tivesse reconhecido Jesus como um mestre vindo da parte de Deus, com capacidade de operar grandes sinais, sua fé era deficiente, pois se baseava apenas no testemunho dos milagres (João 3:2). Isso significa que Jesus não aceita uma fé superficial como suficiente para a salvação. Então, nesse momento, Jesus profere uma das verdades doutrinárias mais relevantes das Escrituras Neotestamentárias: o Novo Nascimento. Jesus destacou a necessidade da fé salvadora que produz a transformação da vida. Jesus disse que, se alguém não nascer de novo, não poderá ver o reino de Deus (João 3:3). Se alguém não nascer da água e do Espirito, não poderá entrar no reino de Deus (João 3:5).
A pessoa pode ser rica, culta, respeitável e religiosa como Nicodemos, mas se não nascer de novo, estará perdida. A pessoa pode ser zelosa, conservadora e observadora dos preceitos religiosos como Nicodemos, mas, se não nascer de novo, não haverá esperança para a alma dela. A pessoa pode praticar muitas boas obras, dar esmolas, ter uma vida bonita e até fazer orações que são ouvidas no Céu, como Cornélio fazia, mas, se não nascer de novo, não poderá entrar no reino de Deus. Jesus é enfático: “Necessário vos é nascer de novo” (João 3:7).
O que é nascer de novo?

1. Não é nascer do sangue nem da carne nem da vontade do homem (João 1:12,13)

João, inspirado pelo Espírito Santo, afirmou: “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. Portanto, nascer de novo não é nascer do “sangue” nem da “carne” nem da “vontade do homem”.
-“Não do sangue” – Isto significa que uma pessoa não se torna cristão por ter pais cristãos. A salvação não é passada de pais para filhos através da corrente sanguínea.
-Não “da vontade da carne” – Em outras palavras, a pessoa não tem o poder na sua carne de produzir o novo nascimento. Embora precise estar disposto a ser salvo, sua vontade não é o suficiente para salvá-lo. Jesus disse a Nicodemos: “O que é nascido da carne é carne…” (João 3:6). Carne, aqui, tem o sentido da natureza do ser humano separado de Deus.
-Não “da vontade do homem” – Nenhum outro homem pode salvar uma pessoa. Um pregador, por exemplo, pode estar muito ansioso para ver uma pessoa nascer de novo, mas ele não tem o poder de produzir essa maravilhosa experiência.
O Novo Nascimento, portanto, não é uma reforma do velho homem, não é apenas uma fina camada de verniz religioso; não é algo que o ser humano possa fazer. Há muitas pessoas decentes que nunca nasceram de novo. Há muitas pessoas honradas da sociedade, como Nicodemos, que nunca se entregaram aos vícios, mas nunca viram o reino de Deus e jamais nele entraram. Não dê descanso à sua alma até ter certeza de que você já nasceu de novo.

2. Não é conhecer profundamente as Escrituras Sagradas (João 3:10)

“Jesus respondeu e disse-lhe: Tu és mestre de Israel e não sabes isso?”. Nicodemos era mestre das Escrituras em Israel; era um rabi, um doutor em Bíblia; mas ele não estava salvo. Há muitas pessoas que conhecem a verdade, mas nunca foram transformadas por essa verdade. Há muitas pessoas que pregam, expulsam demônios e profetizam, mas nunca entrarão no Céu (cf.Mt.7:22,23). Talvez a pessoa seja intelectual, conheça muitas coisas e tenha muitos diplomas, mas todo esse conhecimento não pode salvar a sua alma. Nicodemos era mestre das Escrituras Sagradas do Antigo Testamento, mas estava perdido.

3. Não equivale a ser uma pessoa profundamente religiosa (João 3:1)

“E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus” (João 3:1). Nicodemos era membro do grupo mais radical e conservador da religião judaica, ele era um fariseu. Os fariseus se levantaram fortemente contra a helenização da religião judaica; eram separatistas que consideravam indignos do reino de Deus aqueles que deles discordavam. Nicodemos era um fariseu zeloso da sua religião: ele jejuava duas vezes por semana; frequentava a sinagoga regularmente; dava o dízimo de tudo quanto ganhava; mantinha uma vida moralmente irrepreensível, mas não estava salvo. Ele precisava ser regenerado. Portanto, ser religioso não basta, é necessário nascer de novo (João 3:7).

4. É Regeneração

-Regeneração é a transformação do pecador numa nova criatura pelo poder de Deus, como resultado do sacrifício de Jesus na cruz do Calvário. Trata-se de uma operação do Espírito Santo na salvação do pecador. Neste ato sobrenatural o ser humano é gerado por Deus para ser filho (João 1:12) e participante da natureza divina (2Pd.1:4). O homem regenerado recebe de Deus coração e espírito novos (2Co.5:17), podendo assim ter comunhão com Deus e a garantia de viver com Ele na eternidade.
-Regeneração significa:
·         Vida renovada (1João 3:13,14) – “Meus irmãos, não vos maravilheis, se o mundo vos odeia. Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte”.
·         Mente renovada (Rm.12:2) – “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”.
·         Transformação: o velho homem numa nova criatura (2Co.5:17) – “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.
·         Despir-se do velho homem (1Co.6:20) – “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus”.
É somente o Espírito Santo quem pode operar no homem o milagre da Regeneração. Foi o que afirmou Paulo: “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo” (Tito 3:5).

5. É ser nascido de Deus (João 1:13, final)

O Novo Nascimento é descrito como o ato de nascer de Deus (João 1:13, final) - “[...], mas de Deus”. Portanto, nascemos não do sangue, não da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. Nascemos de cima, do alto, de Deus, do Espírito Santo.
Só o Espírito de Deus pode dar vida ao que está morto. Só o Espírito de Deus pode soprar num “vale de ossos secos”. Só o Espirito de Deus pode abrir nosso coração, convencer-nos do pecado, regenerar-nos, batizar-nos no corpo de Cristo e selar-nos para o Dia da redenção.
Os seres humanos não são filhos de Deus pela natureza humana; somente ao receberem Cristo, é que eles obtêm o direito de se tornarem filhos de Deus. Fica patente que o nascimento na família de Deus é bem diferente do nascimento físico. Esse direito do nascimento divino não tem nada que ver com laços raciais, nacionais ou familiares. O nascimento espiritual, a entrada na família cujo Pai é Deus, depende de fatores bem diferentes – a aceitação, pela fé, do plano de Salvação que o Pai Celeste elaborou bem antes da fundação do mundo (Ap.13:8), implica a recepção pela fé daquele a quem Deus enviou. Portanto, novo nascimento é nascer de Deus, e nascer de Deus é tornar-se filho de Deus pela fé (João 1:12) – “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus”: aos que creem no seu nome”.

6. É ser nascido da Água (João 3:5)

“Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água...não pode entrar no Reino de Deus”. Aqui, Jesus usa uma figura conhecida por Nicodemos - a “água”. Nicodemos estava bem familiarizado com o batismo de João e os ritos similares com a água. Jesus tinha falado a respeito das talhas de água para a purificação e do batismo de arrependimento pregado por João. Nascer da agua, portanto, é arrepender-se do pecado e ser purificado. Ninguém pode ser salvo a menos que seja interiormente purificado, assim como a água nos lava externamente.

7. É ser nascido do Espírito Santo (João 3:5)

“Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer [...] do Espírito não pode entrar no Reino de Deus”. Para alguém capacitar-se a entrar no reino de Deus é preciso, necessariamente, haver arrependimento, confissão, perdão e purificação do pecado. Deve, porém, haver mais que isso: é preciso que o poder renovador e transformador do Espirito de Deus intervenha. Sem a purificação da alma, operada pelo Espírito Santo (Tt.3:5), mediante a Palavra de Deus (Ef.5:26), ninguém pode entrar no reino de Deus. Nascer do Espírito, portanto, é nascer de cima, do alto, de Deus; é ser transformado pelo Espírito Santo (Ez.36:25-27; Is.44:3); é ser nova criatura (2Co.5:17).
Portanto, nascer de novo não é algo superficial; não é uma mera reforma moral; é uma mudança completa do coração, do caráter e da vontade; é uma ressurreição, uma nova criação; é passar da morte para a vida; é uma mudança tão radical que você passa a ter uma nova natureza, novos hábitos, novos gostos, novos desejos, novos apetites, novos julgamentos, novas opiniões, nova esperança, novos temores. Só o Espírito Santo pode operar tudo isto na vida de uma pessoa que nasceu de novo.

II. A JUSTIFICAÇÃO DO NOVO HOMEM

A Justificação é o ato pelo qual a culpa do homem é transferida para Jesus, que já a pagou através de Seu sacrifício expiatório da cruz, e pode cobrir o homem com sua justiça. É por isto que Paulo diz: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é....” (2Co.5:17). Portanto, quando a pessoa, pela fé, recebe Jesus como seu único e suficiente Senhor e Salvador, Deus lhe concede não somente o mero perdão de todos os pecados dantes cometidos, mas concede-lhe o status de justificado – declarado justo -, pois a justiça de Cristo muda por completo a "situação jurídica" do réu (1Co.6:11) - “..., mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus”.

1. A inutilidade da justiça humana

Ninguém é justificado pelos seus próprios méritos. O apóstolo Paulo é contundente quanto a este aspecto: “Sendo, pois, justificados pela fé...” (Rm.5:1). Portanto, a fé é o único meio de obtermos a salvação e de nos justificarmos perante o Justo Juiz (Ef.2:8) – “Porque pela graça dois salvos, por meio da fé...”.
Mas, é preciso entender que a base da Justificação não é a fé, e sim, o sangue do Cordeiro de Deus. A fé é o meio, e não o fim. A fé, em si mesma, não salva, quem salva é Jesus. A fé é o meio, é o mover do homem, é como uma mão que se estende para tomar posse da bênção. Se essa mão não se estender, a bênção não é entregue, automaticamente.
Paulo, em Romanos 4:1-8, cita Abraão como exemplo de que a justificação pela fé é o único meio pelo qual Deus garante a salvação, tanto no Antigo como no Novo Testamento, tanto para os judeus como para os gentios. É, portanto, um erro acatar a tese de que no Antigo Testamento as pessoas eram salvas pelas obras, e no Novo Testamento, pela fé, ou que hoje a missão cristã deve limitar-se aos gentios, com base no pressuposto de que os judeus têm a sua forma distinta de salvação.
Afirma o Rev. Hernandes Dias Lopes: “a Justificação não é uma conquista humana, mas uma dádiva divina; não resulta do mérito, é obra da graça. A justificação não é o que recebemos por mérito próprio, mas o que recebemos pelos méritos de Cristo. A salvação não é um troféu que ostentamos como prêmio do nosso mérito, mas um dom que recebemos apesar do nosso demérito. A justificação pelas obras coloca a glória da salvação no homem e não em Deus. A pretensa e tola ideia da justificação pelas obras exalta o homem e dá a ele o direito de se gloriar por causa da sua própria salvação. Essa vã pretensão faz do homem o autor de sua própria salvação. Se Abraão tivesse sido justificado pela obediência às obras da lei, teria tido motivo de gloriar-se, mas não diante de Deus. Nenhum pecador pode ostentar seus troféus diante do trono de Deus. Nenhum pecador pode achegar-se à presença de Deus com arrogância. Aqueles que aplaudem a si mesmos e se ostentam de seus pretensos méritos jamais serão justificados. A vanglória diante de Deus é a mais consumada loucura, a mais repudiada tolice. Aliás, conforme afirma o profeta Isaias, todas as nossas justiças são como trapo da imundícia (Is.64:6)”.
Alguém poderá indagar: “por que Tiago afirma que somos justificados pelas obras?” (cf. Tg.2:24). Quando Tiago ensina que uma pessoa é justificada por obras, não está dizendo que ela é salva por suas boas obras, nem pela fé acrescida de boas obras. Antes, somos salvos pelo tipo de fé que redunda em boas obras. Em outas palavras, as boas obras não nos tornam merecedores da justificação, mas evidenciam que somos justificados.

2. A maravilhosa doutrina da Justificação

“Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm.5:1).
A Doutrina da Justificação é um dos principais pilares do cristianismo. Sem a Justificação a Igreja cai. Na Epístola aos Romanos, capítulo 3, Paulo defende a tese da necessidade absoluta da justificação pela fé, uma vez que se julgado pelas obras o homem está irremediavelmente perdido, pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.
Em Romanos, capítulos 3 e 4, Paulo argumenta que a justificação: não é pelas obras, mas pela graça; não por merecimento nosso, mas pelos méritos de Cristo; não é por aquilo que fazemos para Deus, mas por aquilo que Deus fez por nós. A justificação, portanto, é um ato exclusivo de Deus (Rm.3:21-31).
No capítulo 5, o apóstolo Paulo trata acerca dos benefícios que a justificação traz à vida do cristão, quanto ao passado, presente e futuro. Todos os que estão justificados em Cristo: estão livres da ira vindoura (capítulo 5); estão livres do pecado (capítulo 6); estão livres da morte eterna (capítulo 8).
Para Paulo, a justificação não significa somente perdão e absolvição da culpa do pecado, também traz dentro de si a esperança da glória de Deus (Rm.5:2) e a promessa da salvação final (Rm.5:9,10), a glória futura, a vida eterna com Deus, a nossa glorificação, a plenitude da nossa salvação. Portanto, a justificação é o grande tema, o núcleo, a essência do cristianismo.
É importante entender que a justificação é um ajuste de contas que ocorre na mente de Deus. Não se trata de algo que o cristão sente; ele sabe que é justificado porque a Bíblia assim o diz. Segundo C.I. Scofield, “a Justificação é o ato de Deus por meio do qual Ele declara justo todo aquele que crê em Jesus. É algo que ocorre na mente de Deus, e não no sistema nervoso ou nas emoções do cristão”.
Quando Deus justifica o pecador que crê em Cristo, não apenas o absorve da culpa como também o reveste com a justiça divina e, desse modo, torna-o perfeitamente adequado para o Céu.
William Macdonald escreveu que “a justificação vai além da absolvição e consiste em aprovação; vai além do perdão e consiste em promoção. Na absolvição, a pessoa é apenas liberada de uma acusação. Na justificação, uma justiça positiva lhe é imputada. Deus declara justos os pecadores iníquos porque, por meio de sua morte e ressurreição, o Senhor Jesus Cristo pagou toda a dívida decorrente desses pecados. Os pecadores são justificados quando aceitam Cristo pela fé”.

3. O novo homem é declarado justo

Justificar não significa tornar alguém justo – “como está escrito: Não há um justo, nem um sequer” (Rm.3:10). Deus não torna a pessoa cristã impecável ou justa em si mesma. Antes, Deus lhe confere justiça. Ao justificar os pecadores, Deus deixa de imputar-lhes os pecados que eles têm e imputar-lhes justiça que eles não têm. Paulo diz em Romanos 3:21: “Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos profetas”.
Observe a conjunção adversativa neste texto: “mas”. Paulo, depois de provar a tese de que todos os seres humanos, de todas as raças, de todas as culturas, de todos os credos e de todos os estratos sociais - tanto gentios como judeus - são culpados diante de Deus; depois de colocar todos os homens sob a maldição e a condenação da lei, ele abre os portais da graça e aponta o caminho da salvação em Cristo, revelando que a salvação é uma obra exclusiva de Deus por meio de Cristo.
O termo “justiça”, no referido texto, traduz a palavra grega dikaiosyne, muito comum no contexto de um tribunal; a imagem é de alguém que é inocentado por um juiz, mesmo sendo culpado pelos seus atos.
Podemos concluir, então, que, mesmo culpados, Deus quis nos perdoar e nos justificar; mas, isto só foi possível mediante o sacrifício de Cristo na cruz do calvário. A Bíblia declara que não poderíamos ser redimidos sem o sacrifício de Cristo (Hb.9:22; Lv.17:11).
Na Cruz do Calvário, quando Ele declarou “está consumado”(João 19:30), o preço da redenção foi pago, a Justiça de Deus foi satisfeita. A punição exigida pela Justiça de Deus foi concretizada sobre Jesus; agora, mediante a redenção que há nEle, o ser humano é justificado – “sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rm.3:24).
Justificados, passamos a ser vistos por Deus como se jamais tivéssemos cometidos qualquer injustiça; de agora em diante, somos declarados justos diante de Deus. Afirma o apóstolo Paulo: “Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Rm.8:1).
- Ao ser declarado justo por Deus, o ser humano passa a ter paz com Deus (Rm.5:1) – “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo”.
Ao ser declarado justo por Deus, por causa do sacrifício de Cristo Jesus na cruz do Calvário, o homem passa a ter comunhão com o Senhor, passa a ser amigo de Deus, ou seja, não há mais separação entre Deus e o homem, vez que os pecados foram removidos. Em virtude disto, como o Senhor havia prometido no Éden, cria-se uma inimizade entre o homem e o pecado, e inimizade com o pecado representa amizade com Deus (Tg.4:4). Estabelece-se, portanto, a paz entre Deus e o homem (Ef.2:15).
- Ao ser declarado justo por Deus, o ser humano passa ter esperança da glória de Deus (Rm.5:2) – “...nos gloriamos na esperança da glória de Deus”.
A pessoa passa a ter uma nova perspectiva de vida, a sua razão de viver passa a ser a esperança da glória de Deus. O homem justificado sabe que seu destino é estar para sempre com o Senhor e passa a almejar este dia, quando o Senhor arrebatará a Igreja; é este o seu principal anelo. Não que se esqueça da vida terrena, como, habilmente, o adversário tenta incutir na mente dos incrédulos, mas sabe que esta vida terrena é passageira e que o objetivo do homem e da mulher está além das coisas desta vida. Disse o apóstolo Paulo: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1Co.15:19).
- Ao ser declarado justo por Deus, o ser humano é salvo da ira divina (Rm.5:9) – “Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira”.
Porque fomos justificados em virtude da morte de Cristo, o Senhor faz com que escapemos da ira que há de vir sobre o mundo. A ira de Deus não mais se volta contra nós, que passamos a estar sob a graça de Deus. Assim como o povo de Israel, conquanto no deserto, não sofria o calor escaldante durante o dia, porque era protegido pela nuvem, nem o frio intenso da noite, porque era protegido pela coluna de fogo, assim também nós, ainda que vivamos no mundo, estamos desfrutando da graça divina, do favor imerecido do Pai e não mais da ira de Deus. Como disse Davi no salmo 32, a mão pesada do Senhor se tornou misericórdia e orientação para o justificado.
- Ao ser declarado justo por Deus, o ser humano é reconciliado com Deus (Rm.5:11) – “E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação”.
A nossa reconciliação com Deus custou-lhe um preço infinito: a morte do seu próprio Filho. A cruz de Cristo foi o preço que Deus pagou para nos reconciliar consigo. A cruz de Cristo é a ponte entre a terra e o Céu. Nenhuma pessoa pode chegar até Deus a não ser por meio dessa ponte. Deus nos amou e nos deu seu Filho(João 3:16). Deus nos amou e Cristo morreu por nós. Na verdade, não foi a cruz de Cristo que gerou o amor de Deus; foi o amor de Deus que gerou a cruz(Rm.5:8;8:32). A cruz é o maior arauto do amor de Deus por nós. A cruz é a prova cabal de que Deus está de braços abertos para nos receber de volta ao lar.

III. A SANTIFICAÇÃO DO NOVO HOMEM

A palavra “Santificação” é empregada no processo pelo qual, depois da justificação, o cristão desenvolve um caráter que o qualifica ao Céu. Ela começa por ocasião da conversão, e continua através de toda a vida do crente, até chegarmos à glorificação, última fase do processo da salvação, aonde alcançaremos a estatura de varão perfeito.
Ao contrário da regeneração, que é um ato instantâneo, a Santificação é um processo de desenvolvimento espiritual, auxiliado pelo Espírito Santo, para que o homem possa prestar verdadeiro culto (serviço) ao Pai (ler Rm.12:1). Segundo a Bíblia, o propósito da santificação é que o velho homem deixe de viver e Cristo viva nele.

1. A santificação como posicionamento

Ao ser regenerado, o ser humano é declarado justo pelo Justo Juiz, e não somente isto, mas também é visto por Deus e pela Igreja como um santo, posicionalmente falando. Vejamos o que o apostolo Paulo, em sua saudação inicial, diz com relação aos cristos da Igreja de Corinto: ”à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos…” (1Co.1:2). Aqui, Paulo descreve o que essa igreja era em Cristo, a santificação posicional. Todo crente é santificado em Cristo; nesse caso, “santificados” significa separados do mundo para Deus e descreve a “posição” de todos os que pertencem a Cristo
Toda pessoa que crê em Jesus, e o aceita como Senhor e Salvador, é santa. Santificação em Cristo é posicional; é um ato e não um processo. Já separado do mundo, torna-se propriedade exclusiva do Senhor (Êx.19:5; 1Pd.2:9). Portanto, ser santo é estar em Cristo; esta é a santificação posicional.
Posicionalmente, os crentes em Cristo são santos, embora estejam ainda em processo de santificação, isto é, quanto à sua condição prática, eles devem separar-se dia após dia levando uma vida de santidade; é o que Paulo afirma com relação aos crentes de Corinto e que se aplica a todos nós hoje (1Co.1:2) – “[...] aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos…”.
Parece contraditório, pois se já é santo, então por que ser chamado para se santo? É que a primeira santificação é posicional e a segunda é processual. Quem está em Cristo é chamado para andar com Cristo. Quem está em Cristo precisa ser transformado contínua e progressivamente à imagem de Cristo; essa é a santificação processual. Essa santificação é progressiva e só terminará com a glorificação.

2. A santificação como processo

A Santificação é processo contínuo e progressivo, ou seja, o salvo vai se santificando a cada dia, a cada instante, e a cada momento de sua vida vai se distanciando do pecado e se aproximando do Senhor; é o que as Escrituras denominam de “aperfeiçoamento dos santos” (Ef.4:12). A cada instante devemos buscar mais da glória do Senhor, brilhar mais e mais, pois ainda não é dia perfeito. Por isso, não podemos jamais pensar em parar a nossa jornada, nem “estacionar” do ponto-de-vista espiritual, pois a nossa vida é uma carreira, que só terminará na volta do Senhor.
Parar, estacionar, nada mais é que regredir, é recuar, é retirar-se para a perdição, e a Bíblia é clara ao dizer que quem assim procede desagrada a Deus (Hb.10:38,39) – “Ora, amados, pois, que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a imundície da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus”(2Co.7:1).
Esta realidade da santificação é um dos pontos que nos permitem entender que a salvação não é algo que já esteja conquistado de antemão pelo ser humano, como defendem os adeptos da “doutrina da predestinação”, pois seria totalmente inexplicável tal recomendação divina, tantas vezes repetida no texto bíblico, se fosse impossível alguém perder a salvação uma vez obtida. A Santificação depende da atitude, da decisão de cada ser humano. Por isso, alguns, não vigiando, desviam-se da fé (Sl.119:118; Jr.5:5; Ez.18:26; 33:18; Lc.8:13; 1Tm.6:10; Tt.1:14; 2Tm.2:3,4,10).
No processo da salvação, a Santificação ocorre após a Justificação. A Justificação acontece fora de nós, é um ato de Deus, que ocorre em Sua mente; a Santificação ocorre dentro de nós, é um processo de cooperação entre o crente e o Espírito Santo que se inicia no momento da Justificação do salvo, isto é, Deus vê o crente como santo, ainda que a santidade dele precise ser aperfeiçoada (Ef.4:12). Por este processo, o crente se afasta (separa) do pecado para viver uma vida inteiramente consagrada a Deus, desenvolvendo nele a imagem de Cristo (Rm.8:29).

3. A santificação é a vontade de Deus no novo homem

A Bíblia Sagrada deixa claro que ser santo é uma exigência de Deus para aqueles que querem servi-lo. No Pátio do Tabernáculo, no deserto, Deus exigiu que se colocasse uma Pia de bronze. Os sacerdotes para aproximar-se de Deus e preparar-se para ministrar as coisas sagradas era necessário se purificar nessa Pia de bronze. Ali, os sacerdotes se lavavam antes de oficiar as coisas sagradas. Apresentar-se diante de Deus sem atentar para a exigência da purificação podia custar aos sacerdotes a vida – “para que não morram” (Êx.30:20). Isto demonstra que é necessário purificar-se para servir a Deus, pois “sem santificação, ninguém verá o Senhor” (Hb.12:14).
Na Nova Aliança é inaceitável que um obreiro na Casa do Senhor queira ministrar sem santificação. Quão triste é quando um ministro de valor, que é usado por Deus, por causa de grandes expectativas e pressões esquece a exigência de Deus de que ele "mantenha suas mãos e pés limpos". As consequências são: uma vida e um ministério arruinados, o nome do Senhor levado a desrespeito, e aquele mensageiro outrora flamejante é agora abatido e esmagado.
O cristão precisa ser limpo “com a lavagem da água, pela Palavra” (Ef.5:26) e pela “regeneração”, e “renovação do Espírito Santo” (Tito 3:5). Peçamos ajuda a Deus para passar bastante tempo junto à Pia da Palavra de Deus para termos certeza, em primeiro lugar, se nossas mãos – que são os nossos atos de adoração - e nossos pés – que significa o nosso andar perante Deus - estão puros à sua vista. Está escrito:
“mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (1Pd.1:15,16). “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb.12:14).
Os que não conhecem a Bíblia pensam que para ser santo é preciso estar morando no céu. Pensam que é lá que vivem os santos. Porém, pela Palavra de Deus sabemos que Deus exigiu que Israel fosse santo durante a peregrinação através do deserto. Foi lá no Monte Sinai que Deus disse: “...Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo”(Lv.19:2). Naquele deserto, Israel teria que andar com Deus. Porém, o profeta Amós pergunta: “Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?”(Amós 3:3). Deus é Santo, e só existe uma maneira de poder andar com ele: sendo santo.
Devemos ser santos porque no Céu, no santuário de Deus, só entra santos - “Senhor, quem habitarás no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo Monte? Aquele que anda sinceramente, e pratica a justiça, e fala a verdade no seu coração” (Salmo 15:1,2). O Senhor Deus diz: “Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que estejam comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá”(Salmo 101:6). Somente os santos é que podem ser fiéis; só os santos morarão no Céu. Pense nisso!

CONCLUSÃO

O novo homem em Jesus Cristo, como pessoa regenerada, justificada e santificada, deve demonstrar ao mundo perdido, com suas atitudes, que somente Jesus pode salvar e transformar o pecador.
Se todos os crentes tivessem uma plena visão da salvação, se pudessem ver plenamente ao longe a tão grande salvação que receberam, com certeza teriam atitudes diferentes no seu dia-a-dia; teriam tanto regozijo, tanta motivação, tanto entusiasmo, tanta convicção, tanto anseio e enlevo pelo céu, que não haveria na Terra um só salvo descontente, descuidado, negligente e embaraçado com as coisas desta vida e deste mundo. Pensemos nisto e oremos como orou o profeta Habacuque: “... aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica...” (Hc.3:2).

JESUS, O HOMEM PERFEITO

Texto Base: Lucas 2:40-52
22/03/2020
“E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens”(Lc.2:52).
Lucas 2:
40.E o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.
41.Ora, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, à Festa da Páscoa.
42.E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa.
43.E, regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o menino Jesus em Jerusalém, e não o souberam seus pais.
44.Pensando, porém, eles que viria de companhia pelo caminho, andaram caminho de um dia e procuravam-no entre os parentes e conhecidos.
45.E, como o não encontrassem, voltaram a Jerusalém em busca dele.
46.E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os.
47.E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas.
48.E, quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu, ansiosos, te procurávamos.
49.E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?
50.E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia.
51.E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no coração todas essas coisas.
52.E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.

INTRODUÇÃO

Na Aula anterior estudamos sobre o “homem do pecado”, o homem da iniquidade, o filho da perdição (2Ts.2:3); nesta Aula trataremos do Homem sem pecado - “Jesus, o Homem Perfeito”, o encarnado Filho de Deus. Ele foi o único Homem Perfeito que este mundo alguma vez já viu; totalmente perfeito aos olhos de Deus e diante dos homens – perfeito na sua natureza, perfeito no caráter, perfeito nos pensamentos, perfeito nas palavras, perfeito nas ações e atitudes. O apóstolo Pedro afirma que Jesus “não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano” (1Pd.2:22); exteriormente, Ele não se distinguia dos demais homens, nos quais habita o pecado (Rm.8:3), contudo, nEle não existiu pecado. Ele era semelhante a nós, mas sem pecado – “nele não há pecado” (1João 3:5). Por isso, Ele é o Homem Perfeito, e permanece eternamente Homem Perfeito (1Tm.2:5).
Ao longo da história do cristianismo tem havido distorções e erros sobre a real natureza de Jesus, e isto tem sido uma das principais armas de satanás para levar as pessoas à perdição eterna. Que o Espírito Santo ilumine nossas mentes a compreender de forma inabalável a humanidade e divindade de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o Homem Perfeito.

I. JESUS, VERDADEIRO DEUS

Neste tópico, enfocaremos a divindade de Jesus. Ele é Deus e sempre O será. Quando chegou a plenitude dos tempos, continuou sendo Deus, pois Deus não pode negar-se a Si mesmo (2Tm.2:13). Assim, precisamos ter cuidado, pois muitos, inadvertidamente, acham que quando Jesus Se humanizou, deixou de ser Deus. Isto é absolutamente impossível. Ele era e é Deus, e nunca deixará de ser.
“E sabemos que já o Filho de Deus é vindo e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1João 5:20).
Paulo escrevendo aos crentes de Colossos disse: “o qual é imagem do Deus invisível...” (Cl.1:15). O verbo está no tempo presente, descrevendo a posição de Jesus agora e para sempre (João 10:30,38; 12:45; 14:1-11).
Deus, como Espírito, é invisível e sempre será (1Tm.6:16). O Filho de Deus é a sua expressão visível. Ele não só reflete a Deus, mas, como Deus, Ele revela Deus a nós (João 1:18; 14:9; Hb.1:1,2) – “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho” (Hb.1:1).

1. Sua eternidade com o Pai

Jesus é Deus desde a eternidade; Ele é o Verbo eterno (João 1:1). Antes de sua encarnação, Ele estava no Pai (João 1:2) – “Ele estava no princípio com Deus”.
Isaias afirma que Ele “é o Pai da eternidade” (Is.9:6); esteve envolvido no ato da criação, indicando que já existia antes dela. Paulo confirma a sua atuação criadora: “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra...Tudo foi criado por ele e para ele”(Cl.1:16). João 1:3 diz que “todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”.
Mesmo vestindo pele humana, Jesus não deixou de ser Deus; Ele não abdicou de sua divindade ao tabernacular-se entre nós.
Se Jesus é eterno com o Pai, então, por que Paulo afirma que Ele é o “Primogênito da Criação” (gr.prototokos) (Cl.1:15)? Paulo não está se referindo à natureza temporal, ao tempo de nascimento de Jesus; antes, esta expressão é um título de honra; significa que Jesus é o primeiro em importância; carrega a ideia de prioridade, superioridade, preeminência e supremacia. Esta expressão enfatiza a preexistência e singularidade de Cristo, bem como a Sua superioridade sobre a criação.
William Hendriksen é enfático ao dizer que “o fato de Jesus ser o ‘primogênito da criação’ não significa que Ele é uma criatura (o primeiro de uma grande linhagem); ao contrário, Ele é anterior a, distinto de, e exaltado muito acima de toda criatura. Como primogênito, Ele é o herdeiro e governante de tudo” (William Hendriksen. Colossenses e Filemom).
Portanto, Jesus não foi a primeira criação de Deus, como ensinava Ário de Alexandria no século quarto e como prega ainda algumas seitas heréticas da atualidade. Na verdade, Jesus é coigual, coeterno e consubstancial com o Pai. Ele é auto-existente e imutável. Ele e o Pai são um (João 10:30). Quem vê Jesus, vê o Pai (Joao 14:9).
Ele é a Cabeça e o Soberano da criação. Ele possui a mais alta honra na criação: tem a autoridade sobre toda a criação; é o herdeiro de toda a criação; é o mais exaltado por meio da criação (Salmo 148); é o Senhor de todos (Rm.9:5; 10:12; Ap.1:5,17,14); é supremo sobre toda a criação, incluindo o mundo espiritual como afirma o apóstolo Paulo:
nEle foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele; e Ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl.1:16,17).
Ralph Martin diz “que Cristo é o Senhor da criação e não tem rival na ordem criada” (Martin, Ralph P. Colossenses e Filemom).
 “Ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém” (1Tm.1:17).

2. Seus atributos, grandezas e perfeições

Jesus tem os atributos da divindade: Ele é o Criador e sustentador da vida (Mt.8:5; João 1:3,4); Ele conhece todas as coisas (Mt.9:4; João 2:24,25; At.1:24,25; Cl.2:3); Ele pode todas as coisas (Mt.28:18; Ef.1:22,23; Ap.1:8) e; Ele está em todo lugar (Mt.28:20).
-Ele é o Criador e sustentador da vida - Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens” (João 1:3,4).
Escrevendo aos crentes de Colossos, Paulo disse que Cristo “é antes de todas as coisas” (Cl.1:17). Por Ele, todas as coisas vieram a existir; e por Ele, todas as coisas subsistem. Nele, todas as coisas são mantidas unidas, protegidas, e impedidas de se desintegrar, formando um caos (veja At.17:28).
Portanto, Jesus Cristo não é só o Criador do mundo, Ele também é o Sustentador da vida. Pelo fato de Cristo ser aquele que sustenta toda a vida, nada na criação é independente dele. Somente nele e por sua Palavra, encontramos o princípio unificador de toda vida (Hb.1:2,3).
“O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas” (Hb.1:3).
-Ele é Onipotente - “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt.28:18). “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap.1:8).
-Ele é Onisciente - “[...]Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência” (Cl.2,3).
-Ele é Onipresente - “...eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém” (Mt.28:20).
Portanto, em Jesus habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl.2:9). Ele foi e é adorado como Deus (João 10:28). Como Filho do Homem, sua vida, seus ensinos e suas obras provam, de forma irrefutável, sua divindade. E de acordo com João 10:30 e 17:5, Ele possui a mesma natureza de Deus e glória igual a de Deus.
“E, agora, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse” (João 17:5).

3. Esvaziou-se de sua glória, mas não de sua divindade

Aos crentes de Filipos, Paulo esclarece que Jesus, para cumprir a Palavra de Deus, “esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens”(Fp.2:7). Mas, Ele não deixou de ser divino (Fp.2:5-11 - ARA):
5.Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
6.pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus;
7.antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,
8.a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome,
9.para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra,
11.e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.
O Filho de Deus deixou o Céu, a glória, o Seu trono, encarnou-se, fez-se homem – “esvaziou-se”.
Segundo William Barclay, a expressão “se esvaziou” (do verbo grego kenou), literalmente significa "tirar algo de um recipiente até que fique vazio" ou "derramar algo até que não fique nada". Do que Cristo se esvaziou? Certamente não foi da "forma de Deus", isso seria impossível. Ele continuou sendo o Filho de Deus.
Indubitavelmente, Cristo renunciou ao Seu ambiente de glória. Ele pôs de lado Sua majestade e glória (João 17:5), mas permaneceu Deus. Ele jamais deixou de ser possuidor da natureza divina. Mesmo em Seu estado de humilhação, jamais se despojou de Sua divindade.
William Hendriksen, abrindo uma janela ao nosso entendimento dessa verdade, afirma que “a inferência da expressão ‘se esvaziou’ é que Cristo se esvaziou de Sua existência-na-forma-de-igualdade-a-Deus” (William Hendriksen. Efésios e Filipenses.2005). Para nos dar um entendimento melhor desse “esvaziamento”, ele destaque os seguintes pontos:
a) Cristo renunciou Sua relação favorável à lei divina. Enquanto permanecia no Céu, nenhuma carga de culpa pesava sobre Ele. Entretanto, ao encarnar-se, Ele que não conheceu pecado, se fez pecado por nós (João 1:29; 2Co.5:1). Ele que era bendito eternamente, se fez maldição por nós (Gl.3:13) e levou sobre o Seu corpo, no madeiro, todos os nossos pecados (1Pd.2:24).
b) Cristo renunciou às Suas riquezas. O apóstolo Paulo diz: "Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos" (2Co.8:9). Jesus renunciou a tudo, até mesmo a Sua própria vida (João 10:11). Tão pobre Ele era que tomou emprestado um lugar para nascer, uma casa para pernoitar, um barco de onde pregar, um animal para cavalgar, uma sala para reunião e um túmulo para ser sepultado.
c) Cristo renunciou à Sua glória celestial. Ele tinha glória com o Pai antes que houvesse mundo (João 17:5). No entanto, voluntariamente deixou a companhia dos anjos e veio para ser perseguido e cuspido pelos homens. Do infinito sideral de eterno deleite, na própria presença do Pai, voluntariamente Ele desceu a este reino de miséria a fim de armar a Sua tenda com os pecadores. Ele, em cuja presença os serafins cobriam o rosto, o objeto da mais solene adoração voluntariamente desceu a este mundo, onde foi "... desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer" (Is.53:3).
d) Cristo renunciou ao livre exercício de Sua autoridade. Ele voluntariamente submeteu-se ao Pai e disse: "Eu não procuro a minha própria vontade, e, sim, a daquele que me enviou" (João 5:30).
Jesus Cristo esvaziou-se da Sua glória, mas não de sua divindade. Tanto é que em Seu ministério terreno Ele fazia uso de seus atributos divinos. Pela virtude do Espírito Santo, Jesus curou os enfermos e ressuscitou mortos, levantou paralíticos, abriu os olhos e os ouvidos dos cegos surdos, e fez falar os mudos; expulsou demônios e libertou os oprimidos; multiplicou os pães e os peixes, repreendeu as forças da natureza, acalmando o mar, fazendo cessar o vento e a tempestade. Portanto, Ele era humano, mas também era e é Deus, e os discípulos sabiam disso (cf. Mt.14:33; João 1:49; 20:28).
“Então, aproximaram-se os que estavam no barco e adoraram-no, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus” (Mt.14:33).

II. JESUS, VERDADEIRO HOMEM

Ao mesmo tempo em que Jesus Cristo é Deus, no sentido pleno e absoluto do termo, também assumiu a natureza humana em sua totalidade e perfeição, com exceção do pecado. O apóstolo Paulo escrevendo aos crentes de Filipos afirmou: “antes [...] assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana” (Fp.2:7).
Bruce Barton, comentando este texto disse:
“Jesus não era parte homem e parte Deus; Ele era completamente humano e completamente divino. Antes de Jesus vir ao mundo, as pessoas só podiam conhecer a Deus parcialmente. Depois, puderam conhecê-lo plenamente, porque Ele se tornou visível e tangível. Cristo é a perfeita expressão de Deus em forma humana. Ele é a exegese de Deus. Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Como homem, porém, Jesus estava limitado a lugar, tempo e outras limitações humanas. Contudo, Ele não deixou de ser plenamente Deus ao tornar-se humano, embora abdicasse de Sua glória e de Seus direitos”.
Embora tenha se tronado humano, Jesus não desistiu de sua divindade. Mas em sinal de submissão à vontade do Pai, Ele limitou seu poder e sabedoria; ficou sujeito ao lugar, ao tempo e a muitas outras limitações humanas. O que tornou essa humanidade única e especial foi a sua isenção de pecado. Como homem foi ungido pelo Espírito Santo para cumprir tudo quanto estava determinado a Ele na sua obra (João 17:4).

1. Jesus estava no Seio do Pai

A primeira informação que o Evangelho, segundo escreveu João, nos traz a respeito de Jesus é a de que Ele é Deus - “no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus” (João 1:1). João afirma este fato de uma forma tão clara que tem tirado o sono de todos quantos procuram negar esta verdade bíblica.
Para que não houvesse qualquer dúvida de quem era esse Verbo a que João se referia, o próprio evangelista no-lo diz em João 1:14: “E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós e vimos a Sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.
João, ao referir-se a Ele, o Verbo, recua aos refolhos da eternidade, antes do princípio de todas as coisas. Quando tudo começou (Gn.1:1), o Verbo já existia. Ele já existia antes que a matéria fosse criada e antes que o tempo começasse. Ele é antes do tempo. Ele é o Pai da eternidade. Ele achava-se no seio do Pai antes de tudo ser criado, antes de vir a este mundo e vestir pele humana (Joao 1:18).
Ele, o Verbo, é o agente divino na criação do universo (Hb.1:2). Ele é a Palavra criadora de Deus, por meio de quem todas as coisas foram feitas, tanto as visíveis como as invisíveis, tanto as terrenas como as celestiais (Cl.1:16), como já informamos anteriormente.
O apóstolo João deixa bem claro que “todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem Ele, nada do que foi feito se fez” (João 1:3). Foi Ele quem trouxe à existência as coisas que não existiam; Deus disse: Haja luz, e houve luz (Gn.1:3).
William Hendriksen foi enfático ao escrever: “todas as coisas, uma a uma, vieram a existir por meio dele. De tudo o que existe hoje, não há nada que tenha se originado à parte dele”.
Portanto, Ele, o Verbo, não é uma parte do mundo que começou a existir no tempo; Ele estava com Deus na eternidade, no Seio do Pai, antes da existência do tempo que nós conhecemos.
“E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl.1:17).

2. Profetizado no Antigo Testamento

As Escrituras Veterotestamentárias estão repletas de referências sobre a primeira vinda de Jesus, o qual haveria de cumprir o maravilhoso plano de redenção prometido pelo Pai antes da criação do mundo (1Pd.1:20). Os judeus tinham pleno conhecimento acerca do Messias, porém, rejeitaram-no, apesar de inúmeras evidências bíblicas.
-Nos primeiros capítulos de Gênesis encontramos a promessa sobre Aquele que feriria a cabeça da serpente (Gn.3:15) – “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Neste texto, Deus revelou a Sua vontade ao homem de salvá-lo; é conhecido como o “protoevangelho”, ou seja, a primeira boa-nova, proferido por Deus no instante da Queda.
-Quando Deus fez um pacto com o patriarca Abraão prometendo bênçãos sobre sua descendência, tal pacto e promessa estavam diretamente ligados à vinda e a obra redentora do Messias. Ele é o grande descendente de Abraão, pelo qual todas as nações são abençoadas (Gn.12:3; 18:18; 22:18; cf. Gl.3:18).
-O cordeiro que substituiu Isaque no Monte Moriá (Gênesis 22) era símbolo do Cordeiro de Deus (João 1:29).
-As sucessivas comemorações da Páscoa ao longo do Antigo Testamento, desde a primeira no Egito, chamada de Páscoa eficaz (Êxodo 12), apontava para o próprio Cristo, nosso Cordeiro pascal, o Cordeiro que tira o pecado do mundo (João 1:29; 1Co.5:7).
-Isaias, o evangelista do Antigo Testamento, profetizou e escreveu acerca de Jesus com tanta firmeza e nitidez como estivesse colhendo o Messias à sua época. Uma das passagens do Antigo Testamento mais conhecida acerca de Jesus é Isaías 53, onde Isaías profetiza acerca do Servo sofredor – “Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados” (Is,53:5). Também profetizou que o Messias, o Emanuel, nasceria de uma virgem (Is.7:14), e que o Seu nome seria “Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is.9:6).
-O profeta Miqueias profetizou que o Messias nasceria em Belém (Mq.5:2; cf. Mt.2:1-12) - “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”.
-O profeta Ageu falou acerca da restauração da linhagem de Davi; uma promessa que encontra seu cumprimento final em Jesus (Ageu 2:6-9; cf. Lc.20:41-44).
-O Tabernáculo e o Templo, que receberam grande destaque no Antigo Testamento por serem os locais onde a presença de Deus se revelava de maneira especial, são figuras que apontavam para Cristo, visto que Ele é o Templo final (João 2:21,22), e sua presença hoje está na sua Igreja (1Co.6:19,20).
-O profeta Daniel teve uma visão em que viu um personagem como o Filho do Homem, o qual recebeu todo domínio e poder para reinar para sempre (Dn.7:13). Vale lembrar que “Filho do Homem” é a principal autodesignação de Jesus no Novo Testamento (cf.Mt.9:6; 6:13). Ao usar o título “Filho do Homem” para si mesmo, Jesus evitou ser confundido com o Messias político esperado pelos judeus. Como Filho do Homem, Jesus era obediente a seus pais; todavia, estava consciente de Sua natureza divina (Lc.2:4-52).
-O profeta Malaquias profetizou sobre a obra de um mensageiro que o Novo Testamento revela ser Jesus; bem como sobre a pregação do Evangelho que se haveria de se espalhar pelo mundo. A profecia de Malaquias foi tão específica que contemplou, inclusive, o arauto que prepararia o caminho para o Messias, ou seja, o profeta João Batista (Ml.1:11; 3:1,2; 4:5).
-A expressão “Eu serei seu Deus”, que é muito comum no Antigo Testamento e é aplicada em diversos contextos, em última análise encontra seu cumprimento final na pessoa de Cristo (Jr.31:33; Os.2:23; Zc.8:8; cf. Hb.8:8-13).
Portanto, todo o Antigo Testamento, até o último Livro, Malaquias, aponta para o Salvador do mundo (Lc.24:25-27). Os judeus sabiam de tudo isto (cf. Mt.2:4-6), mas os seus olhos estavam vendados e, por isso, não enxergaram o Messias tão esperado.
Certa vez, Jesus censurou os judeus religiosos que diziam examinar as Escrituras, mas não percebiam que elas testificavam dele; e ainda mais declarou diretamente que todo o Pentateuco, isto é, todos os livros de Moisés, testemunham sobre Ele (João 5:39-47).

3. Encarnado no Novo Testamento

A encarnação de Jesus Cristo é uma das principais doutrinas bíblicas; ela refere-se a união da divindade e humanidade na pessoa de Jesus Cristo (Lc.1:31-35; João 1:1-14; Fp.2:6-8). Sua encarnação não somente significou Deus entre nós, o Emanuel (Mt.1:23), mas o cumprimento da promessa do Criador de redimir o homem da Queda.
Ele se humanizou como "a semente da mulher" que haveria de ferir a cabeça do Diabo (Gn.3:15). O Verbo eterno, pessoal, divino, auto-existente e Criador, esvaziou-se de sua glória, desceu até nós e vestiu pele humana. A carne de Jesus Cristo tornou-se a nova localização da presença de Deus na terra. Jesus substituiu o antigo tabernáculo. Fez-se um de nós, em tudo semelhante a nós, exceto no pecado.
Jesus Cristo não poderia ter desenvolvido sua missão se, antes, não tivesse nascido. Quando Se encarnou, Ele deixou a “forma de Deus” (Fp.2:6), assumindo a “forma de servo” (Fp.2:7) e, mesmo na forma de servo, prosseguiu na Sua humilhação, assumindo a condição de maldito ao morrer na cruz (Fp.2:8).
Portanto, o Verbo que criou o mundo, a razão que controla a ordem do mundo, fez-se carne e veio morar entre os seres humanos (João 1:14). O Verbo se fez carne, mas permaneceu sendo o Verbo de Deus (João 1:1,18). A segundo Pessoa da Trindade assumiu a natureza humana sem deixar de lado a natureza divina. Nele, as duas naturezas, divina e humana, estão presentes. João faz a seguinte exortação àqueles que não creem na encarnação de Jesus Cristo:
“[...] todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo” (1João 4:2,3).

4. Jesus nasceu na plenitude dos tempos

Num determinado instante histórico, que as Escrituras denominam de “plenitude dos tempos” (Gl.4:4), “o Verbo Se fez carne e habitou entre nós” (João 1:14a).
Jesus Se tornou homem, a fim de cumprir a promessa divina feita ao primeiro casal de que “da semente da mulher” nasceria um que ia ferir a cabeça da serpente (Gn.3:15). Esta afirmação divina no Éden é suficiente para demonstrar que Jesus realmente Se humanizou, tornou-se um ser humano da “semente da mulher”, para que pudesse, enquanto homem, vencer o mal e o pecado e, sem qualquer culpa diante de Deus, por Sua santidade, morresse em nosso lugar e satisfizesse a justiça de Deus, proporcionando a nossa redenção e a possibilidade de termos os pecados perdoados.
O Deus Filho tornou-se humano por meio de uma concepção milagrosa, operada pelo Espírito Santo no útero de Maria. A concepção de Jesus, portanto, não foi por meios naturais, mas sobrenaturais, daí o anjo afirmar a Maria: “o santo que de ti há de nascer, será chamado filho de Deus”(Lc.1:35). Por isso, Jesus Cristo nos é revelado como uma só Pessoa com duas naturezas: divina e humana, mas inculpável.
ü  Como humano, Jesus se compadece das fraquezas do ser humano (Hb.4:15,16).
ü  Como o divino Filho de Deus, Ele tem poder para libertar o ser humano da escravidão do pecado e do poder de satanás (At.26:18; Cl.2:15; Hb.2:14,15; 7:25).
ü  Como Ser Divino e também Homem impecável, Ele preenche os requisitos como sacrifício pelos pecados de cada um de nós (João 1:29).
ü  Como Sumo Sacerdote, preenche os requisitos para interceder por todos os que por ele aproximam-se de Deus (Hb.2:9-18; 5:1-9; 7:24-28; 10:4-12).
É interessante observar, portanto, que a vinda de Jesus por obra e graça do Espírito Santo, em momento algum pode ser usada como argumento para negar a sua humanidade, porquanto sua concepção virginal teve o propósito de fazê-lo entrar no mundo do mesmo modo que Adão, numa natureza sem pecado, ainda que humana, a fim de que pudesse vencer o mundo e o pecado, e, por conseguinte, garantir a salvação de toda aquele que nele crer (João 3:16).

5. Em Israel, Jesus é apresentado ao mundo

No determinado tempo estabelecido por Deus Pai, em Israel, Jesus é apresentado ao mundo, porém, o mundo não o reconheceu: “Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu. Ele veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (João 1:10,11). Aqui, num estilo majestoso, João retrata o fato, o propósito e o resultado da vinda de Jesus ao mundo.
ü  O fato: Ele “estava no mundo”.
ü  O propósito: Ele “veio para o que era seu”.
ü  O resultado: “os seus não O receberam”.
João coloca, assim, em chocante contraste a oferta divina e a rejeição humana, principalmente a rejeição dos judeus.
As pessoas do mundo de então, principalmente os judeus, não reconheceram Jesus nem o honraram; antes, serviram à criatura em lugar do criador (Rm.1:25). Ele veio para os judeus, o povo escolhido, que liam o Antigo Testamento e viam Cristo sob os tipos e figuras no culto levítico, professando esperar por sua vinda; e, mesmo assim, quando Ele veio, os judeus não o receberam. Eles o rejeitaram, o desprezaram e o mataram (Atos 3:14,15).
Mesmo estando presente, o Messias foi rejeitado; embora onipotente, não foi reconhecido; embora tenha amado seu povo, foi por ele rejeitado. O apóstolo Pedro foi enfático com relação a isto:
“O Deus de Abraão, e de Isaque, e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Filho Jesus, a quem vós entregastes e perante a face de Pilatos negastes, tendo ele determinado que fosse solto. Mas vós negastes o Santo e o Justo e pedistes que se vos desse um homem homicida. E matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dos mortos, do que nós somos Testemunhas” (Atos 3:13-15).
Os judeus não receberam Jesus como o seu Messias, então, a salvação saiu das fronteiras de Israel e se estendeu para o mundo inteiro, chegando até nós. Pessoas de todas as tribos, raças e povos, que receberem a Cristo, receberam e receberão o poder de serem feitos não apenas filhos de Abraão, mas filhos de Deus, de fazerem parte da família de Deus (cf. João 1:12,13).
“Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome” (João 1:12).

III. JESUS, O HOMEM PERFEITO

O Senhor Jesus é humano, imaculado (1Pd.2:22), mas também tem uma natureza divina, visto que Ele foi gerado por obra e graça do Espírito Santo (Lc.1:30,31; 34,35).
Ao ser concebido, Jesus se fez Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus. Convém ressaltar que Jesus não é metade Deus nem metade homem, Ele é o Homem Perfeito (1Tm.2:5), e o perfeito Deus, em toda a plenitude "porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade" (Cl.2:9). 
Segundo o pr. Eurico Bergstém, estas “duas naturezas não se misturam, isto é, Jesus não ficou com a sua divindade ‘humanizada’ ou com a sua natureza humana ‘divinizada’. Elas se uniram na constituição da Pessoa de Jesus de modo perfeito. Elas operavam simultaneamente e separadamente na sua pessoa”.
Estas duas naturezas do “Homem Perfeito” – a divina e a humana – são perfeitamente harmônicas e unidas, ou seja, Jesus é Deus sem deixar de ser homem e Homem sem deixar de ser Deus.
Nele estavam perfeitamente combinadas a majestade que intimidava e a docilidade que trazia perfeita tranquilidade na Sua presença. Os escribas e os fariseus experimentaram as Suas repreensões severas, enquanto que a pobre samaritana e “a mulher pecadora” sentiram-se inexplicável e irresistivelmente atraídas a Ele. Ele era verdadeiro Homem e verdadeiro Deus.
As expressões, “Filho de Deus” (Lc.1:35) e “Filho do Homem” (Lc.5:24), expostas por Lucas, revelam as duas naturezas de Jesus. A primeira expressão mostra Jesus como verdadeiro Deus, enquanto a segunda mostra-o como verdadeiro Homem. Portanto, Jesus era, em sua encarnação, plenamente Deus e completamente humano em todas as áreas de sua vida (1João 5:20). Por isso, costuma-se dizer que Ele é Deus-Homem.
COMO DEUS
COMO HOMEM
Ele é adorado (Mt.2:2,11; 14:33; 28:9).
Ele adorava ao Pai (João 17).
As pessoas oram pra Ele (Atos 7:59; 1Co.1:2).
Ele orava ao Pai (João 17:1).
Ele é chamado de Deus (João 20:28; Hb.1:8; 1João 5:20).
Ele foi chamado de homem (Mc.15:39; João 19:5).
Ele é chamado de Filho de Deus (Mc.1:1).
Ele foi chamado de Filho do Homem (João 19:35-37).
Ele não tem pecado (1Pd.2:22; Hb.4:15).
Ele foi tentado (Mt.4:1).
Ele sabia de todas as coisas (João 21:17).
Ele cresceu em sabedoria (Lc.2:52).
Ele dá a vida eterna (João 10:28).
Ele morreu (Rm.5:8).
Toda a plenitude da divindade habita nele (Cl.2:9).
Ele teve um corpo de carne e ossos (Lc.24:39).

1. A humanidade de Jesus

Jesus se humanizou, vestiu pele humana, mas nunca deixou de ser Deus, e passou, na plenitude dos tempos, a também ser homem. Diz o apóstolo João que o “Verbo Se fez carne e habitou entre nós, e vimos a Sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1:14).
Nesta feliz expressão do apóstolo, vemos que Jesus não deixou de ser Deus ao Se humanizar. Com efeito, continuou a ser o Verbo, mas também passou a ser homem, pois “Se fez carne e habitou entre nós”.
Por ter se encarnado e assumido as limitações do tempo e do espaço, como qualquer criatura (Gn.1:1), Jesus demonstrou toda a Sua humanidade. Mas, apesar de ser homem, continuava a ser Deus, tanto que possuía a glória, algo que é exclusivo de Deus (Is.48:11).
A humanidade e divindade de Jesus Cristo é claramente expressa na Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil:
”A humanidade de Cristo está unida à sua divindade, pois Ele possui duas naturezas, e essa união mantém intactas as propriedades de cada natureza, o que está claramente expresso no seu nome EMANUEL” (p.51).
Jesus, embora possuísse a natureza humana, concomitantemente, carregava dentre de si a natureza divina, mesmo reduzido em seus atributos, sujeitando-se ao corpo humano, e isto prova que Ele era Homem verdadeiro e também Deus verdadeiro.
ü  Ele sentia cansaço, mas ao mesmo tempo podia chamar para Si os cansados e dar-lhes a paz (João 4:6; Mt.11:28).
ü  Ele teve fome, mas era o próprio pão da vida (Mt.4:2; João 6:35).
ü  Ele teve sede, sendo ao mesmo tempo a água da vida (João 19:28; João 7:37).
ü  Ele enfrentou a agonia da morte, mas curou todos os tipos de doenças e aliviou qualquer dor (Mt.9:20-22).
ü  Ele foi tentado pelo diabo, mas expulsou demônios (Lc.4:2; Mt.8:31).
ü  Ele vivia no tempo e no espaço, mas era desde a eternidade (João 8:58).
ü  Ele disse: “...o Pai é maior do que eu”, e também: “Eu e o Pai somos um”, ou: “Quem me vê a mim vê o Pai” (João 14:28; João 10:30; João 14:9).
ü  Ele mesmo orava, como também respondia às orações (Lc.6:12; Atos 10:31).
ü  Ele derramou lágrimas junto à sepultura de Lázaro, mas tinha o poder para ressuscitá-lo (João 11:35,43).
ü  Ele morreu, mas é a vida eterna (João 11:25).
Assim, Jesus é perfeito em divindade e perfeito em humanidade; verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.
Contudo, é importante observar que a humanidade de Jesus não terminou com a sua morte, como muitos pensam. Ao ser ressuscitado, Jesus manteve sua humanidade, porém, agora, não mais esvaziada da sua divindade, daí porque, a partir da ressurreição, está em Jesus a Divindade e a Humanidade em plena atividade, pois Ele venceu a morte e o inferno (Ap.1:18). Ele mesmo afirmou: “Observai as minhas mãos e meus pés e vede que Eu Sou o mesmo! Tocai-me e comprovai o que vos afirmo. Por que um espírito não tem carne nem ossos, como percebeis que Eu tenho” (Lc.24:39). O apóstolo João assim se expressou: “O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida” (1João 1:1).
Tanto a Sua humanidade não terminou que a Bíblia diz que seremos semelhantes a Ele (1João 3:2) e que, na atualidade, Ele, o Homem Perfeito, é o mediador entre Deus e os homens (1Tm.2:5), pois só o Homem Jesus pode entender o pecador (Hb.2:10-18).
“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos” (1João 3:2).

2. Jesus, o Último Adão

“Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão, em espírito vivificante”(1Co.15:45).
O primeiro Adão fracassou no Éden; o último Adão, Jesus Cristo, o Homem Perfeito, triunfou sobre Satanás e sobre a morte (Gn.3:6,23,24; Mt.4:1-11; 28:6,7). Ele é a prova de que Deus não se afasta do pecador, mas se volta para ele e ama todos os homens.
Jesus veio para convencer este mundo de sua pecaminosidade e necessidade de redenção. Ele veio para morrer, como homem sem pecado, pelo pecado dos homens, para se entregar como sacrifício por eles, por uma humanidade que tinha caído através do primeiro homem, Adão.
Agora, os homens podem ser salvos por Ele. Por isso, Jesus é chamado também de “último Adão” (1Co.15.45). Ele veio para destruir as obras do diabo, para tirar o poder da morte e para vencer o pecado.
Tornar-se humano foi a única possibilidade de Deus resgatar um mundo perdido - “Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (João 3:17).
Somente em Jesus, o último Adão, o Homem Perfeito, somos plenamente redimidos – “olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus” (Hb.12:2).

3. A perfeição espiritual e moral de Jesus

Jesus foi o único Homem Perfeito que nasceu neste mundo. Ele era perfeito tanto no falar quanto no agir. Ele viveu num mundo caído, foi alvo das críticas mais perversas, dos ataques mais sórdidos, contudo, jamais cometeu pecado e engano algum se achou em seus lábios e em suas atitudes.
O apostolo Pedro assim O descreve: “o qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano” (1Pd.2:22). Esta é uma citação direta à profecia messiânica de Isaias 53:9. Pedro cita esta passagem de Isaías para indicar a ausência total de pecado em Jesus. O ladrão crucificado à direita de Jesus afirmou acerca do Salvador: “..., mas este nenhum mal fez” (Lc.23:41).
Embora não tenhamos condições de imitar a Cristo no sentido pleno, pois somos pecadores, devemos seguir suas pegadas, em busca de uma vida santa, mesmo sendo vítimas das mais profundas injustiças, “até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef.4:13).

CONCLUSÃO

Como Homem, Jesus teve um desenvolvimento e um caráter perfeito que refletia a sua natureza divina. Ele viveu como qualquer judeu de sua época: foi apresentado no Templo por seus pais; participou das festas judaicas; trabalhou como carpinteiro; pagou impostos e teve uma vida sociável, indo a jantares na casa dos amigos e a festa de casamento. Por isso, Jesus deve ser nosso modelo e referência como Homem irrepreensível e servo obediente. Que possamos seguir sempre os seus passos, glorificando o seu nome, olhando firmemente para Ele, que é o autor e consumador de nossa fé, e assim chegaremos à estatura de varão perfeito, com a indispensável ajuda do Espirito Santo. Amém?