
Textos:  Tg. 4.9 - Jr. 9.1-9.
irmaoteinho@hotmail.com
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OBJETIVO: Ressaltar que somente o  quebrantamento, demonstrando em choro aos pés do Senhor, pode trazer um  grande e singular avivamento.
INTRODUÇÃO: Jeremias  é um profeta que sente as dores do seu povo. A mensagem de julgamento  não o insensibiliza. Uma demonstração dessa sensibilidade  profético-espiritual se encontra no capítulo que estudaremos esta semana. Ele se derrama em lágrimas por causa da corrupção espiritual de  Judá. Que esse estudo sirva para despertar a igreja do Senhor para  buscá-LO, em lágrimas, pranteando pelos pecados do povo, e pelos nossos  próprios pecados.
1. O CHORO DE JEREMIAS: Essa  é uma passagem comovente das Escrituras na qual Jeremias pranteia pelos  pecados do povo. Ele prefere viver no deserto a ver as coisas  degradantes que acontecem na cidade, mas ele havia sido chamado para  permanecer ali e anunciar com ousadia a Palavra de Deus (Jr. 40.6). O  profeta descreve os pecados das pessoas nos seguintes termos: “como um  arco eles curvam a sua língua; falsidade é o seu arco. Eles foram bem  sucedidos na terra, mas não no interesse da verdade. Vão de um mal a  outro...”. Eis aqui mais uma demonstração de que prosperidade material  nada tem a ver com espiritualidade. Por ser o povo escolhido por Deus  (Ex. 19.4-6), Judá achava que o culto ritual seria suficiente para não  passar por qualquer ameaça inimiga. Ao invés de atentarem para a  responsabilidade da escolha, o povo vivia em ostentação e vanglória.  Nós, os cristãos, não podemos esquecer que a justificação não nos isenta  da responsabilidade para a santidade (Rm. 6.1-2). O arrependimento,  para Judá, era dispensável, tanto João Batista (Mt. 3.7-10), quando  Jesus (Jo. 8.33) e Paulo (Rm. 2-4) passaram por essa resistência, não  será diferente conosco. Como Jesus, em Lc. 19.41 e Paulo, em Rm. 9.1-5,  Jeremias chorou devido a condição espiritual do seu povo. Será que ainda  existem pregadores que choram pelas almas perdidas? Existem lágrimas  nos olhos dos pecadores, daqueles que sofrem nas mais diversas  circunstâncias, mas onde estão as lágrimas das igrejas? O culto ao  entretenimento também está invadindo muitas igrejas, os cristãos  deixaram de considerar as sábias recomendações de Tiago: “Senti as  vossas misérias, e lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em  pranto, e o vosso gozo em tristeza” (Tg. 4.9).
2. A  CALAMIDADE DE JUDÁ: A calamidade que sobrevirá sobre Judá  causa emoções fortes em Jeremias. Ele consegue descrever a destruição da  nação em cores vivas, destacando que as pastagens do deserto ficarão  assoladas, onde antes o gado pastava (Ex. 3.1) e por onde vagavam aves e  animais (4.25). Não muito em breve se encontraria apenas chacais em  meio às ruínas em virtude da decadência espiritual (Jr. 9.7). Isso  aconteceria porque o povo, em sua teimosia, não queria dar ouvidos à  mensagem profética. Jeremias, corajosamente, denuncia a maldade dos pais  que encorajam seus filhos a pecar, resultando em castigo (Ex. 20.5).  Somente através do arrependimento e do reconhecimento da misericórdia e  justiça de Deus o povo estaria seguro (I Co. 1.31; II Co. 10.17). O  legalismo pode levar os cristãos à mesma situação. Como os crentes da  Galácia, há quem despreze a verdade do evangelho pelas práticas  religiosas (Gl. 1.7-9). A salvação não é pelas obras, mas pela graça,  por meio da fé, não pelas obras para que ninguém se glorie (Ef. 2.8,9).  Ainda que, já salvos, precisamos andar na luz, nas boas obras, para as  quais fomos feitos no Senhor (Ef. 2.10). As boas obras do cristão são  realizadas por meio do fruto do Espírito (Gl. 5.22). O fundamento é o  amor, por meio do qual demonstramos que estamos verdadeiramente em  Cristo (I Co. 13). A igreja cristã deva cultivar o amor, sem qual é  impossível que haja unidade (Ef. 4.3). Em nossos dias, as pessoas não  têm coragem de amar porque não têm coragem de sacrificarem-se (Jo. 3.16;  I Jo. 3.16).
3. AOS PÉS DO SENHOR: Nos  versículos 23 e 24 de Jeremias 9 está escrito: “Assim diz o Senhor: Não  se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força;  não se glorie o rico nas suas riquezas, Mas o que se gloriar, glorie-se  nisto: em me entender e me conhecer, que eu sou o Senhor, que faço  beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado,  diz o Senhor”. Nestes versículos, encontramos os maiores valores dos  tempos de Jeremias, ainda cultuados na sociedade moderna: conhecimento,  poder e riqueza. Mas Deus não olha para uma nação atentando para a  imponência das suas universidades, influência política ou armamentista  ou seu desenvolvimento econômico. O interesse de Deus é que as pessoas  se prostrem aos seus pés, que ajam com justiça, que demonstrem genuíno  amor. É chegada a hora dessa nação se voltar para o Senhor nosso Deus. A  educação é necessária ao futuro do país, mas não devemos buscar apenas  um ensino com vistas à competitividade. É preciso que a educação invista  na melhoria das vidas das pessoas, sobretudo com vistas à  solidariedade, na diminuição das desigualdades sociais, na preservação  do meio ambiente. A democracia é uma conquista que precisa ser  preservada, mas pouco será feito enquanto os políticos não forem capazes  de ter um espírito público, de buscarem o bem da nação e não o  enriquecimento ilícito, a fim de satisfazerem interesses egoístas. A  riqueza também precisa deixar de ser o valor máximo da sociedade  contemporânea, o mercado não pode ser tratado como se fosse um deus.  Enquanto estivermos dobrados aos pés de Mamon, será pouco provável que  descubramos o valor de estar aos pés do Senhor. A maior glória que  alguém pode buscar, em todo tempo, é a de servir a Cristo, e reconhecer  que, nEle, somente nEle, encontramos a plenitude da vida. Quando isso  acontecer, o conhecimento, o poder e a riqueza deixarão de ser o alvo  neurótico da existência.
CONCLUSÃO: Quantos  ainda estão dispostos a derramar suas lágrimas aos pés do Senhor pela  nação? Infelizmente são poucos que ainda têm alguma sensibilidade  espiritual. Estamos tão anestesiados pela competitividade e pela ambição  que não conseguimos nos voltar para o próximo. O Senhor nos convida,  neste tempo, a sentir a miséria do povo, a prantear por aqueles que se  encontram distanciados da Palavra de Deus. A igreja tem um papel  fundamental nesses últimos dias, e, cada cristão, precisa sentir-se  responsabilizado e imbuído da tarefa profética de denunciar o pecado e  conduzir o povo de volta aos caminhos do Senhor. PENSES NISSO!
Deus é Fiel e Justo!