SISTEMA DE RÁDIO

  Sempre insista, nunca desista. A vitória é nosso em nome de Jesus!  

O PROCESSO DA SALVAÇÃO



TEXTO ÁUREO
Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus(Jo 3.5).

VERDADE PRÁTICA - O processo bíblico de salvação se dá por meio da justificação, regeneração e santificação do ser humano. 
LEITURA DIÁRIA
♦Segunda — Jo 1.12,13
A experiência do Novo Nascimento espiritual 
♦Terça — 2Co 5.17
O Novo Nascimento torna o homem uma nova criação 
♦Quarta — 1Jo 3.1,2
Quem nasce de novo verá a glória de Deus 
♦Quinta — 1Pe 1.23
Fomos regenerados pela Palavra de Deus 
♦Sexta — Rm 6.11
Novo Nascimento: mortos para o pecado e vivos para Deus 
♦Sábado — Cl 3.9
Despindo-se da prática do pecado 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE 
João 3.1-7.

1 — E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.
2 — Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.
3 — Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.
4 — Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?
5 — Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus.
6 — O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.
7 — Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. 
HINOS SUGERIDOS - 15, 111 e 177 da Harpa Cristã. 
OBJETIVO GERAL - Explicar que o processo da salvação se dá mediante a justificação, regeneração e santificação. 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos. 
  • I. Mostrar a natureza da justificação divina;
  • II. Explicar o que é a regeneração pelo Espírito Santo;
  • III. Compreender que somos santificados em Cristo. 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR - Prezado(a) professor(a), estudaremos a respeito dos três aspectos da salvação: justificação, regeneração e santificação. Veremos que a fé no Filho de Deus e no seu sacrifício nos proporciona a justificação diante de Deus. Depois de justificados, somos regenerados e santificados mediante a ação do Espírito Santo. Sem a atuação dEle não há salvação, justificação nem o processo de santificação.
No decorrer da lição, procure enfatizar que, como crentes em Jesus Cristo, justificados, regenerados e santificados, devemos anunciar ao mundo as virtudes do Reino de Deus mediante a nossa maneira de viver.

INTRODUÇÃO

O processo de salvação na vida do crente se dá em três aspectos: na justificação outorgada por Deus; na regeneração operada pelo Espírito Santo; na santificação como consequência de uma vida com Cristo. Todo esse processo é alcançado pela fé na crucificação, morte e ressurreição de Cristo Jesus, nosso Senhor. 

PONTO CENTRAL - O processo da salvação se dá por meio da justificação, regeneração e santificação. 

I. JUSTIFICADOS POR DEUS 
1. A natureza da Justificação. A justificação evoca a ideia de um tribunal jurídico em que pesam terríveis e verdadeiras acusações contra nós, mas que por meio do sacrifício expiatório e substitutivo de Cristo, se tornaram nulas (Rm 4.24,25). Assim, somos declarados inocentes, pois nossa condenação foi substituída pela pena paga por Cristo na cruz (2Co 5.21). É um ato gracioso e amoroso de Deus para nós, sem interferência dos méritos humanos, cabendo ao homem somente crer mediante a fé na obra que Jesus operou (Rm 5.1). Entretanto, cabe ressaltar que a fé é o meio instrumental para nos unir a Cristo, o nosso justificador, e não a causa da justificação. Logo, a justificação tem como consequência direta o perdão dos pecados, a reconciliação do pecador com Deus, a segurança da salvação e a santificação da vida.
2. A necessidade de Justificação. A necessidade da justificação é para que nos encontremos justos e santos diante de Deus, a fim de que sejamos participantes das bênçãos da salvação e para que o Diabo não acuse o crente dos pecados que Cristo perdoou (Rm 8.33,34). Nesse sentido, a pessoa justificada está livre de condenação e é herdeira da vida eterna, tendo como resultado prático a paz com Deus (Rm 5.1).
3. A impossibilidade da autojustificação. Os que reconhecem a necessidade de justificação são alcançados por ela. Para ilustrar essa realidade espiritual, o Senhor Jesus ensinou sobre a justificação apresentando a história de um fariseu que se justificava orgulhosamente por evitar certos pecados, mas não alcançou a justificação; enquanto o publicano, que reconhecia a sua miséria diante de Deus, teve os seus pecados perdoados e sua vida justificada (Lc 18.9-14). Nesse aspecto, a justificação não se refere ao esforço humano por pureza ou santidade, mas ao estado de retidão diante de Deus por meio de Jesus, o justo, que morreu tomando sobre si todas as acusações contra nós. Por isso, quando Deus nos olha, após nos tornarmos em nova criação, ainda mesmo com os nossos defeitos e falhas, em Cristo, nos enxerga sem pecado (1Co 6.11). Assim, o pecador é justificado pela graça de Deus somente, jamais por méritos pessoais (Rm 3.21,26,28; 4.5; Gl 3.11). 

SÍNTESE DO TÓPICO (I)

Pela fé em Cristo e mediante a sua graça somos justificados por Deus. 
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
A Justificação
“Assim como a regeneração leva a efeito uma mudança em nossa natureza, a justificação modifica a nossa situação diante de Deus. O termo ‘justificação’ refere-se ao ato mediante o qual, com base na obra infinitamente justa e satisfatória de Cristo na cruz, Deus declara os pecadores condenados livres de toda a culpa do pecado e de suas consequências eternas, declarando-os plenamente justos aos seus olhos. O Deus que detesta ‘o que justifica o ímpio’ (Pv 15.17) mantém sua própria justiça ao justificá-lo, porque Cristo já pagou a penalidade integral do pecado (Rm 3.21-26). Constamos, portanto, diante de Deus como plenamente absolvidos.
Para descrever a ação de Deus a justificar-nos, os termos empregados pelo Antigo Testamento (heb. tsaddiq: Êx 23.7; Dt 25.1; 1Rs 8.32; Pv 17.15) e pelo Novo Testamento (gr. dikaioõ: Mt 12.37; Rm 3.20; 8.33,34) sugerem um contexto judicial e forense. Não devemos, no entanto, considerá-la uma ficção jurídica, como se estivéssemos justos sem no entanto sê-lo. Por estarmos nEle (Ef 1.4,7,11), Jesus Cristo tornou-se a nossa justiça (1Co 1.30). Deus credita ou contabiliza (gr. logizomaí) sua justiça em nosso favor. Ela é imputada a nós” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.372). 

O Processo da Salvação
“A obra do Espírito não cessa quando a pessoa reconhece sua culpa diante de Deus, mas vai crescendo a cada etapa subsequente. [...] No momento da conversão, nascemos de novo, desta vez o nascimento no Espírito. Ao mesmo tempo, o Espírito nos batiza no corpo de Jesus Cristo, que é a Igreja. Instantaneamente, somos lavados, santificados e justificados, e tudo isto mediante o poder do Espírito”. Leia mais em Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal, editado por Stanley Horton, CPAD, pp.424,25. 

II. REGENERADOS PELO ESPÍRITO SANTO 
1. A natureza da Regeneração. Regeneração é a ação divina de criar um novo homem, dando-lhe um novo coração, transformando-o em nova criação (2Cr 5.17), tornando-o filho de Deus (Jo 1.12,13) e fazendo-o passar da morte para a vida (Jo 5.24). Aqui, é importante distinguir regeneração da conversão. Esta é a resposta humana à regeneração no processo de salvação, que é voltar-se inteiramente para Deus; enquanto aquela é um milagre operado por Deus na natureza humana, um fenômeno incompreensível à mente natural (Jo 3.3,7). Logo, Deus é o operador dessa transformação, fazendo com que a pessoa, outrora apática para as coisas divinas, agora se encontre em plena vitalidade para com as coisas espirituais (Rm 8.28-30; Tt 3.5).
2. A necessidade de Regeneração. Para fazermos parte do Reino de Deus é preciso nos tornar nova criatura e nascermos do Espírito (Jo 3.5) que opera a vivificação em nós, pois Ele é o agente da regeneração. O Espírito Santo faz brotar entusiasmo espiritual e vida abundante (Jo 7.38), onde outrora havia morte, ofensa e pecado (Ef 2.1). É o agir do Espírito pela Palavra que faz germinar vida no coração do salvo (Tg 1.18).
3. Consequências da Regeneração. É possível verificar se somos regenerados por meio de algumas mudanças que passam a fazer parte do nosso viver: o amor intenso a Deus (1Jo 4.19; 5.1); o amor pelos irmãos (1Jo 3.14); a rejeição das coisas mundanas (1Jo 2.15,16); o amor à Palavra de Deus (Sl 119.103; 1Pe 2.2); o amor pelas almas perdidas (Rm 9.1-3); o desejo de estar em comunhão com Deus e adorá-lo (Sl 42.1,2; 63.1; Ef 5.19,20); a vitória sobre o pecado, a carnalidade e as práticas contrárias ao Evangelho (1Jo 5.18; Gl 5.16; 2Co 5.17); o conhecimento da vontade de Deus (1Co 2.12); o testemunho interior do Espírito Santo atestando nossa filiação ao Pai (Rm 8.16); o intenso interesse de praticar a justiça (1Jo 2.29). Claro que não somos perfeitos e que muitas vezes nos depararemos com a impossibilidade de manifestar essas mudanças o tempo todo, mas substancialmente elas estão presentes na regeneração da pessoa. 

SÍNTESE DO TÓPICO (II)

O Espírito Santo opera, naquele que cre em Jesus Cristo, a regeneração. 
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Regeneração
“A regeneração é a ação decisiva e instantânea do Espírito Santo, mediante a qual Ele cria de novo a natureza interior. O substantivo grego (palingenesia) traduzido por ‘regeneração’ aparece apenas duas vezes no Novo Testamento. Mateus 19.28 emprega-o com referência aos tempos do fim. Somente em Tito 3.5 refere-se a renovação espiritual do indivíduo. Embora o Antigo Testamento tenha em vista a nação de Israel, a Bíblia emprega várias figuras de linguagem para descrever o que acontece. O Senhor ‘tirará da sua carne o coração de pedra e lhes dará um coração de carne’ (Ez 11.19). Deus diz: ‘Espalharei água pura sobre vós, e ficareis purificados... E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo... E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos’ (Ez 36.25-27). Deus colocará a sua lei ‘no seu interior e a escreverá no seu coração’ (Jr 31.33). Ele ‘circundará o teu coração... para amares ao Senhor’ (Dt 30.6)” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, pp.369,370). 

III. SANTIFICADOS EM CRISTO 
1. Uma consequência da salvação. A santificação é o processo pelo qual o crente se afasta (separa) do pecado para viver uma vida inteiramente consagrada a Deus, desenvolvendo nele a imagem de Cristo (Rm 8.29). É um processo de cooperação entre o crente e o Espírito Santo que se inicia no momento da justificação do salvo, isto é, Deus vê o crente como santo, ainda que a santidade dele precise ser aperfeiçoada (Ef 4.12). No processo de conversão, a santificação é outorgada ao cristão porque Deus o vê santo, separado e amado por Ele, o nosso Pai (Cl 3.12). Nesse sentido estamos firmados em Cristo e os pecados não têm mais lugar em nossas vidas (1Jo 3.6).
2. Um esforço pessoal. As Escrituras revelam que devemos almejar e priorizar a santificação (Hb 12.14), pois a nossa natureza pecaminosa insiste em resistir a esse processo (Rm 7.14,21). Deus anela pela santificação dos seus filhos, não por capricho divino, mas porque o pecado nos fere de morte e o nosso Pai de amor não quer ver os seus filhos feridos, mortos no pecado, pois isso contraria sua natureza amorosa. Assim, para sarar a ferida do pecado, Ele enviou o seu filho para nos libertar do pecado a fim de vivermos uma vida santa.
3. O desafio de sermos santos. Às vezes achamos que podemos ser continuamente bons e santos (1Jo 1.10). Na verdade, a nossa meta deve ser essa, mas não podemos deixar de reconhecer que somos simultaneamente justos e pecadores, ou seja, em Cristo, Deus nos vê absolutamente santos; no entanto, em relação à nossa natureza inclinada ao pecado, nossa santificação sofre revezes (Rm 7.15). Por isso é exigido um esforço pessoal e dependência contínua do Espírito Santo para sermos santos. 

SÍNTESE DO TÓPICO (III)

Pela fé somos santificados em Jesus Cristo. 
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Santificação
A santificação precisa ser distinguida da justificação. Na justificação, Deus atribui ao crente, no momento em que recebe a Cristo, a própria justiça de Cristo, e a partir de então vê esta pessoa como se ela tivesse morrido, sido sepultada e ressuscitada em novidade de vida em Cristo (Rm 6.6-10). É uma mudança que ocorre ‘de uma vez por todas’ na condição legal ou judicial da pessoa de Deus. A santificação, em contraste, é um processo progressivo que ocorre na vida do pecador regenerado, momento a momento. Na santificação ocorre uma cura substancial da separação que havia ocorrido entre Deus e o homem, entre o homem e os seus companheiros, entre o homem e si mesmo, entre o homem e a natureza” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2009, p.1762). 

CONCLUSÃO 
Convêm que os crentes, como pessoas justificadas, regeneradas e santificadas, demonstrem ao mundo perdido, por meio das consequências positivas que esse processo de salvação traz sobre nossa vida, que somente Jesus pode salvar e transformar o pecador.

PARA REFLETIR

A respeito do processo da salvação, responda:

Quais são as consequências da justificação?
A justificação tem como consequência direta o perdão dos pecados, a reconciliação do pecador com Deus, a segurança da salvação e a santificação da vida. 
Qual é a necessidade da justificação?
A necessidade da justificação é para que nos encontremos justos e santos diante de Deus, a fim de que sejamos participantes das bênçãos da salvação e para que o Diabo não acuse o crente dos pecados que Cristo perdoou. 
Qual é a distinção entre regeneração e conversão?
Regeneração é a ação divina de criar um novo homem, dando-lhe um novo coração, transformando-o em nova criação, tornando-o filho de Deus e fazendo-o passar da morte para a vida. A conversão é a resposta humana à regeneração no processo de salvação, que é voltar-se inteiramente para Deus; enquanto aquela é um milagre operado por Deus na natureza humana, um fenômeno incompreensível à mente natural. 
O que é a santificação?
A santificação é o processo pelo qual o crente se afasta (separa) do pecado para viver uma vida inteiramente consagrada a Deus, desenvolvendo nele a imagem de Cristo. 
É possível ser santo de maneira absoluta?
As Escrituras revelam que devemos almejar e priorizar a santificação, pois a nossa natureza pecaminosa insiste em resistir a esse processo. Deus anela pela santificação dos seus filhos, não por capricho divino, mas porque o pecado nos fere de morte e o nosso Pai de amor não quer ver os seus filhos feridos, mortos no pecado, pois isso contraria sua natureza amorosa. Às vezes achamos que podemos ser continuamente bons e santos (1Jo 1.10). Na verdade, a nossa meta deve ser essa, mas não podemos deixar de reconhecer que somos simultaneamente justos e pecadores, ou seja, em Cristo, Deus nos vê absolutamente santos; no entanto, em relação à nossa natureza inclinada ao pecado, nossa santificação sofre revezes. Por isso é exigido um esforço pessoal e dependência contínua do Espírito Santo para sermos santos.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

O Processo da Salvação 
Nesta lição, veremos o que Deus faz na vida da pessoa que se arrependeu dos pecados e creu no Senhor Jesus: Justifica, Regenera e Santifica.

Justificação
Cristo Jesus, o nosso Senhor, segundo a sua própria justiça, Deus nos declarou justificados. Esse termo refere-se à nossa mudança de situação diante de Deus. É o ato pelo qual o Altíssimo declara os pecadores outrora acusados, culpados e condenados, agora livres e absolvidos com base na definitiva e satisfatória obra salvífica de Jesus Cristo operada na cruz. É uma das maravilhosas doutrinas da Salvação que precisa ser pregada, afirmada e reafirmada nos púlpitos e nas classes de Escola Dominical das igrejas locais. 
Regeneração
O teólogo pentecostal Daniel Pecota diz que a Regeneração “é o início do nosso crescimento no conhecimento de Deus, na nossa experiência de Cristo e do Espírito e no nosso caráter moral”. Após o arrependimento e a fé, Deus nos regenera por intermédio do seu Espírito Santo. É o milagre da criação de uma nova natureza interior. É ação do Espírito semelhante ao que profetizou o profeta Ezequiel: “E lhe darei um mesmo coração, e um espírito novo porei dentro deles; e tirarei da sua carne o coração de pedra e lhes darei um coração de carne” (Ez 11.19). Uma doutrina urgente que deve ser pregada e ensinada. Uma das verdades que os pentecostais sempre enfatizaram é a “mudança de vida” como prova da verdadeira conversão em Cristo. Isso passa obrigatoriamente pelo milagre da Regeneração que leva-nos à santificação. 
Santificação
O teólogo pentecostal Timothy P. Jenney, no capítulo “O Espírito Santo e a Santificação”, da obra Teologia Sistemática: Perspectiva Pentecostal, editada pela CPAD, diz que “os escritores do Novo Testamento empregam tão frequentemente a expressão ‘Espírito Santo’ por reconhecerem a relevância do Espírito para a santificação do mundo” (p.406). Nesse sentido, podemos conceituar “santificação” como “o processo mediante o qual Deus está purificando o mundo e seus habitantes”. É uma obra continuada a partir da regeneração, numa perspectiva instantânea, pois aplica à vida do crente a obra feita por Jesus; e progressiva, pois a operação do Espírito é permanente. Uma doutrina que deve ser vivida hoje!


ARREPENDIMENTO E FÉ PARA A SALVAÇÃO

TEXTO ÁUREO
E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo(At 2.38).

VERDADE PRÁTICA - O arrependimento do pecador é o primeiro passo para receber, pela fé, a graciosa salvação de Deus. 
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Sl 51.1-3
O arrependimento abre caminho para o perdão de Deus
Terça — Is 30.15
Deus concede salvação ao que se arrepende
Quarta — Mt 3.8
Um convite para dar frutos dignos de arrependimento
Quinta — Lc 15.7
Há alegria no céu quando um pecador se arrepende
Sexta — 1Jo 1.9
Deus é fiel para justificar quem se arrepende dos seus pecados
Sábado — Ap 3.19
Um chamado ao arrependimento
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 2.37-41.
37 — Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, varões irmãos?
38 — E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
39 — Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar.
40 — E com muitas outras palavras isto testificava e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.
41 — De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase tres mil almas. 
HINOS SUGERIDOS - 192, 292 e 484 da Harpa Cristã. 
OBJETIVO GERAL - Explicar que o arrependimento é o primeiro passo para receber, pela fé, a graciosa salvação de Deus. 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos. 
  • I. Mostrar que o arrependimento, mediante a ação do Espírito é uma mudança essencial para receber a salvação de Deus;
  • II. Explicar que a fé salvífica é um dom de Deus;
  • III. Compreender que o arrependimento e a fé são as respostas do homem à salvação. 
INTERAGINDO COM O PROFESSOR 
Prezado(a) professor(a), na lição deste domingo estudaremos a respeito da fé salvífica e do arrependimento. Veremos que fé para a salvação é implantada em nossos coraç?es pelo Espírito Santo a fim de que venhamos a receber a dádiva da salvação. Deus deseja que todos sejam salvos, contudo é necessário fé e arrependimento. Primeiro, o Espírito Santo faz nascer no coração do homem incrédulo a fé em Jesus e no seu sacrifício vicário. Depois, o mesmo Espírito nos convence dos nossos pecados, do juízo e da justiça de Deus, gerando o arrependimento. Então, é importante, no decorrer da lição, enfatizar que para fazer parte do Reino de Deus é necessário fé e arrependimento. 
INTRODUÇÃO
O arrependimento e a fé operam conjuntamente para a salvação. É o pecador arrependido que crê no sacrifício vicário de Cristo na cruz do Calvário. Essa fé leva o pecador arrependido a abandonar de vez a situação de pecado, para então ser perdoado e, experimentar assim, a paz de Deus em seu coração.

PONTO CENTRAL 
Fé e arrependimento são essenciais para se fazer parte do Reino de Deus.
I. ARREPENDIMENTO, UMA TRANSFORMAÇÃO DO ESPÍRITO 
1. Definição de arrependimento No Antigo Testamento, arrependimento significa mudança de ideia ou de propósito, no sentido de abandonar o pecado, voltando-se para Deus de todo o coração, alma e força (Ne 1.9; Is 19.22). Em o Novo Testamento, o verbo arrepender é mais fortemente expressado, pois significa “converter-se” ou “retornar”, termos que expressam a mudança de mente, transformação do pensamento, da consciência, das atitudes, isto é, uma verdadeira metanoia — do grego, “mudança da mente, mudança do homem interior: a mudança profunda e radical da mente”. Quando se passa pelo verdadeiro arrependimento há uma tristeza sincera pelo pecado praticado (2Co 7.10) e posterior compromisso de abandoná-lo para abraçar a vontade de Deus.
2. O arrependimento na vida cotidiana. O arrependimento nos livra das amarras do pecado, da culpa que escraviza e nos tira a alegria de viver. Ele nos leva a experimentar a cura da consciência cauterizada pelo pecado (1Tm 4.2). Assim, o arrependimento nos devolve a satisfação, a autoestima sadia (sem orgulho ou narcisismo) que resulta em alegria e paz no coração. Há na existência do cristão diversas áreas da vida que talvez ainda não tenham sido submetidas ao completo senhorio de Cristo, isto é, áreas que ainda não passaram pelo processo de arrependimento (Hb 12.17). Por isso a Palavra de Deus aconselha-nos a fazer um autoexame sincero (1Co 11.28a) para percebermos o que sorrateiramente nos contamina, pois “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?” (Jr 17.9).
3. A ação do Espírito Santo no arrependimento. O Espírito Santo opera o arrependimento na conversão do ser humano (Jo 16.8). Somente Ele pode conhecer e esquadrinhar profundamente o coração do homem, e os que estão abertos ao seu mover podem perceber as situações que precisam de confissão sincera diante de Deus. Outrossim, a purificação do pecado por meio do arrependimento é uma condição que precede o batismo no Espírito Santo (At 2.37-39). 

SÍNTESE DO TÓPICO (I) 
O arrependimento é essencial para receber a salvação de Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O arrependimento e a fé são os dois elementos essenciais da conversão. Envolvem uma ‘virada contra’ (o arrependimento) e uma ‘virada para’ (a fé). As palavras primárias, no Antigo Testamento, para expressar a ideia de arrependimento são shuv (‘virar para trás’, ‘voltar’) e nicham (‘arrepender-se’, ‘consolar’). Shuv ocorre mais de cem vezes no sentido teológico, seja quanto ao desviar-se de Deus (1Sm 15.11; Jr 3.19), seja no sentido de voltar para Deus. A pessoa também pode desviar-se do bem ou desviar-se do mal, isto é, arrepender-se. O verbo nicham tem um aspecto emocional que não fica evidente em shuv; mas ambas as palavras transmitem a ideia de arrependimento.
O Novo Testamento emprega epistrephõ no sentido de ‘voltar-se’ para Deus e metanoeõ/metanoia para a ideia de ‘arrependimento’ (At 2.38; 17.30; 20.21; Rm 2.4). Utiliza-se de metanoeõ para expressar o significado de shuv, que indica uma ênfase à mente e à vontade. Mas também é certo que metanoia, no Novo Testamento, é mais que uma mudança intelectual. Ressalta o fato de uma reviravolta da pessoa inteira, que passa a operar uma mudança fundamental de atitudes básicas.
Embora o arrependimento por si só não possa salvar, é impossível ler o Novo Testamento sem tomar consciência da ênfase deste sobre aquele. Deus ‘anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam’ (At 17.30). A mensagem inicial de João Batista (Mt 3.2), de Jesus (Mt 4.17) e dos apóstolos (At 2.38) era ‘Arrependei-vos’. Todos devem arrepender-se, porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23)” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. R: CPAD, 1996, p.368).

Arrependimento
“Quando os olhos dos pecadores são abertos, não podem sentir senão remorsos no coração por causa do pecado, e uma grande inquietude interior. O apóstolo exorta o povo a arrepender-se de seus pecados e confessar abertamente sua fé em Jesus como o Messias, e ser batizados em seu nome. Assim, pois, professando sua fé nEle, receberia a remissão de seus pecados, e participaria dos dons e das graças do Espírito Santo”. Leia mais em Comentário Bíblico, de Matthew Henry, CPAD, p.888.

II. A FÉ COMO UM DOM DE DEUS E COMO RESPOSTA DO SER HUMANO 
1. A fé natural. É a aceitação intelectual de certas verdades acerca de Deus, mas não acompanhada por um compromisso com o Evangelho (Tg 2.17). Essa fé é vivenciada pelas pessoas que até acreditam em Deus, aceitam que Ele fez todas as coisas, concordam que o sol se levanta pela manhã por provisão dEle, todavia, não dão o passo decisivo para a salvação. A Bíblia afirma que até os demônios creem e estremecem diante de Deus (Tg 2.19), o que significa que ter uma fé apenas teórica não representa muita coisa. As pessoas podem estar até cientes da vida eterna, mas ainda assim, não aceitar o sacrifício vicário de Cristo Jesus para lhes proporcionar a salvação.
2. A fé salvífica. É uma atitude do intelecto e do coração para com Deus em que o homem abandona a vida de pecado para confiar exclusivamente na obra salvadora de Cristo na cruz (At 16.30,31; Gl 2.16). Logo, a fé salvífica não consiste somente em crer em algumas coisas, mas confiar na pessoa de Cristo (Jo 3.18). Ela é um dom de Deus (Ef 2.8), cujo autor é Cristo (Hb 12.2) e que se origina do ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17), algo imprescindível para se obter a salvação (Jo 5.24). Embora um dom de Deus, a fé precisa ser exercida pelo crente para confirmar a sua salvação.
3. Os benefícios da fé. A salvação é pela graça, mas a fé é o elemento indispensável (Ef 2.8-9) para obtê-la. É a porta de entrada das bênçãos oriundas da salvação, tais como: a justificação, a regeneração, a adoção, a reconciliação, o perdão, a santificação, a glorificação e a vida eterna. Além dos benefícios inerentes à salvação, a fé ainda abre as portas para a cura de enfermidades (Mc 16.18; Tg 5.15), o batismo no Espírito Santo (Mc 16.17; At 2.1-4), a vitória contra o mundo (1Jo 5.4), contra a carne (Gl 2.20), contra o Diabo (1Pe 5.8-9), a paciência (Tg 1.3) e a proteção contra os dardos inflamados do Maligno (Ef 6.16). 

SÍNTESE DO TÓPICO (II)

A fé salvífica é um dom de Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Entre as declarações bíblicas sobre o assunto, esta é a fundamental: ‘Abraão creu [heb. ‘man], no Senhor, e foi lhe imputado isto por justiça’ (Gn 15.6). Moisés ligou a rebelião e desobediência dos israelitas à sua falta de confiança no Senhor (Dt 9.23,24). A infidelidade de Israel (Jr 3.6-14) forma um nítido contraste com a fidelidade de Deus. A fé abrange a confiança. Podemos ‘depender’ do Senhor ou nEle ‘fiar-nos’ (heb. batach) com confiança. Quem assim fizer será bem-aventurado (Jr 17.7). Alegramo-nos porque podemos confiar no seu nome (Sl 33.21) e no seu amor inabalável (Sl 13.5). Podemos também ‘refugiar-nos’ (heb. casah) nEle, conceito este que afirma a fé (Sl 18.30).
No Novo Testamento, o verbo pisteuõ (‘creio, confio’) e o substantivo pistis (‘fé’) ocorrem cerca de 480 vezes. Poucas vezes o substantivo reflete a ideia da fidelidade como no Antigo Testamento (por exemplo, Mt 23.23; Rm 3.3; Gl 5.22). Pelo contrário, normalmente funciona como um termo técnico, usado exclusivamente para se referir à confiança ilimitada (com obediência e total dependência) em Deus (Rm 4.24), em Cristo (At 16.31), no Evangelho (Mc 1.15) ou no nome de Cristo (Jo 1.12). Tudo isso deixa claro que, na Bíblia, a fé não é ‘um salto no escuro’.
Somos salvos pela graça mediante a fé (Ef 2.8). Crer no Filho de Deus leva à vida eterna (Jo 3.16). Sem fé, não poderemos agradar a Deus (Hb 11.6). A fé, portanto, é a atitude da nossa dependência confiante e obediente em Deus e na sua fidelidade. Essa fé caracteriza todo filho de Deus fiel. É o nosso sangue espiritual (Gl 2.20)” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, pp.369,370).

III. O ARREPENDIMENTO E A FÉ SÃO AS RESPOSTAS DO HOMEM À SALVAÇÃO 
1. Arrependimento — condição para a salvação. Jesus afirmou que para fazer parte do Reino de Deus é necessário o arrependimento (Mt 4.17). Zaqueu, o publicano, teve um arrependimento tão genuíno que prometeu dar aos pobres metade de seus bens e devolver quatro vezes mais caso houvesse roubado alguém (Lc 19.8). De modo que ele pôde ouvir do Senhor: “Hoje, veio salvação a esta casa” (19.9). Assim, o arrependimento é diferente do remorso; este é momentâneo e passageiro, aquele atinge o lugar mais recôndito do coração humano.
2. Salvação por meio da fé. A salvação é pela graça mediante a fé (Ef 2.8), uma condição necessária para se obtê-la, pois sem a fé não se pode crer no sacrifício vicário de Cristo. Assim, o arrependimento produzido pelo convencimento do Espírito Santo e a fé, como dom divino, exercida pela pessoa, operam conjuntamente para a glória de Deus.
3. Arrependimento e conversão. O arrependimento faz parte do processo de conversão e abrange o ser humano por inteiro: o intelecto (Mt 21.29), as emoções (Lc 18.13) e a vontade (Lc 15.18,19). Portanto, a conversão é uma ruptura com antigas tradições e modos de vida abomináveis e pecaminosos. Agora, tudo se torna novo, surge outra pessoa nascida de novo (Jo 3.3). Isso significa que todas as esferas da vida humana assumem a virtude e a ética do Reino de Deus ensinadas por Cristo Jesus (Mt 5-7). 

SÍNTESE DO TÓPICO (III)

O arrependimento e a fé são as respostas do homem à salvação. 

SUBSÍDIO TEOLÓGICO 
“Não podemos, obviamente, exercer a fé salvífica à parte da capacitação divina. Mas ensina a Bíblia que, quando cremos, estamos simplesmente devolvendo o dom de Deus? Seria necessário, para protegermos o ensino bíblico da salvação pela graça mediante a fé somente, insistir que a fé não é realmente nossa, mas de Deus? Alguns citam determinados versículos como evidências em favor de semelhante opinião. J. I. Packer diz: ‘Deus, portanto, é o autor de toda a fé salvífica (Ef 2.8; Fp 1.29)’. H. C. Thiessen afirma que há ‘um lado divino da fé, e um lado humano’, e então declara: ‘A fé é um dom de Deus (Rm 12.3; 2Pe 1.1) outorgado sobrenaturalmente pelo Espírito de Deus (1Co 12.9). Paulo diz que todos os aspectos da salvação são um dom de Deus (Ef 2.8), e por certo a fé está incluída aí’” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.370). 

CONCLUSÃO 
Como nova criatura, “as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co 5.17). Ao crente que experimentou essa conversão cabe esforçar-se para manter-se afastado do que outrora causou-lhe tanta dor, sendo o motivo de sua perdição. Agora, tudo é novo! Tudo faz sentido! 
PARA REFLETIR 
A respeito de arrependimento e fé para a salvação, responda: 
O que significa arrependimento no Antigo Testamento?
No Antigo Testamento, arrependimento significa mudança de ideia ou de propósito, no sentido de abandonar o pecado, voltando-se para Deus de todo o coração, alma e força.
Qual é a ação do Espírito Santo no arrependimento do ser humano?
O Espírito Santo opera o arrependimento na conversão do ser humano (Jo 16.8). Somente Ele pode conhecer e esquadrinhar profundamente o coração do homem, e os que estão abertos ao seu mover podem perceber as situações que precisam de confissão sincera diante de Deus.
O que é a fé natural?
É a aceitação intelectual de certas verdades acerca de Deus, mas não acompanhada por um compromisso com o Evangelho (Tg 2.17).
O que é a fé salvífica?
É uma atitude do intelecto e do coração para com Deus em que o homem abandona a vida de pecado para confiar exclusivamente na obra salvadora de Cristo na cruz. Logo, a fé salvífica não consiste somente em crer em algumas coisas, mas confiar na pessoa de Cristo. Ela é um dom de Deus.
Qual é a abrangência do arrependimento?
O arrependimento faz parte do processo de conversão e abrange o ser humano por inteiro: o intelecto (Mt 21.29), as emoções (Lc 18.13) e a vontade (Lc 15.18,19). 
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Arrependimento e Fé para a Salvação
Os pentecostais concordam que o Arrependimento e a Fé são as respostas do ser humano ao chamado de Deus para a salvação. Segundo o teólogo pentecostal Daniel Pecota, o Arrependimento e a Fé são dois aspectos fundamentais da conversão. Não há verdadeira conversão sem arrependimento, sem reconhecimento do erro praticado. Fazer essa autoanálise, por natureza, é constrangedor, doloroso e vergonhoso, mas é a partir desse gesto que o arrependimento começa refletir o processo de metanoia, ou seja, uma mudança de mentalidade, uma nova natureza tomando o lugar da antiga, o “novo homem” assumindo o lugar do “velho homem”.
Da mesma forma, podemos dizer que não há verdadeira conversão se não houver a fé autêntica na pessoa bendita do Filho como o único Senhor, Salvador e Rei de nossa vida, pois ao reconhecermos a tragédia do nosso pecado, também reconheceremos que a única maneira de sermos salvos dessa tragédia é entregando-se a Cristo e aceitando a obra salvífica no Calvário que Ele fez por amor a nós. Essa fé não é natural, mas a que faz o ser humano se entregar por completo a Deus em pura confiança nEle. Assim como fez Abraão, que creu no Senhor e foi abençoado por Deus (Gn 15.6). Como Moisés que confiava inteiramente em Deus e corrigiu o povo que não confiava no Altíssimo com a mesma intensidade do legislador israelita (Dt 9.23,24).
Dito isso, prezado (a) professor (a), leia com atenção o quadro abaixo, pois auxiliará muito o seu plano de aula no estudo das palavras “Arrependimento” e “Fé”:

ARREPENDIMENTO
• No AT as palavras primárias para “arrependimento” são shuv (“virar para trás”, “voltar”), e nicham (“arrepender-se”, “consolar”).
• No NT são empregadas as palavras epistrephõ (“voltar-se para Deus”) e metanoeõ (“Voltar atrás”, “virada de pensamento além do intelectual”).

• No AT os termos hebraicos são: aman (“crer no Senhor”), batach (“depender do Senhor”) e chasah (“refugiar-se no Senhor”).
• No NT a palavra para fé é pisteuõ (“creio, confio”). A idéia é de uma confiança ilimitada em Deus, em Cristo no Evangelho ou no nome de Cristo.

Com base nessas palavras podemos concluir que Arrependimento é uma mudança de mentalidade, de natureza; enquanto que a Fé é a entrega ilimitada ao domínio de Deus por meio do seu Filho amado Jesus na força do Espírito Santo.

Texto adaptado da obra “Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal”, editada pela CPAD, pp.368-371.




SALVAÇÃO E LIVRE-ARBÍTRIO

TEXTO ÁUREO

Qual é o homem que teme ao Senhor? Ele o ensinará no caminho que deve escolher(Sl 25.12).

VERDADE PRÁTICA

O projeto primário de Deus foi salvar a humanidade. Todavia, de acordo com sua soberania, concedeu o livre-arbítrio ao homem.

LEITURA DIÁRIA

Segunda — Gn 3.1,6
Deus dá ao homem capacidade de fazer escolhas
Terça — Dt 30.19
A liberdade de escolher entre a bênção e a maldição
Quarta — Is 48.18
O povo escolhe não obedecer a Deus
Quinta — Rm 10.9
A salvação é pela graça, mas o homem precisa decidir aceitá-la
Sexta — Gl 5.1
O homem escolhe se submeter ou não ao jugo da escravidão
Sábado — Sl 119.30,31
O salmista decidiu andar pelo caminho da verdade

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 3.14-21.

14 — E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado,
15 — para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
16 — Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
17 — Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18 — Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
19 — E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
20 — Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não vem para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas.
21 — Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fi m de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.

HINOS SUGERIDOS

27, 41 e 124 da Harpa Cristã.

OBJETIVO GERAL
Explicar que o projeto primário de Deus foi salvar a humanidade, contudo, de acordo com sua soberania, concedeu o livre-arbítrio ao homem.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
  • I. Mostrar que a eleição bíblica é segundo a presciência divina;
  • II. Discutir a tese bíblica de Armínio a respeito do livre-arbítrio;
  • III. Conhecer a respeito da eleição divina e do livre-arbítrio.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Deus é soberano, amoroso e deseja salvar a todos indistintamente, mas isso não anula o direito de escolha do ser humano. O que coube a Deus fazer no plano perfeito da salvação Ele o fez, mas a parte do homem, que é pela fé decidir crer e aceitar o sacrifício de Jesus, ele precisa fazer. Deus criou seres autônomos, inteligentes e permite que suas criaturas escolham entre o bem e o mal. No plano perfeito da salvação, Cristo deu a sua vida por todos, mas somente aqueles que decidem crer serão salvos. Nesta lição estudaremos também a respeito do teólogo reformador Armínio, pois ele foi um dos que refutou duramente a teologia da predestinação de Calvino.

INTRODUÇÃO

Na cruz do Calvário, Jesus Cristo ofereceu a salvação indistinta e gratuitamente para todos os seres humanos (Ap 22.17). Por decisão pessoal, e liberdade individual, os que recebem a oferta de salvação são destinados à vida eterna, pois o Pai quer que todo homem se salve e que ninguém se perca (2Pe 3.9).

PONTO CENTRAL
 De acordo com sua soberania, Deus concedeu o livre-arbítrio ao homem.

I. A ELEIÇÃO BÍBLICA É SEGUNDO A PRESCIÊNCIA DIVINA
1. A eleição de Israel. A eleição no Antigo Testamento tem um significado mais específico que no Novo Testamento. Exemplo disso é o chamado de Abraão e sua descendência, que mais tarde formariam a nação de Israel. Deus chamou o patriarca e lhe fez promessas (Gn 12.1-3). Livre e espontaneamente, o “amigo de Deus” respondeu positivamente ao chamado. Entretanto, diante dele havia a possibilidade de não atender a essa convocação. Nesse sentido, é importante ressaltar que a eleição de Israel (Is 51.2; Os 11.1) é específica e pontual. Deus tinha um propósito de enviar o Salvador ao mundo por intermédio da nação judaica. Por ser pontual, específica e coletiva, a eleição de Israel não pode ser usada como base para fundamentar a salvação individual do crente, nem mesmo dos judeus, no sentido de Deus decretar uns para a vida eterna e outros para a eterna danação. Além do mais, por meio do livre-arbítrio que Deus deu a Israel, a nação chegou a perder algumas bênçãos prometidas porque se rebelou contra o Senhor e desobedeceu à sua ordem (Jr 6.30; 7.29). Segundo o apóstolo Paulo, isso nos serve de exemplo a fim de não repetirmos os mesmos erros do povo de Deus do Antigo Testamento (1Co 10.6,11).
2. A eleição para a salvação. A eleição divina é o ato pelo qual Deus chama os pecadores à salvação em Cristo e os torna santos (Rm 8.26-39). Essa eleição é proclamada por meio da pregação do Evangelho (Jo 1.11; At 13.46; 1Co 1.9), pois o Altíssimo deseja que todos sejam salvos, respondendo afirmativamente ao seu chamado para a salvação (At 2.37; 1Tm 2.3,4; 2Pe 3.9). Entretanto, as Escrituras mostram claramente que quem crer será salvo, mas quem não crer será condenado (Mc 16.16).
3. A presciência divina. Presciência é a capacidade de Deus saber todas as coisas de antemão (At 22.14; Rm 9.23) e de interferir na história humana (Ne 9.21; Sl 3.5; 9.4; Hb 1.1-3). Ele é soberano (Jó 42), provedor (Sl 104) e sabe quem responderá positivamente ao convite de salvação (Rm 8.30; Ef 1.5). Deus proveu o meio de salvação para todas as pessoas, mas nem todas atenderão ao seu convite. Em sua soberania e presciência, estamos sob os seus cuidados, mas paradoxalmente, também desfrutamos do livre-arbítrio que Ele nos deu, o que aumenta mais a responsabilidade humana de obedecer à sua vontade (Rm 11.18-24).

SÍNTESE DO TÓPICO (I)

A eleição é segundo a presciência de Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Qualquer estudo sobre a eleição deve sempre começar por Jesus. E toda conclusão teológica que não fizer referência ao coração e aos ensinos do Salvador, seja tida forçosamente por suspeita. Sua natureza reflete o Deus que elege, e em Jesus não achamos nenhum particularismo. Nele, achamos o amor. Por isso, é relevante que em quatro ocasiões Paulo vincule o amor à eleição ou à predestinação: ‘Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição [gr. eklogen] é de Deus’ (1Ts 1.4). ‘Como eleitos [gr. eklektoí] de Deus, santos e amados...’. (Cl 3.12) — nesse contexto, amados por Deus. ‘Como também nos elegeu [gr. exelaxato] nele antes da fundação do mundo... e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito [gr. eudokia] de sua vontade’ (Ef 1.4,5). Embora a intenção divina não esteja ausente nesta última palavra grega (eudokia), ela inclui também um sentido de calor que não fica tão evidente em thelõ ou boulomai. A forma verbal aparece em Mateus 3.17, onde o Pai diz: ‘Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo [gr. eudokesa]’.
Finalmente, Paulo diz: ‘Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido [gr. heilato] desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé da verdade’ (2Ts 2.13). O Deus que elege é o Deus que ama, e Ele ama o mundo. Tornar-se-ia válido o conceito de um Deus que arbitrariamente escolheu alguns e desconsidera os demais, deixando-os ir à perdição eterna, diante de um Deus que ama o mundo?” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, pp.363,364).

II. ARMÍNIO E O LIVRE-ARBÍTRIO
1. Breve histórico de Jacó Armínio. Jacó Armínio (*1560 +1609) nasceu na Holanda, foi pastor de uma igreja em Amsterdã e recebeu o título de doutor em teologia pela Universidade de Leiden. Tendo sido envolvido numa disputa calvinista, desenvolveu uma tese bíblica a partir dos primeiros Pais da Igreja, que foi denominada de Arminianismo. Sua principal característica é a defesa do livre-arbítrio humano. Por esse posicionamento, enfrentou forte oposição, perseguição e falsas acusações por parte dos teólogos calvinistas. Entretanto, esse teólogo holandês sempre apresentou uma postura tolerante e não combativa, embora convicto de suas opiniões.
2. O livre-arbítrio. O livre-arbítrio é a possibilidade que os seres humanos têm de fazer escolhas e tomar decisões que afetam seu destino eterno, especificamente se tratando da salvação. Isso quer dizer que cabe a cada um deixar-se convencer pelo Espírito Santo para ser salvo por Jesus ou não, embora Deus dê a todos a oportunidade da salvação. No Jardim do Éden, o Criador outorgou o livre-arbítrio ao homem (Gn 2.16,17); a Israel deu também essa prerrogativa (Dt 30.19); e à humanidade o Altíssimo possibilitou escolha entre o caminho da salvação ou o da perdição (Mc 16.16).
3. O livre-arbítrio na Bíblia. Deus nos criou à sua imagem e semelhança (Gn 1.26). Logo, por Ele ser naturalmente livre, também seus filhos possuem a faculdade de escolherem livremente. Por isso, o Criador sempre incentivou a nação a escolher o caminho da vida (Dt 30.19-20). Assim, segundo as Escrituras, se em Adão todos são predestinados para a perdição, em Cristo, todos são predestinados para a salvação: “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1Co 15.22; cf. Jo 1.12), pois “se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo” (Rm 10.9).

SÍNTESE DO TÓPICO (II)

A principal característica do arminianismo é o livre-arbítrio.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-TEOLÓGICO

Professor(a), sugerimos que você reproduza o esquema abaixo no quadro (antes da chegada dos alunos à classe). Para a introdução do tópico, faça a seguinte pergunta: “O que é o arminianismo?”. Ouça os alunos com atenção e incentive a participação de todos. Depois, explique que tal termo se refere à teologia que foi elaborada pelo teólogo Jacobus Arminius. Logo após, mostre aos alunos o quadro com os cinco pontos básicos do arminianismo. Discuta com os alunos os pontos:

CONHEÇA MAIS

Eleição divina e livre-arbítrio
“Na Bíblia temos tanto a predestinação divina como a livre-escolha humana, em relação à salvação; mas não uma predestinação em que uns são destinados à vida eterna, e outros, à perdição eterna. [...]. Por outro lado, a ênfase inconsequente à livre-vontade do homem conduz ao engano de uma salvação dependente de obras, conduta e obediência humanas”. Leia mais em Teologia Sistemática Pentecostal, CPAD, pp.368,69.

III. ELEIÇÃO DIVINA E LIVRE-ARBÍTRIO
1. A eleição divina. A eleição é uma escolha soberana de Deus (Ef 1.5,9) que tem como objeto de seu amor todos os seres humanos (1Tm 2.3,4). Não é uma obra que leva em conta o mérito humano, mas que é feita exclusivamente em Cristo (Ef 1.4). Em Jesus, Deus nos elegeu com propósitos específicos: para pertencermos a Cristo (Rm 1.6; 1Co 1.9); para a santidade (Rm 1.7; 1Pe 1.15; 1Ts 4.7); para a liberdade (Gl 5.13); para a paz (1Co 7.15); para o sofrimento (Rm 8.17,18); e para a sua glória (Rm 8.30; 1Co 10.31).
2. Escolha humana e fatalismo. A graça comum (Rm 5.18) é estendida a todos os seres humanos, abrindo-lhes a oportunidade para crerem no Evangelho, o que descarta a possibilidade de a eleição ser uma ação fatalista de Deus — Fatalismo: acontecimentos que operam independentemente da nossa vontade, e dos quais não podemos escapar. Ora, a eleição de Deus não é destinada somente a alguns indivíduos, enquanto os outros, por escolha divina, vão para o inferno. Isso vai contra a natureza amorosa e misericórdia do Criador. Por isso, indistintamente, Ele dá a oportunidade para que todos se salvem (At 17.30), pois Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34).
3. A possibilidade da escolha humana. Há vários textos bíblicos que apontam para o fato de o ser humano ser livre para escolher: “todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16); “o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (Jo 6.37); “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10.13). Uma das coisas mais belas da Palavra de Deus é que, embora o Altíssimo seja soberano, Ele não criou seus filhos como robôs autômatos milimetricamente controlados. O nosso Deus deseja que todo ser humano, espontânea e livremente, o ame de todo coração e mente.

SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Deus nos elegeu, em Jesus, para pertencermos a Ele.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Ainda de acordo com a ideia de que o relacionamento entre o divino e o humano é uma via de mão dupla, a posição compatibilista de Lewis, que aventa o que chamei de ‘coexistência pacífica entre soberania divina e livre-arbítrio’ ou ‘compatibilidade incognoscível’, é exemplificada pelo autor de As Crônicas de Nárnia, com a ideia de perdão. A necessidade de tal ato da parte de Deus, ‘move’ a divindade e, ‘Nesse sentido’, diz ele, ‘a ação divina é consequência do nosso comportamento, [e] é por ele condicionada e induzida’. Lewis então questiona retoricamente: ‘Será que isso significa que podemos ‘influenciar’ Deus?’. O anglicano acredita que é até possível responder afirmativamente caso se quiser e diz que, se isso for dessa forma, é preciso então que se flexibilize a noção de ‘impassibilidade’ divina, ‘de forma que admita isso’, aventando a hipótese de que o comportamento humano, de alguma forma, ‘influencia’ o Criador, ‘pois sabemos que Deus perdoa muito mais do que entendemos o significado de impassível’. Assim é que, a respeito dessa questão, Lewis diz que prefere ‘dizer que, antes de existirem todos os mundos, Seu ato providencial e criativo (porque são uma coisa só) leva em conta todas as situações engendradas pelos atos de suas criaturas’. Mas, questiona, ‘se Deus leva em conta nossos pecados, por que não nossas súplicas?’. Isso significa que a oração, a súplica, move a Deus. Numa palavra, ‘Deus e o homem não se excluem mutuamente, como o homem exclui ao seu semelhante no ponto de junção, por assim dizer, entre Criador e criatura; no ponto em que o mistério da criação — infinito para Deus e incessante no tempo para nós ’ ocorre de fato’. Isso significa que, ‘Deus fez (ou disse) tal coisa’ e ‘eu fiz (ou disse) tal coisa’ podem ambos ser verdadeiros’. Esta, inclusive, é a forma arminiana e pentecostal de crer. A soberania divina coexiste com o livre-arbítrio e qualquer tentativa de explicar como isso ocorre leva a equívocos e discussões desnecessárias” (CARVALHO, César Moisés. O Sermão do Monte: A justiça sob a ótica de Jesus. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2017, pp.114,115).


CONCLUSÃO
O Evangelho é um presente oferecido a todas as pessoas, independente de méritos pessoais. Por isso o Senhor convida: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). Os que aceitam a esse convite estão predestinados a “serem conforme a imagem de seu filho”, Jesus Cristo (Rm 8.29). Deus deseja que todo ser humano seja salvo!

PARA REFLETIR

A respeito da salvação e livre-arbítrio, responda:

Qual foi o propósito da eleição de Israel no Antigo Testamento?
A eleição de Israel é específica e pontual. Deus tinha um propósito de enviar o Salvador ao mundo por intermédio da nação judaica.

O que é a presciência divina?
Presciência é a capacidade de Deus saber todas as coisas de antemão e de interferir na história humana.

O que é o livre-arbítrio?
O livre-arbítrio é a possibilidade que os seres humanos têm de fazer escolhas e tomar decisões que afetam seu destino eterno, especificamente se tratando da salvação.

O que é a eleição segundo a Bíblia?
A eleição é uma escolha soberana de Deus que tem como objeto de seu amor todos os seres humanos. Não é uma obra que leva em conta o mérito humano, mas que é feita exclusivamente em Cristo (Ef 1.4).

Qual é a vontade de Deus quanto à salvação do ser humano?
O nosso Deus deseja que todo ser humano, espontânea e livremente, o ame de todo coração e mente.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Salvação e Livre-Arbítrio

Prezado(a) professor(a), na aula desta semana é importante remontar a biografia de Jacó Armínio. Por isso o estudo de livros de história da Igreja é importante. Há também boas literaturas teológicas sobre Armínio, uma delas já mencionada em artigo anterior. A CPAD também tem as obras de autoria de Armínio publicadas em língua portuguesa à disposição dos irmãos: As Obras de Armínio, 3 Volumes. Assim, faremos um breve resumo sobre a importância desse grande teólogo.
Jacó Armínio era um teólogo holandês que se posicionou contrário a algumas doutrinas de linha calvinista com o objetivo de destacar mais o caráter amoroso, bondoso e justo de Deus que foram manifestos na pessoa bendita de Jesus Cristo. Por isso, Armínio foi acusado injustamente de ensinar muitas heresias. Contra ele, foram usados argumentos frágeis e insustentáveis se analisados de maneira séria. Infelizmente, esse “espírito” é comum ainda hoje. A fé cristã não é uma expressão homogênea. Embora tenhamos pontos de fé comuns, que nos une, também temos pontos que nos traz discordâncias pontuais: batismo, escatologia, batismo no Espírito. Mas temos de fazer um alerta importante! Por exemplo, antes de existirem tradicionais-históricos, pentecostais, neopentecostais e outros, já havia milhares de cristãos fiéis ao Senhor. Isso significa que a história da Igreja não começou com uma pessoa ou denominação somente. Por isso não se justifica guerras teológicas, brigas denominacionais e, até mesmo, rompimentos de amizade por causa disso. A Palavra de Deus não é para trazer contendas e rivalidades.
É importante salientar que Jacó Armínio não acrescentou nada novo à teologia cristã no sentido doutrinário. Para fortalecer esse parecer, o estudioso holandês usou em seu método os pais da Igreja, escritos medievais e muitos outros protestantes que lhe antecederam, mostrando que eles defendiam a mesma doutrina cristã. Alguns nomes que fazem parte da belíssima história protestante podem ser arrolados ao lado de Armínio em visões similares e bem idênticas ao do teólogo holandês: Melanchton, um líder luterano; Erasmo, reformador católico; Balthasar Hubmaier e Menno Simons, líderes anabatistas do século XVI. Jacó Armínio morreu no auge da controvérsia teológica na Holanda, em 1609.

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A SALVAÇÃO PELA GRAÇA



TEXTO ÁUREO
Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida(Rm 5.18).

VERDADE PRÁTICA
A nossa salvação é fruto único e exclusivo da graça de Deus.

LEITURA DIÁRIA
Segunda — Ef 2.8,9
Salvos pela graça mediante a fé
Terça — Rm 4.25
A Ressurreição de Cristo: o triunfo da graça sobre a morte e o pecado
Quarta — 1Tm 1.14
A graça de Deus transborda em nós
Quinta — At 15.10,11
Somente pela graça somos salvos
Sexta — Gl 2.16
Nenhuma obra meritória garante a salvação
Sábado — Rm 5.20,21
Onde havia o pecado a graça de Deus o suplantou

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Romanos 5.6-10,15,17,18,20; 11.6.
Romanos 5
6 — Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.
7 — Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.
8 — Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
9 — Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
10 — Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
15 — Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.
17 — Porque, se, pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.
18 — Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.
20 — Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça;

Romanos 11
6 — Mas, se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça.

HINOS SUGERIDOS
291, 330 e 491 da Harpa Cristã.

OBJETIVO GERAL
Saber que a nossa salvação é fruto único e exclusivo da graça de Deus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
  • I. Explicar o propósito da Lei e da graça;
  • II. Discutir a respeito do favor imerecido de Deus;
  • III. Salientar para o escândalo da graça.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado(a) professor(a), na lição deste domingo estudaremos a respeito da maravilhosa graça de Jesus. A nossa salvação é resultado desta graça, ou seja, do favor imerecido de Deus à humanidade pecadora. Ninguém pode receber a salvação por méritos próprios ou pela observância da Lei, pois o seu propósito, segundo o apóstolo Paulo, era somente apontar o pecado a fim de nos conduzir a Cristo (Gl 3.24).
Embora a lição não trate a respeito do legalismo, acreditamos ser importante ressaltar que ele é antagônico, adverso à graça. Por isso, no decorrer da lição enfatize que o homem é salvo unicamente pela fé em Cristo Jesus, pela graça, e não pelas obras da Lei ou pelo seu esforço em tentar agradar a Deus.

INTRODUÇÃO
A Lei no Antigo Testamento tem a função de instruir e ensinar ao povo o que Deus estabeleceu aos israelitas a fim de eles terem um convívio próspero, pacífico e harmonioso na terra de Canaã. Os mandamentos contêm preceitos indispensáveis de moral, de ética e de vida religiosa, sem os quais o povo viveria num caos. Entretanto, na impossibilidade de os seres humanos cumprirem plenamente a Lei para tornarem-se justos, Deus nos outorgou a sua maravilhosa graça.

I. LEI E GRAÇA
1. O propósito da Lei. A Lei tem o propósito espiritual de mostrar quão terrível é o pecado — “pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm 3.20) —, bem como o propósito concreto de preservar o povo de Israel do pecado. Mais tarde, a Lei também revelaria quão grande é a necessidade do ser humano, pela graça, obter a salvação, pois era impossível cumprir plenamente a Lei de Deus no Antigo Testamento (Rm 7.19; Tg 2.10). Entretanto, sob o ponto de vista dos aspectos morais da Lei, há princípios que continuam vigorando até os dias atuais. Esses princípios, conforme resumidos no Decálogo — os Dez Mandamentos —, representam nossas obrigações éticas para com Deus e com o próximo (Êx 20.1-17). Esse é o caminho traçado pelo Altíssimo para nós no processo de santificação efetivado pelo Espírito Santo (Jo 14.15; Jo 16.8-10). Nesse sentido, a própria lei moral de Deus é uma expressão de sua graça que representa a revelação clara de sua vontade santa, justa e boa (Rm 7.12).
2. A Lei nos conduziu a Cristo. A Lei foi uma espécie de guia para encontrarmos a Cristo por meio da graça (Gl 3.24). Ela nos convence, pela impossibilidade de ser cumprida, de que não podemos alcançar a salvação sem Cristo. Desse modo, quando a Lei se faz a própria justiça do homem, como mérito dele, ela se torna depreciativa, impossibilitando o ser humano de alcançar a salvação que só é possível mediante o evangelho da graça de Deus (Ef 2.8).
3. A graça revela que a Lei é imperfeita. Paulo constata a superioridade do Espírito em relação à Lei (Gl 5.18) e, que por isso, morremos para a Lei (Rm 7.4; Gl 2.19). Assim, o escritor aos Hebreus revela que a Lei é imperfeita (Hb 8.6,7,13) e o apóstolo João afirma que foi Cristo quem trouxe a graça e a verdade (Jo 1.17). Sim, a graça é superior à lei! Logo, segundo as Escrituras, só existe a Lei por causa do pecado e para apontá-lo: “Que diremos, pois? É a lei pecado? De modo nenhum! Mas eu não conheci o pecado senão pela lei” (Rm 7.7).


SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Lei e graça: a justiça e a misericórdia de Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
A Finalidade da Lei
“Talvez em nenhuma outra passagem da Escritura o objetivo da lei esteja tão bem explicado como na carta aos Gálatas. O apóstolo Paulo pergunta para que é a lei, e em seguida responde: ‘Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita, e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro’. E mais adiante: ‘De maneira que a lei serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados’ (Gl 3.19,24).
Do texto bíblico, e à luz de todo o contexto, percebe-se que a lei, embora ordenada para o bem, não conseguiu justificar ninguém. Pelo contrário, foi alvo de muitas transgressões e culpas que deveriam levar o homem a conhecer a sua própria miséria e impotência e, partindo daí, a se humilhar diante de Deus, arrepender-se e a ser salvo mediante a fé. Todavia, em si mesmo, a lei não tinha poder algum para levar o homem ao Criador: ‘E é evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé’ (Gl 3.11).
A lei, portanto, serviu ao israelita, a quem foi dada, como um pedagogo, ou aio, até que a fé viesse. Mas depois que a fé veio, não estamos mais sujeitos ao pedagogo. Em outras palavras, o objetivo último da lei é fazer que o pecador sinta a necessidade de justificação e perdão, e levá-lo, ao final, a confiar em Jesus Cristo e a recebê-lo como seu único Salvador e Senhor, recebendo dele a salvação do pecado e da consequência deste, a morte espiritual” (ALMEIDA, Abraão. O Sábado, a Lei e a Graça. 19ª Edição. RJ: CPAD, 2015, pp.46,47).

II. O FAVOR IMERECIDO DE DEUS
1. Superabundante graça. Não há pecador, por pior que seja, que não possa ser alcançado pela graça divina, pois onde abundou o pecado, que foi exposto pela Lei, superabundou a graça de Deus (Rm 5.20). Por meio da compreensão dessa maravilhosa graça, o apóstolo João escreveu: “se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1Jo 2.1).
2. Fé e graça. A graça opera mediante a fé no sacrifício vicário de Cristo Jesus. Ambas, fé e graça, atuam juntamente na obra de salvação: a graça, o presente imerecido de Deus; a fé, a contrapartida humana à obra de Cristo. Nesse sentido, não é a fé que opera a salvação, mas a graça de Deus que atua mediante a fé do crente no Filho de Deus (Rm 3.28; 5.2; Fp 3.9).
3. A graça não é salvo conduto para pecar. Segundo o ensino das Sagradas Escrituras, a graça jamais pode ser vista como um salvo conduto para a prática do pecado ou da libertinagem (Gl 5.13). Pelo contrário, a graça de Deus nos convoca à obediência ao doador da graça, pois quando se ama fazemos de tudo para agradar a pessoa amada. Por isso, o amor de Cristo nos “constrange” (2Co 5.14) a fazer algo que agrade ao Pai (1Ts 4.1). Logo, quem é alcançado pela graça compreende o quanto somos devedores a Deus e aos irmãos (Rm 13.8) e, por isso, desejamos amar o outro como Cristo amou (Jo 13.35). Os que estão sob a liberdade da graça vivem a santidade que reflete a beleza de Cristo no homem interior, onde este se revela vivo para Deus, mas morto para o pecado (Rm 6.11,13).

SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Graça, o favor imerecido de Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Graça
“As palavras mais frequentemente usadas no Antigo Testamento para transmitir a ideia de graça são chanan (‘demonstrar favor’ ou ‘ser gracioso’) e suas formas derivadas (especialmente chen) e chesedh (‘bondade fiel’ ou ‘amor infalível’). A primeira refere-se usualmente ao favor de livrar o seu povo dos inimigos (2Rs 13.23) ou aos rogos pelo perdão de pecados (Sl 41.4). Isaías revela que o Senhor anseia por ser gracioso com o seu povo (Is 30.18). Mas a salvação pessoal não é o assunto de nenhum desses textos. O substantivo chen aparece principalmente na frase ‘achar favor aos olhos de alguém’ (dos homens: Gn 30.27; 1Sm 20.29; de Deus: Êx 34.9; 2Sm 15.25). Chesedh contém sempre um elemento de lealdade às alianças e promessas, expresso espontaneamente em atos de misericórdia e amor.
É um ‘conceito central que expressa mais claramente seu modo de entender o evento da salvação... demonstrando livre graça imerecida. O elemento da liberdade... é essencial’. Paulo enfatiza ‘a ação de Deus, e a graça concretizada na cruz de Cristo’. Em Efésios 1.7, Paulo afirma: ‘Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça, pois pela graça sois salvos’ (Ef 2.5,8)” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, pp.344,345).

Graça
“Uma das maneiras de Deus demonstrar sua bondade é através da graça salvífica. No Antigo Testamento, a ênfase da graça recai sobre o favor demonstrado ao povo da aliança, embora as demais nações também estejam incluídas. No Novo Testamento, a graça, como dom imerecido mediante o qual as pessoas são salvas, aparece primariamente nos escritos de Paulo”. Leia mais em Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal, por Stanley Horton, CPAD, pp.344,45.

III. O ESCÂNDALO DA GRAÇA
1. Seria a graça injusta? Se comparada com a humana, a justiça divina é imensamente perdoadora. Logo, sob a ótica humana, a graça se torna injusta. Por esse motivo, a graça é considerada um escândalo (Cl 2.14; Ef 2.8,9). Pelo fato de não haver merecimento por parte do recebedor, o apóstolo enfatiza a impossibilidade de a graça e a lei “andarem juntas”, pois ambas são excludentes: “porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada” (Gl 2.16); pois como diz Atos dos Apóstolos: “mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo” (15.11). Logo, pela lei é impossível o pecador se salvar, mas dependendo única e exclusivamente da maravilhosa graça de Deus, ele encontrará descanso para a alma (Mt 11.28-30).
2. A divina graça incompreendida. Nos dias do apóstolo Paulo, muitos não compreenderam seus ensinamentos sobre a graça de Deus (2Pe 3.15,16). Por isso, ao longo da história da Igreja, dois extremos estiveram presentes acerca da compreensão da graça: (1) Liberdade total para pecar (Rm 6.1,2); (2) a impossibilidade de receber tão valioso presente (Gl 5.4,5). O primeiro, naturalmente, leva a pessoa à libertinagem. Entretanto, a Palavra de Deus mostra que maior castigo sobrevirá sobre os que profanarem o sangue do pacto e ultrajarem o Espírito da graça (Hb 10.29). O segundo extremo se refere ao perigo do legalismo, à ideia de que para ser salvo por Deus é preciso dar algo em troca. Tal atitude pode levar o crente ao orgulho espiritual (Ef 2.8-10) e gerar toda sorte de comportamentos hipócritas (Mt 23.23).
3. Se deixar presentear pela graça. Humanamente é impossível ao crente, alcançado pela graça, retribuir a Deus tão grande salvação. Se fosse possível, já não seria graça, favor imerecido; mas mérito pessoal que tiraria de Deus a autoria divina da salvação. Em nosso relacionamento com Ele, quem tem mérito é seu Filho, Jesus Cristo (Fp 2.9-11). Assim, os que compreendem o favor inefável de Deus, mediante sua graça, devem deixar-se presentear por ela. Quem compreende o que significa ser justificado por Deus se permite “embalar nos braços de amor e de perdão” do Pai. Para os filhos de Deus, cônscios do valor da graça do Pai, tudo é presente, tudo é dádiva, tudo é favor imerecido! Portanto, deixe-se presentear pela graça de Deus!

SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Não somos merecedores da graça divina.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-TEOLÓGICO
Professor(a), para ajudar seus alunos a terem uma compreensão melhor a respeito da graça, reproduza o quadro abaixo e discuta com eles cada um dos tópicos.

CONCLUSÃO
Na lição desta semana, estudamos a relação da Graça e a Lei; vimos que a graça é favor imerecido; e compreendemos que ela chega a ser um escândalo para os que não creem. Portanto, estamos cônscios de que o que nos salva é a graça de Deus mediante a fé somente (Ef 2.8). E o livre-arbítrio? É possível perder a salvação? São assuntos que veremos nas próximas lições.

PARA REFLETIR
A respeito da necessidade do novo nascimento, responda:

Qual é o propósito da Lei?
A Lei tem o propósito espiritual de mostrar quão terrível é o pecado — “pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm 3.20) — bem como o propósito concreto de preservar o povo de Israel do pecado.

Por que a graça de Deus é superior à Lei?
Porque ela revela que a Lei é imperfeita. O escritor aos Hebreus revela que a Lei é imperfeita (Hb 8.6,7,13) e o apóstolo João afirma que foi Cristo quem trouxe a graça e a verdade (Jo 1.17).

Qual é a relação entre Fé e Graça?
A graça opera mediante a fé no sacrifício vicário de Cristo Jesus. Ambas, fé e graça, atuam juntamente na obra de salvação: a graça, o presente imerecido de Deus; a fé, a contrapartida humana à obra de Cristo. Nesse sentido, não é a fé que opera a salvação, mas a graça de Deus que atua mediante a fé do crente no Filho de Deus.

É possível afirmar que a graça é injusta?
Se comparada com a humana, a justiça divina é imensamente perdoadora. Logo, sob a ótica humana, a graça se torna injusta.

Qual deve ser nossa atitude diante da graça de Deus?
Os que compreendem o favor inefável de Deus, mediante sua graça, devem deixar-se presentear por ela.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A Salvação pela Graça
Uma acusação comum aos pentecostais é que não conhecemos a graça de Deus. Acusa-nos de legalistas porque em pleno século XXI preservamos costumes — como os que de quaisquer igrejas evangélicas também são conservados, embora diferente dos nossos — em detrimento da graça de Deus, dizem eles. Nesse assunto, os pentecostais também concordam com a teologia arminiana, em que o fundamento essencial na dinâmica da salvação é o da graça proveniente e que toda salvação é fruto inteiramente da graça de Deus. Retomando mais uma vez o auxílio do teólogo arminiano Roger Olson, passamos a conceituar graça preveniente.

A graça proveniente é uma doutrina elevada da graça
Com graça proveniente se quer dizer o chamado de Deus no sentido de ser dEle a iniciativa do começo de relação com uma pessoa que é livre para responder a esse chamado com arrependimento e fé. Esse processo proveniente da graça, segundo Roger Olson, inclui ao menos quatro aspectos: chamada, convicção, iluminação e capacitação. Por isso, alinhado à visão arminiana, o pentecostal não tem dificuldade de pregar a graça de Deus e, ao mesmo tempo, reconhecer que a chamada para a salvação pode ser rejeitada pela pessoa. É muito claro para o pentecostal que nenhuma pessoa pode arrepender-se, crer e ser salva sem o auxílio sobrenatural do Espírito Santo. Este age do início ao fim do processo salvífico. Entretanto, é preciso que a pessoa não resista ao Espírito, como fi zeram os fariseu são resistirem arduamente à mensagem de Jesus Cristo (Mt 12.22-32), mas coopere com o Espírito reconhecendo a própria condição de pecador e crendo no único Salvador.

O que pensava Armínio acerca da graça de Deus na salvação?
Segundo Roger Olson, a teologia de Armínio sempre foi compromissada com a graça de Deus e o teólogo holandês jamais atribuiu qualquer ef cácia salvífica à bondade ou à força de vontade do ser humano. Isso é importante destacar, pois é um equívoco pensar que quem afirma que o ser humano pode resistir a graça de Deus está dizendo que o que define a salvação é a vontade humana. Nada mais injusto!
Não havia dúvida para Armínio que a salvação era de graça, provinha de Deus, era um presente incomensurável do Altíssimo para o homem. Entretanto, o problema para Armínio, e o mesmo para os pentecostais, era que “de acordo com as escrituras, que muitas pessoas resistem ao Espírito Santo e rejeitam a graça que é oferecida”.