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A ORIGEM DA IGREJA


 No Primeiro Trimestre de 2024, vamos explorar o seguinte tema nas Escolas Bíblica Dominical em todo o Brasil: “O Corpo de Cristo - Origem, Natureza e Missão da Igreja no Mundo". Este tema aborda um dos pilares fundamentais da fé cristã: a Igreja. As lições que estudaremos propõem uma exploração aprofundada sobre a origem, natureza, missão e diversos aspectos relacionados a Igreja.

O comentarista do trimestre é o pastor José Gonçalves, líder da Assembleia de Deus em Água Branca (PI), mestre em Teologia, graduado em Filosofia, escritor de diversas obras editadas pela CPAD e membro da Comissão de Apologética da CGADB.

Corpo de Cristo refere-se a todas as pessoas que foram regeneradas, nascidas de novo, independentemente de suas diferenças geográficas e culturais. Refere-se às pessoas reconciliadas com Deus mediante a obra salvífica de Cristo e que agora pertencem a Ele. Embora seja um organismo vivo, o Corpo de Cristo (1Co.12:27a), a Universal Assembleia e Igreja dos Primogênitos, que estão inscritos nos céus (Hb.12:23a), se apresenta sobre a face da Terra como uma reunião de Igrejas Locais, grupos sociais que têm tarefas a cumprir até a volta do Senhor Jesus para arrebatar os salvos e os levar para estar para sempre com Ele (João 14:3; 1Ts.4:16,17).

A Igreja é o Corpo de Cristo. Na Bíblia, a Igreja é chamada de o Corpo de Cristo para explicar nossa união com Cristo e uns com os outros. Jesus teve um corpo físico que sacrificou por nós na cruz, mas não é disso que a Bíblia fala quando diz que a igreja é o corpo de Cristo. Ser “corpo” de Cristo é uma metáfora sobre nossa associação com Jesus e com nossos irmãos cristãos. Os membros desse Corpo não podem viver isolados e de forma decentralizado. Assim como todas as partes do corpo humano estão ligados e trabalham juntas, os cristãos devem trabalhar unidos para a obra de Deus. Todos os membros do corpo de Cristo são importantes. Muitas vezes valorizamos mais as posições de liderança, mas cada função é importante e necessária para o bom funcionamento da igreja. A Bíblia explica assim: “Se todo o corpo fosse olho, onde estaria a audição? Se todo o corpo fosse ouvido, onde estaria o olfato?” (1Co.12:17).

Cristo é a Cabeça do Corpo. Jesus é o Líder supremo da Igreja. Assim como a cabeça comanda o resto do corpo humano, Jesus comanda a Igreja. Ele é nosso Salvador e nosso Rei, que tem toda autoridade. A cabeça domina o resto do corpo humano e decide o que vai fazer; da mesma forma, a Igreja como um todo, e cada pessoa individualmente, é liderada por Jesus (Ef.4:15,16). Todos precisamos de Jesus. Ele é o elo de ligação entre todos os cristãos, não importa quão diferentes sejam. Somos todos parte do mesmo Corpo porque todos estamos unidos a Jesus e o obedecemos. Como Corpo de Cristo, devemos obedecer a Jesus e buscar mais união uns com os outros.

A Igreja é a Família de Deus (Ef.2:19). Pela fé, entramos nessa família, e Deus tornou-se nosso Pai. Essa família está no Céu e também na Terra (Fp.3:15) - os crentes vivos na Terra e os crentes que “dormem” em Cristo no Céu. Não importa a nacionalidade, somos todos irmãos, membros da mesma família. Nessa família não há barreira racial, social, cultural, linguística nem econômica. Somos um em Cristo. Temos o mesmo Espírito. Fomos salvos pelo mesmo Cordeiro e purificado pelo mesmo sangue. Temos o mesmo Pai. Somos herdeiros da mesma herança. Moraremos juntos no mesmo Lar (João 14:1-3; Fp.3:20).

A Igreja é o Templo do Espírito Santo. Embora seja o Templo do Espírito Santo, a Igreja local não está livre de influências nocivas que procuram enfraquecer sua identidade de representante de Cristo no mundo. E os efeitos do mundanismo são percebidos quando a Igreja deixa de ser pautada pelos valores da fé cristã (2Tm.3:1-5). Por isso, neste Trimestre, é importante reafirmar a natureza da Igreja e destacar seu relacionamento com Cristo; neste relacionamento que, como Igreja, nos afastamos do mundo, vivemos o propósito de Cristo na terra e nos livramos das influências hostis aos valores eternos da mensagem de Cristo. 

Portanto, a Igreja, na sua dimensão local e visível, não é formada por anjos, ou por espíritos, mas por pessoas, de carne e osso, com suas virtudes e defeitos. Só a Igreja na sua dimensão universal e invisível, como Noiva do Cordeiro, é que não tem problemas ou defeitos. Assim sendo, como Família de Deus, a Igreja tem ordem, regras e um governo; ela é governada por Jesus Cristo, a Cabeça da Igreja (Ef.1:22; 5:23; Cl.1:18), a quem os crentes verdadeiros, quando reunidos e unidos, devem tributar honra, respeito e adorá-lo como o Senhor da Igreja.

LIÇÕES PROPOSTAS A SEREM ESTUDADAS AO LONGO DO TRIMESTRE

Os alunos terão a oportunidade de aprofundar seu entendimento sobre a Igreja, sua natureza, seu significado teológico e prático, bem como seu papel na missão de Deus no mundo. Cada lição abordará um aspecto único e vital desse tema, ajudando os participantes a crescerem em sua fé e compromisso com a Igreja Local.

Lição 01: A Origem da Igreja

Nesta lição, procuraremos responder as seguintes questões: Como o povo de Deus é formado na Bíblia? Como a Igreja foi planejada por Deus? O que a Igreja é de fato? Para Paulo, a Igreja é a “coluna e firmeza da verdade” (1Tm.3:15); para Pedro, a “geração eleita” (1Pd.2:9); para nós, o que a Igreja é? Nesta lição, mostraremos o que a Bíblia, de fato, revela sobre a Igreja de Deus. Veremos que a ekklesia, a Igreja de Deus, longe de ser meramente uma associação de pessoas, é uma instituição divina.

Lição 02: Imagens Bíblicas da Igreja

Por meio de cada imagem que retrata a Igreja, o Espírito Santo revela-nos o quão gloriosa ela é. A Bíblia apresenta diversas imagens que revelam um determinado aspecto da natureza da igreja de Cristo. São símbolos, metáforas e descrições encontradas na Bíblia que representam a Igreja, seja como Templo do Espirito Santo, o Corpo de Cristo ou a Noiva de Cristo. Essas imagens são diversas e oferecem diferentes perspectivas sobre a natureza e o papel da Igreja. Nesta lição, abordaremos as seguintes imagens: A Noiva de Cristo; a Esposa de Cristo; o Rebanho de Deus; Geração eleita; Sacerdócio real; Nação Santa e Povo adquirido; Corpo de Cristo; Santuário de Deus; Casa de Deus.

Lição 03: A Natureza da Igreja

A Natureza da Igreja de Cristo pode ser compreendida através de várias características fundamentais que a definem. Nesta Lição trataremos apenas de algumas delas como, por exemplos: (a) Fé e Fundamentação na Palavra de Deus - uma igreja genuinamente cristã se baseia nos ensinamentos e na autoridade das Escrituras Sagradas. Ela reconhece a Bíblia como a fonte suprema de orientação espiritual e doutrinal, buscando sua direção e princípios para suas crenças e práticas; (b) Dimensão Local e Universal - A igreja possui uma dualidade de natureza, sendo local e universal ao mesmo tempo. Localmente, é uma comunidade de fiéis que se reúnem em um lugar específico para adoração, comunhão e serviço mútuo. Universalmente, ela representa o Corpo maior de crentes em Cristo ao redor do mundo, transcendendo fronteiras geográficas e culturais; (c) Unidade e não Divisão - Uma igreja verdadeira é caracterizada pela unidade entre seus membros, manifestada pelo amor mútuo, cooperação e busca pela harmonia. Ela busca evitar divisões e dissensões internas, reconhecendo que a verdadeira igreja não é marcada por facções ou desunião. Estas e outras características essenciais mostram a identidade e a Natureza da Igreja de Cristo Jesus, que se fundamenta na fé, na comunidade e na unidade, refletindo os princípios e ensinamentos deixados por Cristo para seus seguidores.

Lição 04: A Igreja e o Reino de Deus

A Bíblia retrata Deus como um soberano supremo, comparado a um rei que governa com autoridade e domina sobre tudo o que existe. Ele exerce seu governo de forma absoluta, manifestando-se como o Rei acima de tudo (Salmo 47:6; 52:7; 22:8). O Reino de Deus é o âmbito onde Ele governa de maneira soberana e universal.

Ao examinar o Reino Divino, é fundamental compreender sua natureza abrangente e a forma como se manifesta tanto de maneira presente quanto futura. Ele abarca toda a criação e governa com supremacia e autoridade em todas as esferas da vida. Dentro desse contexto, a igreja desempenha um papel significativo, sendo considerada como integrante desse Reino estabelecido por Deus. A igreja é chamada a viver, proclamar e demonstrar a vida que emana do Reino de Deus.

Assim, a relação entre a igreja e o Reino de Deus é intrínseca. A igreja não apenas faz parte desse Reino, mas também é convocada a viver de acordo com seus princípios, a proclamar sua mensagem e a refletir a realidade do Reino no mundo. Deus estabeleceu a Igreja para ser um instrumento que manifesta e expande a vida do Reino de Deus, sendo um reflexo tangível da soberania e do amor de Deus na Terra.

Lição 05: A Missão da Igreja de Cristo

Nesta lição, trataremos da Missão multifacetada deixada por Cristo à Sua Igreja. Veremos não apenas a missão de proclamar a Palavra, mas também a missão de nutrir e fortalecer espiritualmente, assim como a missão de praticar a comunhão fraternal.

O mandato de proclamar o Evangelho e instruir nos caminhos do Senhor ecoa como uma das colunas fundamentais da missão da Igreja. Nesse cenário, desvendaremos não somente a importância da proclamação das Boas Novas, mas também a necessidade vital de guiar os corações sedentos pela verdade, estabelecendo um alicerce sólido na fé e no conhecimento do evangelho.

A adoração transcende os momentos sagrados; é um estilo de vida que se desdobra em cada ato e respiração da comunidade de fé. Ao explorarmos esta vertente da missão, contemplaremos não apenas os rituais de adoração, mas também a edificação espiritual contínua entre os membros da Igreja. Descobriremos como a adoração genuína e a edificação espiritual se entrelaçam para formar uma base sólida e um crescimento espiritual duradouro.

A Igreja, também, é mais do que um agrupamento de indivíduos; é uma família espiritual. Ao estudarmos a missão relacionada à comunhão e socialização, mergulharemos na essência vital do compartilhar, do cuidado mútuo e do fortalecimento mútuo. Entenderemos como a verdadeira comunhão vai além das interações superficiais, nutrindo laços profundos que fortalecem e sustentam a jornada espiritual de cada membro da família de fé.

Espero que nesta Lição haja não apenas em um estudo teórico, mas em uma jornada prática de vivência da missão da Igreja. Espero que os alunos e professores explorem não somente os conceitos, mas também a abracem a experiência transformadora de serem agentes ativos na proclamação, no fortalecimento espiritual e no cultivo de relacionamentos autênticos na comunidade de fé.

Que esta Lição nos conduza não apenas ao entendimento intelectual, mas à vivência fervorosa e dinâmica da missão que nos foi confiada, impulsionando-nos a um compromisso renovado com o propósito maior que nos une como Corpo de Cristo.

Lição 06: Igreja: Organismo e Organização

A compreensão da Igreja nestas duas esferas oferece uma perspectiva ampla e multifacetada sobre sua natureza e função. Historicamente, a Igreja tem sido considerada tanto como um organismo vivo, com ênfase em sua natureza espiritual, orgânica e interdependente, quanto como uma organização, destacando sua estrutura, hierarquia eclesiástica e funções institucionais.

Como Organismo, ressalta a ideia de que a Igreja é mais do que uma simples instituição; é um Corpo vivo, composto por indivíduos que compartilham uma fé comum, conectados através de vínculos espirituais, onde cada membro desempenha um papel vital na saúde e no funcionamento coletivo. Nesse sentido, a ênfase recai na dinâmica espiritual, na comunhão, na missão e no crescimento espiritual dos seus membros.

Quando vista como Organização, a Igreja é percebida por sua estrutura visível, com hierarquias, normas, práticas e processos organizacionais. Essa perspectiva enfatiza a importância da administração, liderança, governança e gestão eficaz para o funcionamento adequado da comunidade de fiéis, possibilitando a realização de suas atividades e missões.

Compreender a Igreja como um Organismo e uma Organização permite uma análise abrangente das suas dinâmicas, desafios e potenciais. Essas duas perspectivas não são mutuamente exclusivas, mas complementares, proporcionando um olhar completo sobre a complexidade e a riqueza

Lição 07: O Ministério da Igreja

O Ministério na Igreja é um tema de profunda importância e complexidade, essencial para a compreensão do papel dos indivíduos dentro do corpo de crentes. Em sua essência, as Escrituras apresentam uma dualidade significativa no que diz respeito ao ministério: todo cristão é investido de um ministério sacerdotal, capacitando-os a ministrar diante de Deus, e, ao mesmo tempo, há uma designação específica de certos indivíduos para funções e ofícios particulares.

É crucial ressaltar que, de acordo com a perspectiva bíblica, não há distinção fundamental entre os membros individuais e a liderança no que se refere ao sacerdócio pessoal. Todos os crentes são investidos do chamado sacerdotal, habilitando-os a se aproximarem de Deus e a servirem como ministros em sua comunidade de fé.

No entanto, as Escrituras também revelam que Deus, em sua soberania, designa certos indivíduos para exercerem funções específicas e ofícios particulares dentro da Igreja Local. Esses ministros chamados têm a responsabilidade sagrada de servir à Igreja de Cristo e trabalhar ativamente para o aperfeiçoamento e edificação dos santos.

Nesta Lição sobre o ministério na Igreja, exploraremos as nuances dessa dualidade bíblica, examinando as qualificações exigidas para o exercício dessas funções, as responsabilidades inerentes aos ministros designados por Deus e a maneira como a interconexão entre o sacerdócio geral dos crentes e os ministérios específicos contribui para o florescimento e crescimento saudável da comunidade da fé.

Ao mergulharmos mais profundamente nesse tema, poderemos compreender melhor como a diversidade de funções e dons dentro da Igreja é essencial para o cumprimento da missão coletiva de proclamar o Evangelho, edificar os crentes e glorificar a Deus por meio do serviço mútuo e da dedicação ao propósito maior do Reino dos céus.

Lição 08: A Disciplina na Igreja

Embora seja muito necessária, a prática da disciplina na Igreja Cristã vem sendo esquecida e negligenciada por muitos. A disciplina na igreja é uma questão de vital importância para aqueles que buscam viver em conformidade com os princípios estabelecidos pela fé cristã. A santidade de Deus é o alicerce sobre o qual a prática da disciplina se fundamenta, pois reflete o chamado à santificação que é direcionado aos servos de Deus. A essência da disciplina eclesiástica não se resume apenas à correção de comportamentos inadequados, mas também à preservação da integridade moral, ao afastamento do pecado e à manutenção de um testemunho autêntico e coerente com os valores do Evangelho.

A importância da disciplina na Igreja Local é indiscutível, porém, ao longo do tempo, tem sido notado um declínio em sua aplicação e compreensão em muitas igrejas locais. A negligência em exercer a disciplina eclesiástica resulta em uma perda gradual da identidade da igreja, transformando-a de uma comunidade espiritual em um mero agrupamento social. Esse descuido acarreta consequências significativas, gerando igrejas enfraquecidas, carentes de vitalidade espiritual e destituídas de um testemunho coerente com os princípios cristãos.

É fundamental, portanto, abordar a disciplina cristã não apenas como um método corretivo, mas também como um processo formativo essencial para o desenvolvimento do caráter dos membros da igreja. Esta abordagem compreende tanto a correção de comportamentos desalinhados com os princípios cristãos quanto o cultivo de uma formação espiritual que fortaleça e molde o caráter segundo os ensinamentos de Cristo. Esta Lição se propõe a explorar a disciplina cristã em suas modalidades corretiva e formativa, visando revitalizar sua prática e compreensão no contexto da vida da igreja contemporânea.

Lição 09: O Batismo – A Primeira Ordenança da Igreja

O Batismo é uma ordenança de Jesus Cristo e, por isso, deve ser uma prática obedecida pela igreja. É uma ordem a ser cumprida por quem se arrependeu dos seus pecados (At.2:38) e recebeu de bom grado a Palavra de Deus (At.2:41). Deste modo, não podem ser batizadas crianças recém-nascidas, vez que não têm o discernimento do que é, ou não, pecado e, portanto, não podem se arrepender dos seus pecados, como também não podem ser batizadas pessoas que não tenham demonstrado que, efetivamente, creram no Evangelho e nasceram de novo. Só é lícito o batismo daquele que realmente creu de todo o seu coração (At.8:37). Como só podem ser batizados nas águas aqueles que creram em Jesus (Mc.16:16; At.18:8), também observamos que o batismo nas águas não lava nem purifica pecados, mas somos justificados pela fé em Cristo (Rm.5:1).

Portanto, a salvação vem pela fé em Cristo e não pelo batismo nas águas. Então, alguém que crê em Jesus e não é batizado nas águas está salvo? Depende. Por que não se batizou nas águas? Porque não teve condição de fazê-lo, como o ladrão na cruz? Então, este estará salvo, assim como esteve o ladrão na cruz, pois creu e não foi batizado nas águas por motivo alheio à sua vontade. Agora, se alguém creu em Jesus e, podendo, não se batiza porque não quer, este, na verdade, não será salvo, não porque não foi batizado, pois o batismo não salva pessoa alguma, mas, sim, porque, ao recusar ser batizado, mostra que, na verdade, não creu em Jesus, pois quem crê em Jesus, obedece-Lhe.

Lição 10: A Ceia do Senhor – A Segunda Ordenança da Igreja

A Ceia do Senhor, ou Santa Ceia, é outra ordenança mui significativa da igreja, que celebra a comunhão do crene com o Senhor Jesus.

A Ceia do Senhor foi instituída por Jesus na noite em que foi traído e iniciou a sua paixão e morte (1Co.11:23). Só podem participar da Ceia do Senhor aqueles que estão em comunhão com Deus(1Co.11:24-27), ou seja, os integrantes da sua Igreja, aqueles que creram em Jesus e já foram batizados nas águas, publicamente assumindo terem se tornado discípulos do Senhor. Este ensino é muito importante, pois, lamentavelmente, nos dias em que passamos, muitos são os que estão a “banalizar” a Ceia do Senhor, tornando-a um ritual aberto a todos quantos queiram dele participar, mesmo os não-crentes.

A Ceia do Senhor não é um ato que proporcione o perdão dos pecados, nem que venha a nos pôr em comunhão com Jesus. O que nos mantém em comunhão com o Senhor é a santificação contínua e incessante, é a obediência à Palavra do Senhor. A Ceia existe para confessarmos publicamente que estamos em comunhão com Deus e uns com os outros. A Ceia é uma declaração presente e atual de comunhão, não a obtenção de uma santidade ou uma participação na natureza divina, como entendem, equivocadamente, alguns seguimentos do cristianismo.

Lição 11: O Culto da Igreja Cristã

O Culto é uma sublime forma de nos expressarmos em adoração, louvor, gratidão e total rendição a Deus. É um momento especial de comunhão e conexão com Deus. É uma oportunidade para os fiéis expressarem sua devoção, gratidão e amor por Ele através da adoração, louvor e oração.

Essa prática não se limita apenas a um conjunto de rituais ou cerimônias, mas é um ato de entrega e rendição total a Deus, onde os crentes se unem para honrar e glorificar o Criador. O culto também desempenha um papel crucial na construção do Corpo de Cristo, promovendo o compartilhamento de fé, ensinamentos e encorajamento mútuo.

Além disso, o culto não se restringe apenas ao espaço físico da igreja, mas pode ser vivenciado de maneira contínua no cotidiano, através das atitudes e estilo de vida dos crentes, refletindo a adoração a Deus em todas as áreas de suas vidas.

Assim, o culto na Igreja Cristã é mais do que uma prática religiosa; é uma oportunidade para os crentes se conectarem espiritualmente com Deus, fortalecerem sua fé e viverem de acordo com os princípios e ensinamentos do Evangelho.

Lição 12: O Papel da Pregação no Culto

A pregação desempenha um papel fundamental no culto cristão, sendo considerada uma das principais formas de transmitir e compartilhar a mensagem da Palavra de Deus. Através da pregação, os pregadores têm a oportunidade de ensinar, exortar, encorajar e desafiar os fiéis a viverem de acordo com os ensinamentos bíblicos.

A Palavra de Deus é vista como uma fonte de verdade, orientação e transformação para os cristãos. A pregação busca elucidar e contextualizar esses ensinamentos, tornando-os relevantes para a vida diária dos ouvintes. Quando a mensagem é proclamada com sinceridade e embasada na Bíblia, ela pode tocar profundamente os corações das pessoas, levando-as a uma compreensão mais profunda da fé, bem como ao arrependimento, à mudança de atitude e à busca por uma vida mais alinhada aos princípios cristãos.

Além disso, a pregação não se limita apenas a um discurso unidirecional, mas também pode ser interativa, encorajando a reflexão, o questionamento e a aplicação prática dos ensinamentos bíblicos na vida cotidiana.

Quando realizada com autenticidade e sabedoria, a pregação pode ser um meio poderoso de edificação espiritual, promovendo a transformação individual e coletiva. É por meio da ministração da Palavra que vidas são impactadas, fortalecidas na fé e, muitas vezes, levadas ao encontro de Cristo, permitindo uma experiência mais profunda e significativa com Deus.

Lição 13: O Poder de Deus na Missão da Igreja

O Espírito Santo é a força-motriz que movimenta a Igreja. Sem o poder do Espírito, a Igreja é incapaz de cumprir a sua missão. Na história bíblica, vemos o Espírito Santo agindo de várias maneiras: capacitando os discípulos a pregarem com coragem após a ascensão de Jesus, conduzindo-os na propagação do Evangelho, capacitando-os com dons espirituais para edificar a Igreja e oferecendo discernimento e direção em momentos cruciais.

O poder do Espírito Santo na vida da Igreja é essencial para o cumprimento da sua missão de proclamar o Evangelho, fazer discípulos e demonstrar o amor de Deus ao mundo. Ele capacita os crentes a viverem uma vida cristã autêntica e os orienta na compreensão e aplicação das Escrituras. Além disso, é o Espírito Santo quem concede dons e talentos específicos para a edificação da Igreja e para o serviço cristã.

Sem a presença e a atuação do Espírito Santo, a missão da Igreja seria limitada e enfraquecida. A dependência na força e na direção do Espírito é o que capacita os crentes a testemunharem com poder e eficácia, a viverem vidas transformadas pelo Evangelho e a serem agentes de mudança e amor em um mundo que necessita desesperadamente da graça e da verdade de Cristo.

Portanto, reconhecer e buscar a atuação do Espírito Santo na vida individual e na vida coletiva da Igreja é essencial para que ela cumpra fielmente sua missão de manifestar o amor de Deus e fazer discípulos em todas as nações.

CONCLUSÃO

A Igreja é um projeto exclusivamente divino, concebido, executado e sustentado por Deus. É por isso que podemos ter a certeza, e a história tem demonstrado isto, que nada pode destruir a Igreja (Mt.16:18). Durante estes quase dois mil anos em que a ela tem participado da história da humanidade, muitos homens poderosos se levantaram contra ela, tentaram destrui-la e não foram poucas as vezes em que se proclamou que a Igreja estava vencida. No entanto, todos estes homens passaram, mas a Igreja se manteve de pé, vencedora, demonstrando que não se trata de obra humana, mas de algo que é divino e contra o qual todos os poderes das trevas não têm podido prevalecer.

Que neste trimestre, possamos entender o que é a Igreja, segundo o modelo bíblico, como ela deve funcionar, o que ela deve fazer e porquê e para que nós nos reunimos em igrejas locais até a volta do Senhor.

MISSÕES E A VOLTA DO SENHOR JESUS


 Texto Base: Mateus 24:3-14

“E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim” (Mt.24:34).

Mateus 24:

3. E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?

4.E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane,

5.porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.

6.E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.

7.Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.

8.Mas todas essas coisas são o princípio das dores.

9.Então, vos hão de entregar para serdes atormentados e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as gentes por causa do meu nome.

10.Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão.

11.E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos.

12.E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará.

13.Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.

14.E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim.

INTRODUÇÃO

Com esta Aula enceramos o 4º Trimestre de 2023. Nesta oportunidade, relacionamos o trabalho missionário com a bendita esperança da Igreja: a volta de Jesus Cristo. A volta gloriosa de Cristo é mais do que uma bendita esperança, é uma esperança cheia de alegria (Rm.5:2; 12:12), uma esperança unificadora (Ef.4:4), uma viva esperança (1Pd.1:3), uma firme esperança (Hb.6:19), uma esperança purificadora (1João 3:3). O cristão olha para trás e glorifica a Deus porque a graça o libertou da impiedade e das paixões mundanas; ele olha para o presente e exalta a Deus porque tem uma correta relação consigo, com o próximo e com o próprio Deus; ele olha para o futuro e se santifica porque vive na expectativa da Volta do grande Deus e Salvador Cristo Jesus. O Senhor Jesus pode voltar a qualquer momento, portanto, preguemos urgentemente o Evangelho!

I. ALCANÇANDO O MUNDO ATÉ QUE CRISTO VOLTE

1. “E este evangelho do Reino será pregado” (Mt.24:14)

Jesus disse que antes da sua volta “este evangelho do Reino” (a mensagem de salvação) “será pregado em todo o mundo”. Alguns interpretam mal a profecia de Jesus; ela não significa necessariamente que todas os povos e etnias deverão ouvir o Evangelho antes da volta de Cristo. Mas essa era a missão dos discípulos – e é a nossa também. Jesus falou sobre o fim dos tempos e o julgamento final para enfatizar aos seus seguidores a urgência em espalhar o Evangelho da salvação até os confins da terra.

2. A urgência da tarefa

Alguém duvida que a vinda de Jesus é iminente? Os sinais da Volta de Jesus mostram que o Dia está próximo. A restauração geográfica e política da nação de Israel em 1948 é o sinal mais vibrante. Os conflitos que ora Israel enfrenta é um sinal vibrante que indica a iminência da volta e Jesus. Diante disse, urge que a tarefa de pregar o Evangelho se intensifique cada vez mais, mesmo que haja rejeição veemente. Nunca se viu tanta rejeição à pregação do Evangelho como estamos vendo hoje no mundo todo; mesmo assim, a igreja deve utilizar de todos os meios possíveis, presencial ou virtual, para que o Evangelho chegue a todos os povos.

“A PREGAÇÃO DO EVANGELHO: UMA EMERGÊNCIA

Deliberadamente, escolhi a palavra ’emergência’ em relação à proclamação do Evangelho, em vez da palavra ‘urgência’, por ser esta um termo relativo, enquanto que aquela implica problemas. Todos nós estamos familiarizados com as situações de emergência. Pousos de emergência de aviões são anúncios familiares. Uma emergência significa um pouso ou um choque com todo o seu horror e sua tragédia.

As emergências apresentam-se diante de nós sem serem convidadas e desafiam nossa força e inteligência. Elas envolvem questões de vida ou morte. […] Nenhuma emergência, contudo, pode ser comparada à emergência da proclamação do Evangelho. Aqui, nós enfrentamos não apenas uma questão de vida ou morte, mas de bem-estar espiritual e eterno ou separação eterna, destituição e morte. Aqui, realmente, existe uma emergência. Precisamos pensar sobriamente, para compreendermos, pelo menos em parte, o estado de emergência em que a presença e posse do Evangelho nos colocou. Essa é uma emergência de infinita importância que envolve a felicidade ou a miséria eterna de várias pessoas” (PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, p.398).

II. A VOLTA DE JESUS ATRELADA À OBRA MISSIONÁRIA

1. A relação da volta de Jesus e Missões

A tarefa de fazer discípulos em todas as nações está ligada à preparação para a segunda vinda de Jesus. O evangelismo e as missões são vistos como meios de alcançar as pessoas com a mensagem do Evangelho antes da volta de Cristo. Isso é fundamentado no ensino bíblico de que a segunda vinda de Jesus é iminente, e os crentes devem cumprir a Grande Comissão enquanto esperam por seu retorno.

Algumas interpretações proféticas da Bíblia relacionam a evangelização mundial e o cumprimento de profecias à segunda vinda de Cristo. Isso significa que, à medida que o Evangelho é pregado a todas as nações, está se cumprindo uma condição prévia para a volta de Jesus, como mencionada em Mateus 24:14: "E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim".

Independentemente das interpretações escatológicas específicas, a relação entre a volta de Jesus e missões também enfatiza a responsabilidade dos cristãos em compartilhar a mensagem do Evangelho com as pessoas ao redor do mundo. Essa responsabilidade está enraizada na compaixão pelos perdidos e no mandamento de Jesus de amar o próximo. Nesse sentido, os cristãos devem trabalhar pela salvação das almas dos homens com todas as suas forças. Para esse serviço, temos a cooperação do Espírito Santo e a vontade de Deus, que não deseja que alguém pereça (2Pd.3:9) – “Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2Pd.3:9).

2. O chamado para a Igreja

Escreveu o apóstolo João às igrejas da Ásia, e que se aplica a todos os crentes atualmente: “o tempo está próximo” (Ap.1:3). A evangelização é vista como uma responsabilidade contínua da Igreja, independentemente da expectação da segunda vinda de Cristo. Proclamar o Evangelho e responder ao chamado para a evangelização é um princípio fundamental do cristianismo, baseado em passagens como Mateus 28:19,20, onde Jesus instrui seus discípulos a fazer discípulos de todas as nações.

A importância da evangelização contínua e a utilização dos meios tecnológicos disponíveis para comunicar o Evangelho são princípios relevantes para a Igreja atual, à medida que ela busca cumprir sua missão de fazer discípulos e preparar as pessoas para a volta de Cristo. Aproveitemos, portanto, os meios hodiernos de grande avanço tecnológico que possibilita a Igreja de Cristo pregar o Evangelho a toda a raça humana.

O uso de meios tecnológicos avançados para pregar o Evangelho é uma abordagem amplamente aceita na Igreja moderna. A tecnologia oferece oportunidades sem precedentes para alcançar pessoas em todo o mundo com a mensagem do Evangelho. Isso inclui a disseminação de sermões, estudos bíblicos, materiais evangelísticos e recursos de ensino através da internet, redes sociais, aplicativos móveis e outras plataformas. Muitas igrejas e organizações missionárias estão aproveitando essas ferramentas para cumprir a Grande Comissão.

CONCLUSÃO

Antes de tudo, é motivo de grande gratidão a Deus pelo notável ressurgimento do fervor missionário que temos testemunhado no Brasil recentemente. Nossa esperança e desejo são que mais igrejas locais dediquem-se com fervor à oração, alocando recursos humanos e financeiros para alcançar aqueles que ainda não conhecem a verdade do Evangelho. Estamos conscientes de que vivemos nos últimos dias da Igreja neste mundo, tornando esta missão uma urgência inegável. Que o Espírito Santo continue a incendiar os corações da Igreja nestes momentos que precedem a volta iminente do Senhor Jesus Cristo para nos arrebatar!

O PROPÓSITO DE MISSÕES


 INTRODUÇÃO

- Na continuidade do estudo sobre as missões transculturais, abordaremos hoje o propósito de missões.

- Missões é ganhar almas para o Senhor Jesus.

I – O DEVER DE PREGAÇÃO DO EVANGELHO

- Ao longo do trimestre, temos visto que missões transculturais é um dos aspectos da Grande Comissão, esta tarefa que o Senhor Jesus deu à Igreja de pregar o Evangelho por todo o mundo e a toda criatura (Mc.16:15).

- Deus quer salvar o homem, libertá-lo do pecado de que se tornou servo desde a queda e, para tanto, Ele próprio anunciou esta verdade no dia mesmo da queda da humanidade (Gn.3:15).

- O fato de ter revelado imediatamente Seu propósito salvador, antes mesmo de proferir as penalidades que seriam impostos à humanidade por conta do pecado cometido, revela a importância que tem o anúncio da salvação, algo que não pode ser deixado para o outro dia, algo que tem de ser anunciado a todo instante (daí a expressão de Paulo a Timóteo quando diz que seu filho na fé deveria pregar a Palavra, instar a tempo e fora de tempo – II Tm.4:2).

- Se o próprio Deus, que é eterno, que vive num eterno presente, não esperou sequer o término do dia da queda para anunciar a salvação aos homens, porque nós, seres mortais, que não sabemos o dia de amanhã, que não temos noção de quando partiremos para a eternidade, podemos postergar tal proclamação?

- A urgência deste anúncio é também encontrada quando o Senhor fala a Caim e o exorta a fazer bem, a Se apresentar de modo agradável a Deus quando de seus sacrifícios, no exato instante em que, ao perceber que sua oferta havia sido rejeitada, Caim se irou fortemente e seu semblante descaiu.

- De modo imediato, o Senhor já entra em contato com Caim para que ele não se mantivesse numa situação que o levaria, como o disse o próprio Deus, a uma submissão ao pecado (Gn.4:5-7).

- Mesmo depois de ter matado seu irmão e não ter dado demonstração alguma de arrependimento, Deus ainda providenciou que Caim não fosse morto, dando-lhe oportunidade de arrependimento até sua morte física (Gn.4:13-15), o que, lamentavelmente, não ocorreu, daí porque Caim ser chamado como uma pessoa do maligno (I Jo.3:12).

- Ao lado da urgência do anúncio da salvação, vemos, também, a persistência divina, e isto por parte de um ser que, como já dissemos, é eterno, e, portanto, não está sujeito ao tempo, como também onisciente, que sabe todas as coisas. Mesmo sabendo que Caim se perderia, Deus não deixou de Se revelar como Salvador.

- Ora, se, ao crermos em Jesus, tornamo-nos filhos de Deus (Jo.1:12) e passamos a nos aperfeiçoar a cada dia, a fim de assumirmos a imagem de Cristo, nosso irmão mais velho (Rm.8:29; I Jo.3:1,2), há uma necessidade de que tenhamos este mesmo sentimento, que é do próprio caráter divino, e, deste modo, não só tenhamos consciência da urgência do anúncio da salvação, como também insistamos em anunciá-lo às pessoas até o instante em que elas partirem para a eternidade.

- Logo o Senhor mostrou que queria a cooperação do homem para esta tarefa. Se Ele próprio dela se desincumbiu seja pessoalmente no Éden, seja por meio da consciência com Caim, ainda na dispensação da consciência, levantou pessoas para levar Sua mensagem salvadora aos homens.

- Assim é que levantou Enoque para que este advertisse a humanidade de então do juízo que seria lançado aos ímpios (Jd.14,15), bem como avisando, por meio de seu filho Metusalá ou Matusalém (cujo significado é “quando este morrer isso virá”), que um dia o castigo viria.

- Deus, ademais, não deixou esta mensagem sem um sinal, qual seja, o da trasladação de Enoque (Gn.5:22-24), para dar àquela geração uma prova contundente de que a mensagem salvadora era uma realidade e de que quem anda com Deus pode até não sofrer sequer a morte física.

- Anos depois, Deus levanta outro homem, Noé, o pregoeiro da justiça (II Pe.2:5), que anunciou a iminência do juízo divino pelo dilúvio (Hb.11:7), mais uma vez mostrando o propósito salvador do Senhor, a quem aquela geração não deu ouvidos, tendo lançada em rosto a sua incredulidade pelo próprio Jesus, quando Este foi pregar aos mortos depois de ter morrido por nós (I Pe.3:18-20).

- Ao querer a cooperação do homem, na transmissão de Sua mensagem salvadora, o Senhor revela que era mister que os homens ouvissem o Evangelho, fossem cientificados de que Deus quer salvá-los e lhes dar a vida eterna, a fim de que tenham a oportunidade de se livrarem do pecado e do mal.

- Deus falou aos homens pelos profetas (Hb.1:1), profetas que deixavam bem claro que, depois deles, viria a “semente da mulher” dita no “protoevangelho” (Gn.15); o Senhor que viria com milhares de Seus santos para punir a impiedade (Jd.14); o filho de Israel que seria como Moisés a quem o povo deveria ouvir (Dt.18:15); o filho de Davi que reinaria para sempre (II Sm.7:16,19); o rebento do tronco de Jessé sobre o qual repousariam os sete Espíritos de Deus (Is.11:1,2), o Maravilhoso Conselheiro, o Deus Forte, o Príncipe da Paz (Is.9:6); o Emanuel (Deus conosco) (Isa.7:14); o Renovo de justiça de Davi (Jr.33:15); o pastor Davi que apascentará o povo restaurado de Israel (Ez.34:23); a pedra sem mão que aniquilará o poder gentílico rebelde a Deus (Dn.2:44,45), o Desejado de todas as nações (Ag.2:7), o Senhor que pelejará e vencerá as nações inimigas de Israel (Zc.14:3,4), o Sol da justiça (Ml.4:2), o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo.1:29).

- Preso João, o último profeta, o Precursor do Senhor (Mt.11:13; Lc.16:16; Mt.3:3), Deus passa a falar pelo Filho (Hb.1:1), que começou a pregar o Evangelho do reino de Deus (Mc.1:14,15).

- Agora Se fazendo carne (Jo.1:14), Deus mesmo, na pessoa do Filho, volta a anunciar o Evangelho, anotando o cumprimento de todas as profecias a respeito da salvação, vindo Ele próprio consumar a obra prometida desde o dia da queda.

- Antes, pois, de consumar a salvação na cruz do Calvário (Jo.17:4), Jesus pregou o Evangelho às ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt.15:24), e, como Ele é o nosso exemplo (I Co.11:1; I Pe.2:21), aprendemos com isto que não há como realizar a obra que o Senhor nos manda a fazer, que é a de glorificá-l’O na Terra (i Co.10:31), sem que preguemos o Evangelho aos homens.

- Não é por outro motivo que o Senhor, depois de ressuscitado, diz a Seus discípulos que os estava enviando, assim como havia sido enviado pelo Pai (Jo.20:21) e, como Ele foi enviado para pregar o Evangelho (Lc.4:43), também enviou os Seus discípulos para pregar o Evangelho por todo o mundo a toda criatura (Mc.16:15; Lc.24:47), sendo Suas testemunhas até os confins da Terra (At.1:8; Lc.24:48).

- A pregação, portanto, era uma ordem do Pai a Jesus, como também é uma ordem de Jesus para cada um de Seus discípulos, pois, como já tivemos ocasião de dizer neste trimestre, tal determinação não foi dada apenas aos onze discípulos, mas a mais de quinhentos irmãos que, por uma vez, viram o Senhor ressuscitado (I Co.15:6).

- A pregação do Evangelho é uma ordem emanada do próprio Deus, que é o Senhor de todas as coisas. Ora, se não pregamos o Evangelho estamos a desobedecer a uma ordenação divina e desobediência a Deus é pecado!

- Certa feita, assim disse Jesus: “E por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que Eu digo?” (Lc.6:46). E, em complemento a esta afirmação, o Senhor, no sermão da planície, disse que somente é sábio aquele que vem a Ele, ouve as Suas palavras e as observa (Lc.6:47-49).

- A pregação é uma necessidade para que se cumpra a vontade divina de que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade (I Tm.2:4). Deus quis que nós fôssemos os portadores das boas novas de salvação.

- Se Ele quis assim e é Ele o Senhor, só nos resta obedecer-Lhe e anunciar que Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e brevemente voltará.

- Esta dinâmica foi bem percebida pelo apóstolo Paulo. Paulo parte da premissa de que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Rm.10:13), verdade que extrai da mensagem do profeta Joel (Jl.2:32).

- Como temos dito, o propósito salvador do Senhor se manifestou ao homem desde o dia da queda, tendo se reafirmado com Caim, ainda que este tenha saído da presença do Senhor. Sete, porém, que Deus deu em lugar de Abel ao primeiro casal (Gn.4:25), começou a invocar o nome do Senhor (Gn.4:26) e não por outro motivo seus descendentes passaram a ser chamados de filhos de Deus (Gn.6:1).

- No entanto, cedo se mostrou que a ação tão somente da consciência era insuficiente, pois, ante uma imaginação dos pensamentos do coração continuamente má (Gn.6:5), os próprios “filhos de Deus” se perverteram, misturando-se com os ímpios e corrompendo toda a terra (Gn.6:11).

- Mesmo após o juízo divino sobre toda aquela geração com o dilúvio, este estado de coisas não se alterou, como deixa o próprio Senhor bem claro no momento mesmo em que aceita o sacrifício de gratidão de Noé (Gn.8:21).

- Destarte, para se invocar o nome do Senhor é assaz insuficiente a ação na consciência humana e como há o desejo divino em salvar, mister se faz que, para que tal invocação se dê, haja a pregação.

- Paulo mostra, por primeiro, que a invocação é o último estágio de todo um processo. Para que alguém passe a invocar o nome do Senhor, faz-se necessário que alguém creia n’Ele.

- A palavra hebraica utilizada por Joel é “qārā’” (רקא֑ ), “…verbo que significa chamar, declarar, convocar, convidar, ler, ser chamado, ser invocado, ser nomeado…” (Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Dicionário do Antigo Testamento, verbete 7171, p.1910).

- Já a palavra grega utilizada por Paulo em Rm.10:13, a saber, “epikaleomai” (επικαλέομαι), tem o significado de “…autorizar, conferir um direito a, (consequentemente) invocar (para auxílio, adoração, testemunho, decisão etc.), apelar a , chamar, convocar, apelidar…” (Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Dicionário do Novo Testamento, verbete 1941, p.2202).

- Esta palavra não é utilizada aleatoriamente pelo apóstolo, mas é a que consta como tradução do hebraico “qārā” na Septuaginta.

- “Invocar” é, portanto, “chamar”, “pedir auxílio”, “pedir ajuda”, “reconhecer a autoridade”, “apelar” e não há como invocarmos alguém em quem não temos confiança, em quem não cremos.

- Somente se pode invocar o nome do Senhor se se tiver fé n’Ele. E, então, o apóstolo continua caminhando no processo para dizer que não há como crermos em alguém de quem não ouvimos, de quem não sabemos a existência.

- Crer em Deus, como diz o escritor aos hebreus, não é apenas crer na Sua existência, mas também que Ele é o galardoador daqueles que O buscam (Hb.11:6), ou seja, é preciso não só saber que Deus existe, mas ter conhecimento do Seu caráter, da Sua vontade, dos Seus desejos.

- Ora, isto só é possível quando ouvimos falar a respeito d’Ele, quando é exposta a Sua revelação por meio das Escrituras, quando é anunciada a Sua Palavra. Se é verdade que tanto a natureza (Cf. Rm.1:19-21), quanto a consciência (Cf. Rm.2:12-15) revelam a Deus, também, como já vimos, tal revelação é insuficiente, exigindo a pregação.

- Com efeito, diz o apóstolo dos gentios que para que alguém ouça a respeito de Deus, tenha conhecimento de quem Ele é, faz-se preciso que alguém pregue (Rm.10:14). E, havendo a pregação, advém a fé (Rm.10:17) e ocorre a salvação, porquanto, crendo em Deus, o ouvinte da pregação invoca o nome do Senhor e é salvo.

- Notamos, portanto, que a pregação é indispensável para que haja a salvação e é a nossa participação no processo salvador de Deus para a humanidade. Não pregar é impedir que alguém ouça e alguém não ouvindo, não crerá e, não crendo, será condenado à morte eterna, à perdição (Mc.16:16).

- Mas, completando o seu raciocínio, Paulo afirma que não há possibilidade de haver pregação se não forem enviados os pregadores, os anunciadores da Palavra. Logicamente, aqui, o apóstolo está a falar das missões transculturais, da necessidade de se atingir todo o mundo, toda a criatura.

- A pregação do Evangelho, portanto, também precisa da consciência missionária das igrejas locais, que enviem aqueles que forem escolhidos pelo Espírito Santo para esta tarefa, apoiando-os material e espiritualmente nesta empreitada.

- Esta realidade que o apóstolo traz à igreja em Roma, a quem queria conscientizar para ser por ela enviado à Espanha (Cf, Rm.15:23,25), repete o que o apóstolo já dissera aos coríntios anos antes, quando, após ter lembrado aqueles crentes de que não os fora pesado, antes havia trabalhado com suas próprias mãos para obter o sustento, embora fosse legítimo o direito de ser sustentado, Paulo mostra a real condição da pregação do Evangelho (Co. 9:1-14).

- Paulo diz, naquela oportunidade, que anunciar o Evangelho não era motivo para que ele se gloriasse, mas que se tratava de uma obrigação que lhe era imposta pelo Senhor e que ai dele se não anunciasse o evangelho (I Co.9:16).

- Não estava ele se referindo aos missionários, como era o seu caso, tão somente. Veja que ele mesmo diz que o fato de ter sido escolhido para este mister não lhe permitia glória alguma, pois a pregação do Evangelho é dever imposto a todos.

- O apóstolo tinha plena consciência de que se tratava de uma ordem do Senhor a pregação do Evangelho, algo que era imposto, não proposto à Igreja. Notemos que a Grande Comissão é sempre apresentada nas Escrituras no modo imperativo, que, todos sabemos, é o modo verbal que indica ordem, comando, mandamento.

- Como diz o conhecido cântico de Benedito Felizardo, “Valor de uma alma”: “Irmão, você lembra do ide do Mestre amado? Não foi um pedido, mas ordem que Ele nos deu”.

- Trata-se de uma obrigação, de um dever imposto a todos os discípulos e, se não obedecermos a esta ordem, como podemos achar que alcançaremos a salvação?

- Será que apenas indo aos cultos rotineiramente, contribuindo financeiramente em nossa igreja local, participando de conjuntos musicais e orando, mas nunca evangelizando, entraremos nas mansões celestiais?

- Não nos parece que seja assim. Saul queria oferecer sacrifícios ao Senhor, mas não Lhe obedeceu e Samuel, o homem de Deus, mostrou-lhe que obedecer é melhor que sacrificar (I Sm.15:22) e Saul foi rejeitado pelo Senhor.

- O mesmo Paulo diz que recebera a graça e o apostolado para a obediência da fé entre todas as gentes pelo nome do Senhor (Rm.1:5), de modo que a finalidade do chamado de Paulo era para que ele obedecesse.

- O mesmo Paulo diz que foi a obediência de Jesus que alcançou a nossa justificação (Rm.5:19) e um traço característico do Senhor Jesus foi ter sido obediente até a morte e morte de cruz (Fp.2:8).

- Como podemos dizer que estamos em comunhão com Cristo, desobedecendo à Sua ordem de evangelização? Como podemos servir ao Obediente em desobediência?

II – O PROPÓSITO DE MISSÕES

- Visto que a pregação do Evangelho é um dever imposto por Deus para a Igreja, não podemos deixar de observar que esta ordem tem uma finalidade, que é a salvação da humanidade.

- Deus, ao anunciar o “protoevangelho”, bem mostrou que o objetivo de todo o plano salvífico era “pôr inimizade entre a serpente e a mulher”, ou seja, pôr inimizade entre o diabo e a humanidade, que agora tinha passado a estar sob seu serviço (Jo.8:44).

- A reconstituição da amizade entre Deus e o homem, bem como a instauração de uma unidade, de uma comunhão entre Deus e o homem é o objetivo precípuo de todo o plano salvífico (Jo.17:20-23).

- O Senhor Jesus disse isto claramente ao apóstolo Paulo no instante mesmo da sua conversão, quando disse que ele havia sido escolhido para ser ministro e testemunha e para ser enviado a judeus e gentios para lhes abrires os olhos e das trevas converter as pessoas à luz e do poder de Satanás a Deus, a fim de que elas recebessem a remissão dos pecados e a sorte entre os santificados pela fé em Cristo (At.26:16-18).

- O Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do gentio (Rm.1:16).

- Portanto, ser ministro e testemunha de Cristo, receber a imposição de pregar o Evangelho é promover a restauração da amizade, da comunhão, da unidade entre Deus e cada ser humano.

- Esta reconciliação entre Deus e o homem (e é por isso que Paulo diz que recebemos o “ministério da reconciliação” – II Co.5:18) somente se dá por meio da “semente da mulher”, d’Aquele que teve ferido Seu calcanhar mas feriu a cabeça da serpente (Gn.3:15), d’Aquele morreu por todos para que os que vivem não vivam mais para si mas para Aquele que morreu e ressuscitou (II Co.5:15).

- Então, pregar o Evangelho é anunciar a Jesus Cristo, este único mediador entre Deus e os homens (I Tm.2:5), com que Deus reconciliou conSigo mesmo o mundo, não lhes imputando os seus pecados e pondo em nós a palavra da reconciliação (II Co.5:19).

- Não é por outro motivo que Paulo dizia aos coríntios que nada tinha proposto saber entre eles senão a Jesus Cristo e Este crucificado (I Co.2:2), como também era isto o que anunciavam os discípulos ainda em Jerusalém (At.5:42), Felipe em Samaria (At.8:5), como também os crentes de Antioquia, a ponto de terem sido chamados, pela primeira vez, de cristãos (At.11:26).

- Fazer missões, portanto, é anunciar a Jesus Cristo, é dizer que Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e brevemente voltará.

- Fazer missões é fazer Jesus conhecido das pessoas, fazer com que as pessoas ouçam a respeito de Jesus, para que possam crer n’Ele e invocá-l’O, alcançando, assim, a salvação, que é o fim de nossa fé (I Pe.1:9).

- Fazer missões, portanto, é fazer Jesus conhecido das pessoas, é anunciá-l’O. Não se pode perder este foco, o que, lamentavelmente, tem ocorrido algumas vezes no campo missionário.

- Não resta dúvida de que, ao se encontrar na localidade onde se vai pregar o Evangelho, carências de toda sorte, até porque, como sabemos, a ignorância a respeito da verdade leva o homem naturalmente a uma vida pecaminosa e com todas as terríveis consequências deste estado espiritual, haja por parte do missionário e até da igreja que o enviou a tendência a querer minorar o sofrimento destas pessoas, até porque, não por acaso, são as regiões menos evangelizadas precisamente as mais pobres do planeta.

- O amor não pode se expressar apenas por palavras, mas, sim, por obras (I Jo.3:18) e se apresenta como natural que se desenvolva uma ação social paralelamente à pregação do Evangelho, até como comprovação do amor de Deus que diz o missionário estar em seu coração por ter crido em Jesus.

- Apesar de ser um “importante negócio” (Cf. At.6:3), a ação social não pode retirar o missionário do seu foco que é o ministério da Palavra de Deus e a oração (Cf. At.6:2,4). Em muitas ocasiões, a ação social suplanta a própria pregação do Evangelho e o esforço missionário passa a ser apenas um projeto social e nada mais do que isto.

- Na obra missionária, a exemplo do Senhor Jesus, devemos andar fazendo o bem (At.10:38), mas, neste fazer o bem, Cristo tinha em vista, notadamente, o bem-estar espiritual, tanto que Pedro, ao sintetizar o ministério do Senhor, pôs no mesmo patamar tanto o fazer o bem como o curar a todos os oprimidos do diabo, ou seja, a prioridade era retirar as pessoas das trevas e convertê-las à luz e do poder de Satanás a Deus.

- Ainda há aqueles que se enveredam por outros caminhos, como o de buscar promover a “transformação social” e se envolvem em questões políticas e sócio-políticas, num total desvirtuamento do que determinou o Senhor Jesus, que disse que Seu reino não é deste mundo (Jo.18:36).

- É evidente que o desconhecimento do Evangelho faz com que uma sociedade seja extremamente injusta, violenta e corrupta, pois é o resultado da falta de temor a Deus e do domínio do pecado.

- Também é evidente que o Evangelho promove a modificação da sociedade, porque, ainda que nem todos se convertam, a salvação de parte da população leva a que se tenham pessoas que são luz do mundo e sal da terra e se promove uma influência que traz elementos benéficos para a vida em sociedade.

- Isto não se trata de um “achismo” ou, mesmo, de uma interpretação ou aplicação do texto bíblico, mas é verificável historicamente. Até mesmo um filósofo materialista, como era Karl Marx, admite, em seus escritos, a transformação social operada na Europa com o avanço do Cristianismo, como também se vê a grande mudança operada nas Américas com a chegada de colonizadores cristãos.

- Entretanto, como bem explicar o Senhor Jesus, o “reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher toma e introduz em três medidas de farinha, até que tudo esteja levedado” (Mt.13:33), ou seja, é o Evangelho que vai transformando a sociedade, à medida que vai se propagando, que vai se expandindo, fazendo com que mais e mais pessoas, crendo em Jesus, entrem em comunhão com Ele e, desta forma, libertos do pecado, passam a fazer o bem e a viver de acordo com a vontade do Senhor, modificando sobremaneira o modo de vida.

- O papel de missões é levar as pessoas ao perdão de seus pecados, à justificação e à santificação. Tornados justos, por receberem as vestes da salvação, a própria justiça de Cristo, tais pessoas passarão a praticar boas obras e os relacionamentos sociais deixarão de ter elementos pecaminosos, e gradativamente, assim como o fermento leveda a massa, a sociedade melhorará e caminhará no sentido de se ter justiça e paz.

- A melhor forma de “transformação social”, portanto, é pregar a Palavra de Deus e levar as pessoas a se arrepender e a alcançar o perdão pela fé em Jesus Cristo, quando, então, se tornarão novas criaturas e tudo se fará novo (II Co.5:17).

- Quando passamos a querer “mudar a sociedade”, através da mudança de governos, de estruturas e instituições sociais, estamos abandonando missões e enveredando pelo caminho da verdadeira adoração a Satanás, pois foi o diabo quem propôs a Cristo que o adorasse e, em troca, lhe daria todos os reinos da terra (Mt.4:8-10; Lc.4:5-8).

- Quando passamos a querer “mudar a sociedade”, esquecemos que isto é exatamente o contrário do que disse Jesus a respeito de Seus discípulos quando afirmou que se o Seu reino fosse deste mundo, os Seus servos lutariam para que Ele não fosse entregue aos judeus, ou seja, lutar para alterar as condições sociais não é uma atitude de quem faz missões (Jo.18:36).

- Ademais, como bem ensina Paulo, nós somos “embaixadores da parte de Cristo” (II Co.5:20) e sabemos todos da “ética diplomática”, segundo a qual o embaixador não se envolve em negócios e assuntos internos do país onde ele está a trabalhar, apenas defendendo os interesses de seu país, sem se imiscuir nas questões domésticas.

- Assim devem ser os missionários. Não se envolver em questões sócio-políticas relativas à organização da sociedade em que se encontram, evitando ao máximo tomar partido nos conflitos sociais, apenas defendendo os interesses do reino de Deus, ou seja, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo.

- Evidentemente, na pregação do Evangelho, haverá a denúncia do pecado, o chamado ao povo para que se arrependam dos seus pecados, o que gerará inevitavelmente a perseguição e, por vezes, até a morte física, o martírio, mas isto faz parte da vida de todo cristão, em especial daquele escolhido para a missão transcultural.

- Fazer missões não é lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais (Ef.6:12), é uma batalha espiritual, que é tanto mais renhida quando a sociedade onde se prega o Evangelho é região que desconhece completamente a Palavra de Deus, onde será preciso se utilizar da armadura de Deus e das armas espirituais contra as fortalezas (Ef.6:13-20; II Co.10:4-6).

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- Por isso mesmo, não há como fazer missões sem que se tenha o revestimento de poder e os dons espirituais, porque o Evangelho precisa ser pregado não com palavras persuasivas de sabedoria humana mas em demonstração de Espírito e poder (I Co.2:4), onde o Senhor confirme a Palavra com os sinais que se seguem (Mc.16:20; Hb.2:3,4).

- Fazer missões, portanto, é promover o contínuo crescimento espiritual, com a busca do poder de Deus, não apenas daquele que está no campo missionário, mas de toda a igreja local que o enviou, porquanto os sinais, prodígios e maravilhas não ocorrem somente quando aquele que é usado por Deus o realiza, mas, também, em atendimento da oração intercessória de todos quantos se dispõem a buscar a face do Senhor.

- Quando a igreja estava orando continuamente por Pedro é que Deus mandou o anjo para soltá-lo da prisão e, Pedro mesmo, não estava orando naquele instante, pois estava dormindo (At.12:4-6). Paulo confiava nas orações dos irmãos para continuar a pregar o Evangelho (Ef.6:19,20; Cl.4:2-4).

- Por fim, fazer missões é manter a esperança do encontro com o Senhor nos ares. As missões devem sempre levar as pessoas a ansiar a volta de Jesus, a orar, juntamente com o Espírito Santo: “ora vem, Senhor Jesus”, mas, sobre este tema abordaremos na próxima lição.

POR QUE CELEBRAMOS O NATAL?



O Natal é uma celebração muito especial para muitas pessoas ao redor do mundo. É um momento em que muitos se reúnem com suas famílias, trocam presentes e compartilham alegria. No entanto, por vezes, o verdadeiro significado do Natal pode ser esquecido ou obscurecido por aspectos comerciais ou outras preocupações.

Será que ainda se sabe a verdadeira razão do Natal? Qual a sua origem? Será que é apenas uma festa de família, um momento de celebrar laços de amor e amizade? Para muitos, o Natal significa estresse, para outros representa solidão e um tempo onde o vazio interior é percebido com mais intensidade. Será que essa festa perdeu todo o seu sentido?

O Natal tem uma essência profunda e significativa, que vai além das festividades e das trocas de presentes. Aqui estão algumas razões importantes pelas quais celebramos o Natal:

1.   É a grande Alegria para a humanidade

O Natal é a maior alegria que um ser humano pode encontrar. Encontramos relatos bíblicos que ressaltam essa alegria, como o momento em que os magos viram a estrela e se alegraram intensamente. Encontramos este testemunho em Mateus 2:10,11: “E, vendo eles [os magos] a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo. Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe...”. Antes do nascimento de Jesus, Maria já exclamou: “o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador” (Lc.1:47). E o anjo falou aos pastores de Belém: “Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo” (Lc.2:10).

O nascimento de Jesus representa a luz no fim do túnel, a libertação do pecado e uma esperança para o futuro. Encontrar Jesus traz uma alegria inigualável, superando qualquer sofrimento ou culpa.

2.   É a maior ação de busca e salvamento da história

O nascimento de Jesus é considerado a maior ação de busca e salvamento da história. Sua vinda como o Salvador representa a grandiosidade do amor de Deus e a magnitude da culpa da humanidade. Ele veio para salvar as pessoas de seus pecados, conforme mencionado nos evangelhos. Lemos no Evangelho de Mateus: “Ela [Maria] dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele [Jesus] salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt.1:21). E no Evangelho de Lucas está escrito que “hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc.2:11).

A maior catástrofe da humanidade foi sua queda em pecado. Ela foi tão terrível que não havia outra possibilidade de salvação a não ser Jesus Cristo tornar-se homem. A entrada do pecado no mundo aconteceu quando os primeiros seres humanos, Adão e Eva, desobedeceram a Deus, resultando na separação entre a humanidade e Deus. Essa separação trouxe consequências devastadoras, pois o pecado afeta todas as áreas da vida humana: espiritual, emocional, mental e física. A Bíblia ensina que o pecado trouxe morte espiritual e uma condição de alienação de Deus (Romanos 3:23).

A solução para essa situação veio por meio do amor e da graça de Deus. Jesus Cristo é o Filho de Deus que veio à Terra, se fez Homem, viveu uma vida sem pecado e morreu na cruz como um sacrifício pelos pecados da humanidade. Sua morte foi vista como um resgate, proporcionando perdão, reconciliação com Deus e a promessa da vida eterna para aqueles que creem nele. Quem não consegue ou não quer crer nessa tão grande salvação é como alguém que se acidentou por sua própria culpa, mas não quer aceitar ajuda de ninguém e permanece preso às ferragens do carro. Ou seja, embora o perdão e a salvação estejam disponíveis através de Jesus, algumas pessoas podem optar por não aceitá-los, permanecendo em uma condição espiritual degradante e fatídica.

A mensagem central é que a salvação está disponível para todos através de Jesus Cristo, mas cabe a cada indivíduo aceitar esse presente de perdão e reconciliação com Deus. Essa é uma parte fundamental da fé cristã e da mensagem do Natal, celebrando o nascimento de Jesus como o início do plano de redenção para a humanidade.

3.   É a maior Paz que o ser humano pode usufruir

O Natal é uma oportunidade para buscar e experimentar paz interior. Embora muitos clamem por paz no mundo, a verdadeira paz começa dentro de cada indivíduo. Enquanto houver inquietação nos corações das pessoas, o mundo continuará agitado. Jesus é visto como aquele que pode conceder a verdadeira paz, como declarado pelos anjos em Belém. O profeta Isaias assim profetizou a respeito de Jesus: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6).

O mundo clama incessantemente por paz, e muitos líderes e indivíduos de influência se empenham nesse objetivo. Contudo, enquanto as pessoas não encontrarem paz em seus próprios corações, a agitação persistirá. Atualmente, nossos dias são caracterizados por uma atmosfera sombria, marcada por conflitos, guerras e tensões interpessoais, todos reflexos da inquietação que reside dentro de nós. A busca por construir a paz somente através de esforços externos não trará a tão desejada tranquilidade ao mundo. Marchas, manifestações e bandeiras erguidas em prol da paz podem não surtir o efeito desejado se não houver uma busca interior pela paz.

Agostinho, um dos grandes líderes religiosos, expressou sabiamente que o coração humano permanece agitado até encontrar a paz em Deus. Ele apontou para Jesus como o único capaz de guiar nossos caminhos rumo à paz. Aqueles que descobrem a paz por meio de Jesus experimentam uma serenidade incomparável, pois Ele é reconhecido como a própria essência da paz.

Nos campos de Belém os anjos declararam: "Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem Ele quer bem" (Lc.2:14). Isso ressalta que a verdadeira paz está intrinsecamente ligada à vontade de Deus e à Sua presença entre a humanidade. Dessa maneira, a busca pela paz autêntica deve começar no interior de cada indivíduo, encontrando uma conexão espiritual e uma busca por tranquilidade por meio de uma relação com Deus, como indicado por Agostinho e refletido na mensagem dos anjos em Belém.

 

4.   É a maior Esperança que o ser humano pode ter

Jesus é considerado a esperança do mundo. Ele traz uma luz eterna para aqueles que O aceitam, transformando a escuridão da alma em luz. Sua presença oferece uma perspectiva renovada da vida terrena e proporciona esperança para uma vida eterna e feliz.

Segurando o menino Jesus em seus braços, o idoso Simeão louvou a Deus, dizendo: “porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel” (Lc.2:30-32). Ele tinha a esperança de ver o Salvador prometido, e teve o privilégio de segurá-lO em seus braços. Jesus é a esperança do mundo.

Quando conhecemos Jesus e o aceitamos como Senhor e Salvador, nossos olhos se abrem. Sua Palavra nos proporciona tesouros espirituais inimagináveis, que Ele adquiriu para nós ao ressuscitar, a saber: vida eterna nas mansões celestiais junto de Deus, o Pai; felicidade eterna sem jamais ficarmos tristes; harmonia eterna sem a existência de pecado ou conflito; o fim do medo, da angústia, do estresse, das dúvidas e inquietações.

Quem deixa Jesus guiar sua vida também poderá ver as coisas desta vida terrena a partir de outra perspectiva, de um ângulo diferente, iluminado por Deus.

5.   Jesus é o maior Presente que alguém pode receber

O verdadeiro presente do Natal é o amor de Deus manifestado em Jesus Cristo. Ele oferece o presente da vida eterna e do perdão dos pecados. Este presente é incomparável a qualquer bem material ou luxo terreno. Por isso está escrito na Palavra de Deus: “Graças a Deus pelo seu dom [presente] inefável!” (2Co.9:15). “O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm.6:23).

Portanto, não há presente maior do que o amor de Deus revelado em Jesus, que transcende qualquer esplendor terreno, riqueza material ou luxo passageiro. Ele desceu do céu para nos oferecer o dom incomparável da vida eterna. Você está disposto a aceitar essa dádiva? Ou prefere se apegar a coisas transitórias e efêmeras deste mundo? Você deseja receber o presente divino do perdão para todos os seus pecados e a promessa da vida eterna? Se você o acolher, Jesus Cristo não apenas transformará integralmente a sua vida, mas também realizará o que parece impossível, pois para Ele não há limites!.

Enfim, o Natal tem um profundo significado espiritual e representa a oportunidade de aceitar o maior presente de todos: a salvação por meio de Jesus Cristo. Ele oferece alegria, salvação, paz, esperança e amor incondicional para todos aqueles que O recebem em seus corações.

Então, o Natal pode adquirir um novo significado para você. Jesus anseia por se tornar a celebração mais marcante em sua vida. Ele está dizendo a você neste exato momento: “Se você soubesse do presente de Deus e quem está lhe pedindo água para beber, você pediria a Ele, e Ele lhe concederia água viva. Aquele que beber dessa água continuará com sede, mas quem beber da água que Eu oferecer nunca mais terá sede. Pelo contrário, essa água se tornará nele uma fonte jorrando para a vida eterna” (João 4:10,13,14). Pense nisso!