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O LIVRO DE JÓ

 

Texto Base: 2Timóteo 3:16; Ezequiel 14:14,19,20; Tiago 5:11.
"Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso" (Tg.5:11).

2Timóteo 3:

16.Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça,

Ezequiel 14:

14.ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela

sua justiça, livrariam apenas a sua alma, diz o Senhor Jeová.

19.Ou se eu enviar a peste sobre a tal terra e derramar o meu furor sobre ela com sangue, para arrancar dela homens e animais;

20.ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor Jeová, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só livrariam a sua própria alma pela sua justiça.

Tiago 5:

11.Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso.

INTRODUÇÃO

Estamos iniciando mais um trimestre letivo, em que estudaremos a respeito do seguinte tema: “A Fragilidade Humana e a Soberania Divina: Lições do Sofrimento e da Restauração de Jó”. Teremos como pano de fundo a história de Jó. Embora esse patriarca tenha vivido há milhares de anos, num contexto histórico, geográfico, cultural e religioso muito diferente dos tempos contemporâneos, as lições que aprenderemos com ele são atuais e oportunas. O seu testemunho é dramático e sua perseverança na fé no torvelinho das tempestades nos estimula a servir a Deus em quaisquer circunstâncias. Até que a história feche suas cortinas, buscaremos na história de Jó alento e esperança. Por pior que seja a situação, por mais sombria que seja a realidade, Deus é poderoso para reverter o quadro e trazer-nos à tona para respirar. Com Deus não há causa perdida; para Ele não há impossíveis. Com Deus, nossas noites escuras e frias podem converter-se em manhãs cheias de luz e calor.

Nesta Aula introdutória, trataremos a respeito do Livro de Jó, uma das mais impressionantes literaturas bíblicas pertencentes ao cânon sagrado; nele é demonstrado a grandeza de Deus diante da limitação humana. Este Livro apresenta o mais antigo e fundamental questionamento do homem sobre o interminável problema: o destino do ser humano e a forma com que Deus o trata neste planeta. É, portanto, uma obra que alimenta a nossa esperança quando tudo mais parece ter perdido o sentido. Acredito que não há na Bíblia, ou fora dela, literatura de mérito comparável. Nosso objetivo é compreender o que este Livro santo diz a respeito do sofrimento do justo e as respostas dele diante do sofrimento impiedoso.

I. AUTORIA, LOCAL E DATA DO LIVRO DE JÓ

1. O autor de Jó

O Livro não fornece o nome de seu autor, embora a tradição judaica aponte para Moisés. Outros autores sugeridos são: Eliú, Salomão, Ezequias, Esdras, ou ainda o próprio Jó. Como Jó viveu mais 140 anos após os diálogos e acontecimentos narrados no Livro, ele pode ser a alternativa mais provável. A própria Bíblia não diz quem é o autor do livro de Jó, mas o fato é que o autor conhecia a forma poética e nela expressou a maior parte do livro. Embora o autor seja desconhecido, o texto não apresenta nenhum problema de inspiração ou exatidão histórica.

2. A pessoa histórica de Jó

A Escritura descreve Jó assim:

Havia um homem na terra de Uz, e seu nome era Jó. Ele era um homem íntegro e correto, que temia a Deus e se desviava do mal (Jó 1:1).

Jó era um homem verdadeiro, e não um mito, como querem os críticos céticos. Ele era um homem excepcional, mas não único. Ele tinha uma alma sensível, mas uma estrutura moral e espiritual granítica. Seus valores estavam solidamente plantados na rocha dos séculos. Mesmo golpeado pelo sofrimento atroz, mesmo abandonado pelas pessoas mais achegadas, agarrou-se a Deus e disse:

“Eu sei que o meu redentor vive e que por fim se levantará sobre a terra. Depois, destruído o meu corpo, então fora da carne verei Deus. Eu o verei ao meu lado, e os meus olhos o contemplarão, não mais como adversário. O meu coração desfalece dentro de mim (Jó 19:25-27).

Em Ezequiel 14:14, Jó é citado como personagem histórico, não fictício. O apóstolo Paulo cita Jó 5:13 em 1Corintios 3:19: “Ele apanha os sábios na própria astúcia deles”. Tiago 5:11 também faz referência a Jó: “tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo”.

Em Jó 1:1-3 é dito que ele era um homem muito rico; possuía milhares de ovelhas, camelos e outros rebanhos; tão vasta era a sua posse de rebanhos, que era o maior de todo os homens do Oriente. Ele tinha uma grande família e muitos servos. De repente, Satanás, o acusador, compareceu perante Deus e defendeu a tese que Jó só confiava nEle porque era rico, e tudo lhe corria bem. E assim teve início o teste da fé desse grande homem de Deus. A Satanás foi permitido destruir-lhe os filhos, os servos, o gado, os pastores, e a casa; porém, Jó continuou confiando em Deus.

Jó era um homem íntegro e reto e temente a Deus, e desvia-se do mal (Jó 2:3) - esta avaliação foi dada pelo próprio Deus. Ele tinha sete filhos e três filhas. Mesmo sendo justo, ele perdeu a riqueza, os filhos e a saúde; até mesmo seus amigos foram convencidos de que Jó havia causado este sofrimento a si próprio. Ele não compreendeu o motivo dessa desgraça. Para Jó, a grande provação não foi a dor ou a perda, mas o fato de não poder compreender por que Deus permitia que ele sofresse. Enquanto Jó lutava para compreender o motivo de todas aquelas desgraças, tornava-se claro que ele não viria a conhecê-los. Jó teria de conviver com as respostas e explicações que possuía. Somente então sua fé seria completamente desenvolvida.

Precisamos viver a vida como fez Jó – um dia de cada vez, sem respostas completas para todas as questões da vida. Será que nós, assim como Jó, confiamos em Deus mais que em qualquer outra coisa? Ou cederemos a tentação de dizer que Deus não se interessa realmente? Pense nisso!

3. A terra de Jó

Conforme Jó 1:1, Jó morava na terra de Uz. O nome pode se referir a um dos três homens chamados Uz que são mencionados na Bíblia. Um deles é Uz, filho de Naor. No entanto, Uz, filho de Disã, neto de Seir, é mais favorável a ser o Uz pela a qual a terra tomou o nome, isso por que ele habitava a terra de Seir, conquistada pelos edomitas, tendo em vista que as evidências textuais do Livro de Jó indicam que a terra de Uz era próxima de Edom.

Conforme Wikipédia, a enciclopédia livre, Uz é por vezes identificada com o reino de Edom, aproximadamente na área da moderna Jordânia, sudoeste e sul de Israel. Pelo visto, Uz ficava perto de Edom, a leste de Petra, o que permitiria uma ampliação posterior do domínio edomita até Uz, ou que alguns edomitas posteriores residissem na “terra de Uz”, conforme indicado em Lamentações 4:21, que diz: "Regozija-te e alegra-te, ó filha de Edom, que habitas na terra de Uz".

Outras localizações propostas para Uz incluem a Arábia mais ao sul, especialmente Dofar, citada como sendo a casa dos árabes originais, a leste de Basã no sul da Síria/norte da Jordânia, Arábia a leste de Petra na Jordânia. Mas, as duas possibilidades mais aceitas pelos estudiosos a respeito da localização de Uz, são:

  • Uz estaria localizada em uma área entre Damasco e o Rio Eufrates, na orla do deserto da Arábia.
  • Uz estaria localizada na fronteira de Edom, no deserto da Arábia.

Esta última possibilidade situa Uz mais perto das localizações comumente aceitas para os lugares de origem dos três amigos de , que vieram visitá-lo. Segundo o documento do Mar Morto, o Manuscrito de Guerra, a terra de Uz é mencionada como existente em algum lugar além do Eufrates, possivelmente, em relação à Síria.

4. A época de Jó

É amplamente aceito que Jó viveu antes do nascimento de Abraão. Portanto, a experiência apresentada no livro se encaixaria cronologicamente em algum momento da parte final do capítulo 11 de Gênesis. Há várias razões para atribuir a história de Jó a esse período. Em primeiro lugar, o livro não apresenta provas concretas de que ele fosse judeu. Além disso, não há menção ao êxodo ou a à Lei de Moisés. Na verdade, o texto deixa claro que Jó atuava como sacerdote da própria família (Jó 1:5), prática típica do período patriarcal; as filhas de Jó eram coerdeiras juntamente com seus irmãos (Jó 42:15), o que não era permitido pela lei mosaica (cf. Nm.27:8). O estilo de vida apresentado no livro (mensurando a riqueza pessoal pela posse de rebanhos) também é condizente com a época dos patriarcas. Sua longevidade (viveu mais de duzentos anos) também é característica da era imediatamente anterior a Abraão. Esses fatos, além dos tipos de instrumentos musicais (Jó 21:12) e do dinheiro (Jó 42:11) mencionados no livro (a palavra hebraica qesitah, traduzida como "uma peça de dinheiro" (Jó 42:11), só aparece em outras duas ocasiões na Bíblia: uma em Gênesis 33:19 e a outra em Josué 24:32), levaram os estudiosos a relacionar Jó às partes antigas da cronologia de Gênesis.

II. ESTRUTURA LITERÁRIA DO LIVRO DE JÓ

1. Prosa e poesia

Para tratar desse item tomei como escora o argumento de Claudio Crispim (articulista do Portal Estudo Bíblico - www.estudosbiblicos.org); ele afirma que o Livro de Jó é classificado como poético, assim como os cinco Livros dos Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares de Salomão e Lamentações.

O conteúdo de Jó é uma combinação de prosa-poesia-prosa (nessa ordem). Ele está literariamente organizado assim: uma prosa nos primeiros capítulos; uma longa poesia no meio; mais uma prosa no último capítulo. Assim, o prólogo (Jó 1:1-2.13), bem como a introdução aos discursos de Elíú (Jó 32:1-5) e o epílogo (Jó 42:7-17) estão em prosa; o restante do texto está em poesia.

Por que classificam o Livro de Jó como poético? Por causa da estrutura dos diálogos entre Jó e seus amigos, construída através de muitos ‘paralelismos’. Por paralelismo, o que dá sustentabilidade à poesia hebraica, temos a valoração do pensamento, através da ênfase, da repetição, do contraste e da elaboração de ideias, sem levar em conta elementos como ritmos, rimas e métricas, elementos essenciais às poesias ocidentais.

Como a estrutura da poesia hebraica repousa no desenvolvimento de ideias, a tradução do texto para outras línguas permite que se tenha maior precisão e preservação da ideia do texto, o que não ocorre nas poesias ocidentais pela impossibilidade de se transpor ritmo, rima e métrica para qualquer tradução. O poema ‘Canção do exílio’, de Gonçalves Dias, por exemplo, é primoroso pelo ritmo, rima e métrica, de modo que a melodia, pelo encadeamento do ritmo, como a rima, permite descrever a beleza da terra do autor com leveza ímpar, do ponto de vista patriótico e nacionalista. Observe:

“Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá”.

Veja como fica a versão em Inglês deste poema:

 “My land has palm trees

Where the thrush sings.

The birds that sing here

Do not sing as they do there”.

O ritmo e a rima, que dá graciosidade ao texto, se perdem na tradução e somente as expressões figurativas permanecem intocadas.

Já, o paralelismo, a base da poesia hebraica, trabalha analogias através de comparações, de modo a fazer com que o leitor conclua uma ideia por deduções simples, induzidas por figuras de linguagem, como personificações, hipérboles, metáforas, símiles e aliterações. Devemos agradecer a Deus o fato de a poesia bíblica empregar este recurso, pois é possível adaptar o texto satisfatoriamente a quase todas as línguas, sem perda significativa de beleza no processo de tradução.

O paralelismo sintético (ou, formal, construtivo) trabalha um pensamento na primeira linha do poema e a segunda linha desenvolve e enriquece a ideia que está na primeira linha, que compõe a estrofe, através de uma relação de causa e efeito. Observe: “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Salmo 19:1).

2. Livro de Sabedoria

Os eruditos classificam, também, o Livro de Jó como Livro de Sabedoria, assim como o Livro de Provérbios e de Eclesiastes. Os eruditos entendem que o livro de Jó trata de questões práticas, pertinentes à existência humana, tais como fatalismo, materialismo, espiritualidade, sofrimento, moralidade, etc. Por meio de diálogos comoventes, o sofredor, porém íntegro Jó, discute com seus “amigos” as razões de sua desgraça. Ao final, aprende, por meio de contato pessoal com Deus, a aceitar a sabedoria e a vontade divina sobre sua vida. Trata-se, portanto, de literatura sapiencial em sua melhor forma, reconhecida até mesmo por incrédulos como poesia da mais alta qualidade.

Não se pode negar que o Livro de Jó é de riqueza incalculável do ponto de vista literário, mas, também, pelo seu valor como poesia, sem falar do seu conteúdo histórico. Entretanto, o tesouro que há no Livro de Jó não é de ordem literária, filosófica, histórica, sociológica e nem psicológica. Na sua grande maioria, os livros e estudos acerca do Livro de Jó, destaca o sofrimento do patriarca, o que fomenta inúmeras discussões de viés filosófico, antropológico e, até mesmo, ontológico.

O Livro de Jó funciona como um espelho, ao refletir que a justiça do homem mais íntegro que já viveu, está aquém da justiça de Deus. A integridade de Jó estabelece um contraste que evidencia a justiça de Deus, de modo que o sofrimento torna-se mero pano de fundo para revelar uma verdade imprescindível ao ser humano.

3. Lugar no Cânon

O Livro de Jó faz parte da terceira divisão do cânon hebraico (o Kethubim, os hagiógrafos, ou Escritos); a ordem nessa divisão tem variado nas diferentes tradições. Atualmente, Jó é colocado entre Provérbios e Cantares de Salomão (Cânticos de Salomão) no cânon hebraico. A Tradução Brasileira coloca Jó entre Ester e os Salmos, onde Jó é o primeiro dos três grandes livros poéticos. Esta é a ordem usada por Jerônimo na sua tradução Vulgata, e subsequentemente ela foi confirmada no Concilio de Trento (1545-1563) em sua declaração oficial do cânon das Escrituras Sagradas.

III. NATUREZA E MENSAGEM DO LIVRO DE JÓ

O Livro de Jó é um emocionante drama de uma pessoa que vai da riqueza à extrema miséria, e é restituído em dobro. Um tratado teológico sobre sofrimento e soberania divina, e um retrato da fé persistente. Ao ler o livro de Jó, analisemos sua vida e chequemos seu alicerce. Possamos estar aptos a afirmar que, quando nada mais restar além de Deus, Ele é suficiente.

1. Por que os justos sofrem?

Se Deus nos ama, por que sofremos? Este é um dos assuntos mais intrigantes da vida. Não é simples refletir a respeito desta questão do sofrimento do justo. Os profetas do Antigo Testamento analisaram esta questão e ficaram muitas vezes angustiados com o sofrimento do justo.

-O profeta Habacuque, num dado momento da sua vida, ficou desesperado ao perceber como o justo era esmagado, injustiçado e pisado pelo ímpio.

-O salmista Asafe, por sua vez, no Salmo 73, entra numa crise espiritual, porque olha de sua janela e vê o ímpio prosperando, tendo saúde, amigos, e ele, que era piedoso, era castigado cada manhã, passando por lutas e provações as mais amargas.

- Jó não compreendeu o motivo de seu sofrimento. Ele, um homem rico e justo, perdeu todas as suas posses, seus filhos e sua saúde. Por que Deus permitiu um sofrimento tão atroz na vida de um homem justo, reto e temente a Deus e que se desviava do mal? Não havia falta em Jó; ele preenchia todos os requisitos dos seus dias de um homem exemplar. Embora haja uma explicação, é possível que não a conheçamos aqui na Terra. Enquanto isto, devemos estar sempre prontos para enfrentar as provações em nossa vida.

Talvez neste momento estejamos passando por dificuldades e aflições indescritíveis, apesar de estarmos em comunhão com Deus. Quem sabe tenhamos perdido o emprego, ou estamos lidando com dramas de enfermidade em nossa casa. Pode ser que estejamos passando por lutas emocionais ou lutas espirituais. Talvez nossa vida esteja sendo encurralada por circunstâncias adversas que fogem ao nosso controle. Talvez estejamos enfrentando como que uma avalanche que desce sobre nós e nos envolve e engole e, então, não sabemos mais o que fazer da vida. Contudo, não existe causa perdida para Jesus. Não existe problema que Ele não possa resolver. Não existe situação irrecuperável para Jesus. Lázaro estava morto e sepultado há quatro dias. Era uma causa perdida para muitos, mas, para Jesus, era uma causa vitoriosa.

Talvez haja algumas causas na vida que consideramos perdidas. Quem sabe com relação à nossa saúde, os médicos já lavraram a sentença, não tem cura. Mas há algo importantíssimo que quero dizer: se Jesus quiser, com toda certeza, tem jeito. Para Ele não há causa perdida. Talvez pensemos: para mim não tem mais jeito, não tem mais recuperação. Se Jesus quiser, tem jeito, porque Ele perdoa pecados, é Ele quem levanta o caído e restaura o abatido, Ele faz novas todas as coisas. Jesus pode restaurar nossa alma e salvar a nossa vida.

Deus é Todo-Poderoso. Sua vontade é perfeita, ainda que nem sempre Ele aja segundo a nossa compreensão. O sofrimento de Jó não fazia sentido, pois todos acreditavam que as pessoas boas deveriam prosperar. Quando Jó estava a ponto de desesperar-se, Deus falou com ele, mostrando-lhe o seu grande poder e sabedoria.

Embora presente em todos os lugares, Deus às vezes parece distante, e isto pode causar-nos um sentimento de solidão. Pelo fato de Ele ser suficiente, devemos permanecer firmes em comunhão com Ele, independente das circunstâncias adversas. Pense nisso!

2. Existe bondade desinteressada?

Muitos imaginam que o crente só permanece fiel a Deus enquanto não chegam as tribulações, enquanto a escassez não bate à porta, enquanto as doenças não chegam. Esta, também, foi a tese de Satanás quando ele acusou Jó diante de Deus.

Jó 1:6-12 narra uma reunião que houve entre Deus e os seus filhos, provavelmente os anjos, certamente nas regiões celestes. Nessa reunião aparece Satanás, o adversário. E o próprio Deus toma a iniciativa da conversa, perguntando a Satanás: “De onde vens? Satanás responde: De rodear a terra e de passear por ela”.

Deus pergunta novamente a Satanás: “Observaste o meu servo Jó? É um homem íntegro e correto, que teme a Deus e se desvia do mal”. Satanás, de uma forma covarde e acusatória, disse: "Também pudera! Porventura Jó inutilmente serve a Deus? Tu tens abençoado a vida desse homem. É um indivíduo rico e poderoso. Tudo em que esse homem põe a mão vira dinheiro. Tu cercaste a vida dele com uma cerca viva, abençoaste as obras de suas mãos. Desse jeito, qualquer pessoa serviria a ti".

O Rev. Hernandes Dias Lopes, em seu Livro “As Teses de Satanás”, afirma que Satanás é um inveterado turista. Ele está por aí, percorrendo a terra, vasculhando a vida das pessoas, armando laços para uns e instigando outros à queda. Satanás não tira férias nem tem dias de folga. Ele está 24 horas por dia no ar, vivo e ativo no planeta Terra, como um leão que ruge, buscando uma oportunidade para devorar suas presas.

Satanás é um ser rebelde e maligno, por isso, vê tudo de forma distorcida. Olha para Deus e para os seres humanos projetando sua maldade. Satanás suspeitou de Deus e também de Jó. Levantou dúvidas a respeito de Deus e também de Jó. Lançou suas setas venenosas contra Deus e também contra Jó. Segundo Hernandes Dias Lopes, Satanás aqui insinuou duas coisas:

-Primeiro, que Deus precisa subornar as pessoas com bênçãos para receber delas adoração. Satanás está dizendo que Deus não é honesto. Que Deus precisa comprar o louvor dos homens oferecendo-lhes bênçãos especiais. Satanás se levanta contra o caráter de Deus, acusa-o e questiona suas motivações.

-Segundo, que Jó só servia a Deus por interesse. Satanás estava insinuando que Jó também não era honesto. Estava afirmando que a devoção de Jó não passava de uma barganha com Deus. Satanás acusou Jó de ser um utilitarista que se aproximava de Deus não por quem é Deus, mas por aquilo que Deus dava. Na verdade, Satanás estava defendendo a tese de que todo mundo serve a Deus por algum interesse egoísta; que ninguém ama mais a Deus do que ao dinheiro. Satanás estava redondamente enganado. Jó era cônscio de que a riqueza vinha de Deus, e ele sabia que seu amor deveria ser endereçado a Deus, e não às dádivas de Deus. Jó tinha claro em sua mente que o abençoador é melhor do que a bênção e que o doador é melhor do que suas dádivas. Essa é atitude de um verdadeiro filho de Deus, e assim que devemos proceder!

3. Pode o homem compreender Deus?

O homem que procura compreender Deus é chamado, pelo apóstolo Paulo, de “homem natural” (1Co.2:14), que é o homem não salvo, o homem que não se entregou ainda a Cristo Jesus. Dentro da lógica humana, as coisas de Deus são “loucura” e jamais serão entendidas e/ou compreendidas. A questão para Jó não foi tanto o compreender Deus, mas experimentá-lo. Viver e experienciar Deus mudou completamente a vida de Jó (Jó 38-42). Esta é uma grande lição para todos nós.

CONCLUSÃO

Nesta Aula introdutória aprendemos algumas lições básicas sobre o contexto histórico e literário do livro de Jó. Aprendemos que Jó é o primeiro dos livros poéticos na Bíblia hebraica. Alguns acreditam ter sido este o primeiro livro a ser escrito da Bíblia Sagrada. O livro também mostra como Satanás trabalha contra o filho de Deus. O Livro de Jó também nos ensina que Deus está no controle do mundo, e apenas Ele compreende por que o justo sofre. Isto somente nos fica claro quando vemos Deus como Ele realmente é. Precisamos corajosamente aceitar o que Deus permitir que aconteça em nossa vida, e permanecermos firmemente comprometidos com Ele.

A VIGILÂNCIA CONSERVA PURA A IGREJA

 


Texto Base: Mateus 25:1-13
“E as coisas que vos digo digo-as a todos: Vigiai” (Mc.13:37).

Mateus 25:

1.Então, o Reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo.

2.E cinco delas eram prudentes, e cinco, loucas.

3.As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo.

4.Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas.

5.E, tardando o esposo, tosquenejaram todas e adormeceram. 

6.Mas, à meia-noite, ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo! Saí-lhe ao encontro!

7.Então, todas aquelas virgens se levantaram e prepararam as suas lâmpadas. 

8.E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam.

9.Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós; ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para vós. 

10.E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta.

11.E, depois, chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, senhor, abre-nos a porta! 

12.E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. 

13.Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir.

INTRODUÇÃO

Nesta última Aula do trimestre trataremos a respeito da vigilância que o povo de Deus deve praticar. Após discorrermos a respeito de tudo que ocorreu com os dois principais líderes – Esdras e Neemias - e o povo de Deus do pós-exílio, aonde tratamos das ciladas dos inimigos, da oposição ferrenha que eles implementaram para impedir a obra de Deus e enfraquecer o povo de Deus em sua fé, união e unidade, é bem interessante que encerremos este trimestre tratando da vigilância que o povo de Deus deve praticar ao longo de sua jornada, conscientes de que o inimigo estar à espreita com suas armas deletérias, prontas para serem usadas contra o povo de Deus. Teremos como texto base a Parábola das Dez virgens (Mt.25:1-3). Jesus ainda estava assentado com seus discípulos no Monte das Oliveiras quando proferiu esta Parábola; ela tem como foco principal a vigilância; sua mensagem central é: a necessidade de estarmos preparados para o encontro com o Senhor.

I. O NOIVO VEM – ESTEJAMOS PREPARADOS

1. O pano de fundo da Parábola das Dez virgens (Mt.25:1-13)

Jesus compara o reino dos céus com uma festa de casamento; este é o pano de fundo dessa Parábola. No tempo de Jesus, normalmente havia três estágios no processo matrimonial: Primeiro, vinha o compromisso, quando era feito um contrato formal entre os respectivos pais da noiva e do noivo. Segundo, seguia-se o noivado, cerimônia realizada na casa dos pais da noiva, quando promessas mútuas eram feitas pelas partes contratantes diante de testemunhas, e o noivo dava presentes à sua noiva. Terceiro, o casamento, no qual o noivo, acompanhado dos seus amigos, buscava a noiva na casa de seu pai e a levava em cortejo de volta para sua casa, onde se fazia a festa do casamento. As amigas da noiva iam até a casa dela para aguardar a chegada do noivo. Então, dava-se início a uma procissão da casa da noiva até a casa do noivo. É bem provável que esse seja o cortejo em que as dez virgens da história são retratadas como indo encontrar o noivo.

O rev. Hernandes Dias Lopes, citando Robertson, afirma que não há ponto especial quanto ao número 10 (dez). A cena gira em torno da casa da noiva, em direção da qual o noivo está indo para as festividades de casamento. É óbvio que o noivo, no caso, é o Senhor Jesus, retratado em sua gloriosa e inesperada segunda vinda. O noivo promete buscar sua noiva, mas a hora não é marcada. A noiva precisa estar pronta, preparada. Portanto, o propósito primário dessa Parábola é acentuar a importância de estar preparado para a vinda do noivo.

2. O que representa as Dez virgens

As Dez virgens representam a Igreja à espera do retorno de seu Senhor. A Igreja tem em seu seio, como está implícito na Parábola, os que estão preparados e os que não estão. Essa Parábola ensina que a Igreja está dividida em dois grandes grupos: não os ricos e os pobres, os capitalistas e os socialistas, os sábios e os ignorantes, os homens e as mulheres; mas, os que estão preparados para a segunda vinda de Cristo e os que não estão preparados; estes últimos nunca nasceram de novo, sua fé em Cristo é meramente intelectual, e não fé salvadora. Por ocasião da segunda vinda de Cristo, muitos que se dizem cristãos serão deixados de fora das bodas, como as cinco virgens néscias. Hoje, muitos são batizados, membros da Igreja, participam dos cultos, trabalham na Igreja, mas nunca se converteram verdadeiramente. Quando Jesus voltar, esses ficarão de fora. O Rev. Hernandes Dias Lopes, citando R.C. Sproul, afirma que essa parábola deixa claro que havia uma enorme diferença entre essas virgens, assim como há uma profunda diferença entre os membros da Igreja, a mesma diferença que há entre o joio e o trigo, entre os que são crentes nominais e os que são verdadeiramente convertidos.

3.A mensagem principal

A mensagem principal da parábola é: todos os crentes devem constantemente examinar sua vida espiritual, tendo em vista a vinda de Cristo num tempo desconhecido e inesperado. Todos os crentes devem perseverar na fé, para quando chegar o dia e hora, sejam levados pelo Senhor na sua volta (Mt.25:10). Estar sem comunhão pessoal com o Senhor quando Ele voltar, significa ser lançado fora da Sua presença e do Seu Reino. O que faz a diferença entre o néscio e o sábio é aquele (louco) não reconhecer que o Senhor, ao voltar, virá num tempo em que não é aguardado, nem precedido de sinais visíveis específicos (Mt.25:13; Mt.24:36,44).

“Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir” (Mt.25:13).

“Porém daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai” (Mt.24:36).

Cristo mostra nesta Parábola e em Lucas 18:8 que uma grande parte dos crentes estará despreparada no momento da Sua volta:

“Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do Homem, porventura, achará fé na terra?” (Lc.18:8).

Cristo deixa claro que Ele não vai esperar até que todas as Igrejas Locais estejam preparadas para a Sua vinda. Jesus requer a fidelidade e vigilância do crente até que Ele volte. Esta Parábola destaca a urgente necessidade disso, pelo fato de Cristo vir numa data imprevisível (Mt.24:44).

“Por isso, estai vós apercebidos também, porque o Filho do Homem há de vir à hora em que não Penseis” (Mt.24:44).

Note que todas as Dez virgens (tanto as prudentes como as loucas) foram surpreendidas, ao vir o noivo (Mt.25:5-7). Isto indica que a Parábola das Dez virgens refere-se aos crentes vivos antes da Grande Tribulação e não àqueles durante esse período, os quais terão sinais específicos precedendo a volta de Cristo no final desse período.

4. Na Parábola, o que representa o Azeite

A Parábola demonstra que os dois grupos de virgens tinham levado azeite dentro das lâmpadas, contudo havia uma diferença fundamental: as virgens prudentes levaram azeite de reserva para uma eventual situação, enquanto que as virgens loucas não levaram. E quando o noivo chegou, as virgens prudentes, prontamente, repuseram o azeite nas suas lâmpadas e entraram na festa de bodas, porém, as virgens loucas não tiveram como repor o azeite nas suas lâmpadas, e por isso foram excluídas da festa.

a) Para as virgens. O azeite representava o compromisso em ir até o novo lar do casal de nubentes, representava a determinação, a disposição de ir até o fim no cumprimento de seus deveres, no papel que haviam assumido desde o início do dia.

b) Para os crentes. O Azeite representa no crente a presença permanente do Espírito Santo, aliada à fé verdadeira e à santidade. Representa a existência da prudência, da comunhão, da santidade. É, por isso, que muitos identificam no azeite a figura do Espírito Santo, que é a Pessoa divina encarregada de manter viva a comunhão que temos com o Senhor Jesus, pois faz parte de sua tarefa nos guiar em toda a verdade, glorificar a Jesus, recebendo o que é de Cristo e anunciando a nós (João16:13-15), desejando ardentemente a volta de Cristo (Ap.22:17).

5. Na Parábola, o que representa as Virgens Loucas e as Virgens Prudentes

a) As Virgens Loucas (Mt.25:3). As Virgens Loucas representam os crentes não salvos, aqueles que abraçaram o evangelho como se fosse uma religião; aqueles que mudaram de religião, mas que não mudaram de vida; estão na Igreja, são batizados nas águas, são parecidos com os verdadeiros crentes, mas, não têm vida espiritual, porque não têm Azeite, ou seja, não estão em plena comunhão com o Espírito Santo.

É interessante observar que as Virgens Loucas não conseguiram o azeite, por empréstimo, junto às Virgens Prudentes, então elas foram comprá-lo. Isto demonstra duas coisas: elas sabiam onde poderiam “comprar” azeite e elas tinham condições ou o “dinheiro” necessário para pagarem o preço requerido. Assim, se não tinham azeite em suas vasilhas, foi por pura negligência. Elas tiveram tempo, haja vista que o noivo tardou a chegar. Elas sabiam que havia azeite disponível para ser adquirido; elas tinham condições de adquirir o azeite. Para que não incorramos no erro das virgens loucas, Paulo nos adverte, dizendo: “...enchei-vos do Espírito”(Ef.5:18), mas isso deve ser feito antes da “meia-noite”.

Quando perceberam que não tinham azeite, foram comprar, mas não conseguiram. No dia do Arrebatamento da Igreja, quando chegar “meia-noite” e quando se ouvir “um clamor: ai vem o Noivo!”, então, a Noiva que deverá estar pronta, será levada pelo Espírito Santo para ser entregue a Jesus, o Noivo.

A Verdade Bíblica é que, com o Arrebatamento, o Espírito Santo terminará o seu ministério, nesta dispensação da graça, em relação à Igreja. Assim, quando as Virgens Loucas saírem para “comprar Azeite”, o Espírito Santo já haverá entregado a Noiva ao Esposo, tendo terminado ali sua missão que havia começado no dia do Pentecostes. Por esta razão, na Parábola, não havia mais Azeite disponível para ser adquirido; elas saíram para comprar Azeite, mas não acharam, pois já havia começado “o grande e terrível Dia do Senhor” - a Grande Tribulação. Já havia terminado a dispensação da graça, na qual por mais de dois mil anos Deus falara ao ser humano com voz meiga e suave, sendo que, mesmo assim, muitos não quiseram ouvir. Na Grande Tribulação, os juízos de Deus incidirão sobre os moradores da Terra, razão porque, na Parábola, as Virgens Loucas ouviram-no dizer, com voz firme e forte: “Em verdade vos digo que vos não conheço”.

b) As Virgens Prudentes. As cinco virgens chamadas de prudentes pelo Senhor eram pessoas que conheciam o cerimonial, que conheciam o caminho que seria percorrido e que, portanto, sabiam que deveriam ter azeite suficiente para a espera do noivo e o caminho até o novo lar do casal. Elas tinham pleno conhecimento do que estava ocorrendo à sua volta, de que havia possibilidade de o noivo se demorar, mas que ele certamente viria e que, portanto, era de bom senso, era necessário, para evitar inconveniências, que houvesse uma reserva de azeite para poder alimentar as lâmpadas até a chegada ao novo lar do casal.

As virgens prudentes conheciam o que se passava à sua volta, conheciam o noivo, seus atributos e tinham como provável a sua demora e, portanto, a necessidade de um abastecimento de azeite até o momento de sua chegada. Jesus mostra-nos, portanto, que não há como se chegar ao novo lar do casal, não há como entrar na casa do noivo a não ser através da prudência, ou seja, do prévio conhecimento do noivo, do prévio conhecimento das circunstâncias que nos rodeiam.

As Virgens Prudentes estavam dispostas a seguir o cerimonial estabelecido, em seguir o noivo para sua casa nova, mas queriam tanto fazê-lo que não aceitaram a hipótese de faltar azeite durante a iluminação do caminho até a casa do noivo. O dia já declinava, haviam procurado, durante todo o dia, preparar a noiva e não iriam, agora, neste último instante, descuidar deste importante pormenor: o azeite.

Vejamos que a única coisa que poderia dar errado, nesta altura do dia, em que todos os preparativos já haviam sido tomados, era a falta de azeite. As lâmpadas já estavam em suas mãos, e se tinha apenas de esperar o noivo, que certamente viria. Assim, o que dependia das virgens era apenas tomar o cuidado de não deixar faltar o azeite até a chegada na nova moradia dos nubentes. Esta é, precisamente, a situação em que se encontra a Igreja genuína, a Igreja militante, a Igreja que está preparada para se encontrar com o Senhor. Ela percebe que se está no final do Dia, ou seja, no final da dispensação da graça. A noite está chegando, quando ninguém mais poderá trabalhar (João 9:4) e, desta forma, é hora de segurar as lâmpadas, mas devemos tomar todo o cuidado para que não falte o azeite para abastecê-la.

6. Na Parábola, as Virgens não são noivas

As virgens são moças que acompanham a noiva em sua trajetória desde o início da preparação até a entrada no novo lar do casal. Nesta Parábola, não há qualquer menção à noiva, que é a personagem que fica faltando, o que é de se admirar, já que Jesus está a falar de uma festividade de casamento, onde o centro das atenções é, precisamente, a noiva. Porém, aqui, a grande ausente é a noiva.

A noiva, que é a Igreja, está ausente aqui nesta parábola porque é alguém que surgirá somente quando do arrebatamento da Igreja, quando, então, os salvos de todas as épocas, pela primeira vez, estarão reunidos diante do Senhor Jesus. Esta ausência corrobora o entendimento de alguns estudiosos das Escrituras que creem que a inauguração da Igreja se dará apenas no Dia do arrebatamento, pois só então teremos a “reunião dos tirados para fora do mundo”. Até lá, jamais se conhecerá a “universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus” (Hb.12:23a).

Com certeza, a Igreja será inaugurada quando todos os remidos, de todos os tempos, juntamente com os santos que morreram desde o princípio da geração e foram evangelizados por Cristo após a ressurreição, estiverem reunidos em número incalculável, liderados pelo Senhor Jesus Cristo, que irá adiante da grande multidão e nos apresentará ao Pai, dizendo: ”…Eis-me aqui, e aos filhos que Deus me deu”(Hb.2:13). Então haverá festa nos céus, todas as hostes celestiais se alegrarão juntamente com todos os seus servos (Ap.19:5-7).

Enfatizo que todas as Dez Virgens (tanto as prudentes como as loucas) foram surpreendidas, ao vir o noivo (Mt.25:5-7). Isto indica que a parábola refere-se aos crentes vivos antes da Grande Tribulação e não àqueles durante esse período tenebroso, os quais terão sinais específicos precedendo a volta de Cristo no final da Grande Tribulação (Ap.1:7).

II. AS DEZ VIRGENS - EM QUE ERAM SEMELHANTES E EM QUE ERAM DIFERENTES

Os dois grupos de virgens tinham levado azeite dentro das lâmpadas, contudo havia uma diferença fundamental entre eles: as virgens prudentes levaram azeite de reserva para uma eventual situação, enquanto que as virgens loucas não levaram. E quando o noivo chegou as virgens prudentes, prontamente, repuseram o azeite nas suas lâmpadas e entraram para a festa proporcionada pelos nubentes, porém as virgens loucas não tiveram como repor o azeite nas suas lâmpadas, e por isso foram excluídas da festa.

1. Todas eram Virgens

O fato de serem virgens não significa que eram puras, ou santas; se fossem, não ficariam de fora algumas delas. Todos os crentes dizem servir somente a Deus. Todas os crentes se identificam como sendo evangélicos. Por isto, se diz que todas são “virgens”. Todavia, não todos são salvos, não serão levados pelo Senhor no dia da Sua vinda.

2. Todas estavam igualmente vestidas

Interiormente eram diferentes, porém, no seu aspecto exterior eram iguais. É o que acontece hoje. Pelo aspecto exterior não podemos identificar e diferenciar os verdadeiros e os falsos crentes. Esta semelhança ficou, também, caracterizada na Parábola do Trigo e do Joio, que por serem tão semelhantes, o Senhor ordenou que deixassem crescer juntos, reservando a separação para o tempo da ceifa. No caso das Dez Virgens esta separação foi feita quando veio o noivo. Assim será no dia da Vinda do Senhor Jesus, o Noivo.

3. Todas tinham lâmpadas nas mãos

A lâmpada é um dos símbolos da Palavra de Deus, conforme afirmou o salmista: “Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra...”(Salmo 119:105). Esta Parábola retrata a Igreja no tempo do arrebatamento. Talvez, a Igreja de nossos dias. Certamente que, hoje, não há uma só Igreja Evangélica que não tenha a Bíblia Sagrada como regra de fé e como base de suas doutrinas, erradas ou não. Todos procuram extrair da Bíblia a base de seus fundamentos doutrinários. Nenhum evangélico irá para sua Congregação Local levando um livro espírita, ou católico, ou de qualquer outra religião. Todos possuem uma Bíblia, mesmo que não a leiam e nem a sigam, porém, a lâmpada está em suas mãos. Todas as virgens, Prudentes e Loucas, tinham uma lâmpada nas mãos. Todas as Igrejas Evangélicas, todos os crentes, tem uma Bíblia nas mãos, tal como na Parábola.

4. Todas estavam no mesmo lugar

Não se diz que as virgens prudentes estavam dentro da casa e que as virgens loucas estavam fora, mas todas estavam juntas, no mesmo lugar. Se as Virgens Loucas são mundanas é porque o mundo está dentro de suas “Congregações”. Não são elas que estão lá fora, no mundo, pois quem está lá fora, no mundo, não é chamado de crente. Segundo a Parábola, elas estavam todas juntas; aqui, na vida real, também. As virgens loucas estavam no mesmo lugar, juntas com as virgens prudentes - estão nas Igrejas Locais. Elas podem ser membros da mesma Igreja Local, elas podem cantar nos mesmos corais e tocar na mesma orquestra, elas podem ser alunas e até professores da Escola Dominical, e, por incrível que possa parecer, elas podem, também, estar assentadas e pregando no mesmo púlpito.

5. Todas estavam esperando o Noivo

Todas as Igrejas chamadas evangélicas, mesmo aquelas onde não existe praticamente nada de ensino bíblico; mesmo aquelas que vivem de “campanha em campanha” pela conquista das coisas da Terra e úteis ao corpo; mesmo aquelas que só usam as mãos para bater palmas, quase sempre para os seus próprios líderes; mesmo nessas Igrejas e entre estes crentes há uma noção, embora vaga, sobre a vinda de Jesus. Se indagados saberão dizer que estão esperando Jesus, embora talvez até desejem que demore, pois, nada sabem sobre o Céu, e só esperam pelas bênçãos da terra, as únicas que eles conhecem. Todas as virgens estavam esperando o noivo, assim como todos os crentes dizem que estão esperando Jesus.

6. Todas tosquenejaram... e dormiram

Não foram só as loucas que dormiram. Ao usar a expressão “tardando o Noivo”, o Senhor Jesus quis deixar claro que Ele demoraria a voltar. Nesta demora já se passaram quase dois mil anos, e o “Noivo” ainda não veio.

Em virtude de o noivo tardar, todas as virgens adormeceram. Mesmo aquelas virgens que tinham o azeite não estavam sempre bem acordadas a vigiar para a sua vinda. Porém, as prudentes esperavam com provisão, enquanto as néscias esperavam com presunção. As primeiras estavam prevenidas; as últimas, desassistidas. As prudentes tiveram uma preparação adequada; as néscias, um despreparo evidente. O erro das Virgens Loucas foi dormir sem antes por “a casa” em ordem; elas deveriam, antes de descansar, ou dormir, providenciar azeite para suas vasilhas; foram negligentes. Elas ficaram de fora, portanto, não porque dormiram, mas, porque não tinham azeite em suas vasilhas. Lâmpadas não possuem nenhuma utilidade quando desprovidas de azeite.

III. A CHEGADA DO NOIVO

1. O clamor da meia noite

O momento em que se notou a diferença entre as virgens prudentes e as virgens loucas foi o momento do clamor: “Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí ao seu encontro!” (Mt.25:6).

O momento do clamor é o que se costuma dizer de “a hora da verdade”. Todas as virgens haviam saído ao encontro do noivo, mas nem todas estavam preparadas para fazê-lo. O clamor do noivo representa aqui o instante do alarido, da voz de arcanjo, da trombeta de Deus (1Ts.4:16), ou seja, o dia do arrebatamento da Igreja. Será apenas nesse instante que se saberá a diferença entre os genuínos salvos e aqueles que apenas servem a Deus nominalmente. Quando Deus fizer a chamada, então se saberá quem tem levado Azeite consigo e quem não o tem.

Até que se ouvisse o clamor, todas as virgens estavam adormecidas, todas se encontravam com suas lâmpadas acesas, aparentemente todas estavam em condições de ir ao encontro do noivo. Assim ocorre nos nossos dias: dentro das Igrejas Locais, todos parecem estar servindo a Deus, todos parecem estar esperando Jesus, todos parecem estar em comunhão com o Senhor, entretanto, isto não é verdade. Existem aqueles que são salvos, que servem a Deus com sinceridade de propósito, com prudência, que estão em comunhão com o Senhor e aqueles que são apenas cristãos nominais, que não servem a Deus, que vivem uma vida de aparência; denominamos isso de hipocrisia. No instante da chegada do Noivo, porém, a aparência se desfará e as lâmpadas se apagarão, porque não há o Azeite, não há comunhão com Deus.

2. A chegada do Noivo (Mt.25:10)

“E, saindo elas para comprar, chegou o noivo, e as que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta” (Mt.25:10)..

O noivo, aqui, representa o Senhor Jesus. O casamento sempre foi uma figura que representa o relacionamento entre Deus e o seu povo. Israel sempre foi apresentado como sendo a esposa do Senhor, assim como também a Igreja é apresentada como a Noiva do Cordeiro. O relacionamento matrimonial é uma figura típica do relacionamento de Deus com o seu povo, porque é um relacionamento fundado em amor, em fidelidade e em comunhão, precisamente como deve ser o relacionamento entre Deus e o crente.

O noivo era a pessoa que viria buscar a noiva no final do dia para levá-la até o novo lar do casal. A parábola, portanto, reforça a promessa de Jesus de que viria buscar a sua Igreja (João 14:1-3), promessa que é a mensagem mais repetida em todo o Novo Testamento.

O Noivo prometeu vir, e veio no final do dia, pois aquele era o dia marcado para o casamento. Entretanto, não disse a que hora viria, de modo que a noiva deveria aguardá-lo até o final do dia, e a parábola nos diz que o noivo chegou à meia-noite, ou seja, no final do dia; mas, apesar da demora, cumpriu a sua promessa e veio buscar a sua noiva. Jesus, igualmente, cumprirá a sua promessa. No momento certo, que não sabemos nem temos condição de saber qual é esse momento (Mt.24:36), Jesus virá e levará consigo tão somente aqueles que estiverem preparados com Azeite.

A volta do Senhor é uma realidade que se apresenta cada vez mais iminente e, por isso, tem de ser divulgada e pregada a cada momento, com maior intensidade, pela sua Igreja. A noite está chegando, a volta do Noivo se aproxima, e nós, que tanto a desejamos, precisamos estar vigilantes e com Azeite nas “lamparinas” para que não sejamos surpreendidos como as virgens loucas. A única maneira de ter segurança quanto ao futuro é ter diligência quanto ao presente.

3. As Bodas (Mt.25:10)

Na parábola, Jesus deixa bem claro que quem não tiver levado Azeite consigo não participará das bodas. A parábola, portanto, reforça a lição de que a Igreja não sofrerá a grande tribulação e que participará das bodas do Cordeiro, separadamente daqueles que serviram a Cristo apenas de aparência, como as virgens loucas. Estas não chegaram a ver o noivo, apenas ouviram o clamor, e notaram que suas lâmpadas se apagavam; pediram azeite para as virgens prudentes, mas estas só tinham o suficiente para si. Assim, foram comprar mais azeite, mas, quando chegaram, já era tarde demais, pois a porta já havia se fechado e as bodas se iniciado sem elas.

Concordo com Spurgeon quando ele diz que “nenhum crente tem mais Azeite do que realmente precisa: as virgens prudentes não tinham azeite para dar. As néscias pediram emprestado aquilo que é individual e intransferível. Não se empresta piedade. Não se compra relacionamento com Deus. Alguém tem essas realidades ou não alcança isso entre os homens. Essas bênçãos vêm do Céu, não as adquirimos na Terra. Quando chegar o Dia final da salvação, ninguém poderá livrar o seu irmão. Cada qual será o árbitro de seu próprio destino. A mera religião externa não tem o poder de iluminar”.

4. A porta da festa estará fechada para aqueles que deixaram o preparo para última hora (Mt.25:11,12)

“Mais tarde, chegaram as virgens néscias, clamando: Senhor, senhor, abre-nos a porta! Mas ele respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço” (Mt.25:11,12).

As virgens loucas não encontraram azeite para comprar; chegaram atrasadas. A porta estava fechada. O clamor delas não foi atendido. O Senhor não as reconheceu como participantes da festa. Elas estavam excluídas para sempre do gozo do Senhor. Quando Jesus voltar e a porta for fechada, jamais será aberta novamente, ela estará fechada para sempre (Mt.25:10). Portanto, qualquer esperança maior do que a revelada na Palavra de Deus é uma ilusão e um laço, disse Charles Spurgeon.

Naquele grande Dia, aqueles que viveram sem Azeite em suas Lâmpadas gritarão por misericórdia como os diluvianos gritaram a Noé, descobrirão que é tarde demais. Manter a aparência de crente sem ser crente de verdade é um risco fatal. No Dia em que Jesus voltar, a porta estará fechada para sempre.

“A porta será fechada, enfim – fechada sobre toda dor e tristeza, fechada para todo este mundo malvado e ímpio, fechada para as tentações do diabo, fechada para todas as dúvidas e temores – fechada para nunca mais se aberta” (RYLE, John Charles. Meditações no evangelho de Mateus).

5. Como devemos esperar o Noivo

“Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro ... e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta” (Mt.25:6,10).

Crer na Palavra de Deus, saber que o Senhor Jesus vem, é bom; porém, nada disto terá valor se não estivermos preparados para Sua Vinda.

-No Egito, o povo foi exortado a se preparar para sair do Egito; todos deveriam estar preparados para aquele momento - “Assim pois comerás: os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o povo cajado nas mãos ...” (Êx.12:11). Havia uma expectativa de que a hora da saída era chegada. Hoje, há uma expectativa de que a Vinda de Jesus pode ser hoje; devemos, pois, estar esperando a Vinda de Jesus preparados. O Senhor Jesus, no Sermão Profético, ensinou sobre a necessidade de estarmos preparados. Ele disse:

“E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriagues, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia” (Lc.21:34).

-Na Parábola do Servo Vigilante (Lc.12:35-40), o Senhor Jesus ensinou sobre a necessidade de estarmos preparados, dizendo:

 “E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que quando vier, e bater, logo possam abrir-lhe”.

-Na Parábola das Dez Virgens (Mt.25:1-13), o Senhor Jesus ensinou sobre a necessidade de estarmos preparados: cinco estavam esperando e estavam preparadas; cinco também estavam esperando, mas não estavam preparadas. As que estavam preparadas entraram, mas as que não estavam preparadas ficaram de fora e ouviram o Senhor dizer: “... Em verdade vos digo que vos não conheço”.

Certamente Jesus voltará, brevemente, inesperadamente, repentinamente, inescapavelmente, gloriosamente, mas não sabemos o dia nem a hora. Precisamos viver na ponta dos pés, aguardando ansiosamente sua vinda. Precisamos estar prontos quando a trombeta soar, proclamando: “Eis o noivo, saí ao seu encontro”. Portanto, crer na Palavra de Deus, ter convicção de que o Senhor Jesus virá e estar preparado para sua Vinda deve ser o nosso objetivo.

IV. VIVENDO EM CONSTANTE VIGILÂNCIA

Jesus foi contundente com relação à vigilância. Este é um dos pontos centrais do Seu sermão profético, porque não se sabe o dia e a hora da Sua vinda (Mt.24:36; Mc.13:32). Se os cristãos da primeira hora deviam estar vigilantes quanto ao grande evento da vinda de Jesus, o que não diremos nós, que somos a Igreja da última hora? Por isso devemos estar ainda mais firmes e atentos, continuamente.

1.  Devemos vigiar para não cometer o erro dos israelitas

“Então, disse o Senhor a Moisés: sobe a mim, ao monte, e fica lá... E levantou-se Moisés com Josué, seu servidor; e subiu Moisés o Monte de Deus. E disse aos anciãos: esperai-nos aqui, até que tornemos a vós...” (Êx.24:12,18).

-Moisés subiu ao Monte, mas, não subiu em segredo, às escondidas. Disse aonde ia e não deixou o povo desorganizado, sem liderança; deixou com o povo o seu representante, Arão - “...e eis que Arão e Hur ficam convosco; quem tiver algum negócio se chegará a eles”.

Moisés não saiu escondido, todos o viram partindo, sabiam para onde ele ia, sabiam o que ele ia fazer, ouviram a promessa de que ele voltaria - “...esperai-nos aqui, até que tornemos a vós...”.

-Moisés prometeu que voltaria, mandou que o esperassem, porém, não disse o dia nem a hora de seu retorno. O povo esperou, porém, Moisés demorava-se para voltar. Eles não creram na promessa e na palavra de Moisés. O povo envolveu-se com a idolatria e com os prazeres da carne. Não é isto que estamos vendo no mundo cristão pós-moderno?

“Mas, vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, ajuntou-se o povo a Arão e disseram-lhe: levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, a este homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu” (Êx.32:1).

Parece-nos que até mesmo as lideranças esqueceram das palavras de Moisés. Arão, e todos os demais líderes, esqueceram-se, ou não deram ouvidos à ordem e a promessa de Moisés - “Esperai-nos aqui, até que tornemos a vós”; “...e Moisés esteve no monte quarenta dias e quarenta noites” (Êx.24:18). Arão mostrou-se um líder fraco, conhecia a vontade de Deus e a ordem de Moisés, porém, curvou-se à vontade do povo.

-No tempo de Deus, Moisés voltou, conforme havia prometido. Ninguém estava esperando por sua vinda, nem mesmo Arão. O povo estava inteiramente envolvido com a idolatria e com os prazeres da carne - “E, vendo Moisés que o povo estava despido, porque Arão o havia despido para vergonha entre os seus inimigos” (Êx.32:25). No início, os Israelitas esperaram, porém, Moisés demorou e eles perderam a esperança; todavia, quando não esperavam, Moisés voltou.

-Jesus disse que virá (João 14:1-3; Atos 1:11). É preciso esperar pacientemente até que Ele venha. Ele disse como devemos proceder:

“É como se um homem, partindo para fora da terra, deixasse a sua casa, e desse autoridade aos seus servos, e a cada um a sua obra, e mandasse ao porteiro que vigiasse. Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que vindo de improviso, não vos ache dormindo” (Mc.13:34-36).

-A palavra de ordem a todos é: “VIGIAI”. O gravíssimo erro, tanto dos líderes como do povo de Israel, não pode se repetir em relação à Igreja e à Vinda do Senhor Jesus. A advertência aos descuidados é: “Virá o senhor daquele servo num dia em que o não espera e à hora em que ele não sabe, e separa-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes”. Portanto, é preciso esperar até que Ele venha, para não incorrermos no erro dos Israelitas. Estarás tu vigiando quando Jesus vier?

2. Vigiar para não cometer o erro do servo mau

“Porém, se aquele mau servo disser consigo: o meu senhor tarde virá, e começar a espancar os seus conservos, e a comer, e a beber, com os bêbados, virá o senhor daquele servo num dia em que ele o não espera e à hora em que ele não sabe, e separa-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mt.24:48-51).

O mau servo cometeu um erro de cálculo: “...o meu senhor tarde virá”. Sabia que viria, porém, pensava que demoraria. Jesus deixou-nos a certeza de que a negligência, ou o erro de cálculo, não justifica o erro de quem tem a obrigação de vigiar, aguardando a volta de seu senhor - “e separa-lo-á, e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes”.

Esta advertência se destina, hoje, a cada um de nós, a fim de que não venhamos a cometer o erro daquele mau servo. Não basta crer que o Senhor Jesus vem, é preciso estar preparado para Sua Vinda, quer Ele venha à tarde, à meia-noite, ao cantar do galo, ou pela manhã - “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mt.24:42).

O Servo mau sabia que o seu senhor viria, porém, não pensava que seria hoje, o dia da sua vinda. Não basta saber que Jesus vem, é preciso viver cada dia como se fosse o Dia da Sua Vinda. Estarás tu vigiando quando Jesus vier?

3. Vigiar para não incorrer no erro dos “escarnecedores”

“Sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação” (2Pd.3:3,4).

Um dos sinais da Vinda de Jesus é, exatamente, a incredulidade, ou a falta de esperança quanto a Sua Vinda. Os “escarnecedores” mencionados pelo apóstolo Pedro não estão, por certo, entre os não evangélicos, pois eles nada sabem sobre a Vinda de Jesus; certamente, os “escarnecedores” estão entre aqueles que deveriam estar vigiando e esperando Sua Vinda. Esta incredulidade pode ser contagiante. Faz-se necessário vigiar, e crer que o Senhor Jesus virá realmente.

Assim, se algum “escarnecedor” levantar dúvidas e perguntar: “onde está a promessa da Sua Vinda?”, que possamos responder com convicção que:

Ø  A promessa da Sua Vinda” está confirmada pelas próprias palavras ditas por Jesus, enquanto homem, aqui na terra, quando afirmou: “E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também” (João 14:3).

Ø  “A promessa da Sua Vinda” está confirmada pelas próprias palavras ditas por Jesus, no céu, cerca de sessenta anos depois de sua Ressurreição, quando afirmou: “Eis que presto venho”; “E, eis que cedo venho”; “...Certamente cedo venho” (Ap.22:7,12,20). No Livro de Números, 23:19, diz: “Deus não é homem para que minta”.

Ø  “A Promessa de Sua Vinda” está confirmada pelas palavras ditas pelos anjos aos discípulos, no Monte das Oliveiras: “...esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir” (Atos 1:11).

Ø  “A Promessa de Sua Vinda” está confirmada pelas palavras do apóstolo Paulo, que disse: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com trombeta de Deus...” (1Tes.4:16).

Ø  “A Promessa de Sua Vinda” está confirmada pelas palavras ditas pelo apóstolo João: “E agora, filhinhos, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e não sejamos confundidos por ele na Sua Vinda”(1João 2:28).

Portanto é necessário vigiar, permanecendo em contato permanente com a Palavra de Deus para não sermos confundidos pela incredulidade dos “escarnecedores”. Está escrito que bem-aventurado é o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios nem se assenta na roda dos escarnecedores (Salmos 1:1). Portanto, mesmo que os “escarnecedores” neguem, ou não creiam que Jesus Vem, contudo, Ele virá.  Creia nisto! Estarás tu vigiando, quando Jesus voltar?

4. Vigiar para não incorrer no erro das Virgens Loucas

“As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo” (Mt.25:3).

As Virgens Loucas, tal como as Virgens Prudentes, estavam esperando o Noivo, e criam que ele viria. Porém, algumas não estavam preparadas para recebê-lo. Não basta estar esperando e crendo que Ele virá, é preciso estar preparado para Sua Vinda. As Virgens Loucas não estavam.

Assim, nós que também estamos esperando a Vinda de Jesus, precisamos vigiar a fim de não cometermos o erro das Virgens Loucas.

Não basta apenas esperar, é preciso esperar vigiando e conservar-se em Santificação, conforme exige a Palavra de Deus: “Segui a paz com todos e a Santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb.12:14). Não basta apenas esperar, é preciso esperar vigiando para não permitir que as nossas vestes espirituais fiquem surjas, conforme exige a Palavra de Deus:

 “Em todo o tempo sejam alvas as tuas vestes, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça” (Ec.9:8).

CONCLUSÃO

Diante de tudo que vimos nesta Aula, devemos vigiar para não incorrer no erro das Virgens Loucas; elas estavam esperando o Noivo, e criam que ele viria, e ele veio, porém, elas ficaram de fora porque não estavam preparadas para recebê-lo. Esta é uma advertência solene a todos os crentes em todos lugares e em todas as épocas para viverem vigilantes em todos os momentos da vida (Ef.6:18). Portanto, não basta saber que Jesus Vem e dizer que está esperando pela Sua Vinda, é necessário, também, estar preparado e vigilante. Estarás tu preparado e vigiando, quando Jesus vier?