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A RESTAURAÇÃO NACIONAL E ESPIRITUAL DE ISRAEL


 Texto Base: Ezequiel 37.1-14
”E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades” (Rm.11:26).

Ezequiel 37:

1.Veio sobre mim a mão do SENHOR; e o SENHOR me levou em espírito, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos,

2.e me fez andar ao redor deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale e estavam sequíssimos.

3.E me disse: Filho do homem, poderão viver estes ossos? E eu disse: Senhor JEOVÁ, tu o sabes.

4.Então, me disse: Profetiza sobre estes ossos e diz-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR.

5.Assim diz o Senhor JEOVÁ a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis.

6.E porei nervos sobre vós, e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei a pele, e porei em vós o espírito, e vivereis, e sabereis que eu sou o SENHOR.

7.Então, profetizei como se me deu ordem; e houve um ruído, enquanto eu profetizava; e eis que se fez um rebuliço, e os ossos se juntaram, cada osso ao seu osso.

8.E olhei, e eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre eles por cima; mas não havia neles espírito.

9.E ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize ao espírito: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam.

10.E profetizei como ele me deu ordem; então, o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército grande em extremo.

11.Então, me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel; eis que dizem: Os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; nós estamos cortados.

12.Portanto, profetiza e diz-lhes: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu abrirei as vossas sepulturas, e vos farei sair das vossas sepulturas, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel.

13.E sabereis que eu sou o SENHOR, quando eu abrir as vossas sepulturas e vos fizer sair das vossas sepulturas, ó povo meu.

14.E porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra, e sabereis que eu, o SENHOR, disse isso e o fiz, diz o SENHOR.

INTRODUÇÃO

Dando continuidade ao estudo do livro de Ezequiel, trataremos nesta Aula da “restauração nacional e espiritual de Israel”, à luz do capítulo 37 do Livro de Ezequiel, que trata do vale de ossos secos. O vale de ossos secos é uma mensagem de esperança. Em uma visão, Deus levou o profeta Ezequiel para um vale cheio de ossos humanos. Os ossos tinham estado lá há muito tempo e estavam muito secos. Deus perguntou a Ezequiel se os ossos poderiam voltar a ter vida, mas Ezequiel não sabia a resposta (Ez.37:2,3). Cremos que a Igreja, no aspecto espiritual, sucedeu a Israel durante a presente era da Igreja, entretanto, Deus tem uma época futura em que Ele restaurará o Israel em sua completude para a administração de bênçãos divina ao mundo. Jeremias declara que Israel jamais deixará “de ser uma nação” (Jr.31:35-37), e a linguagem metafórica do vale de ossos secos contempla uma restauração completa – política e espiritual. O retorno de Israel aos termos originais de sua Terra Prometida e sua independência em 16 de maio de 1948 é um forte indício do cumprimento da profecia de Ezequiel. A Oliveira já está frondosa, só falta agora dá seus frutos. Paulo, em apenas um sermão, refere-se três vezes a Israel como uma entidade ininterrupta (Atos 13:17,23,24). Portanto, a falaciosa teologia da substituição – que ensina que a igreja substituiu Israel - não tem nenhuma sustentação bíblica.

I. SOBRE O SIGNIFICADO DO VALE DE OSSOS SECOS

1. Os ossos secos (Ez.37:1,2)

Veio sobre mim a mão do SENHOR; e o SENHOR me levou em espírito, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos, e me fez andar ao redor deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale e estavam sequíssimos”.

Veja que neste texto Ezequiel tem uma visão dos ossos secos de Israel e Judá em um vale. Ezequiel recebe ordem de profetizar a esses ossos para que voltem à vida; é uma visão profética que anuncia, de antemão, a restauração nacional de Israel depois de muitos séculos de dispersão entre nações, seguida pela restauração espiritual. Com realismo e força dramática, o profeta apresenta, por meio de uma imagem espantosa, a notícia animadora de que Israel poderia ter esperança de viver. O reavivamento era possível, a despeito da lógica humana pregar que isto seria impossível. Porém, Deus para realizar sua obra não precisa da lógica humana. Até mesmo ossos secos, desprovidos de tendões, carne e sangue, podem voltar à existência pelo poder do Espírito de Deus vivificador. A mesma verdade maravilhosa ainda é necessária em um mundo no qual há ossos secos por toda parte. Precisamos que o Espírito Santo venha com seu poder vivificador para realizar um reavivamento genuíno em toda a terra.

2. O Significado

Veio sobre mim a mão do SENHOR; e o SENHOR me levou em espírito, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos, e me fez andar ao redor deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale e estavam sequíssimos”.

Nas palavras do pr. Esequias Soares, em seu livro ”A justiça divina: preparação do povo de Deus para os últimos dias no Livro de Ezequiel”, há muitas especulações sobre o local do vale e a procedência dos ossos, isso partindo do princípio de que se trata de um local geográfico. A linguagem, às vezes, pode parecer uma presença física no vale, in corpore, isto é, no corpo, como a expressão “me fez andar ao redor deles”, ou seja, dos ossos. Ezequiel via em sua visão na superfície do vale uma grande quantidade de ossos, que eram muito numerosos e sequíssimos. Isto revela que essa ossada humana tinha estado ali durante muitos anos, ou talvez séculos; do contrário, esses ossos não estariam “sequíssimos”.

É verdade que Moisés anunciou a possibilidade de Israel experimentar o castigo “post mortem” como forma de execrar a memória dos que violassem o concerto do Sinai (Dt.28:36). Jeremias anunciou o castigo em razão dos cadáveres que não foram sepultados, mas lançados num vale, de modo que os animais e as aves de rapina se alimentariam deles (Jr.7:33; 34:20). Mas os livros históricos do Antigo Testamento não registram nenhuma cena semelhante, um vale com tão grande número de ossos, exceto o lugar que o rei Josias encheu “com ossos humanos” em Jerusalém (2Rs.23:14). O importante é saber o significado dessa visão; se foi uma experiência física ou visionária é de menos importância. Israel estava destroçado no exilio, e as esperanças se esvaíram completamente da alma do povo com a destruição de Jerusalém e do templo (Ez.33:21,22). Esse vale era o retrato desse contexto, uma vez que os judeus se viam como ossos secos (Ez.37:11).

3. As promessas de Deus

O mesmo Deus que expulsou o seu povo da Terra Prometida prometeu que o restauraria ao seu status quo, de forma plena – restauração nacional e espiritual. Há várias promessas a esse respeito, além de Ezequiel capítulo 37. Senão vejamos:

“Portanto, eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que nunca mais dirão: Vive o SENHOR, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito; Mas: Vive o SENHOR, que fez subir, e que trouxe a geração da casa de Israel da terra do norte, e de todas as terras para onde os tinha arrojado; e habitarão na sua terra” (Jr.23:7,8).

“Porque eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que farei voltar do cativeiro o meu povo Israel, e de Judá, diz o SENHOR; e tornarei a trazê-los à terra que dei a seus pais, e a possuirão” (Jr.30:2,3).

“Eis que saiu com indignação a tempestade do SENHOR; e uma tempestade penosa cairá cruelmente sobre a cabeça dos ímpios. Não se desviará a ira do SENHOR, até que execute e cumpra os desígnios do seu coração; nos últimos dias entendereis isso claramente” (Jr.23:19,20).

“Ouvi a palavra do Senhor, ó nações, e anunciai nas terras longínquas do mar, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o pastor, ao seu rebanho. Há esperança para o teu futuro, diz o Senhor, porque teus filhos voltarão para os seus territórios” (Jr.31:10,17).

“Pois eu os tirarei das nações, os ajuntarei do meio de todas as terras e os trarei de volta para a sua própria terra. Vocês habitarão na terra que dei aos seus antepassados; vocês serão o meu povo, e eu serei o seu Deus” (Ez.36:24,28).

São promessas de esperança e livramento, e constituem um ponto luminoso em meio a um juízo implacável de Deus por causa dos pecados do povo. Com expressões afetuosas o Senhor prometeu restaurar Judá e Israel (dez tribos do Norte); o povo regressará ao seu território vindo do mundo inteiro, cheio de cânticos de júbilo, em vez de pranto. Claro que a completude dessa promessa se dará após o retorno de Jesus, no final da Grande Tribulação, e quando Israel se arrepender, e Deus perdoá-lo. Arrependido, Israel regressará por estradas sinalizadas por “marcos” e “postes”; assim, seus dias de infidelidade terão chegado ao fim, pois o Senhor realizou “coisa nova” (Jr.31:21,22). Será nesse tempo que Deus dará a eles um coração novo e porá neles um espírito novo; tirará deles o coração de pedra e lhes dará um coração de carne; porá neles o Espírito Santo e os levará a agirem segundo os decretos do Senhor e a obedecerem fielmente às Suas leis” (cf.Ez.36:26,27).

II. SOBRE A DISPERSÃO DOS JUDEUS ENTRE AS NAÇÕES

1. As diásporas de Israel e Judá

Diáspora judaica refere-se à dispersão dos judeus pelo mundo, e a formação das comunidades judaicas fora da Terra Prometida, por consequência disso. De acordo com a Bíblia, a Diáspora judaica foi consequência da idolatria e rebeldia do povo de Israel e Judá contra Deus, o que fez com que Ele os tirasse da terra que lhes prometera e os dispersasse pelo mundo até que o povo de Israel retornasse à obediência a Deus, onde seriam restaurados como uma nação soberana e senhora do mundo. Está escrito: “Espalhar-vos-ei por entre as nações e, desembainhando a espada, vos perseguirei; a vossa terra será assolada, e as vossas cidades se tornarão em deserto” (Lv.26:33). “E o Senhor vos espalhará entre todos os povos desde uma extremidade da terra até a outra” (Dt.28:64). “Eu farei que sejam espetáculo horrendo, uma ofensa para todos os reinos da terra...” (Jr.24:9). “... e errantes andarão entre as nações” ((Os.9:17). “Assim saberão que eu sou o Senhor, quando eu os dispersar entre as nações e os espalhar entre os países” (Ez.12:15).

A Bíblia Sagrada aponta duas diásporas do povo judeu e as suas respectivas restaurações. 

a) A Primeira Diáspora (Jr.16:13). Geralmente se atribui o início da Primeira Diáspora judaica ao ano de 586 a.C., quando Nabucodonosor II — imperador babilônico — invadiu o reino de Judá, destruindo Jerusalém e o Templo, e deportando os judeus para a Babilônia. Mas, na verdade, esta dispersão se inicia antes, em 722 a.C., quando o reino de Israel, ao norte, é destruído pelos assírios e as dez tribos de Israel são levadas cativas à Assíria, e Judá passa a pagar altíssimos impostos para evitar a invasão. As forças de Nínive, comandadas por Salmaneser V (2Rs.17:3), invadiram Israel em 722 a.C., levando-os cativos para a Assíria.  Salmaneser era filho de Tiglate Pileser III (2Rs.15:29). Foram 210 anos de idolatria, de rebeldia espiritual e de corrupção moral; por causa disso, Deus decretou a queda final e o exílio de Israel (as dez tribos do Reino do Norte) - “No ano nono de Oséias, o rei da Assíria tomou a Samaria, e transportou a Israel para a Assíria, e fê-los habitar em Hala e em Habor, junto ao rio Gozã, e nas cidades dos medos” (2Rs.17:6). O avança implacável do mal entre o povo de Deus, chegara ao ponto culminante irreversível.

- Diáspora na Babilônia. Às vezes não aprendemos com os exemplos de pecado e tolice que ocorrem à nossa volta. Apesar de terem vistos seus irmãos – judeus do Norte - levados para o exílio, o povo de Judá não temeu a Deus; antes, caiu nos mesmos pecados deles. Diz o texto sagrado: “Até Judá não guardou os mandamentos do SENHOR, seu Deus; antes, andaram nos estatutos que Israel fizera” (2Rs.17:19). E 135 anos mais tarde, as tropas babilônicas invadem Judá levando cativos muitos judeus. Os reis Ezequias e Josias começaram muitas reformas, mas isto não foi o bastante para converter permanentemente a nação a Deus. Judá é derrotada pelos babilônios, que enviam muitos deles para o exílio, entretanto, não são espalhados, e a terra não é repovoada, como fez os Assírios com o povo do Norte.

Em 605 a. C., o exército babilônico, comandado por Nabucodonosor, derrotou os egípcios em Carquêmis (Jr.46:1,2), ampliando o império da Babilônia. Neste mesmo ano, pela primeira vez, Jerusalém submeteu-se ao poderio de Babilônia, período esse considerado o marco inicial para contagem dos setenta anos preditos pelo profeta Jeremias; um período encerrado com a queda e rendição da cidade de Babilônia em 538 a.C. Em 586 a.C., o Templo foi destruído por Nabucodonosor.

Com a conquista de Judá os judeus foram deportados para a Babilônia, onde floresceram como comunidade e mantiveram suas práticas e costumes religiosos, associados a outros costumes herdados dos babilônios. A assimilação fez com que o hebraico perdesse sua importância em função do idioma aramaico que se tornou a língua comum. Com a queda do poder babilônico e a ascensão do imperador persa Ciro I, este permitiu que algumas comunidades judaicas retornassem para a Judéia, mas a grande maioria da população judaica preferira permanecer na Babilônia onde tinha uma sociedade constituída, do que retornar às vicissitudes da reconstrução de um país.

b) A Segunda Diáspora. A Segunda Diáspora aconteceu muitos anos depois, no ano 70 d.C., e foi anunciada pelo próprio Jesus Cristo: “E cairão a fio de espada e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lc.21:24).

Os romanos destruíram Jerusalém, e isso acarretou uma nova Diáspora, fazendo os judeus irem para outros países da Ásia Menor ou sul da Europa. As comunidades judaicas estabelecidas nos países do Leste Europeu ficaram conhecidas como Asquenazi (netos de Noé). Os judeus do norte da África (sefaradins) migraram para a península Ibérica (Espanha e Portugal). Expulsos de lá pelo catolicismo romano do século XV, migraram para os Países Baixos, Bálcãs, Turquia, Palestina e, estimulados pela colonização europeia, chegaram ao continente americano. Espalhados e humilhados os Judeus dispersos foram perseguidos e maltratados em todos os lugares por onde passaram, e seu maior inimigo, Hitler, ordenou a morte de seis milhões de Judeus em toda a Europa.

2. Renasce Israel

"Retornarão os filhos de Israel..." (Oseias 3:5). O retorno do povo judeu à terra de seus antepassados ocorreu depois de mais de 18 séculos, tal como fora anunciado pelos profetas do Antigo Testamento, como Jeremias (Jr.31:17), Ezequiel (Ez.11:17; 36:24; 37:21), Amós (Am.9:14,15) e Zacarias (Zc.8:7,8).

A segunda dispersão judaica, anunciada de antemão pelo Senhor Jesus (Lc.21:24), durou mais de 1.800 anos, sendo iniciada no ano 70 d.C. por ocasião da destruição de Jerusalém pelos romanos, e foi concluída com a fundação do Estado de Israel em 27 de novembro de 1947, na primeira Assembleia Geral das Nações Unidas, presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha, quando foi pronunciada por grande maioria de votos (33 x 14) a favor da Partilha da Palestina, com 10 abstenções. Estavam criadas as bases legais para o estabelecimento do Estado de Israel.

A partir de 12 de maio de 1948, a ONU resolve reintegrar os judeus dispersos em uma única possessão no território palestino cumprindo assim a profecia de Isaías 66:7,8: "Antes que estivesse de parto, deu à luz; antes que lhe viessem as dores, deu à luz um filho. Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes?  Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas logo que Sião esteve de parto, deu à luz seus filhos". Ezequiel 37:21 está escrito: “Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei à sua terra”.

Quando Jesus voltar, todo o povo judeu retornará plenamente à sua terra, e o Rei Jesus os governará, conforme afirma a profecia de Ezequiel:

“E nunca mais se contaminarão com os seus ídolos, nem com as suas abominações, nem com as suas prevaricações; e os livrarei de todos os lugares de sua residência em que pecaram e os purificarei; assim, eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. E meu servo Davi reinará sobre eles, e todos eles terão um pastor; e andarão nos meus juízos, e guardarão os meus estatutos, e os observarão. E habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, na qual habitaram vossos pais; e habitarão nela, eles, e seus filhos, e os filhos de seus filhos, para sempre; e Davi, meu servo, será seu príncipe eternamente. E farei com eles um concerto de paz; e será um concerto perpétuo; e os estabelecerei, e os multiplicarei, e porei o meu santuário no meio deles para sempre. E o meu tabernáculo estará com eles, e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. E as nações saberão que eu sou o SENHOR que santifico a Israel, quando estiver o meu santuário no meio deles, para sempre” (Ez.37:22-28).

As Diásporas judaicas advertem a todo o povo de Deus da Nova Aliança, a Igreja (1Co.10:1-12). Deus removerá do seu reino todos aqueles que deixarem de permanecer fielmente na sua Palavra e no seu amor. Os resultados de abandonar a Deus são o castigo, a ruína, o sofrimento e a rejeição final (cf. Ap.2:5; 3:15,16). Pense nisso!

3. Restauração nacional (Ez.37:6-8)

Israel foi expulso pelos romanos em 70 d.C., sob a permissão de Deus, mas não para sempre. Deus havia dito que os traria de volta à sua terra e restabeleceria as suas cidades. Em virtude de sua eleição consubstanciada através da aliança do Sinai, pela qual será sempre o povo de Deus, Israel seria rejeitado por Deus apenas temporariamente. Diz assim o texto sagrado: “Ouvi a palavra do Senhor, ó nações, e anunciai nas terras longínquas do mar, e dizei: Aquele que espalhou a Israel o congregará e o guardará, como o pastor, ao seu rebanho. Há esperança para o teu futuro, diz o Senhor, porque teus filhos voltarão para os seus territórios” (Jr.31:10,17). “Pois eu os tirarei das nações, os ajuntarei do meio de todas as terras e os trarei de volta para a sua própria terra. Vocês habitarão na terra que dei aos seus antepassados; vocês serão o meu povo, e eu serei o seu Deus” (Ez.36:24,28).

A Visão do vale dos ossos secos, em Ezequiel 37, descreve de forma metafórica a restauração nacional de Israel. Veja algumas fases da visão do vale de ossos secos:

a) ruído seguido de um reboliço, com junção dos ossos, cada osso ao seu osso (Ez.37:7). Nesta primeira fase, há a reunião do povo de Israel num só lugar, o que ocorreu a partir do início do movimento sionista e das imigrações por ele patrocinadas, do final do século XIX até o instante da declaração de independência de Israel. É o fim da suspensão do pacto territorial e a repatriação de Israel à terra prometida.

b) vinda de nervos sobre os ossos, crescimento da carne e extensão da pele sobre eles por cima (Ez.37:8). Nesta segunda fase, a reunião do povo se organiza politicamente e nasce um Estado, um país na comunidade internacional. É o que ocorreu com Israel a partir de 1948, quando, então, passa a ter um lugar no mapa mundial. Retoma o Senhor o pacto territorial com Israel, e as circunstâncias tornam viável tanto a restauração do pacto davídico, pois ressurge um governo judeu independente e próprio, como também se criam condições para a reconstrução do templo, o que porá fim à suspensão do pacto mosaico.

O Senhor, em sua fidelidade, começou a cumprir estas palavras diante de nossos olhos! Hoje, Israel é uma potência econômica, científica e militar, e possui um dos maiores Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do planeta. Não existe nenhuma outra nação na Terra que se possa orgulhar de feitos e desenvolvimentos tão rápidos e tão notáveis! E isto, estando rodeado de inimigos por todos os lados.

No Milênio, Israel ocupará todo o território bíblico prometido por Deus a Abraão. Jerusalém será a capital do mundo, e a nação de Israel será a nação mais importante da Terra. Está escrito: “E virão muitos povos, e dirão: vinde e subamos ao monte do Senhor, à casa de Deus de Jacó; para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor” (Is.2:3).

III. SOBRE O MILAGRE DO SÉCULO XX

1. O testemunho de Deus para o mundo

O renascimento de Israel como nação soberana é um dos maiores milagres do século XX; isso é uma prova da fidelidade de Deus e da veracidade da Bíblia. Israel é indestrutível; vão-se as nações, mas Israel permanece para sempre. Os maiores impérios do mundo tentaram destruir este povo; os impérios, sim, foram dissipados, mas Israel permanece firme para sempre. Hitler e seus asseclas tentaram destruir o povo judeu, utilizando-se das mais engenhosas técnicas de extermínio, mas o povo judeu prevaleceu, pois nenhuma nação pode destruir o povo de Deus.

A nação de Israel e o povo judeu são um enigma para este mundo. Sua existência desafia a lógica humana; sua preservação contradiz todas as tendências históricas. Sua singularidade como povo estarreceu até mesmo o escritor americano Mark Twain, que escreveu para a "Harper’s Magazine" em 1897:

“Se as estatísticas estiverem corretas, os judeus constituem menos de um quarto de 1% da raça humana; isto sugere um minúsculo e obscuro pontinho perdido em meio à Via Láctea.... Os egípcios, os babilônios e os persas surgiram, encheram o planeta de barulho e esplendor, e então murcharam e desapareceram. Os gregos e os romanos vieram logo após, provocaram uma algazarra imensa, e se foram. Os judeus presenciaram a passagem de cada um desses povos, sobreviveram a todos eles e são hoje o que sempre foram. Todas as coisas são mortais, menos os judeus. Todas as outras forças passam, mas os judeus permanecem. Qual o segredo de sua imortalidade?”.

Há um Deus por trás da história, e Israel é quem melhor espelha isto. A fidelidade de Deus para com Israel é fruto de sua aliança com Abraão. Deus prometeu isto a Abraão, e Ele não muda.  Deus é o protetor de Israel (Dn.12:1). Deus garante a existência de Israel até o fim de tudo. Israel está aí, os ossos secos já reviveram, o corpo foi formado, mas não há neles espírito”, diz a palavra profética (Ez.37:8); é somente isto que falta hoje em Israel.

A história de Israel é totalmente vinculada a Jesus. A partir de Abraão Deus formou a genealogia de Jesus. A restauração da Nação após o exílio babilônico era o cenário para a vinda de Jesus. E a restauração atual é o cenário para a volta de Jesus. Não estamos aqui dizendo que tudo que Israel faz é certo, mesmo porque Deus está preparando-o para tratar com seus pecados. Mas Deus é o Senhor Todo-Poderoso e Sua Palavra se cumpre cabalmente. Todas as profecias relacionadas a Israel têm-se cumprido na história, e todas as pessoas e nações que tentaram impedir o cumprimento dessas profecias foram eliminadas. Israel é o relógio de Deus que indica o início do fim dos tempos. Sem dúvida, Isael é uma testemunha contínua de Deus sobre este mundo.

2. O status de Jerusalém entre as nações

Desde que Davi conquistou Jebus, região dos jebuseus (1Cr.11:4-7), Jerusalém sempre teve o status de capital de Israel; primeiramente, cidade de Davi (2Sm.5:7-11); depois, capital de Israel. Em 2Samuel, capítulo 6, lemos como Davi estabeleceu Jerusalém como a capital eterna de Israel; ele decidiu colocar a Arca da aliança ali para simbolizar que o Senhor estava com eles em sua capital. Jerusalém, portanto, nunca perdeu o status de capital de Israel, mesmo sendo conquistada várias vezes, sob a permissão divina, por povos pagãos; mesmo sendo o povo dispersado por todo o mundo, como punição de Deus pelos pecados abomináveis cometidos, Jerusalém, à vista de Deus, nunca cedeu seu espaço de forma permanente para outras nações.

Deus desterrou o seu povo em três diásporas, mas nunca entregou Jerusalém para ser de outro povo.

Após mais de 18 séculos de diáspora a nação de Israel é restaurada em cumprimento às profecias de vários notáveis profetas, e o status de Jerusalém, como capital de Israel, volta novamente estar em evidência. Em 1950, Israel declarou Jerusalém sua capital e ocupou edifícios governamentais no oeste da cidade. Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel conquistou a parte oriental da cidade, que era controlada pela Jordânia. A partir daí, valia a lei israelense. Por fim, em 1980, o Parlamento israelense, o Knesset, declarou a cidade inteira como capital inseparável de Israel. O Conselho de Segurança da ONU invalidou a anexação através da Resolução 478 e, desde então, confirmou isso diversas vezes; porém, isso não tem nenhuma validade para Deus e para o seu povo. O que vale é a vontade Deus e não a da ONU.

Jerusalém, portanto, é a eterna capital de Israel. Deus fez de Jerusalém um cálice de tontear para todos as nações (Zc.12:2); as profecias dizem que Jerusalém, espantosamente mencionada em torno de 800 vezes na Bíblia, desempenhará um papel fundamental no destino do mundo. O profeta Zacarias prediz algo bastante interessante sobre um fato exclusivo e inédito na história: "E acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a carregarem certamente serão despedaçados; e ajuntar-se-ão contra ela todos os povos da terra" (Zc.12:3). É o que estamos vendo hoje: o mundo todo sofrendo por causa de Jerusalém. Os árabes possuem mais de 99% das terras do Oriente Médio, Israel com uma área de 20.000 quilômetros quadrados, tem menos de 1%. Mas, a intenção malévola dos árabes é tirar de Israel o pouco que ele tem. Onde está a real causa do conflito? JerusalémQual a real intenção árabe? A destruição do Estado de Israel e de seu domínio sobre Jerusalém. Isso, porém, é impossível. 

3. Restauração espiritual

Israel hoje existe como nação soberana - tem sua base territorial, seu governo próprio, tem vida física, social, política -, mas não tem vida espiritual; continua privada da comunhão com Deus. Mas esta situação será mudada em breve. A restauração espiritual de Israel é prevista na terceira fase da visão do vale de ossos secos - “Então, ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam. Profetizei como ele me ordenara, e o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército sobremodo numeroso” (Ez.37:9,10).

Nesta terceira fase, Israel será, de novo, enxertado na Oliveira, porque voltará a crer em Deus, aceitando Cristo como seu Messias tão esperado, quando, então, se cumprirá a profecia mencionada pelo apóstolo Paulo em Romanos 11:26. Isto somente acontecerá no final da Grande Tribulação, na batalha do Armagedom (cf. Zc.14:1-9; Ap.19:11-21). Vencido o Anticristo pelo Senhor Jesus na batalha do Armagedom, Israel, que terá no momento decisivo se voltado ao Senhor e O reconhecido como o Messias, verá cumpridas as promessas que ainda faltam. Jesus será entronizado como Rei de Israel, cumprindo-se, assim, a promessa do pacto davídico de que o reinado da casa de Davi perduraria para sempre sobre a nação de Israel. Veja a profecia de Ezequiel 37:21-25:

21. Dize-lhes, pois: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei à sua terra.

22. E deles farei uma nação na terra, nos montes de Israel, e um rei será rei de todos eles; e nunca mais serão duas nações; nunca mais para o futuro se dividirão em dois reinos.

23. E nunca mais se contaminarão com os seus ídolos, nem com as suas abominações, nem com as suas prevaricações; e os livrarei de todos os lugares de sua residência em que pecaram e os purificarei; assim, eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.

25. E habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, na qual habitaram vossos pais; e habitarão nela, eles, e seus filhos, e os filhos de seus filhos, para sempre; e Davi, meu servo, será seu príncipe eternamente.

Durante o reino milenial de Cristo, Israel cumprirá o papel de propriedade peculiar de Deus dentre os povos, nação sacerdotal e povo santo, e tudo isto, como diz Paulo, “porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento” (Rm.11:29).

CONCLUSÃO

Nem mesmo as diásporas dos judeus e as constantes perseguições promovidas pelos antissemitas pude­ram neutralizar as promessas divinas. Israel sobreviveu a todas as intempéries da vida e existe como nação soberana desde 1948. Somos a geração que, após 2.000 anos, vê Israel sendo uma nação e Jerusalém como sua capital. Satanás odeia a realidade da restauração de Israel como nação que finalmente receberá Jesus como Messias em Seu retorno, e a nação que será o quartel-general terreno de Cristo. À medida que nos aproximamos da Segunda Vinda de Cristo, devemos entender que a fúria de Satanás contra a Igreja e contra Israel irá crescer exponencialmente. A nação de Israel é o relógio de Deus. Fiquemos de olho!

GOGUE E MAGOGUE – UM DIA DE JUÍZO


 Texto Base: Ezequiel 38:1-6; 39:1-10
”E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar para as ajuntar em batalha” (Ap.20:8).

Ezequiel 38:

1.Veio mais a mim a palavra do SENHOR, dizendo:

2.Filho do homem, dirige o rosto contra Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal, e profetiza contra ele.

3.E dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal.

4.E te farei voltar, e porei anzóis nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o teu exército, cavalos e cavaleiros, todos vestidos bizarramente, congregação grande, com escudo e rodela, manejando todos a espada;

5.persas, etíopes e os de Pute com eles, todos com escudo e capacete;

6.Gomer e todas as suas tropas; a casa de Togarma, da banda do Norte, e todas as suas tropas, muitos povos contigo.

Ezequiel 39:

1.Tu, pois, ó filho do homem, profetiza ainda contra Gogue e dize: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu sou contra, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal.

2.E te farei voltar, e te porei seis anzóis, e te farei subir das bandas do Norte, e te trarei aos montes de Israel.

3.E tirarei o teu arco da tua mão esquerda e farei cair as tuas flechas da tua mão direita.

4.Nos montes de Israel, cairás, tu, e todas as tuas tropas, e os povos que estão contigo; e às aves de rapina, e às aves de toda a asa, e aos animais do campo, te darei por pasto.

5.Sobre a face do campo cairás, porque eu falei, diz o Senhor JEOVÁ.

6.E enviarei um fogo sobre Magogue e entre os que habitam seguros nas ilhas; e saberão que eu sou o SENHOR.

7.E farei conhecido o meu santo nome no meio do meu povo de Israel e nunca mais deixarei profanar o meu santo nome; e as nações saberão que eu sou o Senhor, o Santo em Israel.

8.Eis que é vindo e se cumprirá, diz o Se­nhor JEOVÁ; este é o dia de que tenho falado.

9.E os habitantes das cidades de Israel sairão, e totalmente queimarão as armas, e os escudos, e as rodelas, com os arcos, e com as flechas, e com os bastões de isso por sete anos.

10.E não trarão lenha do campo, nem a cortarão dos bosques, mas com as armas acenderão fogo; e roubarão aos que os roubaram e despojarão aos que despojaram, diz o Senhor JEOVÁ.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos da profecia de Ezequiel a respeito de Gogue e Magogue, possivelmente, uma coalizão de nações que têm o mesmo objetivo: destruir o povo de Israel. Esta profecia ainda não se cumpriu, mas já estamos vendo bem de perto a movimentação para que isso ocorra. O livro de Ezequiel trata de profecias que ainda não se cumpriram em Israel; isso significa que elas se cumprirão no futuro, pois a Palavra de Deus não falha. Os recentes acontecimentos na Ucrânia têm alimentado as chamas do fervor escatológico de muitos cristãos e também dos judeus.

As profecias da Bíblia, a respeito da nação de Israel, são um testemunho poderoso da intervenção divina no mundo. É bom ressaltar que Gogue e Magogue de Ezequiel é completamente diferente do Gogue e Magogue de Apocalipse; são dois eventos completamente distintos. O de Ezequiel trata de uma colisão de nações que se levantará para invadir e destruir a nação de Israel; a profecia deixa claro que essa invasão será para o ”fim dos anos” (Ez.38:8); “no fim dos dias” (Ez.38:16), depois da restauração do Estado de Israel (Ez.38:12). Isso significa que será antes da Grande Tribulação, ou, talvez, logo no início dela, portanto, não é a mesma batalha do Armagedom (Ap.16:16). No livro de Apocalipse, trata-se de um conflito que ocorrerá no final do Milênio, uma rebelião contra o reino de Cristo, que é descrita em Ap.20:7-10; uma rebelião que envolverá os “quatro cantos da terra”. Em Ezequiel, a invasão de Gogue e seu bando se restringirá aos termos de Israel. O número do efetivo na rebelião apocalíptica é “como a areia do mar”, e o de Ezequiel é de “grande multidão”. Na rebelião apocalíptica, Deus imporá seu último juízo aqui na terra sobre a humanidade, antes do juízo do Grande Trono Branco. Após isto, Deus estabelecerá para sempre o seu glorioso Estado Eterno, onde os salvos estarão para sempre com o Senhor.

I. SOBRE A IDENTIDADE DOS POVOS INVASORES (PARTE 1)

1. Os invasores (Ez.38:5,6; 39:2)

“persas, etíopes e os de Pute com eles, todos com escudo e capacete; Gomer e todas as suas tropas; a casa de Togarma, da banda do Norte, e todas as suas tropas, muitos povos contigo. E te farei voltar, e te porei seis anzóis, e te farei subir das bandas do Norte, e te trarei aos montes de Israel”.



Ezequiel 38:5,6 e 39:2 mostram quem serão os invasores de Israel, liderados pelo “príncipe de Rosh” (Ez.38:2). Para muitos estudiosos das profecias de Ezequiel 38 e 39, Gogue é o príncipe de Rosh, ou o presidente de Rosh, pelo que, será provavelmente o presidente da Rússia, uma vez que Rosh era um dos antigos nomes dados à Rússia moderna. É necessário, pois, identificar esses povos no contexto em que vivia o profeta e procurar identificá-los nos tempos atuais, quando possível; isso tornará a profecia compreensível e mais vívida em nossos dias. Com a ajuda de alguns estudiosos e historiadores, apontamos esses invasores da seguinte forma:

a) Pérsia. Incluído nesta aliança está o reino da Pérsia que, nos dias de Ezequiel, era um poder menos conhecido ao leste da Babilônia. Hoje, a Pérsia é conhecida como Irã e existe como uma das maiores ameaças à nação de Israel. Em nenhum outro momento da história houve uma aliança em que a Pérsia e a Rússia se uniram contra a terra de Israel. Hoje a Rússia é aliada do Irã, fornecendo tecnologia nuclear ao país, ajudando-o a construir usinas nucleares e sistemas de centrifugação. O Irã também contratou a Rússia para comprar sistemas sofisticados de defesa antimísseis e aeronaves para protegê-lo das ameaças de Israel de destruir suas ambições nucleares. Na guerra atual entre a Rússia e a Ucrânia, noticia-se que Irã está fornecendo drones kamikazes para atacar a infraestrutura da Ucrânia. Isto é um forte sinal de aliança inquebrável entre estas duas nações. A Pérsia (Irã), juntamente com outras nações do Norte, atacará Israel nos “últimos dias”.

b) Etiópia. “Cush” é o nome antigo da Etiópia, que inclui as nações ao sul do Egito. Embora a Etiópia seja historicamente uma nação cristã, os muçulmanos fizeram grandes incursões para ganhar poder não apenas na Etiópia, mas também no Sudão. Essas nações estão unidas em seu ódio contra Israel.

c) Líbia (Pute). Este é outro aliado da Rússia e outra nação islâmica com uma história de ser um inimigo da nação de Israel. É uma nação antiga fundada por comerciantes fenícios como uma colônia. O general Hannibal é um dos descendentes mais famosos desta terra. Atualmente sua população é composta de 97% de muçulmanos sunitas, desde 1966. Na época do ditador Muamar Al-Khadaffi, por muitos anos, a Líbia foi um dos principais financiadores dos terroristas árabes, em especial dos palestinos, tendo tido sempre alinhamento com a União Soviética.

A profecia de Ezequiel diz que estes países - Irã, Etiópia e Líbia - estarão com “escudo e capacete”, ou seja, a expressão bíblica indica que participarão da operação militar desencadeada pela Rússia com soldados, pois escudo e capacete são equipamentos utilizados pelos soldados, o que nos permite vislumbrar que se tentará uma guerra convencional.

d) Gomer. Originalmente, é o filho mais velho de Jafé, irmão de Magogue (Gn.10:2). O povo descendente de Gomer fará parte da aliança contra Israel nos últimos dias. No capítulo 10 de Gênesis, Jafé é listado como tendo sete filhos, sendo quatro deles incluídos na lista de nações que virão contra a terra de Israel. Os judeus entendem que Gomer representa a Alemanha; o nome Alemanha é pensado por ter vindo do termo Gomerland. Além disso, os judeus da Alemanha são conhecidos como judeus asquenazes, em homenagem a Ashkenaz, um dos filhos de Gomer. “Os filhos de Gomer são: Asquenaz, Rifate e Togarma“(Gn.10:3).

e) Togarma. O quinto país aliado mencionado pela profeta é Togarma. Este é outro filho de Gomer, conhecido por trocar cavalos com os mercadores de Tiro (Ez.27:14). Este país é identificado com a Armênia, que fica a leste do Mar Negro, conhecida por sua criação e comércio de cavalos com a Pérsia e a Babilônia. Hoje a Armênia é identificada como aliada da Rússia e da Pérsia.

f) “muitas pessoas … com você” (Ez.38:6). A profecia mostra que a lista de nações não é abrangente, mas inclui outros grupos de pessoas nesta aliança de nações que vêm contra Israel. Essas nações poderiam invadir Israel com base em um mandato da ONU por causa da política de Israel em relação a seus vizinhos árabes. Os possíveis motivos para justificar um ataque a Israel podem ser os seguintes:

  • Israel pode atacar um Estado palestino declarado pelas Nações Unidas.
  • Israel pode rejeitar uma divisão mandatada pela ONU em Jerusalém.
  • Israel pode assumir o controle do Domo da Rocha em um esforço para começar a construção do terceiro Templo.
  • Israel pode revidar algum ataque à sua soberania sobre as suas reservas de gás.

Contudo, estas nações serão derrotadas pela intervenção divina. O capítulo 39 descreve a derrocada de Gogue e os seus confederados (Ez.39:4-6). Como podemos, pois, observar, os movimentos da política internacional continuam sinalizando para um estado de aliança político-militar entre a Rússia e as nações que a profecia bíblica indica serem aquelas que auxiliarão na frustrada invasão da Terra de Israel, na guerra que será promovida por Gogue, príncipe de Tubal e de Meseque, na terra de Magogue, contra o povo de Israel.

2. Compreendendo a profecia

Ezequiel descreve uma coalizão de nações que farão um ataque final contra Israel depois da restauração de Israel à sua pátria, na tentativa de destruir a nação e apossar-se da sua terra. A profecia de Ezequiel aponta para um período em que Israel se restabelecerá novamente como nação, ou seja, quando Deus fizer regressar o seu povo da diáspora vindo de todas as nações da terra (Ez.36:24). Alguém tem dúvida que isto já aconteceu? Certamente, não há dúvida! Logo, estamos no limiar desse impressionante acontecimento, que deixará a humanidade bastante apreensiva.

O profeta afirma que o líder dessas nações invasoras se chama Gogue (Ez.38:2-23). As nações invasoras, porém, não terão êxito, serão derrotadas pelo próprio Deus, que confundirá os exércitos invasores, de modo que algumas nações se voltarão contra os seus aliados. Ele também derrotará diretamente os exércitos por meio de terremotos, enfermidades e outros meios catastróficos (cf.Ez.38:21,22). Os exércitos de Gogue se encherão de terror por causa da peste e do sangue, chuva inundante, grandes pedras de saraiva, fogo e enxofre que Deus enviará (Ez.38:17-23). A destruição dos inimigos do povo de Deus traz à lembrança a promessa do Senhor em Isaias 54:17: “Toda arma forjada contra ti não prosperará [...] esta é a herança dos servos do Senhor”.

3. Gogue (Ez.38:2a; 39:1a)

O profeta descreve Gogue como “príncipe do Rôs, de Meseque e Tubal”, que, na opinião de alguns, são os nomes antigos da Rússia, de Moscou e de Tobolsk. Percebe-se, portanto, que este personagem, que a Bíblia denomina de Gogue, e que é o príncipe de Meseque e de Tubal, terá a audácia de invadir a terra de Israel, quando haverá uma relativa sensação de paz no meio do povo de Israel (“o povo que se ajuntou entre as nações”), buscando dominar os recursos naturais existentes na região. A primeira dificuldade que se tem é a identificação de quem seja Gogue. A Bíblia diz que se trata de uma pessoa, de uma autoridade, o príncipe de Meseque e de Tubal, lugares situados na terra de Magogue. Para que tenhamos condição de saber a que lugar o texto sagrado está se referindo, devemos verificar a relação de nações surgidas da confusão das línguas em Babel, o chamado “índice das nações”, que se encontra no capítulo 10 do livro de Gênesis. Lá está dito que, entre os filhos de Jafé, um dos filhos de Noé, estavam Magogue, Tubal e Meseque (Gn.10:2). Flávio Josefo, o grande historiador judeu, ao comentar esta relação de nações, indica que Magogue foi o pai dos citas, povo bárbaro que vivia, na época de Josefo (século I d.C.), na região que hoje pertence à Rússia, enquanto Tubal teria dado origem aos iberos, povo que habitou a região da Península Ibérica (Portugal e Espanha atuais) e Meseque teria sido o pai dos capadócios, povo que habitou a Capadócia, região que hoje pertence à Turquia (cf. Flávio JOSEFO. História dos hebreus).

O texto bíblico diz que Gogue é o príncipe de Tubal e de Meseque, que se encontram na terra de Magogue. Portanto, trata-se de uma autoridade que tem sua base na região que foi ocupada pelos Citas na época de Josefo, ou seja, a Rússia, que é o principal país que se situa ao norte de Israel, pois a profecia bíblica de Ezequiel diz claramente que este invasor virá do Norte (Ez.39:2) e, como foi muito bem demonstrado pelos estudiosos, em especial o pastor Abraão de Almeida, se traçarmos uma linha reta de Jerusalém rumo ao norte, esta linha passará por Moscou, a capital russa.

Mas como dizer que Gogue é uma autoridade da Rússia, se, como vimos, Tubal seria a nação dos iberos e Meseque, a nação dos capadócios, duas regiões bem distantes da Rússia e que nem sequer se situam precisamente no norte de Israel (pelo menos a Península Ibérica)? Muitos estudiosos, inclusive, ao analisarem o fato de Gogue ser chamado de “príncipe de Tubal e de Meseque”, associam os nomes bíblicos de Tubal e de Meseque, não aos filhos de Javé, ou seja, às nações surgidas das descendências destes dois filhos de Javé, mas, sim, a nomes de lugares, pois a referência à descendência, à nacionalidade, somente se dá na expressão “terra de Magogue” e, portanto, Tubal e Meseque seriam apenas nomes de locais. Assim, Tubal e Meseque, em Ez.38:2, não representariam as nações surgidas de Tubal e de Meseque, mas cidades da terra de Magogue, cidades que, edificadas por descendentes de Magogue, fazem menção, em seus nomes, a estes irmãos de Magogue, a título de homenagem, como se vê, por exemplo, no caso de Caim, que, ao edificar uma cidade, deu a ela o nome de seu filho Enoque (Gn.4:17).

As denominações proféticas destes locais, Tubal e Meseque, correspondem, nitidamente, em mais das inúmeras demonstrações da infalibilidade das Escrituras às localidades hoje conhecidas como Tobolsk e Moscou, que, não coincidentemente, são duas das principais cidades da Rússia. Com efeito, Tobolsk foi fundada pelos russos em 1587, quando eles começaram a ocupar a Sibéria (nome que recebe a parte norte da Ásia e que se confunde com a própria Rússia asiática), sendo, desde então, considerada a capital histórica da Rússia asiática, o símbolo do domínio russo sobre esta parte da Ásia. Moscou, por sua vez, capital do principado de Moscóvia, é a capital de toda a Rússia desde a unificação dos vários principados da região, o que se deu em 1495 sob o reinado de Ivã III. Antes, em 1453, logo após a queda de Constantinopla, Moscou fora considerada a nova capital da cristandade pelos cristãos orientais, a “terceira Roma”, o que demonstra como é antiga a pretensão dos russos de se arvorarem em estandarte da Cristandade Oriental e, assim, terem direito sobre a Terra Santa. Deste modo, percebemos, com clareza, que Gogue é o chefe da Rússia, ou seja, o governante da Rússia que, nos últimos tempos, resolverá invadir Israel juntamente com várias outras nações já definidas aqui.

II. SOBRE A IDENTIDADE DOS POVOS INVASORES (PARTE 2)

1. Magogue (Ez.38:2b; 39:1b, 6a)

Em Gênesis 10:2 Magogue é um dos filhos de Jafé, que era filho de Noé. De acordo com Ezequiel 38:2 é um povo cujo território será futuramente governado por Gogue (talvez já esteja ocorrendo). Em Ez.38:2, lê-se literalmente: “Firma bem a tua face contra Gogue, contra a terra de Magogue […]”. O historiador judeu Flávio Josefo (37-103 d.C.), mundialmente respeitado e conhecido pela sua obra "As Guerras dos Judeus", identifica Magogue com os Citas; estes eram originários daquilo que é hoje o Sul do Irão; eram guerreiros que montavam cavalos e que habitavam em muito do território que hoje compõe a Geórgia, a Arménia, e parte das regiões do sul da Ucrânia e da Rússia por cerca de 1300 anos, desde o 7º século a.C. até ao 4º século d.C. A costa Norte do Mar Negro era completamente Cita. Mas o que há de tão especial com os Citas? Flávio Josefo tinha uma interessante teoria acerca deles e das terras onde viveram. Segundo as suas conclusões, aquelas terras onde eles habitaram eram Magogue, tal como lemos na Bíblia sobre Gogue e Magogue (Ez.38 e 39). É essa agora, pois, a razão da efervescência recente entre os estudiosos dos sinais apocalípticos, logo que os acontecimentos na Ucrânia começaram a despertar a atenção mundial. Para muitos estudiosos, a expectativa de estarmos a viver nos "últimos dias" é tão grande, que este é mais um grande sinal do fim, talvez o princípio do fim. No Novo Testamento os Citas aparecem juntamente com os bárbaros (Cl.3:11), e que, talvez, muitos deles tenham se convertido a Cristo.

2. Meseque e Tubal (Ez.38:2c; 39:1c)

Originalmente, assim como Magogue, Meseque e Tubal eram filhos de Jafé, que era filho de Noé (Gn.10:2). Como foi dito no item 3 do tópico I, Tubal e Meseque, em Ez.38:2, são cidades da terra de Magogue, cidades que, edificadas por descendentes de Magogue, fazem menção, em seus nomes a estes irmãos de Magogue, a título de homenagem, como se vê, por exemplo, no caso de Caim, que, ao edificar uma cidade, deu a ela o nome de seu filho Enoque (Gn.4:17). Estas denominações proféticas destes locais, Tubal e Meseque, correspondem, nitidamente, em mais das inúmeras demonstrações da infalibilidade das Escrituras, às localidades hoje conhecidas como Tobolsk e Moscou, que, não coincidentemente, são duas das principais cidades da Rússia.

3. A coalização de Gogue (Ez.38:5)

Como já foi dito no item 1 do tópico I, conforme a profecia de Ezequiel haverá uma coalizão de nações que farão um ataque final contra Israel depois de sua restauração como nação, na tentativa de destruí-la e apossar-se da sua terra. Com vimos, o líder dessas nações chama-se Gogue. As nações invasoras, porém, não terão êxito, serão derrotadas pelo próprio Deus. Por causa dessa invasão, Deus castigará a terra de Magogue; Ele enviará uma saraiva de fogo na terra de Magogue e nas áreas ao redor dela (Ez.39:6). Pela destruição dos exércitos das nações perversas e invasoras, o Senhor manifestará a sua glória de tal maneira que todos saberão que somente Ele é o Senhor (Ez.39:6).

“Far-te-ei que te volvas” (Ez.38:4). Deus está puxando essa aliança para Israel. O próprio Deus está envolvido nesta próxima batalha. Gogue é retratado como um animal com ganchos nas mandíbulas sendo puxados para o conflito; Deus coloca os ganchos nas mandíbulas de Gogue.

Todo o teu exército” (Ez.38:5). A profecia deixa claro que o exército que virá atacar Israel é uma força imensa que exigirá o enterro dos mortos por sete meses. Deus usará esses exércitos para se revelar às nações em seu conflito com Israel. As armas descritas no texto são termos com os quais Ezequiel e sua plateia estariam familiarizados - cavalos, cavaleiros, broquéis e espadachins. Ele faz menção a todos os tipos de armaduras, incluindo armas modernas.

Pelos últimos acontecimentos no mundo, principalmente na Ucrânia, essa coalizão brevemente será formada e a invasão será concretizada. Todos somos sabedores que Israel, hoje, é um país soberano, organizado política e economicamente, e considerado um dos países mais desenvolvido do mundo, apesar de sua recente independência, que se deu em 1948. E com a recente descoberta de gás, com uma reserva bastante volumosa, isto nos alerta que muito breve esse acontecimento se concretizará; já estamos vendo o movimento do tabuleiro no mundo político; já estamos vendo as angústias das nações tomando posições para este momento espetacular e ao mesmo tempo desastroso da história da humanidade. Mas, não somente Israel será afetado, também todos os países do mundo sofrerão as sequelas desse conflito, haja vista que estamos vivendo num mundo globalizado, em que um país afetado pelo outro terá reflexo aos demais. A Igreja, mais do que nunca, precisa estar alerta e observando todos esses acontecimentos, pois a iminência da volta do Senhor nunca foi tão vibrante e audível.

III. SOBRE O CONTEXTO ESCATOLOGICO

1. Gogue e Magogue

Como já foi dito anteriormente, Gogue, da terra de Maogogue, será o líder político que organizará uma aliança de nações contra Israel. Ezequiel o identifica como o “príncipe de Rosh, Meseque e Tubal”. O historiador judeu Josefo identificou a terra de Magogue como Cítia, a progenitora da Rússia, ao norte de Israel. Também na tabela das nações, Gênesis capítulo 10, Magogue é identificado como um dos filhos de Jafé. Portanto, na época de Ezequiel e no futuro, sua prole seria uma nação importante. Gogue de Magogue liderará a aliança de nações contra Israel, mas a profecia deixa claro que essas nações serão derrotadas vergonhosamente (Ez.39:4), e o nome de Deus será glorificado entre seu povo e entre as demais nações (Ez.39:7).

2. Como a Rússia aparece nesse contexto?

Aparece no contexto porque a profecia diz que a iniciativa da invasão é do “príncipe e chefe de Meseque e Tubal” (Ez.38:2 - ARC). Na Almeida e Atualizada diz: “príncipe de Rôs, de Meseque e Tubal”. A palavra hebraica para chefe é “Ro’sh”, de significado amplo - “cabeça, chefe, pico, monte, parte superior”. Algumas traduções o traduzirão como príncipe principal em vez de príncipe de Rosh, com base em suas opiniões. Independentemente disso, Gogue é identificado como um líder do extremo norte, que é o chefe dos descendentes de Meseque e Tubal, na terra de Magogue. Foi a semelhança de Sons e a localização geográfica que levou muitos estudiosos a identificarem Rosh com a Rússia; Meseque, com Moscou, atual capital da Rússia; e Tubal com To­bolsk, cidade russa.

3. Origem da interpretação

“Esse pensamento não veio dos pentecostais e nem se trata de uma ideia oriunda dos dispensacionalistas, como equivocadamente dizem os críticos. Essa interpretação vem de longe, desde Gesenius (1787-1842), famoso orientalista alemão. Em seu léxico hebraico, o Roshe de Ezequiel 38.2 são os russos. Depois da Guerra Fria, o assunto foi ficando no esquecimento. Mas com a guerra da Ucrânia em 2022, a relação entre Rússia e o Ocidente está voltando ao cenário mundial, o que era antes da Queda do Muro de Berlim em 1989” (LBM.CPAD).

“O importante em nosso estudo não é a identidade de Gogue e seus confederados, isso são detalhes, mas mostrar ao mundo a veracidade da Palavra de Deus. Os expositores céticos das Escrituras, aqueles que não acreditam em milagres e nem na possibilidade de o Espírito anunciar as coisas futuras por meio dos profetas, procuram explicar as profecias que já foram cumpridas como se fossem extraídas do fato ocorrido. Eles chamam essa suposta ”pia fraude” de vaticinium ex eventu, ”vaticínio-predição-oráculo a partir do evento fato”, como se a profecia fosse escrita depois do acontecimento. Agora, com o cumprimento de profecias bíblicas na atualidade, eles não têm argumento em favor do vaticinium ex evento” (Esequias Soares).

CONCLUSÃO

Aprendemos nesta Aula, conquanto superficialmente, sobre uma coalizão de nações, liderada por um governante poderoso, que achamos que seja o governante da Rússia, que pretenderá invadir a nação de Israel “no fim dos anos” (cf. Ez.38:8), isto é, nos últimos dias (que todos sabemos que é o período histórico que se inicia com o final da dispensação da graça e vai até o final da história, no término do milênio). Aprendemos também que o conflito descrito no livro do profeta Ezequiel não deve ser confundido com dois outros eventos que também ocorrerão, a saber: a batalha do Armagedom, que é o conflito que haverá entre os exércitos do Anticristo e Israel, que ocorrerá no final da Grande Tribulação; e a rebelião final de Gogue e Magogue, ou seja, o conflito que haverá entre os que se rebelarem contra o reino de Cristo, no final do milênio, que é descrita em Ap.20:7-10.

Vimos que Tubal e Meseque, na terra de Magogue, é a Rússia e, portanto, o que a Bíblia nos diz é que o governante da Rússia invadirá Israel, querendo tomar-lhe as riquezas. Para tanto, chefiará uma aliança de nações. A Bíblia diz que esta decisão de Gogue se dará quando houver uma sensação de paz na região do Oriente Médio. O texto sagrado afirma que Gogue, ao contemplar que os moradores de Israel estão seguros, decidirá pelo ataque (Ez.38:11). Esta afirmativa bíblica explica porque a União Soviética, em pleno capitalismo de estado, nunca poderia ter sido a potência que invadiria Israel. Para que haja a invasão, a Bíblia diz que deveria haver um sentimento de segurança em Israel e a política soviética à época era, precisamente, a de causar intranquilidade no Oriente Médio, pois a Guerra Fria nada mais era que uma sequência de atitudes de instabilidade que tanto os Estados Unidos quanto a União Soviética semeavam nos demais países, a fim de favorecer ou enfraquecer os governos que lhes eram alinhados, ou não. Enquanto perdurasse a Guerra Fria, jamais poderia haver clima favorável à paz no Oriente Médio e isto é uma condição indispensável para que haja este conflito entre Israel e Magogue. Vemos, portanto, claramente, que jamais a guerra predita em Ez.38 e 39 poderia ser considerada a derrocada final do comunismo, como foi alardeado, pois a existência da Guerra Fria impediria que houvesse uma sensação de segurança e de paz na Palestina, que é predito como sendo o ambiente a ser vivido por Israel quando ocorrer essa invasão. Estejamos, pois, preparados porque Jesus breve virá!