Texto Base: Esdras 5:1,2; Ageu 1:1,12; Zacarias 4:6-10
“Ao vigésimo quarto dia do mês nono, no segundo ano de Dario, veio a palavra do SENHOR pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: [...] Ponde, pois, eu vos rogo, [...] desde o dia em que se fundou o templo do SENHOR, ponde o vosso coração nestas coisas” (Ag.2:10,18).
Esdras 5:
1.E Ageu, profeta, e Zacarias, filho de Ido, profeta, profetizaram aos judeus que estavam em Judá e em Jerusalém; em nome do Deus de Israel lhes profetizaram.
2.Então, se levantaram Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesua, filho de Jozadaque, e começaram a edificar a Casa de Deus, que está em Jerusalém; e com eles os profetas de Deus, que os ajudavam.
Ageu 1:
1.No ano segundo do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do SENHOR, pelo ministério do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo:
12.Então, ouviu Zorobabel, filho de Sealtiel, e Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e todo o resto do povo a voz do SENHOR, seu Deus, e as palavras do profeta Ageu, como o SENHOR, seu Deus, o tinha enviado; e temeu o povo diante do SENHOR.
Zacarias 4:
6.E respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel, dizendo: Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos.
7.Quem és tu, ó monte grande? Diante de Zorobabel, serás uma campina; porque ele trará a primeira pedra com aclamações: Graça, graça a ela.
8.E a palavra do SENHOR veio de novo a mim, dizendo:
9.As mãos de Zorobabel têm fundado esta casa, também as suas mãos a acabarão, para que saibais que o SENHOR dos Exércitos me enviou a vós.
10.Porque quem despreza o dia das coisas pequenas? Pois esse se alegrará, vendo o prumo na mão de Zorobabel; são os sete olhos do SENHOR, que discorrem por toda a terra que discorrem por toda a terra.
INTRODUÇÃO
Nesta Aula trataremos da reconstrução do segundo Templo, o de Zorobabel, que ficou parado por muitos anos. Como vimos na Aula anterior, a reconstrução fora interrompida pelo rei da Pérsia, o rei Artaxerxes, atendendo uma carta dos samaritanos (Ed.4:24). Estes se sentiram ameaçados, por isso armaram, traiçoeiramente, emboscadas contra o povo de Deus, atrapalhando assim a obra; eles alugaram conselheiros e aparentemente deram uma impressão enganosa sobre os judeus ao rei da Pérsia. Isso desanimou o povo e os líderes de tal forma que parecia que o Templo jamais iria ser reconstruído novamente. O povo ficou sem fé, sem coragem e sem esperança. Ficou evidente que somente Deus poderia ajudá-los. Então, o Senhor usou os profetas Ageu e Zacarias para incentivar e exortar o Seu povo a concluir a Sua Casa.
Por que a reconstrução do Templo era tão importante? Como fora previsto na lei de Moisés, o Templo era o lugar onde o povo deveria se reunir para adorar ao Senhor, trazer ofertas e sacrifícios, bem como Deus manifestar-se perante o povo, cobrindo os pecados e ouvindo o clamor do povo. O Templo, que é chamado de “casa” ou “casa de Deus”, era apenas um local escolhido por Deus para que se tornasse visível a Sua aliança com o Seu povo, jamais representando o local onde Deus estivesse, pois o Senhor jamais poderia ser contido em um edifício, como reconheceu o próprio Salomão, que, no dia da dedicação do primeiro Templo, afirmou que “…os céus e a terra não Te podem conter, quanto menos esta casa que tenho edificado…” (2Cr.6:18b). O Templo, portanto, era um local onde Deus manteria fixos os Seus olhos e o Seu coração todos os dias, a fim de que o Seu nome fosse perpetuamente estabelecido em Israel (2Cr.7:16).
Sabemos que aquilo que é estabelecido por Deus não pode ser alterado pelo homem nem pela história. Deus não é homem para que minta, nem filho de homem para que Se arrependa (Nm.23:19), de modo que, a partir da construção do Templo por Salomão, esta edificação passaria a acompanhar a própria história de Israel e isto continuará ocorrendo ao longo dos séculos.
I. DEUS SUSCITA OS PROFETAS AGEU E ZACARIAS
1. Deus levantou dois profetas
Quando as circunstâncias adversas chegam, pode causar grande estrago na vida espiritual do povo de Deus, caso ele não esteja debaixo do sobrenatural de Deus. A fé e a esperança podem sofrer reveses ou a até ruir, se o povo não buscar ajuda de Deus.
O povo regresso do cativeiro, após receber permissão do rei Ciro para voltar à sua terra e de obter provisão para reconstruir o Templo (Esdras 1:1-4), enfrentou algumas dificuldades: a primeira foi a estrema miséria e opróbrio em que se encontrava o território de Israel, e a pobreza extrema dos restantes que tinham ficado na terra (Ne.1:3); a segunda foi a oposição amarga dos samaritanos depois que foram descartados como parceiros da reconstrução (Ed.4:1-23); a terceira foi o decreto de Artaxerxes ordenando paralisar a obra de reconstrução (Ed.4:24). A confluência desses fatores levou os judeus a abandonarem o projeto da reconstrução e dedicarem-se somente aos seus interesses. É nesse contexto que dois profetas, Ageu e Zacarias, se levantaram para exortar o povo, denunciar seus pecados e encorajá-lo a fazer a Obra de Deus. Primeiro veio Ageu (Ag.1:1); depois levantou-se Zacarias (Zc.1:1,2; 4:1,6).
“No ano segundo do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do Senhor, pelo ministério do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote” (Ageu 1:1).
“No oitavo mês do segundo ano de Dario, veio a palavra do Senhor ao profeta Zacarias, filho de Baraquias, filho de Ido, dizendo: O Senhor tem estado em extremo desgostoso com vossos pais” (Zc.1:1,2).
“E tornou o anjo que falava comigo, e me despertou, como a um homem que é despertado do seu sono. Então, respondeu o anjo que falava comigo e me disse: Não sabes tu o que isto é? E eu disse: Não, Senhor meu. E respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc.4:1,5,6).
Note que os profetas foram enviados pelo Senhor para proferir “a palavra do Senhor”. Eles se dirigiram ao povo não com uma mensagem de sua autoria, mas “segundo a mensagem do Senhor” (Ag.1:13). O profeta não é a fonte da mensagem; ele não cria a mensagem, apenas a transmite. A mensagem não é do profeta, é de Deus por meio do profeta. O profeta é o instrumento e o canal, e não o reservatório, de onde emana a mensagem. O profeta de Deus deve ser escravo da Palavra de Deus; seu lema deve ser o do profeta Micaías: “O que o SENHOR me disser, isso falarei” (1Rs.22:14) .
“Ageu e Zacarias foram enviados do Senhor, e não profetas da conveniência. Não pregaram o que o povo quis ouvir, mas o que Deus os mandou falar. Não deram ao povo a palha seca de seus sonhos, mas o trigo nutritivo da Palavra de Deus. Eles não pregaram para encorajar o povo a buscar prosperidade e riqueza, mas para denunciar sua ânsia por conforto e luxo. Não pregaram amenidades, mas a verdade absoluta. Eles não foram um alfaiate do efêmero, mas escultores do Eterno” (Dias Lopes , Hernandes. Obadias e Ageu).
2. Ageu e Zacarias animam povo a prosseguir com a reconstrução (Ag.5:1,2)
Estes dois profetas incentivaram os israelitas a retornar as obras do Templo, em vez de ficarem construindo casas luxuosas para si (Ag.1:4). Continuar o projeto era um ato de fé, pois, nessa época, a comunidade trabalhadora dificilmente sobreviveria (cf.Ag.1:5-11). As mensagens vieram aos dois principais líderes, Zorobabel e Josué, e ao povo. A resposta dos líderes e do povo à Palavra de Deus foi pronta e imediata:
“Então, ouviu Zorobabel, filho de Sealtiel, e Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e todo o resto do povo a voz do SENHOR, seu Deus, e as palavras do profeta Ageu, como o SENHOR, seu Deus, o tinha enviado; e temeu o povo diante do SENHOR” (Ag.1:12).
A pregação que não suscita reações é inútil. A pregação deve produzir efeitos. Três verdades merecem destaque (adaptado do livro “Obadias e Ageu, de Hernandes Dias Lopes):
a) A resposta à Palavra de Deus começa pela liderança (Ag.1:12). Zorobabel e Josué - o líder político e o líder religioso, o governador e o sumo sacerdote, o poder civil e o poder religioso -, receberam uma mensagem pessoal. Estes dois líderes deram exemplo e foram os primeiros a aceitar a Palavra de Deus; eles obedeceram ao Senhor e ordenaram o início das obras do Templo. Observe que não foi por força do decreto do rei que a construção foi retomada, mas pelo poder do Espirito Santo, que falava por meio dos profetas de Deus (Zc.4:6).
Os líderes precisam ser o exemplo e dar o primeiro passo, precisam ser modelo para o povo. Quando a liderança acerta sua vida com Deus, os liderados seguem seus passos. Se de um lado a vida do líder é a vida de sua liderança, por outro lado os pecados do líder são os mestres do pecado do povo. O líder é um influenciador; ele influencia sempre, para o bem ou para o mal. Zorobabel e Josué foram líderes que influenciaram para o bem.
b) A resposta à Palavra de Deus manifesta-se pela obediência (Ag.1:12). Quando a liderança obedece a Deus, os liderados seguem seus passos. Quando o povo viu seus líderes atendendo à voz de Deus, eles prontamente se dispuseram a também obedecer. A obediência é a única evidência de que alguém de fato ouviu a voz de Deus. A obediência à Sua Palavra é o que Deus mais espera do Seu povo. Deus diz através do profeta Samuel: “Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros” (1Sm.15:22).
c) A resposta à Palavra de Deus passa pela reverência (Ag.1:12) – “...e temeu o povo diante do SENHOR”. Isto quer dizer que o povo manifestou reverência para com o Senhor. Em lugar de fugirem ao cumprimento da sua tarefa por recearem a hostil oposição dos vizinhos, o povo, agora, começa a temer Àquele cujo poder é infinitamente maior, que faz abalar os céus e a terra e destrói reinos e nações (Ag.2:6,22).
A falta de temor diante do Senhor havia levado o povo ao cativeiro e agora os desviara da obra de reconstrução do Templo. Mas o temor os fez voltar para Deus e colocar as mãos na Obra de Deus. É impossível ouvir a Deus sem temê-lo. É impossível temer a Deus sem obedecer-lhe.
Onde não há temor de Deus, a vida espiritual é decadente. Uma postura sem temor em relação a Deus esposada por muitos crentes é responsável pela inanição espiritual de tantas igrejas locais em nossos dias. A falta de temor de Deus, de reverência, tem desembocado em decadência espiritual em todo o mundo; veja o exemplo das igrejas nos Estados Unidos e na Europa; lá, o cristianismo verdadeiro está em falência, exatamente porque o povo, sob uma liderança secularizada e liberal, tem demonstrado falta de temor a Deus.
3. O povo recebeu também uma mensagem de Deus
O profeta Ageu mostrou ao povo que os prejuízos materiais, que haviam sofrido, eram consequência da omissão frente ao dever que tinham com a Casa do Senhor (Ag.1:6,9). Ageu falou-lhes do prejuízo que sofre o homem que busca somente a sua prosperidade material, e deixa a Casa de Deus deserta (Ag.1:4). O profeta deu ao povo uma ordem estimulante:
“Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei, e eu serei glorificado” (Ag 1.8).
O profeta Ageu falou em nome do Senhor dos Exércitos, trazendo algumas verdades solenes para o povo (adaptado do livro “Obadias e Ageu, do reverendo Hernandes Dias Lopes):
a) Antes de investir na obra de Deus, precisamos rever nossas motivações” (Ag.1:7) – “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Considerai o vosso passado”.
Antes de ordenar que o povo suba ao monte e traga madeira a fim de reconstruir o Templo, o profeta ordena que eles novamente considerem o seu passado. Na construção do primeiro Templo, houve uma atitude oposta à atitude que eles estavam adotando. Davi pensou em fazer o melhor para Deus (2Sm.7:2); mas, o povo que estava sob a liderança de Zorobabel estava pensando em fazer o melhor para si mesmo. Davi colocou Deus e sua casa em primeiro lugar; mas, o povo estava colocando a si mesmo e suas casas em primeiro lugar. O problema deles não era falta de recursos, mas falta de prioridade.
O capital do povo de Deus é a fé. O povo de Deus que se propõe a dar glória ao nome de Deus realiza coisas extraordinárias para Deus; porém, sempre que colocamos os nossos interesses à frente dos interesses de Deus, deixamos Sua Casa em ruinas.
b) Deus se agrada e é glorificado quando investimos em Sua Casa (Ag.1:8) – “Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei, e eu serei glorificado”.
O povo estava usando as madeiras nobres para embelezar com requinte e luxo suas casas, ao mesmo tempo que abandonava a Casa de Deus. Agora, Deus ordena o povo a subir ao monte, trazer madeira e edificar a Casa. Duas coisas o Senhor afirma:
ü Deus se agradava de Sua Casa (Ag.1:8). Deus tomou a decisão de habitar no meio do Seu povo (Ex.25:8). Quando o Templo de Salomão foi consagrado, Deus afirmou ter escolhido aquele lugar para habitar. Deus tem prazer em habitar no meio do Seu povo, por isso se agradava da Sua Casa.
ü Deus era glorificado em Sua Casa (Ag.1:8). Quando o povo de Deus ia à Casa de Deus para adorá-lo, Deus era glorificado. Esse Templo era apenas um tipo do verdadeiro templo em que Deus habita, a Igreja. Nós somos a habitação de Deus; nós, povo remido pelo sangue do Cordeiro, somos o verdadeiro santuário do Espírito Santo (1Co.6:19). Quando investimos na obra de Deus, isso agrada e glorifica o Seu glorioso nome.
c) O Deus que abençoa é também o Deus que retém as bênçãos (Ag.1:10,11). O profeta Ageu conclui:
“Por isso, retêm os céus o seu orvalho, e a terra retém os seus frutos. E fiz vir a seca sobre a terra, e sobre os montes, e sobre o trigo, e sobre o mosto, e sobre o azeite, e sobre o que a terra produz, como também sobre os homens, e sobre os animais, e sobre todo o trabalho das mãos”.
O pecado produz amargas consequências; jamais ficará impune aquele que não confessa o seu pecado e não o abandona. O desprezo pelos mandamentos de Deus e as racionalizações humanas para retardar a Obra de Deus produziram resultados trágicos para o povo. Destacamos dois pontos importantes:
a) Deus é o Agente da disciplina (Ag.1:10,11). A natureza está a serviço de Deus para trazer juízo sobre o povo. Os céus e a terra são instrumentos da disciplina de Deus. Os céus reteve o orvalho e a terra reteve seus frutos. E por que? Para disciplinar o povo de Deus, que estava retendo em suas mãos o que deveria investir na Casa de Deus. É Deus quem faz vir a seca sobre a terra, sobre os montes, sobre o cereal, sobre o vinho, sobre o azeite e sobre o que a terra produz, bem como sobre os homens, os animais e todo o trabalho das mãos. A seca castigou as pessoas, os animais e todas as plantações. Não foi um acidente ou o acaso de uma natureza caprichosa, foi ação divina (leia Dt.28:22-24).
b) Deus impediu o povo de usufruir o que deixaram de investir em Sua Casa (Ag.1:10,11). A retenção do orvalho dos céus e a escassez de frutos da terra, bem como a seca que atingiu as lavouras, os homens, os animais e todo seu trabalho, são provas de que, quando retemos o que é de Deus, isso de nada nos aproveita. Quando deixamos de entregar o que pertence a Deus, na Casa de Deus, isso vaza pelos dedos, é o mesmo que colocar salário num saco furado. Deus não deixa sobrar! Foi isto que ocorreu com o povo de Israel daquela época. Em suma, a ordem divina é: coloque Deus em primeiro lugar (Ag.1:1-4); creia nas promessas de Deus (Ag.1:5,6,9-11); glorifique o nome de Deus (Ag.1:7,8).
II. O DESPERTAMENTO DE DEUS AO SEU POVO (Ag.1:14,15)
“O Senhor despertou o espírito de Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, e o espírito de Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, e o espírito do resto de todo o povo; eles vieram e se puseram ao trabalho na Casa do Senhor dos Exércitos, seu Deus, ao vigésimo quarto dia do sexto mês”.
Despertado pelo Senhor, através dos seus profetas, o povo retomou a construção do Templo. Três verdades nos chamam a atenção neste texto (Adaptado do livro “ Obadias e Ageu, de Hernandes Dias Lopes):
1. Deus trabalha em nós antes de trabalhar por nosso intermédio (Ag.1:14)
“E o Senhor levantou o espírito de Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e o espírito de Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e o espírito do resto de todo o povo...” (Ed.1:14).
O Eterno deu ânimo e coragem aos dois líderes. O impacto do ânimo divino não ficou apenas no coração; desceu às mãos. Antes de Deus trabalhar por nosso intermédio, Ele trabalha em nós. Na verdade é o próprio Deus quem faz a Sua obra por nosso intermédio. Deus é o Agente, somos apenas os instrumentos. Um planta, outro rega, mas só Deus pode dar o crescimento (1Co.3:6). Deus é quem opera em nós tanto o querer quanto o realizar (Fp.2:13).
2. Um povo motivado demonstra entusiasmo coletivo (Ed.1:14)
“...eles vieram e se puseram ao trabalho...” .
Quando Deus despertou o espírito dos líderes e dos liderados, todos se ergueram para o trabalho. O que faltava era motivação e entusiasmo. Um povo motivado é um povo ativo. Um povo despertado por Deus é um povo dinâmico e operoso. Onde falta entusiasmo e motivação, há acomodação espiritual e cada um começa a correr atrás apenas de seus interesses.
Na construção do segundo Templo, depois de motivados, todos colocaram as mãos na obra. Os líderes na frente e em seguida todo o povo. O trabalho é grande e precisa da participação de todos. Hoje, infelizmente, cerca de vinte por cento dos membros realizam a obra enquanto os demais assistem. Precisamos entender que somos um corpo no qual cada membro tem sua função. Somos uma família na qual cada um exerce o seu papel. Somos um exército onde cada soldado tem seu campo de luta. Somos construtores do santuário de Deus no qual cada um deve trabalhar com zelo e alegria. Pense nisso!
3. Um povo despertado por Deus engaja-se na obra de Deus (Ed.1:14,15)
“...eles vieram e se puseram ao trabalho na Casa do Senhor dos Exércitos, seu Deus, ao vigésimo quarto dia do sexto mês”.
A Casa de Deus havia sido abandonada por, aproximadamente, quinze anos. Os fundamentos tinham sido lançado, mas a Casa ainda estava sem teto. Os escombros, os obstáculos, a oposição e o edito do rei persa lançaram uma pá de cal na disposição do povo. Porém, ao ouvir a voz de Deus, o povo se encheu de entusiasmo e todos se puseram ao trabalho na Casa do Senhor.
Vinte e quatro dias após a mensagem do Senhor ter sido transmitida ao povo pela instrumentalidade de Ageu, a obra da reconstrução do Templo teve início. Esse intervalo de tempo decorrido não indica uma demora em responder ao desafio lançado; antes, constituiu o tempo necessário para planejamento e organização. O material tinha de ser reunido (Ed.1:8) e técnicos competentes precisavam ser contratados (Ed.3:7).
Somente quando o povo obedece à Palavra de Deus é que pode chamar-lhe de “seu Deus” (Ed.1:14). Eles não tinham o direito de chamar-lhe de “seu Deus” enquanto não começassem a escutá-lo e a aproximar-se dEle.
III. UMA NOVA OPOSIÇÃO EXSURGE (Ag.5:3-17)
Os inimigos novamente não deixaram escapar a oportunidade de utilizar as suas artimanhas para impedir a obra de Deus. Certamente sabiam do êxito logrado há, aproximadamente, 15 anos atrás, e agora se levantam novamente para opor-se à obra de Deus. Porém, agora, os líderes e o povo não usaram da força própria para debelar a oposição; agora, era o Espírito Santo quem lutava pelo povo; agora, os profetas de Deus os motivavam a continuar a obra.
1. O governador daquela região enviou carta ao rei, informando sobre a construção (Ed.5:3-5).
“Naquele tempo, veio a eles Tatenai, governador daquém do rio, e Setar-Bozenai, e os seus companheiros e disseram-lhes assim: Quem vos deu ordem para edificardes esta casa e restaurardes este muro? Então, assim lhes dissemos: E quais são os nomes dos homens que construíram este edifício? Porém os olhos de Deus estavam sobre os anciãos dos judeus, e não os impediram, até que o negócio veio a Dario, e, então, responderam por carta sobre isso”.
O governador persa e seus companheiros vieram a Jerusalém para saber que autoridade os judeus tinham para retornar as obras e quais os nomes dos homens encarregados da reconstrução (cf.Ed.5:9,10). Os trabalhadores informaram os nomes dos líderes judeus ao governador. Em vez de ordenarem a interrupção imediata dos trabalhos, esses oficiais persas foram mais sensatos que os mencionados em Esdras capítulo 4, e enviaram uma carta ao rei Dario para verificar a legalidade das obras. Por terem voltado a obedecer à Palavra de Deus, os olhos do Senhor voltaram-se para os judeus a fim de cumprir Sua vontade.
Tatemai e Setar-Bozenai escreveram uma carta ao rei Dario relatando toda a conversa com os judeus (cf. Ed.5:6-17). Em primeiro lugar, os anciãos judeus falaram sobre a autoridade divina e se declararam servos do Deus verdadeiro que haviam sido entregues aos babilônios por causa de seus pecados, mas Deus os trouxera de volta e ordenara que reconstruíssem o Templo. Na esfera da autoridade humana, declararam que Ciro deu ordem, autorizando a reconstrução do Templo, e contribuiu generosamente para o projeto. Em vista dessas informações, o governador solicitou uma busca nos arquivos reais, a fim de verificar se de fato o rei Ciro autorizara a reconstrução. Além disso, pediu ao rei Dario que comunicasse o que deveria ser feito sobre isto.
2. O rei Dario autoriza a continuidade das obras do Templo (Esdras capitulo 6)
Após uma busca nos arquivos do rei, encontraram um decreto de Ciro na antiga capital, em Acmetá (ou Ecbatana, cf. NVI). O decreto era muito mais detalhado que a versão resumida apresentada em Esdras capítulo 1. O documento fornecia especificações para o Templo, junto com uma ordem para que fossem devolvidos todos os utensílios de ouro e de prata capturados por Nabucodonosor (cf. Esdras 6:1-5).
Em seguida, Dario transmitiu ordens a Tatenai e a seus companheiros informando como proceder com os judeus: além de não interromper a obra, deveriam pagar a despesa da reconstrução com o dinheiro dos tributos guardados na tesouraria real. Além disso, deveriam abastecer o serviço do templo segundo a determinação dos sacerdotes (Ed.6:9), a fim de que os judeus voltassem a desfrutar do favor de Deus e, desse modo, suas orações fossem ouvidas quando intercedessem pelo rei e por sua família. Dario também acrescentou que interromper as obras seria considerado crime sujeito à pena de morte e invocou o Senhor para que tomasse providências contra qualquer pessoa, incluindo reis, que tentasse destruir esta Casa de Deus no futuro (cf. Esdras 6:6-12).
As ordens de Dario foram cumpridas com presteza, e os judeus retornaram as obras de reconstrução do Templo. Com o incentivo dos profetas, além dos suprimentos fornecidos por Dario, a obra terminou quatro anos depois (cerca de dezenove de dezembro ou vinte anos após o término da fundação. O rei Artaxerxes reinou depois de Dario e contribuiu para a manutenção do Templo, não para a construção (estudaremos sobre isto na próxima Aula).
“Então, Tatenai, o governador de além do rio, Setar-Bozenai e os seus companheiros assim fizeram apressuradamente, conforme o que decretara o rei Dario. E os anciãos dos judeus iam edificando e prosperando pela profecia do profeta Ageu e de Zacarias, filho de Ido; e edificaram a casa e a aperfeiçoaram conforme o mandado do Deus de Israel, e conforme o mandado de Ciro, e de Dario, e de Artaxerxes, rei da Pérsia. E acabou-se esta casa no dia terceiro do mês de Adar, que era o sexto ano do reinado do rei Dario” (Ed.6:13-15).
3 A Dedicação do Templo (Ed.6:16-22)
16.E os filhos de Israel, e os sacerdotes, e os levitas, e o resto dos filhos do cativeiro fizeram a consagração desta Casa de Deus com alegria.
17.E ofereceram para a consagração desta Casa de Deus cem novilhos, duzentos carneiros, quatrocentos cordeiros e doze cabritos, por expiação do pecado de todo o Israel, segundo o número das tribos de Israel.
18.E puseram os sacerdotes nas suas turmas e os levitas nas suas divisões, para o ministério de Deus, que está em Jerusalém, conforme o escrito do livro de Moisés.
19.E os que vieram do cativeiro celebraram a Páscoa no dia catorze do primeiro mês;
20.porque os sacerdotes e levitas se tinham purificado como se fossem um só homem, e todos estavam limpos; e mataram o cordeiro da Páscoa para todos os filhos do cativeiro, e para seus irmãos, os sacerdotes, e para si mesmos.
Os israelitas e seus líderes celebraram com regozijo a dedicação do Templo. Após anos de fracassos, dificuldades, frustrações e tristezas, finalmente as obras do Templo terminaram. Foi com esse objetivo que voltaram da Babilônia e, se alguns semearam com lágrimas, foi com alegria que colheram. Depois disso, o povo celebrou a “Páscoa e a Festa dos Pães Asmos com regozijo” (Ed.6:22), pois percebeu claramente a mão de Deus por meio dos favores que recebera de Dario.
“E celebraram a Festa dos Pães Asmos os sete dias com alegria, porque o Senhor os tinha alegrado e tinha mudado o coração do rei da Assíria a favor deles, para lhes fortalecer as mãos na obra da Casa de Deus, o Deus de Israel” (Ed.6:22).
O texto se refere a Dario como rei da Assíria porque este passou a governar sobre o antigo Império Assírio.
CONCLUSÃO
Pela graça motivadora de Deus ao seu povo, pela instrumentalidade dos profetas Ageu e Zacarias, o povo foi despertado a reconstruir o Templo, a Casa do Senhor. O Templo construído e o culto verdadeiro praticado era a declaração de que a vida religiosa estava normalizada. Uma nova etapa na vida de Judá tinha começado. No futuro, algo glorioso aconteceria naquele Templo: “A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos Exércitos” (Ag.2:9). O próprio Senhor da glória entraria nessa Casa e daria a ela um novo significado. Seu corpo oferecido na cruz seria o santuário que seria destruído para ser reconstruído pelo poder da ressurreição e, então, o santuário vivo de Deus seria sua Igreja (1Co.6:19). Deus Pai habita na Igreja (Ef.3:19). O Deus Filho habita na Igreja (Ef.1:23). O Espírito Santo habita na Igreja (Ef.5:18). A Trindade excelsa habita em nós (João 14:23). Deus faz morada em nós. A Trindade tem sua morada no cristão. Isso não maravilhosos? Pense nisso!