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MOTIM EM FAMÍLIA

 

 

INTRODUÇÃO - Na continuidade do estudo dos relacionamentos familiares, veremos hoje a necessidade da obediência ao Senhor na vida familiar. - A casuística bíblica é a rebelião de Arão e Miriã contra Moisés.

I – O QUE É MOTIM - Prosseguindo o estudo dos relacionamentos familiares, veremos hoje a necessidade da obediência ao Senhor na vida familiar. - Antes de fazermos a análise do caso bíblico e dele extrair os princípios e diretrizes concernentes a este tema, verifiquemos qual é o papel da obediência ao Senhor na vida familiar. - O título da lição é elucidativo: “motim em família”. O que é um motim? Motim é uma rebelião, um movimento de insubmissão. A palavra vem do francês “mutin”, que significa “insubmisso, rebelde” e que passou a significar “sedição, rebelião, revolta”. - Podemos, pois, entender que o primeiro “motim” ocorrido no Universo foi a rebelião provocada por Satanás, quando uma terça parte dos anjos o seguiu na sua vã tentativa de tomar o lugar de Deus, de assentar acima do Seu trono (Cf. Is.14:12-15. Ez.28:13-19; Ap.12:3,4). - Este movimento de rebelião somente é possível porque o Senhor dotou tanto os anjos quanto os homens de livre-arbítrio, ou seja, a capacidade de escolha entre o bem e o mal, sendo o bem aquilo que é recomendado, aconselhado e querido por Deus e o mal, aquilo que é censurado, desaconselhado e que Deus disse que não quer que seja feito. - Tem-se, pois, um “motim” quando se faz um movimento em desacordo com a vontade divina, quando se age contrariamente aos desígnios do Senhor. - A expressão é comumente usada nas embarcações, no ambiente marítimo, pois as rebeliões feitas nas embarcações contra o comando exigiam, antigamente, muito “movimento”, o deslocamento de pessoas na embarcação para tomar as posições de quem comanda ou está a serviço de quem comanda a nave.- Tem-se, pois, que, num “motim”, há uma mudança de comando, uma modificação de rumo, uma alteração de rumo, rota ou percurso. - A rebelião nada mais é que esta mudança naquilo que é traçado pelo “Supremo Comandante”, uma mudança de rumo, percurso, rota, que leva, como ocorre nas embarcações, a um destino outro que não o previamente planejado por quem estava na condução do navio. - Pois bem, enquanto estamos nesta “peregrinação terrena” (Cf. I Pe.1:17), “navegando no mar desta vida”, e é elucidativo que as águas, notadamente os mares sejam, rotineiramente, figuras das nações existentes na face da Terra no texto bíblico (Cf. Ap.17:15), temos de ter como piloto o Senhor, uma vez que Ele nos quer bem e pode nos levar, seguros, até o destino por Ele querido, que é o de habitarmos com Ele eternamente na Nova Jerusalém, a cidade que nos preparou para desfrutarmos da sempiterna comunhão para a qual o ser humano foi criado (Cf. Ap.21:3). - No entanto, se houver um “motim” ao longo da jornada, se tirarmos o piloto da condução desta embarcação, haverá uma alteração de rumo, percurso e rota e, por conseguinte, não chegaremos àquele porto seguro desejado por Deus para nós e, por nossa própria conta e risco, acabaremos em outro lugar, que é precisamente aquele que foi destinado aos primeiros amotinados, que, como vimos, foi o diabo e seus anjos, que é o lago de fogo e enxofre (Cf. Mt.25:41). - Nesta “peregrinação terrena”, não estamos sós. Não é bom que o homem esteja só (Cf. Gn.2:18) e, por isso mesmo, o Senhor providenciou que o ser humano tivesse a companhia de seus semelhantes nesta jornada, a começar da família, criada precisamente para que o homem não se sentisse solitário. - Nesta “embarcação da vida”, portanto, iniciamos na companhia de nossos pais e, depois, despertados do “sono de Adão”, unimo-nos a alguém do sexo oposto pelos laços do matrimônio, compartilhando com ele da nossa embarcação, onde surgem os frutos do amor conjugal, os filhos, que conosco caminham parte da jornada, até formarem as suas próprias embarcações. - Nesta vida familiar, não pode haver motins, não podemos nos rebelar contra o Senhor, que deve ser o comandante do barco. Aquele que estabelece o plano de navegação, pois só Ele pode nos levar até o destino seguro, que, como vimos, é a morada eterna aonde nos quer levar. - A família é a companhia que temos para chegarmos ao destino querido por Deus a nós. É o lugar primeiro onde desfrutamos não só a comunhão com o próximo, mas também com o próprio Senhor. Adão e Eva conviviam entre si no Éden, mas também tinham a visita diária de Deus na viração do dia (Cf. Gn.3:8), pois a família é o primeiro local onde Deus Se manifesta ao homem. - Na vida familiar, portanto, temos de estar sob a direção de Deus, é Ele o nosso piloto, o nosso comandante, o nosso capitão. Aquele que nos conduzirá até a Canaã celestial. Por isso, é dito que o homem é a cabeça da mulher, mas Cristo, a cabeça do homem e Deus, a cabeça de Cristo (Cf. I Co.11:3). - Devemos ser fiéis a Deus em nossas casas, ou seja, em nossas famílias, como foi Moisés (Cf. Hb.3:2), mas não podemos jamais nos esquecer que quem edifica a casa é o próprio Senhor (Cf. Hb.3:3,6) e esta casa somos nós e a nossa família e, para tanto, como nos ensina o escritor aos hebreus, precisamos conservar firme a confiança e a glória da esperança até o fim (Hb.3:6). - A proposta do Evangelho é a salvação de cada um de nós e, também, de nossa família, como deixou claro o apóstolo Paulo ao pregar a Palavra ao carcereiro de Filipos (At.16:31). - Sob a direção divina, a família é abençoada (Cf. Gn.1:28;). A família é, por assim dizer, o primeiro lugar em que Deus quer abençoar o homem, tanto que a primeira bênção dada ao homem o foi em família, pois o Senhor não abençoou Adão quando o criou, nem tampouco Eva, quando a criou, mas quando ambos já existiam, aí, sim, os abençoou (Gn.1:28) e, de igual modo, no recomeço da Terra, abençoou a Noé e sua família (Gn.9:1). - Além de abençoar, o Senhor, como já dissemos, quis manter uma convivência com a família, encontrando se com o primeiro casal toda viração do dia. A família é o primeiro local de adoração a Deus, o primeiro lugar onde se deve manifestar a presença divina. - Tanto assim é que, após a queda, vamos ver que Adão e Eva ensinaram seus filhos a oferecer sacrifícios a Deus, a adorá-l’O, a cultuá-l’O, o que foi feito por ambos, Caim e Abel, desde o instante em que puderam fazê-lo. E Deus mantinha diálogo com eles. - Diferente não foi na família onde nasceu o próprio Jesus. Vemos como o Senhor tudo dirigiu, a fim de que José e Maria se casassem, apesar da concepção de Jesus, como também sempre os guiou para que não só as profecias se cumprissem, mas fossem eles protegidos da fúria do inimigo. - Deus quer abençoar a família, estar presente com os integrantes da família, a fim de que possa dirigilos sempre. É o “comandante do barco”, que, sendo seguido e obedecido, fará com que todos os integrantes da família cheguem até o destino pretendido: a Nova Jerusalém. - Ao longo da viagem, surgem, sim, tormentas, aparecem, sim, inimigos, mas, quando temos o Senhor no barco, a tempestade passa, os inimigos são repelidos, e, deste modo, chegamos ao porto seguro. - No entanto, se houver motim, se houver rebelião, se tomarmos a direção do barco, se pusermos para fora o comandante e traçarmos nós mesmos os planos e os destinos, não chegaremos ao porto seguro, perderemos a bênção, a companhia e a direção e o fracasso é certo. - Não é porventura o que temos visto e assistido à nossa volta, inclusive entre cristãos que se dizem ser? As rotas e comportamentos traçados por Deus têm sido abandonados. Não há mais a busca da presença de Deus, não se tem mais adoração, nem diálogo com o Senhor. - Não se atendem aos planos traçados pelo Senhor e são construídos outros projetos, outros destinos e o Senhor não é mais ouvido, é deixado à parte como fizeram os discípulos no meio daquela tempestade no mar da Galileia (Mt.8:24; Mc.4:37,38; Lc.8:26). - O resultado disto é que o Senhor Se afasta, nós O pomos fora do barco, como fez o anjo da igreja de Laodiceia (Cf. Ap.3:20) e, como consequência disso, não perdemos o rumo, como também a proteção. Lembremos que, quando os discípulos acordaram Jesus no barco, disseram que estavam a perecer (Cf. Mt.8:25; Mc.4:38; Lc.8:24) e é exatamente a morte que esperam todos os integrantes de uma família que deixa de seguir a Jesus, de ser dirigida por Ele. - Não demorará e a família sucumbirá nas “águas do mar da vida”, deixando de chegar ao porto seguro e atracando no lago de fogo e enxofre, onde somente a aguarda o tormento eterno (Mt.25:46). - Não há outro caminho que a vida familiar deva seguir senão o de buscar a presença de Deus, de obedecer rigorosamente ao Seu comando e aos Seus planos, o que exige uma vida de comunhão com Deus e obediência à Palavra de Deus. - Vejamos que, no chamado “salmo da família” (Sl.128), todo o bem-estar familiar tem como ponto de partida o temor ao Senhor e o andar nos Seus caminhos, ou seja, na observância da Palavra de Deus, na obediência (Sl.128:1).

- O salmista é bem claro ao nos mostrar que a comunhão em família, não só conjugal, mas também com os filhos decorre destas duas atitudes (Sl.128:3) e que daí advém a bênção que, inclusive, se espraia pela sociedade (Sl.128:5,6). - Bem diferente é o caminho de quem prefere o “motim”. Quando nos rebelamos contra Deus, a família toda padece e, por vezes, é destruída. Não foi o que ocorreu com Acã e sua família, ao desobedecerem ao anátema estabelecido por Deus em Jericó (Cf. Js.7:20-26)? - Foi o que ocorreu, igualmente, com as famílias de Datã e Abirão, que ousaram se rebelar contra a liderança instituída por Deus na pessoa de Moisés e que, por causa disso, foram engolidas vivas pela terra (Nm.16:27- 33). - Notemos, aliás, neste episódio que os filhos de Corá não acompanharam seu pai, ao contrário das famílias de Datã e Abirão e por terem permanecido fiéis ao Senhor, não só não pereceram como passaram a criar uma tradição de adoração a Deus que fez com que, séculos depois, fossem os descendentes de Corá um grupo de salmistas, que pessoas que participaram da própria elaboração das Escrituras Sagradas (são da autoria dos filhos de Corá os salmos 42 a 49, 85, 87 e 88). - Saul, também, em virtude de sua rebeldia, levou à destruição de toda a sua família, tendo restado somente Mefibosete, e isto por causa da piedade de Jônatas e de sua submissão à vontade divina quando da escolha de Davi para suceder a Saul (I Cr.10:6,13). - A desobediência a Deus, também, foi a razão pela qual todas as dinastias do reino do norte, o reino das dez tribos, foram igualmente destruídas ao longo da história daquele reino (I Rs.13:33,34; 14:7-14; 15:29; 16:3-7; 21:22; II Rs.10:11; 15:10-12,14,25,30).

II – CASUÍSTICA BÍBLICA: O MOTIM DE ARÃO E MIRIÃ CONTRA MOISÉS - Para falar a respeito do motim em família, nosso comentarista bíblico escolheu a passagem de Números 12, quando Arão e Miriã se levantam contra seu irmão Moisés, aumentando ainda mais a contestação à autoridade deste líder do povo de Deus, em momento delicado por que passava Israel no deserto. - O povo estava há quase dois anos no deserto e se aproximava da Terra Prometida. Era grande a ansiedade para o início da conquista e, quando há ansiedade, tem-se, naturalmente, uma sensação de demora, de que o tempo não passa. - Aproveitando-se de tal circunstância, alguns começaram a se queixar desta demora e do estado de coisas que estavam a passar, caminhando dia e noite no deserto e nunca chegando a Canaã. Esta queixa generalizou-se e isto foi mal aos ouvidos do Senhor que, então, mandou um fogo consumidor, que consumiu os que estavam na última parte do arraial (Nm.11:1). - Tem-se aqui uma eloquente demonstração de que o Senhor não Se agrada da murmuração, das queixas dos homens que refletem uma ingratidão a Deus que a todos dá, todos os dias, o sol e a chuva, as condições para a nossa sobrevivência, independentemente de nossa conduta diante d’Ele (Mt.5:45). - A única coisa pela qual podemos nos queixar são os nossos pecados (Lm.3:39), porque estes, sim, causam-nos mal, pois trazem consequências em virtude da lei da semeadura e se não houver arrependimento, levarnos-ão para a perdição eterna. - Mas, mesmo com o fogo consumidor, o povo não se endireitou. O vulgo que estava entre os israelitas, ou seja, aqueles que saíram junto com os filhos de Israel (Ex.12:38), começaram a ter grande desejo dos alimentos do Egito e acabaram por influenciar todo o povo que passou a ter também este desejo, passando a ser saudade do Egito e, inclusive, a desprezar o maná que o Senhor lhes dava diariamente (Nm.11:4-6).

- Eis o problema de convivermos e termos comunhão com “a mistura de gente”, com os mundanos que estão em nosso meio dizendo-se irmãos, com os quais não devemos sequer comer (I Co.5:11). - Temos aqui já uma lição; não podemos ter comunhão com os “falsos irmãos”, inclusive e em especial, em nossos lares. Devemos evitar a convivência com pessoas que, dizendo-se cristãs, têm mau testemunho, revelam não serem pertencentes ao povo de Deus, mas apenas “um vulgo” que está em nosso meio, mas não faz parte do corpo de Cristo. - Tais pessoas somente irão provocar “o desejo” em nossas famílias, fazê-las desenvolver uma carnalidade, um mundanismo, fazê-las desprezar “as coisas de cima”. Lamentavelmente, muitos lares cristãos estão a se distanciar dos caminhos do Senhor por dar ouvido a este tipo de gente. Tomemos cuidado, amados irmãos! - A murmuração generalizada abalou a estrutura emocional de Moisés. O povo todo passou a chorar e a se lamentar e o líder foi contagiado por esta circunstância, sendo tentado a desistir da tarefa que Deus lhe cometera. - Moisés, então, também se queixou diante de Deus, achando muito pesado o encargo de que fora investido (Nm.11:11-15). Veja, irmão, como é terrível a murmuração. Como diz Emílio Conde (1901-1971): “No mundo murmura-se tanto entre os que cristãos dizem ser, em vez de louvores, há pranto, fraqueza em lugar de poder” (primeira estrofe do hino 302 da Harpa Cristã). A murmuração traz fraqueza espiritual, que contagia a todos quantos a ouvem. - A situação chegou a tal ponto que Moisés pediu a própria morte, e, diante deste estado de coisas, o Senhor, então, mandou que Moisés ajuntasse setenta homens dos anciãos de Israel, pusesse-os perante a tenda da congregação e, então, o Senhor passaria do Espírito que estava em Moisés aos setenta, para que eles, juntamente com o líder, pudessem liderar a Israel (Nm.11:16,17). - Além desta providência para retirar o pesado encargo do governo daquele povo dos ombros de Moisés, o Senhor disse que mandaria carne para o povo, que, durante um mês, haveria de se alimentar de carne (Nm.11:18-20), em que Moisés não acreditou, sendo repreendido por esta incredulidade pelo Senhor (Nm.11:23). - Aconteceu como Deus havia dito. Os setenta anciãos profetizaram uma única vez, para comprovar ao povo que estavam passando a repartir o ônus da liderança com Moisés e o povo começou carne até enjoar. - Entretanto, a murmuração não tinha parado aí o seu prejuízo. Ela também atingiu os dois irmãos de Moisés, Arão e Miriã. A ebulição das queixas e ressentimentos fez ressurgir, entre os dois irmãos do líder, as mágoas e desacertos que havia entre eles e a mulher de Moisés, a cuxita, que não era, como dizem, uma “segunda mulher de Moisés”, mas era a mesma Zípora, com quem Moisés se casara em Midiã. - A lembrança do Egito, feita pelo vulgo, fez renascer nos corações de Arão e Moisés as diferenças que tinha com a mulher de Moisés, mulher de temperamento extremamente difícil, que, inclusive, havia abandonado Moisés e voltado para a casa de seu pai quando Moisés iniciou seu retorno ao Egito onde iria libertar o povo (Ex.4:20-26). - Zípora não tinha sido uma boa escolha de Moisés, que com ela se casou num momento em que estava espiritualmente abalado e fora da direção do Senhor. Agora, quando ia finalmente cumprir o seu papel de libertador, é abandonado pela mulher, justamente porque Deus exigiu que seus filhos fossem circuncidados. - Após a libertação, porém, Jetro, sogro de Moisés, traz de volta a mulher e os filhos para o líder (Ex.18:1-7). Moisés, para poder liderar o povo, tinha que também liderar a sua própria família!

- Arão encontrou-se com Moisés logo após a separação de Zípora (Ex.4:27) e, certamente, desde então nutriu uma opinião não muito agradável da cunhada, até porque recebeu informações a respeito dela por meio de Moisés num momento em que mágoa e ressentimento deveriam ser imensos. - Miriã era a irmã mais velha de Moisés e por ele nutria grande admiração, pois fora ela, inclusive, a grande responsável por Moisés ter sido criado por sua própria mãe Joquebede, o que foi fundamental para incutir nele os valores e princípios divinos, que deram a Moisés a base para que fosse o líder dos filhos de Israel. - Além do mais, Miriã era profetisa (Ex.15:20), ou seja, o Senhor a havia escolhido para que anunciasse a Sua Palavra ao povo, e isto mui provavelmente durante o tempo em que Moisés esteve em Midiã. - Tendo toda esta afeição por Moisés e sendo sua irmã mais velha, natural que também não nutrisse por Zípora simpatia, até porque, ao reencontrar seu irmão, encontrá-lo-á na mesma situação emocional adversa com que se encontrara com Arão. - A erupção de mágoas e ressentimentos quando se tem uma situação de murmuração é uma constante e, então, Arão e Miriã, envolvidos por este clima de fraqueza, acabam por se rebelar contra Moisés. - Arão e Miriã questionaram a liderança de Moisés, entendendo que eles tinham, também, que serem respeitados como autoridade diante do povo. Traziam, assim, entreveros familiares para o trato da própria liderança do povo, procedimento que sempre se deve evitar. - É bem verdade que não se pode conceber uma liderança diante do povo de Deus que não seja uma liderança exemplar no seio de sua família. É requisito para o episcopado, para o ministério que a pessoa saiba bem governar a sua casa, pois quem não o faz logicamente não poderá bem governar a casa de Deus (I Tm.3:4,5). - Entretanto, isto não autoriza, em absoluto, que o exercício da liderança diante do povo de Deus seja um “negócio familiar”, que a família do líder faça valer desta circunstância para intervir e até compartilhar a liderança, como se se tratasse de uma “empresa familiar”. - Arão e Miriã devem ter ficado magoados e ressentidos pelo fato de terem sido excluídos do compartilhamento da liderança de Moisés, não estava Arão entre os setenta anciãos, nem tampouco Miriã, até porque se tratava de uma mulher. - Talvez, quem sabe, tivessem culpado Zípora pelo fato de não terem sido escolhidos entre os setenta, ou, ainda, de terem efetivamente perdido influência diante desta repartição de poder, mas o fato é que quiseram confundir a posição familiar com a posição de liderança e avocar para si um papel que Deus não os tinha dado diante do povo de Israel. - Notemos que Arão era sumo sacerdote, portanto havia recebido de Deus um importantíssimo encargo, mas também se achava no direito de querer opinar quanto ao governo cotidiano do povo e aqui se tem uma eloquente demonstração de que o Senhor nunca quis que, em Israel, o sumo sacerdócio se confundisse com o governo. - Com relação a Miriã, deve ter ela sentido também diminuir sua posição frente ao povo, porquanto era ela a única profetisa além de Moisés e agora setenta anciãos haviam profetizado, perdera ela, assim, a sua “exclusividade”. - Diante de tal quadro, ambos passaram a falar contra Moisés, questionando a liderança do irmão, dizendo que Deus não só havia falado por Moisés, mas também por eles dois, querendo, com isso, Arão dizer que era tanto líder quanto Moisés, por ser o sumo sacerdote e Miriã, por todo o histórico, também dizer que, por ser profetisa, tinha, também, o poder de falar em nome de Deus, como Moisés.

- O grande problema da rebelião está, precisamente, em se pôr no lugar de Deus. O primeiro rebelde, o querubim ungido, o foi precisamente porque ser semelhante ao Altíssimo (Is.14:13,14), não quis ficar na posição que lhe havia sido atribuída pelo Senhor. - Moisés era exatamente o avesso desta condição, tanto que o texto é claro ao dizer que Moisés era o varão mais manso que havia sobre a terra (Nm.12:3) e uma das características da mansidão, notadamente na palavra original hebraica que aqui é utilizada é de submissão, humildade e subserviência. Embora fosse o líder, Moisés estava sempre pronto a obedecer a Deus, tanto que o Senhor o chama de “servo fiel em toda a Minha casa”, ou seja, Moisés era, antes de tudo, um servo e assim será identificado por Deus mesmo após a sua morte (Js.1:1). - Arão e Miriã não se contentaram com a posição que lhes fora dada pelo Senhor e quiseram, assim, derrubar Moisés da sua posição, para poder ocupá-la. A rebelião, quase sempre, está aliada a um sentimento de inveja e de tentativa de prejuízo de alguém. - Em nossa vida familiar, devemos saber qual o papel que o Senhor nos destinou, consoante a Sua Palavra, devendo ser a família um local onde deva sempre prevalecer o princípio da autoridade, até porque a máxima autoridade ali sempre será Deus (I Co.11:3). - Nos dias hodiernos, há uma campanha orquestrada para que se banalize e se despreze o princípio da autoridade, havendo, mesmo, um incentivo e estímulo à rebelião no seio familiar. - A própria legislação, em nosso país, não mais reconhece o pai e marido como o chefe do casal, criando uma direção compartilhada entre marido e mulher que, quando dá em impasse exige a intervenção estatal. - Com relação aos filhos, então, há também um esforço para que sua autoridade seja cada vez mais diminuída, ao mesmo tempo em que o Estado vem assumindo protagonismo crescente na própria educação das crianças e adolescentes. - Tudo isto nada mais é que a operação do “espírito do Anticristo” (I Jo.4:3), do “mistério da injustiça” (II Ts.2:7), que prepara o caminho para o estabelecimento do governo mundial da besta, prestes a tomar o poder. - O texto sagrado diz que Deus ouviu o que Arão e Miriã estavam a falar e, assim como não Se agradou da murmuração anterior do povo e até mesmo de Moisés, também ficou desagradado com o que ouviu. Deus ouve tudo que falamos, amados irmãos! - O Senhor, então, mandou que os três irmãos saíssem à tenda da congregação e se manifestou em uma nuvem, onde reafirmou a liderança de Moisés, inclusive dizendo que seria ele um profeta singular, que boca a boca falaria com o Senhor, enquanto que os demais profetas somente teriam manifestações em visões e sonhos. - O Senhor mostra, assim, toda a Sua soberania. Ele havia escolhido Moisés e para uma posição singular no meio do povo de Israel, singularidade que é tanta que o próprio Cristo será mostrado como sendo “um profeta como Moisés” (Dt.18:18). Deste modo, não poderiam Arão e Miriã questionar a posição de Moisés. - O Senhor, ainda, realçou que Moisés era fiel em toda a casa de Deus, ou seja, havia se portado com fidelidade em todos os momentos em Israel, o que não era o caso de Arão, que já havia falhado no episódio do bezerro de ouro, e de Miriã, que agora falhava. - Quando a nuvem se desviou sobre a tenda, Miriã estava leprosa como a neve, porque havia pecado gravemente, pois a rebelião era pecado de rebelião.

- Mas por que Arão não ficou leproso também? Por que só Miriã? Porque Arão era o sumo sacerdote, sobre ele havia a unção do sacerdócio e, ademais, era ele quem deveria declarar que Miriã estava leprosa. - Com tal gesto, também, o Senhor mostrou que cada um tinha o seu devido lugar, precisamente aquilo que ambos os rebeldes estavam a questionar. - Ademais, Arão, assim que viu Miriã leprosa, pediu perdão, arrependendo-se do que havia feito, enquanto Miriã ficou sem qualquer reação, a indicar que não havia demonstrado arrependimento. Arão não somente se arrependeu como também intercedeu por sua irmã, exercendo, assim, precisamente o seu papel de sumo sacerdote. - Temos aqui que aquele que confessa e deixa alcança misericórdia (Pv.28:13). Deus nunca despreza um coração contrito e quebrantado (Sl.51:17). No episódio do bezerro de ouro, aliás, temos também sinais do arrependimento de Arão e de seu papel intercessório subsequente (Ex.32:22-25). - Moisés, ante este pedido de Arão, clamou ao Senhor pelo restabelecimento da saúde de sua irmã. Vejamos que, por mais afeição que tivesse por Miriã, por maior mal que ela lhe estava a fazer, Moisés não tomou nenhuma atitude pessoal. Ante o pedido de Arão, clama a Deus, deixando ao Senhor a decisão, reconhecendo a soberania divina, não pedindo nem bem nem mal pela sua irmã. Moisés não confundia as coisas, sabia ser o libertador de Israel e o irmão de Miriã. - O Senhor ouve o pedido de Moisés, mas quer mostrar ao povo o grave pecado cometido. Compara a murmuração e motim feito por Miriã ao cuspe no rosto feito pelo pai, gesto que demonstrava que o filho havia desonrado, aviltado a autoridade paterna. Foi exatamente isto que Miriã fez ao questionar a autoridade de Moisés. - Segundo a lei, quem sofresse este gesto, deveria ficar por sete dias envergonhado, separado da sociedade, passando vergonha pela sua rebelião. Por isso, Miriã ficou sete dias separada, como leprosa, de todo o Israel, fechada, ou seja, sem se locomover, quando, então, foi curada por Deus e pôde retornar ao convívio social. - O povo ficou sete dias naquele lugar (Hazerote) até que Miriã sarasse, tempo que Deus deu para o povo meditar sobre a necessidade de obedecer à autoridade e de jamais se rebelar contra a ordem instituída por Deus. - Que não precisemos passar vergonha nem causar um prejuízo para toda a sociedade para aprendermos a mesma lição e cumpramos, cada um, o seu papel em família, sem confundir este papel com os demais encargos que nos forem dados pela sociedade e por Deus, para que não sejamos prejudicados, nem causemos prejuízos a ninguém. Amém!

A QUEDA DA HOMEM – A CAUSA DE TODOS OS MALES


 Texto Base: Gênesis 2:8,9; 15-17; 3:1-19

Gn.2:8,9;15-17

8. E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs ali o homem que tinha formado.

 9. E o SENHOR Deus fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida, e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal.

15. E tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.

16. E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente,

17. mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.

Gn.3:1-19

1. Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?

2. E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,

3. Mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais.

4. Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.

5. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.

6. E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.

 7. Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.

8. E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim.

9. E chamou o SENHOR Deus a Adão e disse-lhe: Onde estás?

10. E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.

 11. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?

 12. Então, disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.

13. E disse o SENHOR Deus à mulher: Por que fizeste isso? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.

14. Então, o SENHOR Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás mais que toda besta e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás e pó comerás todos os dias da tua vida.

15. E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.

16. E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição; com dor terás filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.

17. E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.

18. Espinhos e cardos também te produzirá; e comerás a erva do campo.

19. No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás.

A resposta satisfatória da origem de todo o sofrimento no mundo, da origem do mal, encontra-se nestes textos bíblicos, os quais relatam como o pecado entrou no mundo e como tem produzido consequências trágicas e universais. A queda de Adão e Eva é apresentada, literalmente, na Bíblia, de modo explícito. Não é um relato teórico ou figurativo, mas um relato histórico.

O pecado de Adão foi uma transgressão deliberada ao limite que Deus lhe havia colocado. Pelo texto, percebe-se que o culpado de todo o mal, da morte e das doenças que existem no mundo hoje, é o homem. O apóstolo Paulo corrobora isso: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm.5:12).

O homem deliberadamente pecou contra o seu Criador, e ao pecar, tornou-se escravo do pecado (João 8:34), dominado totalmente por ele (Gn.4:7), sem condição alguma de modificar esta situação.

Entretanto, a história não terminou com esta tragédia. Bem ao contrário, a Bíblia Sagrada nos ensina que, mesmo antes da fundação do mundo, dentro de sua presciência, Deus já havia elaborado um plano para retirar o homem desta situação tão delicada (Ef.1:4; Ap.13:8).

Esse plano, já existente mesmo antes da criação do mundo, foi revelado ao homem no dia mesmo de sua queda, quando o Senhor anunciou que haveria de surgir alguém “da semente da mulher que feriria a cabeça da serpente e tornaria a criar inimizade entre o homem e o mal e, consequentemente, comunhão entre Deus e o homem” (Gn.3:15).

O Plano divino para a salvação da humanidade foi plenamente cumprido no sacrifício inocente, amoroso e vicário de nosso Senhor Jesus Cristo (João 1:29; Gl.4:4,5).

Só Jesus é quem pode dar a Salvação, pois “ em nenhum outro  salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome , dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”(Atos 4:12).

I. O PARAÍSO NO ÉDEN (Gn.2:8-25)

Perceba pelo texto que lemos, no capítulo 2, que, quando Deus fez os Céus e a Terra, e quando Ele criou o sol, a lua, as estrelas, as plantas e as aves, os animais da terra e os animais das águas, nenhum lugar específico tinha sido separado para ser a morada do homem.

Deus dá um intervalo antes de criar o homem e prepara para ele um jardim ou paraíso no Éden. Esse jardim é organizado de uma forma especial. Deus plantou todos os tipos de árvores nesse jardim – árvores agradáveis à vista e de bons frutos. Duas dessas árvores são chamadas pelo nome: A árvore da vida, plantada no meio do jardim; e a árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn.2:9).

O jardim foi preparado de tal forma que um rio que tinha sua nascente no próprio jardim fluía através dele, e dividia-se em quatro braços, a saber, Pisom, Giom, Tigre e Eufrates Gn.2:10-14).  

Veja com mais detalhe a solicitude de Deus pelo homem, sua obra prima:

1. Deus colocou o homem no jardim do Éden (ou paraíso na Terra), um ambiente agradável, protegido e bem regado (Gn.2:8-14).

Nesse paraíso na Terra, Deus deu a Adão trabalho para fazer, a fim de que não se entediasse. Há quem pense que o trabalho é parte da maldição, porém a Bíblia não ensina tal coisa; ensina, sim, que a maldição transformou o trabalho bom em algo infrutuoso e com fadiga (Gn.3:17).

2. Deus proveu a Adão de uma companheira idônea, instituindo assim o matrimônio (Gn.2:21,22).

O propósito primordial do matrimônio é proporcionar companheirismo e ajuda mútua: "Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea [semelhante ou adequada] " (Gn.2:18).

O matrimônio deve ser monógamo, pois Deus criou uma só mulher para o homem; deve ser exclusivista, porque "deixará o varão o seu pai e a sua mãe"; deve ser uma união estreita e indissolúvel: "apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne".

Deus, em sua infinita sabedoria, instituiu o lar para formar um ambiente ideal em que os filhos possam ser criados cabalmente em todos os aspectos: física, social e espiritualmente.

Ensina-se a igualdade e dependência mútua dos sexos – "Nem o varão é sem a mulher, nem a mulher sem o varão, no Senhor" (1Co.11:11). Um não é completo sem o outro.

O comentarista Matthew Henry observa que a mulher não foi formada da cabeça do homem, para que não exerça domínio sobre ele; nem de seus pés, para que não seja pisada; mas de seu lado, para ser igual a ele, e de perto de seu coração, para ser amada por ele.

A mulher deve ser....

- Uma companheira que compartilhe a responsabilida­de de seu marido.

- Reaja com compreensão e amor à natureza dele.

- E colabore com ele para levar a cabo os planos de Deus.

3. Deus concedeu a Adão ampla inteligência, pois ele podia dar nomes a todos os animais (Gn.2:19,20).

Isto demonstra o fato de que tinha poderes de percepção para compreender suas características. O homem sempre foi um ser inteligente.

4. Deus mantinha comunhão com o homem (Gn.3:8). Possivelmente, Deus tomava a forma de um anjo para andar no jardim com o primeiro casal.

A essência da vida eterna consiste em conhecer pessoalmente a Deus (João 17:3), e o privilégio mais glorioso desse conhecimento é desfrutar da comunhão com Ele. “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste”.

5. Deus pôs o casal à prova quanto à árvore da ciência do bem e do mal (Gn.2:16,17).

Para os filhos de Deus as provas são oportunidades de demonstrar-lhe amor, obedecendo a Ele. Também constituem um meio de desenvolver seu caráter e santidade. Adão e Eva foram criados inocentes, porém a santidade é mais do que a inocência: é a pureza mantida na hora da tentação.

Adão recebeu uma dupla tarefa para realizar: cultivar e guardar (preservar) o jardim do Éden. Isto é, ele tinha que cultivar a terra, e assim extrair dela todos os tesouros que Deus tinha reservado para o uso humano; e ele tinha que vigiar a terra, protegê-la contra todo o mal que pudesse ameaçá-la e preservá-la.

Todavia, o homem só poderia cumprir essa missão se ele não quebrasse a conexão que o unia ao Céu, ou seja, somente se ele continuasse a obedecer a Deus. Essa dupla tarefa, como podemos observar, é essencialmente uma só tarefa.

Adão deveria dominar toda a terra, não de forma ociosa e passivamente (isto é: inerte, indiferente), mas através do trabalho de sua mente, de seu coração e de suas mãos. E para que isso fosse possível, ele deveria servir a Deus, que é o seu Criador e Legislador.

Trabalho e descanso, domínio e serviço, vocação terrena e celestial, cultura e culto, são pares que caminham juntos desde o princípio. Eles pertencem e estão contidos na vocação do grande, santo e glorioso propósito do homem.

Todo trabalho que o homem realiza para subjugar a Terra, seja através da agricultura, da pecuária, do comércio, da indústria, da ciência, ou de qualquer outra forma, é o cumprimento de um mandato divino. Mas para que o homem realmente cumpra esse mandato divino ele tem que depender e obedecer à Palavra de Deus.

II. A TENTAÇÃO NO PARAÍSO (Gn.3:1-6)

Como vimos acima, tudo no Jardim era bom, felicidade plena. Mas para que o homem desfrutasse de tudo isso ele precisava demonstrar fidelidade e obediência ao seu Criador.

No Jardim do Éden, Deus colocou a árvore do conhecimento do bem e do mal como forma de testar a obediência do homem. A única razão para não comerem daquele fruto era o fato de Deus assim haver ordenado. De muitas maneiras, tal fruto ainda se encontra em nosso meio nos dias de hoje.

1. O Agente ativo da tentação. Satanás foi permitido por Deus para testar o homem. Ele ia demonstrar que o homem, assim como ele, não era fiel a Deus. E Satanás instigou o primeiro casal a desobedecer à ordem de Deus.

Satanás utilizou uma das suas armas preferidas: a sutiliza. Esta é a marca registrada do diabo (João 8:44). As Escrituras registram ser ele o mais sutil de todos os seres criados por Deus e não há coisa alguma sutil que não esteja, de modo direto ou indireto, relacionado a ele.

Observamos, no relato da queda do primeiro casal, que o diabo surge como uma serpente, ou seja, de forma quase imperceptível, quase sem ser notada, apresentando-se à mulher de repente, de surpresa, num momento em que a mulher não esperava, diríamos que num instante de distração. Ante à distração do primeiro casal, o diabo conseguiu entrar no Jardim para efetuar a sua tarefa destruidora.

A distração, o “cochilo espiritual”, é fatal para a saúde espiritual da Igreja. O caminho da vigilância está relacionado com a meditação diuturna da Palavra de Deus. Quando meditamos nas Escrituras, quando as estudamos ininterruptamente, o adversário não encontra brecha para agir.

Observe os passos que levaram a raça humana a pecar:

a) Satanás instigou dúvida em relação à Palavra de Deus: “É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim? ” (Gn.3:1b).

Eva estava distraída e, por causa disto, o diabo pôde se aproximar dela e iniciar um diálogo com a mulher, lançando-a no campo da dúvida. Diante de tanta amabilidade, Eva aceitou o diálogo, porém, não mostrou firmeza, pois, em sua resposta não correspondeu aquilo que, de fato, Deus havia dito. Nossas dúvidas e inseguranças na Palavra de Deus tornam Satanás mais ardiloso.

b) Eva demonstrou desconhecimento da Palavra de Deus. Eva declarou (falando sobre a árvore do conhecimento do bem e do mal): “... do fruto das árvores do jardim comeremos, mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais” (Gn.3:2,3).

Dá para perceber que a mulher demonstrou desconhecimento da Palavra de Deus. Enquanto a ordem divina era para que não se comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal (cf.Gn.2:16,17), a mulher respondeu à serpente que a ordem era a proibição de comer e tocar na árvore que estava no meio do jardim (Gn.3:3). Vemos aqui, portanto, que a mulher alterou em dois pontos a ordem divina, a saber: árvore da ciência do bem e do mal por árvore que está no meio do jardim; não comereis por não comereis nem tocareis.

c) Satanás contradita o próprio Deus. Em Face do desconhecimento da Palavra de Deus, agora Satanás estava em condições de contraditar o próprio Deus, pois, sentiu que já tinha o controle sobre a mulher.

Mais uma vez, com muita sutileza, lançou dúvidas quanto à veracidade da Palavra do próprio Deus - “... certamente não morrereis”. Uma maneira muito sutil de afirmar que Deus havia mentido. Satanás se atreveu a negar as consequências da desobediência, como fazem até hoje seus seguidores, ao continuarem negando a existência do inferno e a punição eterna.

Satanás deturpou o mandamento do Senhor ao sugerir que Deus ocultava algo benéfico para Adão e Eva.

d) Satanás desperta na mulher a soberba e o desejo de ser como Deus. Não tendo havido nenhuma reação por ter ouvido que a Palavra do Criador não era verdadeira, então Satanás com maior sutileza deu sua cartada final, despertando, agora, a soberba e o desejo de ser como Deus: “Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal” (Gn.3:5).

O humanismo secular tem perpetuado a mentira de Satanás: “você será igual a Deus”. Declare, determine, ouse, afirme. Você é um deus, afirmam os falsos pregadores.

e) A derrocada de Adão e Eva. O diabo mentiu, pôs em descrédito os ditos do Senhor e criou fantasias nas quais o primeiro casal acreditou e que foram a sua derrocada.

Sem qualquer ameaça, sem nenhuma palavra forte, apenas na sutileza, Satanás já estava com a mulher na “palma de sua mão”. Eva se deixou enganar – pensou que seria como Deus. Olhou – “vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos”; Desejou – “... árvore desejável para dar entendimento...”; Tomou – “... tomou-lhe do fruto...”; Comeu - “... comeu...”; Morreu: morte espiritual instantânea e morte física gradativa.

A punição por transgredir o mandamento era a morte - “... no dia em que dela comeres, certamente morrerás”(Gn.2:17).

Uma vez se desprendendo das Escrituras, os homens são iludidos com falsas promessas e fantasias (que as Escrituras denominam de “fábulas”, ou seja, “contos da carochinha” (1Tm.1:4; 4:7; 2Tm.4:4; 2Pd.1:16), falsidades que a seu tempo se revelarão e que, infelizmente, para muitos, significarão a morte eterna.

2. O agente passivo da tentação - “... e deu também a seu marido, e ele comeu com ela” (Gn.3:6).

Eva foi enganada (1Tm.2:14), mas Adão agiu intencionalmente, em rebelião deliberada contra Deus. Eva pecou antes de Adão, e Satanás, por seu turno, pecara muito antes de Eva.

Todavia, o pecado entrou no mundo não através da mulher, nem por intermédio do Diabo. O grande responsável pela introdução da apostasia no mundo foi Adão. É o que esclarece Paulo: "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também morte passou a todos os homens, porque todos pecaram" (Rm.5:12).

III. O JUÍZO DE DEUS (Gn.3:8-19)

Deus havia provido tudo para o bem do homem e havia proibido uma única coisa. Ao ceder à voz de Satanás, o homem escolhia agradar-se a si mesmo, desobedecendo deliberadamente a Deus. Era um ato de egoísmo e rebelião inescusável. Na realidade, era atribuir a si o lugar de Deus.

1. As consequências teológicas da queda:

a) Adão e Eva conheceram pessoalmente o mal: seus olhos "foram abertos". Adão e Eva chegaram a assemelhar-se a Deus, distinguindo entre o bem e o mal, porém, seu conhecimento se diferencia do conhecimento de Deus em que o conhecimento deles foi o da experiência pecaminosa e contaminada. A consciência deles despertou para um sentimento de culpa e vergo­nha.

b) Interrompeu-se a comunhão com Deus, e então fugiram de sua presença. O pecado sempre despoja a alma da pureza e do gozo da comunhão com Deus. Essa é a morte espiritual e cumpre, num sentido mais profundo, a advertência de que o homem morreria no dia em que comesse do fruto proibido (Gn.2:17).

c) A natureza humana corrompeu-se e o homem adquiriu a tendência para pecar. Já não era inocente como uma criança, mas sua mente se havia sujado e ele sentia vergonha de seu corpo.

Outra prova da sua natureza corrompida: ele lançou a culpa sobre sua mulher. Adão chegou a insinuar que Deus era o culpado: "A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi" (Gn.3:12). Isto é uma demonstração clara da natureza decaída do homem.

2. Juízo de Deus. Deus castigou o pecado com dor, sujeição e sofrimento. Um Deus santo não pode passar por alto a rebelião de suas criaturas. Ele é o justo Juiz.

a) Com relação à serpente (Gn.3:14,15) - ”Então, o SENHOR Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás mais que toda besta e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás e pó comerás todos os dias da tua vida” (Gn.3:14). “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn.3:15).

O Senhor Deus amaldiçoou a serpente a viver de modo degradante e em desgraça e derrota. Mesmo no Milênio quando a natureza dos animais for restaurada, ela não será redimida de sua degradação (Is.65:25).

Contudo, Gn.3:15 volta a falar de Satanás. Este versículo é conhecido como protoevangelho, isto é, “o primeiro evangelho”. O texto anuncia a inimizade perpétua entre Satanás e a mulher (que representa toda a humanidade), e entre a descendência de Satanás (seus representantes) e o seu descendente (o descendente da mulher, o Messias).

O descendente da mulher feriria a cabeça de Satanás. Essa ferida foi infligida no Calvário, quando o Salvador triunfou sobre Satanás. Este, por sua vez, feriria o calcanhar do Messias. Essa ferida se refere ao sofrimento (incluindo morte física), mas não à derrota final.

Cristo sofreu na cruz e morreu, mas ressuscitou dentre os mortos, vitorioso sobre o pecado, o inferno e Satanás.

O fato de Cristo ser chamado de descendente da mulher pode aludir a seu nascimento virginal.

Observe a bondade de Deus ao prometer a vinda do Messias antes mesmo de decretar a sentença de juízo condenatório ao homem e a mulher. É a mais gloriosa promessa de redenção, de soerguimento do homem da condenação. Ao invés de lançar apenas juízos inclementes e condenatórios sobre o casal, Deus, o justo Juiz, abriu um espaço para a redenção.

b) Com relação à mulher (Gn.3:16) - E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceição; com dor terás filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará”.

A mulher sofreria dores no parto e estaria sujeita a seu marido. Mas, estar sujeita a seu esposo é maldição? Não deve ter a família uma cabeça? Além do mais, não está aí uma figura da relação entre Cristo e a Igreja? (Ef.5:22,23).

O mal consiste em que a natureza decaída do homem torna-o propenso a abusar de sua autoridade sobre a mulher; do mesmo modo que a autoridade do marido sobre a mulher pode trazer sofrimento, o desejo feminino a respeito de seu esposo pode ser motivo de angústia.

O desejo da mulher não se limita à esfera física, mas abrange todas as suas aspirações de esposa, mãe e dona-de-casa. Se o casamento fracassa, a mulher fica desolada.

c) Com relação ao homem (Gn.3:17-19) - E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos também te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás”.

O homem foi sentenciado a obter alimento de uma terra amaldiçoada com espinhos e cardos. Isto significa que ele teria de trabalhar o resto da vida em fadigas e com suor do rosto até retornar ao pó.

Devemos observar que o trabalho não é uma maldição. Em geral, o trabalho é uma bênção. A maldição está mais ligada à tristeza, à frustração, ao suor e ao cansaço que acompanham o trabalho.

Toda a raça humana e a própria natureza ainda continuam sofrendo como consequência do juízo pronunciado sobre o primeiro pecado. O apóstolo Paulo fala poeticamente de uma criação que "geme e está juntamente com dores de parto até agora" (Rm.8:22).

CONCLUSÃO

Embora a queda tenha acarretada tanta desgraça para o ser humano, nós aprendemos que há uma esperança para o pecador, em Cristo Jesus. Através de Cristo, Deus Pai provê-nos eterna e suficiente redenção, dispensando-nos um tratamento mui especial.

O homem enquanto vive neste mundo, antes da morte física, ele tem a escolha de aceitar ou não o amor de Cristo. Se ele o aceita, estará aceitando ir morar com Cristo, estar ao lado dEle para sempre (João 3:16-21; 14:1-3; 17:24).

A alma daqueles que aceitam a Cristo estarão na luz para sempre; no momento da morte física vão para o paraíso (Lc.23:43), um lugar de gozo espiritual, um lugar de alegria.

O Paraíso é um lugar de espera até o arrebatamento da Igreja, pois neste dia Jesus Cristo virá e todos os mortos que morreram em Cristo ressurgirão num corpo incorruptível, num corpo glorioso (Fp.3:21, 1Co.15:12, 51,52), e daí para frente estarão para sempre junto do Senhor, tanto no reinado de Cristo, no milênio (Ap.3:21 e 20:4), como na eternidade futura na Nova Jerusalém celestial (Ap.21).

A advertência principal de Cristo é: “[...] Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap.2:10).

A TRIUNFANTE PROVIDÊNCIA DE DEUS NA VIDA DE UM HOMEM


 Gênesis 37:9-36:

9. E sonhou ainda outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que ainda sonhei um sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim.

10. E, contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai e disse-lhe: Que sonho é este que sonhaste? Porventura viremos eu, e tua mãe, e teus irmãos a inclinar-nos perante ti em terra?

11. Seus irmãos, pois, o invejavam; seu pai, porém, guardava este negócio no seu coração.

23. E aconteceu que, chegando José a seus irmãos, tiraram a José a sua túnica, a túnica de várias cores que trazia.

24. E tomaram-no e lançaram-no na cova; porém a cova estava vazia, não havia água nela.

25. Depois, assentaram-se a comer pão, e levantaram os olhos, e olharam, e eis que uma companhia de ismaelitas vinha de Gileade; e seus camelos traziam especiarias, e bálsamo, e mirra; e iam levar isso ao Egito.

26. Então, Judá disse aos seus irmãos: Que proveito haverá em que matemos a nosso irmão e escondamos a sua morte?

27. Vinde, e vendamo-lo a estes ismaelitas; e não seja nossa mão sobre ele, porque ele é nosso irmão, nossa carne. E seus irmãos obedeceram.

28. Passando, pois, os mercadores midianitas, tiraram, e alçaram a José da cova, e venderam José por vinte moedas de prata aos ismaelitas, os quais levaram José ao Egito.

29. Tornando, pois, Rúben à cova, eis que José não estava na cova; então, rasgou as suas vestes,

30. e tornou a seus irmãos, e disse: O moço não aparece; e, eu, aonde irei?

31. Então, tomaram a túnica de José, e mataram um cabrito, e tingiram a túnica no sangue.

32. E enviaram a túnica de várias cores, e fizeram levá-la a seu pai, e disseram: Temos achado esta túnica; conhece agora se esta será ou não a túnica de teu filho.

33. E conheceu-a e disse: É a túnica de meu filho; uma besta-fera o comeu, certamente foi despedaçado José.

34. Então, Jacó rasgou as suas vestes, e pôs pano de saco sobre os seus lombos, e lamentou a seu filho muitos dias.

35. E levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas, para o consolarem; recusou, porém, ser consolado e disse: Na verdade, com choro hei de descer ao meu filho até à sepultura. Assim, o chorou seu pai.

36. E os midianitas venderam-no no Egito a Potifar, eunuco de Faraó, capitão da guarda.

Gênesis 50:20,21:

20. Vós bem intentastes mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar em vida a um povo grande.

21. Agora, pois, não temais; eu vos sustentarei a vós e a vossos meninos. Assim, os consolou e falou segundo o coração deles.

Atos 7:9,10:

9. E os patriarcas, movidos de inveja, venderam a José para o Egito; mas Deus era com ele.

10. E livrou-o de todas as suas tribulações e lhe deu graça e sabedoria ante Faraó, rei do Egito, que o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa.

SE DEUS NOS AMA, POR QUE SOFREMOS? POR QUE PESSOAS, CUJOS PÉS SÃO FORMOSOS, TÊM DE PISAR ESTRADAS CRIVADAS DE ESPINHOS, E AQUELES QUE SEMEIAM A VIOLÊNCIA PISAM TAPETES AVELUDADOS?

OS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO ANALISARAM ESTA QUESTÃO E FICARAM MUITAS VEZES ANGUSTIADOS COM O SOFRIMENTO DO JUSTO.

O PROFETA HABACUQUE, NUM DADO MOMENTO DA SUA VIDA, FICOU DESESPERADO AO PERCEBER COMO O JUSTO ERA ESMAGADO, INJUSTIÇADO E PISADO PELO ÍMPIO.

O SALMISTA ASAFE, POR SUA VEZ, NO SALMO 73, ENTRA NUMA CRISE ESPIRITUAL, PORQUE OLHA DE SUA JANELA E VÊ O ÍMPIO PROSPERANDO, TENDO SAÚDE, AMIGOS E ELE, QUE É PIEDOSO, É CASTIGADO CADA MANHÃ, PASSANDO POR LUTAS E PROVAÇÕES AS MAIS AMARGAS.

QUERIDOS IRMÃOS, O FATO DE SERMOS CRISTÃOS NÃO SIGNIFICA QUE TEMOS UMA CARTA DE ALFORRIA OU UM CARTÃO DE IMUNIDADE DAS LUTAS E DAS PROVAÇÕES DA VIDA.

COMO DISSE O REV.HERNANDES DIAS LOPES, CRISTIANISMO NÃO É UMA SALA VIP, CRISTIANISMO NÃO É UM PARQUE DE DIVERSÕES, NEM UMA COLÔNIA DE FÉRIAS. NÓS NÃO TEMOS IMUNIDADES ESPECIAIS; TEMOS, SIM, IMANÊNCIA SOBRENATURAL; TEMOS A PRESENÇA DE JESUS CONOSCO.

A DOUTRINA DA PROVIDÊNCIA DIVINA NOS MOSTRA QUE DEUS É SOBERANO E QUE ELE ESTÁ NO CONTROLE ABSOLUTO DE TODAS AS COISAS.

O PROFETA ISAIAS DIZ: “QUANDO PASSARES PELAS ÁGUAS, EU SEREI CONTIGO; QUANDO, PELOS RIOS, ELES NÃO TE SUBMERGIRÃO; QUANDO PASSARES PELO FOGO, NÃO TE QUEIMARÁS, NEM A CHAMA ARDERÁ EM TI. PORQUE, EU SOU O SENHOR, TEU DEUS, O SANTO DE ISRAEL”(ISAIAS 43:2-3a).

DEUS NÃO É SÁDICO; ELE NÃO TEM PRAZER EM VER SEUS FILHOS SOFRENDO. O SOFRIMENTO EM SI MESMO NÃO É BOM.

QUERO AFIRMAR QUE DEUS NÃO DESPERDIÇA SOFRIMENTO NA VIDA DE SEUS FILHOS.

AS PROVAS PELAS QUAIS PASSAMOS SÃO INEVITÁVEIS, REPENTINAS, INADMINISTRÁVEIS, MAS PEDAGÓGICAS. TODAS ELAS SÃO TRABALHADAS POR DEUS PARA NOSSO BEM FINAL.

NOSSO DEUS AINDA CONTINUA TRANSFORMANDO VALES EM MANANCIAIS, DESERTOS EM POMARES, NOITES ESCURAS EM MANHÃS CHEIAS DE LUZ, VIDAS ESMAGADAS PELO SOFRIMENTO EM TROFÉUS DE SUA GENEROSA GRAÇA.

- DEUS ESTÁ CONOSCO NO VALE DA DOR.

- DEUS ESTÁ CONOSCO NO LEITO DA ENFERMIDADE.

- DEUS ESTÁ CONOSCO NAS AGRURAS, NAS INTEMPÉRIES, NAS VICISSITUDES, NAS TEMPESTADES DA VIDA.

CORROBORA ESSAS VERDADES O ESCRITOR DO SALMO 46:

1. DEUS É O NOSSO REFÚGIO E FORTALEZA, SOCORRO BEM PRESENTE NA ANGÚSTIA.

2. PELO QUE NÃO TEMEREMOS, AINDA QUE A TERRA SE MUDE, E AINDA QUE OS MONTES SE TRANSPORTEM PARA O MEIO DOS MARES.

3. AINDA QUE AS ÁGUAS RUJAM E SE PERTURBEM, AINDA QUE OS MONTES SE ABALEM PELA SUA BRAVEZA.

11. O SENHOR DOS EXÉRCITOS ESTÁ CONOSCO; O DEUS DE JACÓ É O NOSSO REFÚGIO.

O TEXTO BÁSICO DESTA MENSAGEM, FALA-NOS DA VIDA DE JOSÉ, FILHO DE JACÓ. A VIDA DESSE JOVEM É UMA DAS MAIS LINDAS HISTÓRIAS DA BÍBLIA. MILHÕES AO LONGO DA HISTÓRIA FORAM SALVOS COM A HISTÓRIA DESSE JOVEM VALOROSO. SEUS ATOS PREGAM COM MUITA CONTUNDÊNCIA E PENETRAÇÃO COMO DEVE SER O COMPORTAMENTO DE UM VERDADEIRO HOMEM DE DEUS, MESMO QUE TENHA QUE PASSAR POR DOLOROSAS PROVAÇÕES.

JOSÉ TEVE COMO PRINCIPAL META NÃO PERDER A COMUNHÃO COM SEU DEUS, POIS SABIA QUE NO TEMPO CERTO DEUS LHE DARIA A RECOMPENSA PELA SUA FIDELIDADE. ELE FOI UM HOMEM FIEL A SEUS PAIS, A SEUS SUPERIORES E A DEUS. ELE FOI FIEL NA ADVERSIDADE E NA PROSPERIDADE.

SE O TEMPO DOS SEUS PROBLEMAS TIVESSE SIDO DIMINUIDO EM DOIS ANOS (saída da prisão, por exemplo, quando interpretou o sonho do copeiro-mor, o qual esqueceu de José – Gn.40:23), ELE TERIA SIDO APENAS UM SIMPLES EMPREGADO NAS TERRAS DE FARAÓ. CERTAMENTE ELE NÃO TERIA SIDO O QUE FOI: GOVERNADOR DO MAIOR IMPÉRIO DE ENTÃO – “ZAFENATE-PANEÍA” (Gn.41:45).

O TEMPO DE DEUS NÃO É O NOSSO TEMPO. NÃO ADIANTA QUERER QUE DEUS SE ENQUADRE DENTRO DAS LEIS DO IMEDIATISMO HUMANO. ELE É SOBERANO E ESTÁ NO CONTROLE DE TUDO.

JOSÉ PASSOU POR MOMENTOS DIFÍCEIS, MAS VIU DEUS TRANSFORMAR SUAS TRAGÉDIAS EM TRIUNFO.

ELE FOI O MAIS PRÓXIMO TIPO DE CRISTO NA BÍBLIA:

1)    AMADO PELO PAI E INVEJADO PELOS IRMÃOS.

2)    VENDIDO POR VINTE MOEDAS DE PRATA.

3)    DESCEU AO EGITO EM TEMPOS DE PROVA.

4)    PERSEGUIDO INJUSTAMENTE.

5)    ABANDONADO PELO AMIGO.

6)    EXALTADO DEPOIS DA AFLIÇÃO.

7)    SALVADOR DE SEU POVO.

A VIDA DE JOSÉ NOS ENSINA ALGUMAS LIÇÕES PRECIOSAS:

1ª LIÇÃO: A PRESENÇA DE DEUS CONOSCO

DEUS NÃO NOS LIVRA DOS PROBLEMAS, MAS ESTÁ CONOSCO EM MEIO AOS PROBLEMAS

 “..., MAS DEUS ERA COM ELE” (AT.7:9).

MUITOS FORAM OS PROBLEMAS QUE JOSÉ ENFRENTOU, MAS ELE ENFRENTOU-OS COM RESILIÊNCIA. ELE NÃO SE ENVERGOU DIANTE DAS PROVAS. DESTACO AQUI ALGUNS DOS MAIS DRAMÁTICOS PROBLEMAS QUE JOSÉ PASSOU:

- EM PRIMEIRO LUGAR, JOSÉ ENFRENTOU A DOR DO DESPREZO DE SEUS IRMÃOS.

OS SONHOS DE JOSÉ FORAM O PESADELO DE SEUS IRMÃOS. ELES SE ENCHERAM DE ÓDIO PORQUE DEUS ENCHIA O CORAÇÃO DE JOSÉ DE GLORIOSOS SONHOS.

POR SER AMADO DO PAI E VIVER UMA VIDA ÍNTEGRA, SEUS IRMÃOS PASSARAM A TER INVEJA DELE. EM VEZ DE IMITAR AS VIRTUDES DE JOSÉ, SEUS IRMÃOS DESEJARAM DESTRUÍ-LO.

JOSÉ SOFREU A TRAIÇÃO E A CONSPIRAÇÃO DE SEUS IRMÃOS (GN.37:18). JOSÉ SOFREU O DESDÉM DE SEUS IRMÃOS (GN.37:19,25).

..., MAS DEUS ERA COM ELE...

- EM SEGUNDO LUGAR, JOSÉ ENFRENTOU A DOR DO ABANDONO.

JOSÉ FOI JOGADO NO FUNDO DE UM POÇO. SEUS IRMÃOS O ABANDONARAM E O MATARAM NO CORAÇÃO (GN.37:20-22). ELES TAPARAM OS OUVIDOS AO CLAMOR DE JOSÉ QUE ESTAVA NO FUNDO DA COVA (GN.42:21). ELE FOI REJEITADO POR AQUELES QUE MAIS DEVIAM AMÁ-LO.

..., MAS DEUS ERA COM ELE...

- EM TERCEIRO LUGAR, JOSÉ ENFRENTOU A DOR DE SENTIR-SE UM OBJETO DESCARTÁVEL.

JOSÉ FOI VENDIDO COMO ESCRAVO PELOS SEUS PRÓPRIOS IRMÃOS (GN.37:27-28). ELE FOI TRATADO COMO MERCADORIA DESCARTÁVEL. ELE FOI ARRANCADO BRUTALMENTE DE SEU LAR, DOS BRAÇOS DE SEU PAI, DE SUA TERRA.

SUA VIDA FOI ARRASADA, SUA DIGNIDADE FOI PISADA. JOSÉ FOI VÍTIMA DA MENTIRA CRIMINOSA DE SEUS IRMÃOS QUE LEVOU JACÓ A DESISTIR DE PROCURÁ-LO (GN.37:31,34).

..., MAS DEUS ERA COM ELE...

- EM QUARTO LUGAR, JOSÉ ENFRENTOU A DOR DE VIVER SEM IDENTIDADE.

VENDIDO COMO ESCRAVO PARA UM PAÍS ESTRANGEIRO, ELE SENTIU-SE MENOS DO QUE GENTE; SENTIU-SE UM OBJETO, UMA MERCADORIA. SE NÃO FOSSEM SEUS SONHOS, FICARIA MARCADO PARA O RESTO DA VIDA.

JOSÉ FOI PARA O EGITO SEM NOME, SEM HONRA, SEM DIGNIDADE PESSOAL, SEM DIREITOS, SEM RAÍZES.

NO EGITO, É REVENDIDO, É COLOCADO NO BALCÃO, NA VITRINA. ELE AGORA É APENAS MÃO-DE-OBRA, MÁQUINA DE SERVIÇO, MERCADORIA HUMANA.

..., MAS DEUS ERA COM ELE...

- EM QUINTO LUGAR, JOSÉ ENFRENTOU A DOR DO ASSÉDIO SEXUAL. CREIO QUE ESSA FOI A MAIOR PROVA.

JOSÉ PODERIA ENUMERAR VÁRIAS RAZÕES PARA JUSTIFICAR SUA QUEDA MORAL COM A MULHER DE POTIFAR.

PRIMEIRO, ELE ERA FORTE E BONITO (GN.39:6). JOSÉ ERA UM MOÇO DOTADO DE CARACTERÍSTICAS ATRAENTES. O TEXTO BÍBLICO DIZ QUE JOSÉ ERA FORMOSO DE PORTE E DE APARÊNCIA.

ELE ERA UM JOVEM BELO, INTELIGENTE, MEIGO E LÍDER. POR ISSO, "A MULHER |...] PÔS OS OLHOS EM JOSÉ" (GN.39:7). ELE ERA BELO POR FORA E POR DENTRO.

SUA PERSONALIDADE CARISMÁTICA, SEU CARÁTER SEM MÁCULA E SUA BELEZA FÍSICA FIZERAM DELE O ALVO PREDILETO DA COBIÇA DA MULHER DE SEU PATRÃO.

SEGUNDO, ELE ESTAVA LONGE DA FAMÍLIA (GN.39:1). NÃO TINHA NINGUÉM POR PERTO PARA VIGIÁ-LO.

ELE JÁ SOFRERA COM A TRAIÇÃO DOS IRMÃOS, O PAI NÃO ESTAVA POR PERTO PARA COBRAR NADA E NINGUÉM O CONHECIA PARA SE ESCANDALIZAR COM SUAS DECISÕES. PORÉM, SUA FIDELIDADE NÃO TINHA QUE VER COM POPULARIDADE OU COM REPUTAÇÃO SOCIAL. SEUS VALORES ESTAVAM PLANTADOS EM SOLO FIRME. SEU COMPROMISSO ERA COM DEUS E CONSIGO MESMO.

TERCEIRO, ELE ERA ESCRAVO (GN.39:1). AFINAL DE CONTAS ERA SUA PRÓPRIA PATROA QUE O SEDUZIA. ELE PODIA PENSAR QUE NÃO TINHA NADA A PERDER E, AINDA, UM ESCRAVO SÓ TEM QUE OBEDECER.

ENTRETANTO, JOSÉ ENTENDEU QUE POTIFAR LHE HAVIA CONFIADO TUDO EM SUA CASA, MENOS SUA MULHER. JOSÉ SABIA QUE A TRAIÇÃO CONJUGAL É UMA FACADA NAS COSTAS, UMA DESLEALDADE QUE ABRE FERIDAS INCURÁVEIS.

ELE ESTAVA PRONTO A PERDER SUA LIBERDADE, MAS NÃO A SUA CONSCIÊNCIA PURA. ESTAVA PRONTO A MORRER, MAS NÃO A PECAR.

QUARTO, ELE FOI TENTADO DIARIAMENTE (GN.39:7,10). FOI A MULHER QUE LHE DIZIA TODOS OS DIAS: "DEITA-TE COMIGO".

ELE PODERIA TER RACIONALIZADO E DITO PARA SI MESMO: "SE EU NÃO FOR PARA A CAMA COM ELA, PERCO O EMPREGO E AINDA POSSO SER PRESO". MAS JOSÉ NÃO CEDEU À TENTAÇÃO. ELE AGIU DE FORMA DIFERENTE DE SANSÃO, QUE NÃO RESISTIU À TENTAÇÃO E NAUFRAGOU NO ABISMO DO PECADO.

JOSÉ NÃO ABRIU ESPAÇO EM SEU CORAÇÃO PARA FLERTAR COM O PECADO. ELE NÃO FICOU PAQUERANDO O PECADO, ACARICIANDO-O NO CORAÇÃO. SUA ATITUDE FOI FIRME A DESPEITO DA INSISTÊNCIA DA MULHER DE SEU PATRÃO.

QUINTOELE FOI AGARRADO (GN.39:11,12). ELE PODIA DIZER: "EU FIZ O QUE ESTAVA A MEU ALCANCE. SE EU NÃO CEDESSE, O ESCÂNDALO SERIA MAIOR".

JOSÉ PREFERIU ESTAR NA PRISÃO, COM A CONSCIÊNCIA LIMPA, A ESTAR EM LIBERDADE NA CAMA DA MULHER COM A CONSCIÊNCIA CULPADA. ELE PERDEU A LIBERDADE, MAS NÃO A DIGNIDADE.

JOSÉ MANTEVE-SE FIRME POR ENTENDER A PRESENÇA DE DEUS EM SUA VIDA (GN.39:2,3); POR ENTENDER A BÊNÇÃO DE DEUS EM SUA VIDA (GN.39:5); TAMBÉM POR ENTENDER QUE O ADULTÉRIO É MALDADE CONTRA O CÔNJUGE TRAÍDO (GN.39:9) E UM GRAVE PECADO CONTRA DEUS (GN.39:9).

EM RELAÇÃO ÀS PAIXÕES CARNAIS, O SEGREDO DA VITÓRIA NÃO É RESISTIR, MAS FUGIR. JOSÉ FUGIU. E, MESMO INDO PARA A PRISÃO, ESCAPOU DA MAIOR DE TODAS AS PRISÕES: A PRISÃO DA CULPA E DO PECADO.

A TENTAÇÃO FOI TERRÍVEL, DESCOMUNAL, "..., MAS DEUS ERA COM ELE".

A PRESENÇA DE DEUS É REAL, EMBORA NÃO VISTA.

A PRESENÇA DE DEUS É CONSTANTE, EMBORA NEM SEMPRE SENTIDA.

A PRESENÇA DE DEUS É RESTAURADORA, EMBORA NEM SEMPRE RECONHECIDA.

DEUS JAMAIS DESAMPARA OS QUE CONFIAM NELE. ELE NÃO NOS POUPA DOS PROBLEMAS, MAS CAMINHA CONOSCO EM MEIO AOS PROBLEMAS.

QUANDO PASSAMOS PELO VALE DA SOMBRA DA MORTE, ELE VAI CONOSCO. QUANDO PASSAMOS PELAS ONDAS, RIOS, FOGO, ELE VAI CONOSCO.

QUANDO OS AMIGOS DE DANIEL ESTAVAM NA FORNALHA, O QUARTO HOMEM ESTAVA COM ELES.

QUANDO DANIEL FOI COLOCADO INJUSTAMENTE NA COVA DOS LEÕES, DEUS HONROU A SUA FÉ E FECOU A BOCA DOS LEÕES.

O APÓSTOLO PAULO, PASSOU POR MOMENTOS DIFICEIS NO NAVIO QUE O LEVAVA A ROMA. TEMPESTADES INCONTROLÁVEIS E INADMINSITRAVEIS FORAM DE ENCONTRO AO BARCO. CHEGOU ATÉ A PERDER A ESPRANÇA DE SE SALVAR (At.27:20), MAS UM ANJO LHE APARECE E DISSE QUE NINGUÉM SE PERDERIA.

IRMÃOS, JESUS PROMETEU ESTAR CONOSCO SEMPRE, TODOS OS DIAS DE NOSSA VIDA, ATÉ A CONSUMAÇÃO DOS SÉCULOS. PORTANTO NÃO TENHA MEDO, TENHA FÉ, TENHA ESPERANÇA.

2ª LIÇÃO: A INTERVENÇÃO DE DEUS POR NÓS

DEUS NÃO NOS LIVRA DE SERMOS HUMILHADOS, MAS NOS EXALTA EM TEMPO OPORTUNO.

“E LIVROU-O DE TODAS AS SUAS TRIBULAÇÕES E LHE DEU GRAÇA E SABEDORIA ANTE FARAÓ, REI DO EGITO, QUE O CONSTITUIU GOVERNADOR SOBRE O EGITO E TODA A SUA CASA” (AT.7:10)

DEUS EXALTOU JOSÉ DEPOIS DA HUMILHAÇÃO E DO SOFRIMENTO. PODEMOS VERIFICAR ESSA AÇÃO DE DEUS NA VIDA DE JOSÉ DE TRES FORMAS:

- A PRIMEIRA AÇÃO: DEUS O LIVROU DE TODAS SUAS AFLIÇÕES. VIDA CRISTÃ NÃO É AUSÊNCIA DE AFLIÇÃO, MAS LIVRAMENTO NAS AFLIÇÕES.

DEPOIS DA TEMPESTADE, VEM A BONANÇA. DEPOIS DO CHORO, VEM A ALEGRIA. DEPOIS DO VALE, VEM O MONTE. DEPOIS DO DESERTO, VEM A TERRA PROMETIDA.

ASSIM COMO DEUS LIVROU JOSÉ DE TODAS AS SUAS AFLIÇÕES, ELE É PODEROSO PARA ENXUGAR NOSSAS LÁGRIMAS, PARA ALIVIAR NOSSO FARDO, PARA ACALMAR AS TEMPESTADES DO NOSSO CORAÇÃO, PARA TRAZER BONANÇA PARA NOSSA VIDA E NOS DAR UM TEMPO DE REFRIGÉRIO.

- A SEGUNDA AÇÃO: DEUS LHE DEU GRAÇA E SABEDORIA:

·         PARA ENTENDER O QUE NINGUÉM ENTENDIA.

·         PARA VER O QUE NINGUÉM VIA.

·         PARA DISCERNIR O QUE NINGUÉM COMPREENDIA.

·         PARA TRAZER SOLUÇÕES A PROBLEMAS QUE NINGUÉM PREVIA.

O FUTURO DO EGITO E DO MUNDO FOI REVELADO A JOSÉ POR MEIO DO SONHO DO FARAÓ. EM JOSÉ, HAVIA O ESPÍRITO DE DEUS.

POR MEIO DA PALAVRA DE JOSÉ, O MUNDO NÃO ENTROU EM COLAPSO.

PELO EXPEDIENTE DE JOSÉ, A CRISE QUE PODERIA DESABAR SOBRE O EGITO E SOBRE AS NAÇÕES VIZINHAS, FOI TRANSFORMADA EM OPORTUNIDADE PARA DEUS CUMPRIR SEUS GLORIOSOS PROPÓSITOS NA VIDA DE SEU POVO.

- A TERCEIRA AÇÃO: DEUS O GALARDOU E O FEZ INSTRUMENTO DE BÊNÇÃO PARA OS OUTROS.

DEUS USOU SEUS IRMÃOS PARA COLOCÁ-LO NO CAMINHO DA PROVIDÊNCIA E USOU JOSÉ PARA SALVAR A VIDA DE SEUS IRMÃOS.

TODAS AS COISAS COOPERAM PARA O BEM DAQUELES QUE AMAM A DEUS. JOSÉ FOI O INSTRUMENTO QUE DEUS LEVANTOU PARA SALVAR O MUNDO DA FOME E DA MORTE.

3ª LIÇÃO: A GRAÇA DE DEUS POR MEIO DE NÓS

DEUS NÃO NOS POUPA DE SOFRERMOS INJUSTIÇAS, MAS NOS DÁ PODER PARA TRIUNFARMOS SOBRE ELAS POR MEIO DO PERDÃO.

“AGORA, POIS, NÃO TEMAIS; EU VOS SUSTENTAREI A VÓS E A VOSSOS MENINOS. ASSIM, OS CONSOLOU E FALOU SEGUNDO O CORAÇÃO DELES” (GN.50:21); VER ATOS 7:11-16)

JOSÉ DECIDIU PERDOAR SEUS IRMÃOS, EM VEZ DE BUSCAR A VINGANÇA. JOSÉ RESOLVEU PAGAR O MAL COM O BEM.

PERDOAR É RESTAURAR, É CANCELAR A DÍVIDA, E NÃO COBRAR MAIS. É DEIXAR O OUTRO LIVRE E FICAR LIVRE. É OFERECER AO OFENSOR O SEU MELHOR. O PERDÃO OFERECE CURA PARA OS OFENSORES E OFENDIDOS.

JOSÉ DEU VÁRIAS PROVAS DE SEU PERDÃO:

- PRIMEIRO, DEU O NOME DE MANASSES AO SEU PRIMEIRO FILHO (GN.41:51) - "DEUS ME FEZ ESQUECER DE TODO O MEU TRABALHO, E DE TODA A CASA DE MEU PAI".

O NOME MANASSES SIGNIFICA "PERDÃO". JOSÉ ESTAVA APAGANDO DE SUA MEMÓRIA TODO O REGISTRO DE MÁGOA E RESSENTIMENTO. ELE QUERIA CELEBRAR O PERDÃO.

- SEGUNDO, DEU A MELHOR TERRA DO EGITO A SEUS IRMÃOS (GN.45:18,20).

O AMOR QUE PERDOA É GENEROSO. ELE PAGA O MAL COM O BEM. ELE BUSCA OS MEIOS E AS FORMAS PARA ABENÇOAR AQUELES QUE UM DIA LHE ABRIRAM FERIDAS NA ALMA.

- TERCEIRO, SUSTENTOU SEUS IRMÃOS E SEU PAI (GN.47:11,12).

SEU PERDÃO NÃO FOI APENAS UMA DECISÃO EMOCIONAL REGADA DE PALAVRAS PIEDOSAS, MAS UM ATO DELIBERADO E CONTÍNUO QUE DESAGUOU EM ATITUDES PRÁTICAS. ELE NÃO APENAS ZEROU A CONTA DO PASSADO, MAS FEZ NOVOS INVESTIMENTOS PARA O FUTURO.

- QUARTO, PAGOU O MAL COM O BEM (GN.50:19-21).

ELE OLHOU PARA A VIDA COM OS OLHOS DE DEUS E PERCEBEU QUE O ATO INJUSTO DOS IRMÃOS, EMBORA TENHA SIDO PRATICADO COM MOTIVAÇÕES ERRADAS, FOI USADO POR DEUS PARA A SALVAÇÃO DE SUA FAMÍLIA. AGORA, TENDO PODER PARA RETALIAR, USA ESSE PODER PARA ABENÇOAR.

CONCLUSÃO

O SOFRIMENTO DE JOSÉ NÃO FOI UM ACIDENTE, MAS UMA AGENDA DE DEUS NA VIDA DELE. DEUS TRABALHOU EM JOSÉ ANTES DE TRABALHAR POR MEIO DELE. 

FIRMADO NUMA FÉ E NUMA ESPERANÇA INABALÁVEL DE QUE DEUS ESTAVA NO CONTROLE DE TODAS AS COISAS, JOSÉ JAMAIS DEIXOU SEU CORAÇÃO TURBAR-SE DIANTE DAS ADVERSIDADES.

JOSÉ JAMAIS ABANDONOU SUAS CONVICÇÕES, OU SEU COMPROMISSO, POR QUE SOFRIA INJUSTIÇAS. ELE MANTEVE-SE FIRME, APESAR DAS CIRCUNSTÂNCIAS.

OS SONHOS DE JOSÉ ERAM OS SONHOS DE DEUS. MAS OS SEUS SONHOS NÃO O CONDUZIRAM POR CAMINHOS FÁCEIS, MAS POR VEREDAS CRIVADAS DE ESPINHOS. ELE NÃO FOI APLAUDIDO AO COMPARTILHAR SEUS SONHOS, MAS ODIADO E PERSEGUIDO.

APÓS SER VENDIDO COMO ESCRAVO PELOS SEUS IRMÃOS, JOSÉ ESPEROU TREZE ANOS ATÉ QUE SEUS SONHOS SE TORNASSEM REALIDADE.

INICIALMENTE, SEUS SONHOS NÃO O LEVARAM AO PÓDIO, MAS Á CISTERNA. SEUS SONHOS NÃO O FIZERAM UM VENCEDOR, MAS UM ESCRAVO. SEUS SONHOS NÃO O LEVARAM DE IMEDIATO AO TRONO, MAS Á PRISÃO.

PORÉM, JOSÉ SOUBE ESPERAR PACIENTEMENTE O TEMPO DE DEUS. ELE COMPREENDIA QUE DEUS ERA O SENHOR DE SEUS SONHOS, POR ISSO, AGUARDOU COM PACIÊNCIA O CUMPRIMENTO DA PROMESSA.

DEPOIS DO CHORO, VEM A ALEGRIA. DEPOIS DAS LÁGRIMAS, VEM O CONSOLO. DEPOIS DO DESERTO, VEM A TERRA PROMETIDA. DEPOIS DA HUMILHAÇÃO, VEM A EXALTAÇÃO. DEPOIS DA CRUZ, VEM A COROA. DEPOIS DA PRISÃO, VEM O TRONO.

JOSÉ CONFIOU EM DEUS, E SEUS SONHOS FORAM REALIZADOS.

NÃO ERAM SEUS IRMÃOS NEM MESMO POTIFAR OS PROTAGONISTAS NA VIDA DE JOSÉ, MAS O DEUS ETERNO.

SAIBA QUE DEUS TEM GRANDES PROPÓSITOS PARA A NOSSA VIDA E POR INTERMÉDIO DE NOSSA VIDA.

DEUS AINDA ESTÁ ESCREVENDO A SUA HISTÓRIA E A MINHA, E O ÚLTIMO CAPÍTULO AINDA NÃO LHE FOI REVELADO. COISAS MELHORES ESTÃO POR VIR. O MELHOR ESTÁ POR VIR!

DEUS OS ABENÇOE SOBREMANEIRA!