Objetivo: Mostrar que o temor ao Senhor, em piedade, é o princípio da sabedoria por meio da qual, podemos seguir o exemplo de José.
INTRODUÇÃO: O temor ao Senhor e um tema recorrente na Bíblia, enfocado nos livros poéticos (Jó. 28.28; Sl. 2.11; 86.11; 111.10; Pv. 2.5; 8.13; 9.10; 10.27; 14.27; 15.16; 15.33; 16.6; 19.23; 22.4; 23.17; Ec. 3.14). Em relação à piedade, os escritos paulinos são contundente no sentido de que esta seja uma marca no exercício pastoral (I Tm. 2.2; 4.7,8; 6.6,11). Estudaremos a respeito dessas virtudes, ressaltadas na vida de José, um exemplo de liderança piedosa e temente a Deus.
1. DEFINIÇÃO DE TERMOS: A palavra “temor”, no hebraico, é “iare” tem a ver com a reverência com que o homem se apresenta perante Deus (Dt. 10.12-13) e faz paralelo com a obediência aos Seus mandamentos (Dt. 5.29), a andar no caminho de Deus (Dt. 8.6), fazendo o que Ele ordena (Dt. 6.24) e ouvindo a Sua voz (Dt. 13.4). Em Pv. 1.7., entre outras passagens, esse temor é apresentado como algo positivo que pode ser transformado em adoração quando direcionado a Deus. No Novo Testamento, trata do respeito que se tem a Deus, como no caso de Cornélio (At. 10.2,22). Esse tipo de temor é ensinado no NT (Cl. 3.22; I Pe. 2.17; Ap. 11.18; 14.7; 15.4; 19.5). No que tange á piedade, a palavra grega é “eusebeia”, que pode ser traduzida por reverência, respeito e/ou espiritualidade. A referência de I Tm. 4.7,8 aponta para uma prática contínua e disciplinada da piedade, não como os falsos mestres (I Tm. 4.3,8), mas para o bom testemunho (I tm. 6.11,12).
2. JOSÉ, UM HOMEM NO PROPÓSITO DE DEUS: O nome José, significa, em sua origem hebraica, “Ele (Jeová) acrescenta”. O José a que nos referimos, e que serve de lição para nós, foi o filho do patriarca Jacó e de Raquel, que nasceu em Padã-arã (Gn. 28.2; 30.22-24). Por ser o filho predileto de seu pai, acabou sendo odiado pelos seus irmãos (Gn. 37.3,4). Por causa desse ódio, acrescentado por causa dos seus sonhos (Gn. 37.5-7), foi vendido pelos seus irmãos e levado para o Egito, tendo sido comprado por Potifar (Gn. 37.36). Ao ser tentado pela esposa do seu patrão, resistiu (Gn. 39.7-12). Tal atitude o levou à prisão (Gn. 39.19-23), ali, interpretou os sonhos do padeiro e do copeiro do Faraó. Anos depois, interpretaria os sonhos do próprio Faraó (Gn. 41.25-32), o que lhe rendeu participação no governo do Egito (Gn. 41.43). No período da fome na terra de Canaã, seus irmãos partiram em busca de comida no Egito (Gn. 42.6). Após algumas provas, ele se fez conhecer a seus irmãos (Gn. 45.1-28). Reconhecendo que tudo o que havia acontecido havia sido providência de Deus, chamou seu pai e seus irmão para viverem com ele no Egito (Gn. 46.5).
3. LIÇÕES A PARTIR DO CARÁTER DE JOSÉ: A vida de José, em especial a forma como ele trata as adversidades, nos deixam lições preciosas à constituição do caráter cristão. Primeiro, em relação à tentação, vemos que: 1) elas podem ser vencidas, pois o Senhor está conosco, (Gn. 39.2), e não há tentação que não sejamos capazes de superar, pois, com Deus, podemos ter escape (I Co. 10.13); 2) para vencer a tentação, precisamos estar ciente de quem somos (Gn. 39.1), filhos de Deus, é um grande privilégio, e uma razão para não pecar (I Jo. 3.1); 3) além da razão ética para não pecarmos, isto é, não querer magoar o próximo, vitimar alguém com a prática pecaminosa, no caso de José, Potifar (Gn. 39.8), temos, também, razões espirituais, pois tememos a Deus, pois o pecado nos priva do relacionamento com Ele (Gn. 39.9); 4) Mas se tudo isso não for bastante, e formos postos em condição de ameaça de pecar, o melhor é seguir o exemplo de José, e fugir (v. 12), fazendo eco à recomendação de Paulo a Timóteo (II Tm. 2.2). A vida de José também nos oferece ensino sobre como devemos enfrentar as provações: 1) ter consciência de que não estamos sós, Deus está conosco, mesmo em meio às adversidades (Gn. 39.21,22), Ele não nos esqueceu (Gn. 40.1-3), ainda que os homens nos esqueçam (v. 14,15); 2) quando sairmos da dificuldade, devemos estar cientes de que não devemos nos achar maiores do que quem quer que seja, pois estamos cumprindo o projeto de Deus (Gn. 50.20); portanto, 3) não devamos nos envergonhar em mostrar emoção (v. 2), empatia (v. 4), alegria (v. 5) e senso de propósito (v. 5-8); 4) nossa fé deva estar além das circunstâncias, pois, como Paulo, José soube enfrentar tanto a escassez quanto à abundância (Fp. 4.11-14).
CONCLUSÃO: Em nossa vida, estamos sujeitos a passar por tentações, provações e adversidades, elas, de algum modo, servem para moldar o caráter cristão. Diante dos momentos difíceis da vida, precisar agir com sabedoria e serenidade, dependendo do auxílio divino. Se aprendermos a viver nessa dependência, poderemos confiar em Deus, certos de que Ele está no controle de tudo, sendo capaz de transformar as próprias adversidades em benção (Gn. 50.20). Como bem expressa Paulo, em Rm. 8.28, “sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. PENSE NISSO!