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JESUS, O HOLOCAUSTO PERFEITO

Texto Áureo: Hb. 10.10  – Leitura Bíblica: Lv. 1.1-9

INTRODUÇÃO
Na aula de hoje, estudaremos a respeito de Jesus, o holocausto perfeito. Destacaremos, a princípio, as limitações do holocausto levítico, em seguida apontáramos o caráter do holocausto perfeito, que se deu em Cristo, o cordeiro de Deus.  Por causa desse sacrifício perfeito, identificaremos com base na Epístola aos Hebreus, as implicações éticas para o viver cristão, considerando que, assim como Ele se sacrificou por nós, devemos entregar-nos incondicionalmente a Ele.

1. AS LIMITAÇÕES DO HOLOCAUSTO LEVÍTICO
Os sacrifícios levíticos eram limitados, isso porque aqueles não passavam de “sombra dos bens futuros” (Hb. 10.1). Jesus é a realidade daquilo que era para os sacerdotes levitas apenas sombras, “não era a imagem exata das coisas”. A Antiga Aliança serviu para preparar os corações dos homens para a realidade. Os próprios rituais de sacrifício na Antiga Aliança não cumpriam com eficácia a condição da consciência do pecado. Por isso, precisavam ser repetidos continuamente, porque era “impossível que o sangue dos touros e os bodes tire pecados” (Hb. 10.4). Eles eram apenas temporários, e apontavam para um sacrifício perfeito, que seria realizado no futuro, pelo Senhor e Salvador Jesus Cristo. O autor da Epístola recorre ao Salmo 40, a fim de ressaltar a obediência do filho de Deus, como condição para tal salvação. Nesse contexto, confiar na Antiga Aliança seria perpetuar a condição de pecado, bem como uma consciência angustiada pela culpa. De modo que Cristo não apenas retira o pecado, mas também favorece o pecador, dando-lhe uma mente tranquila, por causa do perdão conferido.

2. A SUFICIÊNCIA DO HOLOCAUSTO DE JESUS
Não é mais necessária a repetição de sacrifícios, seguindo os moldes da Antiga Aliança, pois a oblação de Jesus foi “feita uma vez” (Hb. 10.10). Esse sacrifício, em virtude da sua perfeição, é capaz de justificar o pecador, e não precisa mais ser continuado “cada dia” (Hb. 10.11). Jesus ofereceu “um único sacrifício”, que é eternamente eficaz (Hb. 10.12), enquanto que o sumo-sacerdote levítico adentrava aos Santos dos santos, uma vez por ano, por ocasião da expiação. Cristo está agora “assentado para sempre à destra de Deus” (Hb. 10.12), e por esse motivo, chegará o dia em que Ele será adorado por todos, até que “seus inimigos sejam postos por escabelo dos seus pés” (Hb. 10.13). E por causa desse sacrifício, podemos ter segurança de que somos alcançados pela graça de Deus. E mais que isso, que “nenhuma condenação há para aqueles que estão em Cristo Jesus” (Rm. 8.35). Isso nos coloca debaixo de outra condição, pois por meio do sacrifício de Cristo, desfrutamos de uma Nova Aliança, anteriormente profetizada por Jeremias, ao declarar que chegaria o dia no qual Deus faria uma nova aliança com o ser humano (Jr. 31.33). Como essa é uma nova realidade, os sacrifícios levíticos se tornaram obsoletos, e não faz sentido mais retornar a eles (Hb. 10.18).

3. IMPLICAÇÕES DO HOLOCAUSTO DE JESUS
Por causa da perfeição e suficiência do sacrifício de Jesus, o cristão pode agora ter “ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus” (Hb. 10.19). O termo ousadia nada tem a ver com irreverência, trata-se de uma concessão nos dada graciosamente por Deus, através do sangue de Jesus, para que possamos nos aproximar dEle. Essa aproximação é referida pelo autor da Epístola como um “novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne” (Hb. 10.20). Jesus é o próprio Caminho, bem como a Verdade e a Vida, ninguém vai ao Pai, a não ser por intermédio dEle (Jo. 14.6). Esse é um Caminho Vivo porque Ele não é um sacrifício morto, antes ressuscitou de entre os mortos, estando vivo para sempre. E por causa dele, podemos nos achegar com “verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo o coração purificado da má consciência” (Hb. 10.20). Isso tem a ver com o sacerdócio dos crentes, pois agora podemos adentrar ao Santos dos santos, nos aproximando de Deus (Hb. 10.21,22). E porque Deus é fiel, podemos também reter a “confiança da nossa esperança, porque fiel é o que nos prometeu” (Hb. 10.23).

CONCLUSÃO
Como resultado da condição que nos foi dada pela Nova Aliança, devemos considerar “uns aos outros, para nos estimularmos à caridade e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros, e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia” (Hb. 10.24,25). A igreja, ainda que seja imperfeita, é o contexto no qual cultivamos a koinonia, e exercitamos o genuíno amor cristão, demonstrado por meio do sacrifício.

BIBLIOGRAFIA
TIDBALL, D. The message of Leviticus. Leicester: Interversity-Press, 2005.
WIERSBE, W. Be holy: Leviticus. Colorado Springs: David Cook, 2010.

A SOBRIEDADE NA OBRA DE DEUS

Texto Áureo: Ef. 5.18  – Leitura Bíblica: Lv. 10.8-11; I Tm. 3.1-3

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos a respeito da importância de manter a sobriedade na obra de Deus. Veremos, inicialmente, que o uso da bebida forte, pelo que se infere do contexto, foi a causa de Nadabe e Abiu terem oferecido “fogo estranho” no altar divino. Ao final da aula, destacaremos a necessidade de manter a sobriedade, especialmente aqueles que exercem a liderança, inclusive no contexto eclesiástico.

1. A BEBIDA FORTE NA BÍBLIA
Existem várias passagens bíblica a respeito da bebida forte, e na maioria dos casos se refere especificamente ao vinho, amplamente consumido ainda no Antigo Testamento. A palavra hebraica é shekar que pode ser traduzida como bebida alcoólica destilada, ainda que esse processo somente tenha sido desenvolvido por volta de 500 d. C. Em Lv. 10.9 esse é o termo usado para proibir o uso de bebida forte pelo sacerdote no exercício do ministério. A proibição também era extensiva aos nazireus (Nm. 6.2,3), e especificamente a mãe de Sansao, antes de seu filho nascer (Jz. 13.3,4). Os Israelitas, de maneira geral, deveriam evitar a bebida forte, pois Deus não havia dado essa bebida, durante a peregrinação pelo deserto (Dt. 29.5). Os profetas do Antigo Testamento foram contundentes na condenação da bebida forte – que em alguns casos pode ser traduzida por cerveja. Isaias menciona oito vezes, pronunciando ais sobre aqueles que a tomam (Is. 5.11), o profeta Miquéias observou que as pessoas desejavam precisamente esse tipo de líder, que apoiava o consumo desse tipo de bebida (Mq. 2.11). Nos livros poéticos, especialmente em Provérbios, ocorre o uso da palavra hebraica yayin, com uma conotação negativa, reprovando o uso indiscriminado do vinho. A reprovação ao consumo do vinho está fundamentada nos fins desastrosos: como na embriaguez de Noé (Gn. 9.21); Ló (Gn. 19.32-35), Nabal (I Sm. 25.36,37), Amnon (II Sm. 13.28), Belsazar (Dn. 5.1-3) e Assuero (Et. 1.1-10). Em todos esses casos, o consumo do vinho resultou em efeitos físicos imediatos, identificados em Pv. 23.29-35, por resultar em pobreza (Pv. 21.17) e violência (Pv. 4.17).

2. ADVERTÊNCIA À LIDERANÇA ECLESIÁSTICA
No Novo Testamento, Paulo adverte aos crentes de Éfeso para que não se entreguem aos bacanais daqueles tempos, resultantes da embriaguez do vinho (Ef. 5.18). Ele já havia orientado aos crentes de coríntios para que esses não se deixassem controlar por coisa alguma (I Co. 6.12). E de fato, devemos lembrar sempre que nosso corpo é templo e morada do Espírito Santo, por isso não deve ser usado para extravagâncias, sejam elas de qualquer natureza (II Pe. 2.19). A esse respeito é importante ressaltar que não apenas bebida forte – por causar a perda da sobriedade – não deve ser consumida, os refrigerantes ou alimentos inapropriados também dever ser evitados. É bem verdade que Jesus transformou algo em vinho (Jo. 2.1-11), é preciso ressaltar que naquele tempo a água não era bem tratada, por isso o consumo de vinho era recomendado em algumas situações, a fim de evitar algum tipo de infecção, talvez essa tenha sido a razão de Paulo ter instruído Timóteo a não beber somente água, também um pouco de vinho (I Tm. 5.23). Os líderes da igreja não devem ser “dado ao vinho” – a expressão hebraica vem do termo grego paroinos – usada pelos judeus para a bebida com teor alcoólico (I Tm. 3.3), e que significa literalmente “colocar-se ao lado do vinho”, aludindo a prática de uma vida controlada pela bebida. Espera-se do líder cristão que se porte com sobriedade, que não se deixar controlar pelo álcool, para não se tornar instrumento de escândalo.

3. MANTENDO A SOBRIEDADE
O consumo indiscriminado de bebida alcoólica tem acarretado sérios danos à sociedade, tendo se tornado um problema de saúde pública. As pesquisas comprovam que o Brasil perde mais de 7% do PIB ao ano por causa de problemas relacionados à ingestão de bebidas alcoólicas, prejuízos com acidentes de trânsito, é um exemplo desse problema. O alcoolismo atinge cerca de 15% da população brasileira, e é considerada por alguns especialistas uma doença incurável, que apenas pode ser controlada. Ainda que não haja uma passagem específica no Novo Testamento que proíba o consumo de vinho, está claro que aqueles que vivem no temor do Senhor, principalmente os que estão em posição de liderança, não devem “ser dado ao vinho” (I Pe. 4.3; I Tm. 3.3,8; Tt. 1.7; 2.3). É preciso considerar que um dos maiores danos da embriaguez é o comprometimento da espiritualidade (Ef. 5.18; Rm. 13.13), e que aqueles que se entregam dissolutamente à embriaguez serão excluídos do reino de Deus (Gl. 5.21; I Co. 5.11; 6.10). É preciso considerar, no entanto, que algumas pessoas precisam de tratamento, para não serem controladas pela bebida. A tarefa da igreja não é apenas julgar, mas também ajudar aqueles que se encontram em condição de dependência. É válido ressaltar que a filosofia dos Alcoólicos Anônimos (AA) está fundamentada no princípio cristão da graça. Cada pessoa que faz parte desse grupo deve “evitar o primeiro gole”, pois sabe da gravidade de uma recaída. Por outro lado, deve viver um dia de cada vez, e caso venha a “tropeçar”, deve iniciar de onde parou.

CONCLUSÃO
Os textos bíblicos, sobretudo os do Novo Testamento, deixam claro que os ministros da igreja não podem ser controlados pela bebida forte (I Tm. 3.3,8; Tt. 1.7). Para evitar descontrole, de modo geral, a igreja recomenda que os crentes se afastem da bebida alcoólica, pois essa pode comprometer a espiritualidade (Ef. 5.18). E tomando por base o exemplo dos recabitas, nos tempos do profeta Jeremias, e manter nossa tradição evangélica, fugindo da bebida embriagante (Jr. 35.6-10).

BIBLIOGRAFIA
TIDBALL, D. The message of Leviticus. Leicester: Interversity-Press, 2005.
WIERSBE, W. Be holy: Leviticus. Colorado Springs: David Cook, 2010.

FOGO ESTRANHO DIANTE DE DEUS

Texto Áureo: Lv. 10.3  – Leitura Bíblica: Lv. 10.1-11

INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos a respeito do capítulo 10 de Levítico, com destaque para os sacerdotes Nadabe e Abiu, que mesmo sendo participantes de uma família tradicional, pecaram por oferecer fogo estranho diante do Senhor. Inicialmente destacaremos os perigos de cair nas mãos do Deus vivo, e ao final mostraremos a importância da decência e ordem no culto divino. Deixaremos também um alerta aos pastores, para que esses sejam criteriosos na indicação de seus filhos ao ministério, sob o risco de por precipitação e desejo de que esses se firmem no pastorado, lhes falte maturidade e venham a oferecer "fogo estranho" diante do altar de Deus. 

1. FOGO ESTRANHO NO ALTAR
Paulo adverto os crentes gálatas que Deus não se deixa escarnecer (Gl. 6.7), foi justamente o que acontece com Nadabe e Abiu, que mesmo sendo membros da família sacerdotal, desonraram a Deus através do seu ofício. Eles ignoraram a presença de Deus, não levaram a sério o ministério sacerdotal. De igual modo, muitos não cuidam do seu ministério pastoral, e por isso pagam um preço alto. Como aqueles sacerdotes, há líderes evangélicos que estão permitindo, e alguns deles até mesmo oferecendo, fogo estranho diante do altar divino. O culto levítico, conforme já estudamos em outras ocasiões, deveria ser realizado em conformidade com as especificações divinas (Ex. 30.9; Lv. 16.12). Nadabe e Abiu foram mortos porque não deram a devida importância ao ofício sacerdotal, e mais que isso, por não dar a Deus a glória que Lhe era devida (Lv. 10.2). Nos arraiais evangélicos existem muitos que se dizem levitas, mas que estão oferecendo “fogo estranho” ao Senhor. Há hinos evangélicos que se assemelham mais as músicas mundanas, não refletem o conteúdo escriturísticos, e não dão a Deus a glória que Ele merece. Alguns pregadores também estão fazendo o mesmo, são verdadeiros animadores de auditório, não expõem as Sagradas Escrituras, não ministram a genuína Palavra de Deus. Precisamos atentar para as bizarrices que estão sendo incluídas no meio evangélico, e considerar que o pragmatismo não pode substituir os fundamentos do culto a Deus.

2. O PERIGO DA DESERÇÃO DA FÉ
O autor da Epístola aos Hebreus adverte os crentes em relação aos riscos da apostasia, especialmente no capítulo 6.  Esse texto trata a respeito daqueles que “uma vez foram iluminados” (Hb. 6.4), por conseguinte, aqueles que tiveram uma experiência real de fé. Há elementos bíblicos suficientes para fazer essa afirmação, considerando que tais crentes: “provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra d Deus e as virtudes do século futuro” (Hb. 6.4,5). Esse é um texto cujo significado é disputado por calvinistas – aqueles que acreditam na segurança eterna dos salvos; e arminianos – que defendem a possibilidade da apostasia, mesmo para aqueles que foram salvos. A esse respeito, é preciso ter cuidado para evitar qualquer tipo de extremo. Por um lado, podemos ter convicção de que temos a segurança da salvação, e não podemos viver instáveis em relação à providência divina para a vida eterna. A salvação não depende de nós, é um ato divino do início até ao fim, de modo que temos firmeza que Aquele que iniciou a boa obra a concluirá (Fp. 1.6). De outro modo, não podemos negar a possibilidade da apostasia, inclusive para aqueles que uma vez professaram a fé cristã, esse é justamente o significado da apostasia - deserção. Esse, na verdade, é o pecado contra o Espírito Santo, resultando na impossibilidade do arrependimento, tendo em vista que é o Espírito que convence do pecado (Lc. 12.8-10; Mt. 12.31; Mc. 3.29; Jo. 16.8). Em relação ao pecado, não podemos naturaliza-lo, pois conforme afirma o autor da Epístola aos Hebreus, “horrenda coisa é cair nas mãos do Deus Vivo” (Hb. 10.31).

3. DECÊNCIA E ORDEM NO CULTO DIVINO
O culto cristão, diferentemente do levítico, está pautado na adoração em Espírito e em Verdade (Jo. 4.24). Além disso, esse deve ser realizado para a glória de Deus, tendo como base a doutrina dos apóstolos e a comunhão sincera (At. 2.42-47). A Igreja de Corinto também estava “oferecendo fogo estranho” nos cultos, até mesmo na celebração da Ceia do Senhor. Por esse motivo, Paulo orienta quanto à decência e ordem no culto, que deveria ser realizado no Espírito, mas sem os excessos que acontecem em alguns contextos eclesiásticos. O culto, por assim, dizer, não pode se restringir a um “festival” de línguas estranhas. O dom de línguas, que parecia ser um problema em Corinto, deveria ser motivado quando os crentes estiverem sozinhos em suas devoções particulares. O mais importante, no entanto, seria buscar amadurecimento espiritual, saber quando se deveria ou não falar línguas (I Co. 14.20). Quanto à profecia, Paulo orienta que falem dois ou três e outros julguem (I Co. 14.29-31-32), isso mostra que o dom profético não é canônico, como a escritura, infalível, por isso, deva ser julgado à luz da Escritura. Existe “fogo estranho” no uso inadequado que alguns indivíduos fazem dos dons espirituais, quando ao invés de serem usados pelos dons, passam a usar “os dons” para controlar a vida das pessoas. Existem cultos evangélicos que estão muito longe dos ensinamentos bíblicos, a concessão de algumas lideranças está comprometendo a liturgia bíblica, alicerçada na Palavra de Deus, por meio da qual o Espírito flui para a vidas dos crentes.

CONCLUSÃO
A guisa de conclusão, deixamos uma palavra aos pastores, para que orientem seus filhos no ministério, e casos sejam separados para o serviço no altar, não venham a “oferecer fogo estranho”. Há pastores que na ânsia de integrar seus filhos no ministério atribuem funções e cargos para que esses ministrem na casa de Deus. Mas é preciso ter cautela, e avaliar se esses estão alinhados à Palavra de Deus, somente assim poderão desenvolver o ministério divino a contento.  

BIBLIOGRAFIA
TIDBALL, D. The message of Leviticus. Leicester: Interversity-Press, 2005.
WIERSBE, W. Be holy: Leviticus. Colorado Springs: David Cook, 2010.

A DOUTRINA DO CULTO LEVÍTICO

Texto Áureo: Sl. 24.1  – Leitura Bíblica: Lv. 9.1-14

INTRODUÇÃO
O culto levítico estava fundamento na doutrina divina, o próprio Deus deu orientações expressas em relação à adoração. Na lição de hoje estudaremos a respeito da necessidade humana de adorar a Deus, também nos voltaremos para o culto genuinamente cristão, com destaque para a devoção pessoal e coletiva do crente. Ao final, enfatizaremos que a adoração a Deus, consoante aos ensinamentos de Jesus, deve ser centrada na Palavra e no Espírito.

1. O CULTO LEVÍTICO
O culto levítico tinha por objetivo central lembrar que Deus é o Criador de todas as coisas, do céu e da terra (Gn. 1.1). Também tinha um objetivo memorial, a lembrança de que Deus foi o libertador de Israel, Aquele que retirou o povo da escravidão do Egito (Ex. 23.25). Esse povo foi separado por Deus para ser uma teocracia, seria governado não por homens, mas pelo Senhor que orientaria a nação (Lv. 20.26). O sacrifício de animais fazia parte do culto levítico, esses eram entregue como libação (Lv. 1.2). Os animais deveriam ser escolhidos com critérios, os melhores separados para o culto, como uma demonstração do valor que o culto deveria ter a Deus. Não apenas animais, também os frutos da terra serviam para louvor e adoração a Deus (Lv. 23.10). O próprio ser humano deveria lembrar que foi criado por Deus, conforme Sua imagem e semelhança, portanto, o corpo seria dedicado ao Senhor, tendo o cuidado devido (Lv. 20.7). Essa cosmovisão israelita ressaltava a dignidade do corpo, e a dignidade da vida humana, que seria responsável pela natureza, expressão da beleza de Deus (Lv. 23.4). O culto a Deus, no contexto do livro de Levítico, deveria ser voluntário, fundamentado no amor a Deus (Sl. 100.2), uma demonstração de genuína gratidão pelos feitos de Deus (Lv. 7.11-17).

2. O CULTO CRISTÃO
O culto cristão, ainda nos primórdios da Igreja, tinha suas bases divinas. Em At. 2.42-47, compreendemos que o culto estava fundamentado na koinonia, e se alicerçava na doutrina dos apóstolos, no partir do pão e nas orações. A partilha, que também era manifestada na celebração da Ceia do Senhor (I Co. 11.20-22), é uma demonstração do espírito comunitária da igreja do primeiro século. Os cultos eram realizados tantos nas casas como no templo (At. 2.46; 5.42; 20.7), era importante que os cristãos estivessem unidos, e não deixassem de se congregar (Hb. 10.24,25). Não podemos desconsiderar o aspecto comunitária do culto cristão, é por meio deles que ressaltamos nossa unidade, e reforçamos nossa dependência mutua. É nesse espírito comunitário que podemos ler a pregar a Palavra de Deus (Cl. 3.16; II Tm. 4.2), explicando e aplicando as verdades da fé; também nos dirigimos a Deus em oração (Ef. 5.20; I Tm. 2.8; At. 2.42), pois a oração é uma demonstração de dependência divina, também podemos interceder pelos irmãos e agradecer pelas dádivas do Senhor. Há espaço para hinos e cânticos espirituais (Cl. 3.16; Hb. 13.15), mas esses devem glorificar a Deus, e não aos homens, devem servir para expressar nossa relação com Deus, e contribuir para a proclamação do evangelho (Ef. 5.19).

3. O CULTO ESPIRITUAL
Em Rm. 12.1,2 Paulo não ordena, apenas “roga”, isto é, “admoesta, solicita, encoraja”, que é o sentido de parakaleo, em grego aos irmãos. O apelo do apóstolo tem como base a grande misericórdia de Deus, não os princípios legalistas dos judaizantes. O amor de Deus por nós nos motiva a viver em total consagração a Ele, esse é o sacrifício que O agrada, não mais o sangue de animais, como no Antigo Pacto (Hb. 13.15-19), esses sacrifícios diferentes são denominados por Pedro de “espirituais” (I Pe. 2.5), equivaleria ao que Paulo denominou de “culto racional”. Para que isso se efetive, não mais podemos nos conformar, ou seja, “entrar na fôrma” desse mundo. O mundo, aqui, é perverso ou mal (Gl. 1.4) e dominado por Satanás, o seu príncipe, que cega a mente dos incrédulos (II Co. 4.4). Não podemos mais compactuar com esse sistema anti-Deus que prevalece no presente século, pois “as coisas antigas se passaram e eis que tudo se fez novo” (II Co. 5.17). Somos instruídos, portanto, a sermos transformados, literalmente, transfigurados (ver Mt. 17.2; II Co. 3.18), pela renovação da nossa mente. Essa renovação somente pode acontecer na medida em que passamos a pensar com a mente de Cristo, e não com a nossa natureza pecaminosa (II Co. 11.3; Ef. 1.18; I Co. 2.16). Assim, experimentaremos quão boa, agradável e perfeita é a vontade de Deus, não apenas para Ele, mas também para nós, assim, reconheceremos que não vale a pena pecar. O culto, consoante a expressão paulina, deve ser espiritual, e como Jesus ensinou, não depende de um lugar específico, mas da adoração espiritual a Deus, fundamentada na Palavra (Jo. 4.24).

CONCLUSÃO
Deus busca adoradores e esses devem adorá-LO em Espírito e em Verdade (jo. 4.23,24). O culto cristão, diferentemente daquele israelita, não está alicerçado no lugar, mas na disposição espiritual, alicerçada no relacionamento com Deus, tendo a liberdade de chamá-lo de Pai (Mt. 6.9-13), de modo que temos ousadia para nos achegar ao trono da graça (Hb. 4.16). Por outro lado, não podemos desprezar a vida comunitária da igreja, deixando de se congregar como é costume de alguns (Hb. 10.25), pois Jesus se faz presente sempre que pessoas se reúnem em Seu nome (Mt. 18.20).

BIBLIOGRAFIA
TIDBALL, D. The message of Leviticus. Leicester: Interversity-Press, 2005.
WIERSBE, W. Be holy: Leviticus. Colorado Springs: David Cook, 2010.