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CONFRONTANDO OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO

Textos: Fp. 3.14-21


INTRODUÇÃO: Após admoestar os cristãos filipenses que o tenham como modelo a ser imitado, Paulo os adverte quanto aos perigos daqueles a quem denomina de “inimigos da cruz de Cristo”. Estudaremos, está semana, que esse não apenas devem ser evitados, mas também confrontados, por comprometerem a veracidade do evangelho. Ao final destacaremos que a perdição deles está prevista nas Escrituras, e que nós, os cristãos em Jesus, estamos fundamentados em uma viva esperança, eterna que vem de Deus.

1. OS INIMIGOS DA CRUZ: Paulo, como pastor amoroso, protege suas ovelhas das ameaços dos inimigos, dos falsos mestres, daqueles que se infiltravam no meio do povo de Deus, somente para tirar proveito. Os inimigos da cruz de Cristo, a respeito dos quais o Apóstolo trata em suas Epístolas, mais especificamente Gálatas e Filipenses, são prioritariamente os judaizantes. Esse movimento se tornou servo dos caprichos religiosos, achavam que dependiam de suas dietas alimentares para serem salvos. Por isso “o deus deles era o ventre”, pois determinavam previamente o que deveriam ou não comer para serem santos. A circuncisão, conforme já destacamos anteriormente, era uma condição imposta por eles para o pertencimento a Cristo. Esses, diferentemente de Paulo, e dos cristãos de todas as gerações, se gloriavam não na cruz, isto é, no sacrifício de Jesus, mas em suas práticas legalistas (Gl. 6.12-15). Paulo destacou, assim como fez o autor da Epístola aos Hebreus, que o véu do templo foi rasgado, e que o homem agora tem livre acesso a Deus, por meio de Jesus Cristo (Hb. 10.19-25). A circuncisão, como qualquer outra prática religiosa, é incapaz de conduzir o ser humano à salvação (Ef. 2.8-16). Existem muitos cristãos nestes dias que acham que são salvos por algo que façam ou deixam de fazer. A vaidade de alguns está no cumprimento do cabelo, ou de uma saia, restrições comumente direcionadas apenas às mulheres. Mas havia outro grupo entre os cristãos Filipenses, esses se voltavam para o lado oposto, eram totalmente liberais. Esses não eram legalistas, mas libertinos, argumentavam que os cristãos podiam pecar, pois o corpo, a parte negativa do ser humano, seria destruído na sepultura. Esse pensamento foi influenciado pelo dualismo grego, a crença filosófica que a matéria era má, e por conseguinte, seria descartada no sepulcro. Essa cosmovisão helenista tem assumido muitas formas no cristianismo moderno, a mais perigosa é a do universalismo. Alguns líderes eclesiásticos estão defendendo que todas as pessoas serão salvas, pouco importando se receberam ou não a Cristo. Mas Paulo, em suas epístolas, tanto confrontou o ascetismo legalista (I Co. 7.1) quanto à libertinagem anomista (I Co. 6.12), e defendeu a produção do fruto do Espírito (Gl. 5.22).

2. O FIM DELES É A PERDIÇÃO: Esses falsos mestres estão investindo na destruição deles mesmos, pois mesmo pensando que estão adorando a Deus, na verdade estão adorando a eles mesmos (Fp. 3.19). Como o deus deles é o ventre, koilia em grego, apenas se gloriam do próprio umbigo. A vida deles é centrada no eu, são incapazes de se submeterem à autoridade da Palavra de Deus. Não admitem qualquer disciplina espiritual: oração, jejum e meditação. Os púlpitos estão repletos de pregadores que tratam de assuntos que nada têm a ver com o evangelho. Os supostos líderes, que na verdade querem ser chamados de bispos, apóstolos e reverendo, pregam apenas a si mesmos. Muitas igrejas, que não podem ser consideradas cristãs no sentido próprio do termo, estão alicerçadas apenas no amor ao dinheiro. Esses pseudocristãos usam a Bíblia apenas para cooptar as pessoas a satisfazerem seus interesses. Não existe qualquer procedimento exegético na exposição das Escrituras. Eles pincelam os textos a seu bel-prazer, de acordo com suas conveniências, sem atentar para o sentido gramatical e contextual do versículo. Paulo diz que “a glória deles está na sua infâmia” (Fp. 3.19), isto é, eles deveriam se envergonhar do que estavam fazendo. Eles não apenas se entregavam dissolutamente ao pecado, mas também se vangloriavam dos seus atos libertinos. Eles falavam a respeito de Deus, mas a preocupação central deles era com o terreno, “apenas para as coisas materiais”. O meio cristão dos dias atuais está cheio desse tipo de pregador que não sabe mais o que significa ser salvo e ir para o céu. Na verdade, eles não têm qualquer sentimento em relação ao céu, pois o foco está exclusivamente nos valores terrenos. Eles pregam a ganância, travestida de prosperidade terrena, como se fosse o único prêmio a ser buscado pelos cristãos  Eles ficam apavorados diante da morte, negam-se a tratar desse assunto. Por isso, para eles, a saúde física é idolatrada, argumentam até que um cristão de fé não pode adoecer. Muitos pseudocristãos estão se deixando levar por essa ladainha antibíblica. Esses inimigos da cruz de Cristo receberão sua paga na eternidade, o engano proliferado por eles não ficará impune. O caminho deles os conduzirá à perdição, pois eles estão pregando heresia, o que conduz à punição eterna (II Ts. 1.9).

3. MAS A NOSSA CIDADE ESTÁ NOS CÉUS: Os cristãos em Jesus não se apavoram diante da morte, pois sabem que ela é apenas uma passagem para uma eternidade com Cristo. Estamos na terra e devemos responder com responsabilidade a essa condição. Os cristãos, enquanto cidadãos da terra, têm direitos e deveres. Precisamos estar conscientes dessa situação, principalmente nos momentos de cobrar dos políticos. Há cristãos que defendem uma obediência incondicional às autoridades, mas isso não é ensinado na Bíblia (At. 5.29). A democracia pressupõe diversidade de poderes e fiscalização por parte do povo, para que os poderes governem a contento. O respeito às autoridades é bíblico (Rm. 13.1), e deve ser considerado, mas não irresponsavelmente. Devemos orar, e agir através do voto (Tt. 3.1), para evitar que tenhamos autoridades que apenas governam para elas próprias. Por outro lado, não podemos também perder o foco, há líderes que apenas enfatizam a dimensão temporal. Eles se engajam politicamente, mas se esquecem de que são cidadãos dos céus (Fp. 3.20). Para não incorrer no equívoco dos religiosos que apenas visualizam o terreno, devemos saber que “a nossa Pátria está nos céus”. O substantivo para pátria, em grego, é politeuma, e significa a conduta de alguém no mundo. O homem moderno está tão centrado no terreno, até mesmo entre aqueles que se dizem cristãos, que não conseguem olhar para cima. Como cidadão do céu, o cristão tem seu nome registrado naquele lugar (Lc. 4.3; 10.20), ele aguarda com expectação o momento que entrará no país celestial (Ap. 20.15). Paulo diz que o cristão tem uma bendita esperança, que é a segunda vinda de Jesus Cristo (Ef. 3.20). Esse tema está desaparecendo dos púlpitos cristãos, são poucos o que têm interesse de pregar o arrebatamento da igreja. Mas essa é uma das doutrinas fundamentais da fé cristã, não podemos perder a esperança na volta de Jesus para arrebatar os seus (I Ts. 4.13-18). Um dia a trombeta soará e Cristo virá com os Seus anjos, para ressuscitar aqueles que morreram no Senhor, e para transformar os que estiverem vivos (I Co. 15.43-53).

CONCLUSÃO: Os inimigos da cruz de Cristo pregam um evangelho que nada tem a ver com a Palavra de Deus. Eles estão centrados em satisfazer seus apetites carnais ou em cumprir suas tradições religiosas. Mas os cristãos em Jesus não perdem o foco, pois sabem que quando Cristo se manifestar serão semelhantes a Ele (I Jo. 3.2). Nesses dias tão difíceis, nos quais as pessoas estão se distraindo com o terreno, inclusive alguns denominados que se dizem cristã, não podemos perder o céu de vista. Jesus nos prometeu um lugar, o qual está preparado, para que estejamos para sempre com Ele (Jo. 14.1). PENSE NISSO!

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A SUPREMA ASPIRAÇÃO DO CRISTÃO

Textos: Fp. 3.12-17



INTRODUÇÃO: Após aconselhar os cristãos filipenses em relação aos falsos mestres, Paulo orienta os irmãos filipenses a perseguirem o alvo, em busca da maturidade cristã, seguido seu exemplo. Esse será o assunto do estudo desta semana, os cristãos não podem viver na mediocridade. Destacaremos a importância de ir sempre adiante, e a saber lidar com as situações difíceis, na presença ou ausência dos líderes.

1. EM BUSCA DO ALVO: Paulo recorre com frequência às figuras de linguagem em suas epístolas, a principal delas é a analogia, a partir da qual utiliza temas do cotidiano para se referir a verdades espirituais. Nesse trecho da Epístola, compara a vida cristã a uma competição, em que cada cristão é um atleta, em busca de um prêmio. O próprio Apóstolo sabe que ainda não chegou ao nível que deseja, e que ainda não alcançou a perfeição. Ele continua na disputa, participando dessa corrida, com a intenção de ganhar seu prêmio. Mesmo assim, prossegue, não se dá por satisfeito, cônscio de que Deus tem muito mais a oferecer (Fp. 3.12). A palavra perfeição, no grego, é teleios, e nada tem a ver com ausência de pecado. Na verdade, Paulo tem consciência das suas limitações, e isso é justamente um sinal de maturidade. Muitos cristãos acham que são perfeitos, e, às vezes, julgam os outros a partir do seu modelo de perfeição. Retornando à metáfora do atletismo, o Apóstolo está dizendo que ainda não recebeu o troféu de vencedor. Mas para não perder o foco, toma uma decisão, se esquece das coisas que atrás ficam e avança em direção as que estão diante dele. De igual modo, os cristãos não podem viver na mesmice, pois quem põe a mão no arado não pode olhar para trás (Lc. 9.62) Diferentemente dos judaizantes, Paulo não fia a sua fé na carne, no passado, em um ideal de perfeição baseado em legalismo, mas na completude que se dará no futuro, por ocasião da ressurreição (I Co. 15.52-57). Os competidores de Paulo olhavam para trás, mas o Apóstolo tem seus olhos fixos no futuro. O atleta que consegue ter vitória não olha para seus adversários, antes mira continuamente o ponto de chegada, o alvo. A palavra alvo, em grego, é skopos, é justamente a fita colocada na pista, que identifica o final da corrida. É essa determinação que deve mover a fé dos cristãos, isso faz com que eles deixem todo embaraço para trás (Hb. 12.1,2).

2. PERSEGUINDO A MATURIDADE: Há cristãos que não conseguem amadurecer por causa do saudosismo doentio. Eles não conseguem olhar para frente, ficam todo tempo lembrando os “tempos áureos”. Reconhecemos que vivemos um momento difícil no contexto evangélico brasileiro. Mas isso não deve ser motivo para desistir da jornada, antes devemos prosseguir “pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp. 3.14). Tem muita gente se distraindo com as coisas materiais, tal como a mulher de Ló, são capazes apenas de verem as riquezas de Sodoma (Gn. 19.26). A teologia da ganância está fazendo com que muitos cristãos, inclusive obreiros, percam o foco espiritual. Não poucos pentecostais, por desconsiderarem a Palavra, estão morrendo de inanição. O mero sentimentalismo está minando a fé de muitos cristãos, que se abatem por qualquer situação adversa. Como não têm firmeza na Palavra, não conseguem amadurecer, continuam espiritualmente raquíticos. Paulo constatou essa realidade em relação aos cristãos de Corinto (I Co. 3.1-4), tinham muitos dons espirituais, mas lhes faltava o fruto do Espírito, isto é, uma genuína espiritualidade (Gl. 5.22). Alguns em Filipos se achavam perfeitos, isto é, que não precisavam mais ir a lugar algum. Isso era extremamente perigoso, porque esses tais não se submetiam à autoridade apostólica. Nas igrejas também existem pessoas que não querem mais aprender. Acham-se sábias demais porque estudam bastante, leem seus compêndios de teologia, por isso não frequentam a Escola Bíblica Dominical. Mas Deus está no comando, no tempo certo Ele revelará aqueles que de fato estão comprometidos com o evangelho (Fp. 3.16). É no momento da adversidade que os seguidores fiéis de Cristo se manifestam. Os mercenários querem apenas os benefícios do “apostolado”, não se arriscam em prol do Reino de Deus. A igreja cristã, como o próprio nome o diz, deveria estar fundamentada no evangelho de Jesus Cristo (Tt. 1.1; 2.10; Gl. 1.6-10). Os cristãos imaturos seguem apenas suas celebridades, os gurus que determinam o que devem ou não fazer. Isso é bastante cômodo para eles, não têm o mínimo interesse de que as pessoas conheçam as Escrituras, para continuarem ditando suas regras humanas.

3. SEGUINDO O EXEMPLO: Mas Paulo não age assim, Ele é um pastor, no sentido próprio do termo, um apascentador de ovelhas. Ele não apenas diz: “faça o que eu digo”, em sua prática de vida, acrescenta, “faça o que eu faço” (I Co. 9.1; Gl. 1.11,12; I Co. 11.1). O problema de alguns líderes, principalmente aqueles mais legalistas, é que colocam sobre as pessoas fardos pesados, que nem mesmo eles são capazes de carregar (Mt. 23.24). E, às vezes, quando conseguem obedecer alguns dos princípios que impõem sobre outros, pecam em relação aos mais gritantes, sem se aperceberem (Mt. 23.23). O Apóstolo conclama os cristãos filipenses à obediência, não porque ele simplesmente é uma autoridade eclesiástica, mas porque é um homem espiritual, firmado no evangelho de Jesus Cristo. O verbo andar, em Fp. 3.16, é stochein, um termo militar, que diz significa “permanecer na linha”. Os cristãos foram chamados à ortodoxia, para uma doutrina correta. Essa doutrina não é outra senão a salvação por meio da fé, não pelas obras da lei, mas pela graça, de Cristo (Ef. 2.8,9). Essa mensagem é escândalo para alguns, tanto para judeus quanto para gregos. O judeu se mantem atado às suas tradições, depende de sinais, o grego, na filosofia, depende da razão (I Co. 1.22-24). Mas a palavra da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós que somos salvos, é o poder de Deus (I Co. 1.18). Essa é a perfeição que adquirimos através de Cristo, não de nós mesmos, pois Ele mesmo, pelo Seu sacrifício, nos justificou (Rm. 5.1). É a partir dessa verdade que podemos, todos juntos, como irmãos, contribuir, em comunhão, para a maturidade mutua (Fp. 3.16). Especialmente a liderança cristã deve investir na maturidade espiritual da igreja, incentivar os cristãos ao estudo da Palavra, para que esses não sejam sempre dependentes.

CONCLUSÃO: Ainda não alcançamos a perfeição, a plena completude, essa somente acontecerá no futuro, quando “o que é mortal se revestir da imortalidade” (I Co. 15.54). Enquanto isso não acontece, devemos prosseguir rumo ao alvo, o prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus. Para tanto, esqueçamo-nos das coisas que ficaram para trás, investindo na maturidade espiritual. Não devemos mais nos fiar na religiosidade humana, antes confiarmos em Deus, que nos conduz, pelo Seu Espírito, à plenitude (II Co. 3.18), em conformidade ao caráter de Cristo (Ef. 4.13-15). PENSE NISSO!

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A ATUALIDADE DOS CONSELHOS PAULINOS

Textos: Fp. 3.1-10


INTRODUÇÃO: A seção da Epístola aos Filipenses 3.1-10 está repleta de conselhos. Paulo apresenta algumas considerações práticas aos cristãos filipenses. Essas orientações são bastante pertinentes e atuais para a igreja da atualidade. Depois de admoestar os irmãos a que sejam alegres no Senhor (Fp. 3.1), faz algumas advertências em relação aos falsos mestres, e por último, caracteriza o genuíno evangelho de Jesus Cristo.

1. EM RELAÇÃO AOS FALSOS MESTRES: A igreja de Jesus Cristo sempre foi atacada por falsos ensinamentos, entre os filipenses os falsos mestres tentaram disseminar suas heresias entre os cristãos. Por isso Paulo os admoesta, por três vezes, a que esses tivessem cuidado. O verbo grego, no imperativo, é blepete, isto é, “acautelai-vos”, que tem o significado de manter os olhos abertos para que os falsos lobos não adentrem ao rebanho (AT. 20.29,30). Esses falsos mestres precisavam ser identificados, por isso Paulo os descreve como cães, falsos obreiros e falsa circuncisão. Trata-se de um grupo já conhecido entre os cristãos da Galácia, que queriam incluir um falso evangelho no interior do verdadeiro evangelho (Gl. 1.1-9). A característica marcante desse outro evangelho era a defesa da circuncisão, isto é, da observância aos rituais judaicos como meio de justificação (At. 15.1). Esses judaizantes atacavam frontalmente a doutrina da salvação, contrariando a graça de Deus em Jesus Cristo. A preocupação do Apóstolo é denunciar esse ensinamento distanciado da verdade (II Co. 11.13). Esses maus obreiros seguiam Paulo em suas viagens missionárias, despregando aquilo que o Apóstolo havia pregado (I Co. 11.13). O perigo desse outro evangelho é a desconsideração da doutrina da salvação pela graça, por meio da fé, proveniente de Deus, não das obras humanas (Ef. 2.8,9). O ser humano, em sua religiosidade, sempre quis obter a salvação pelos seus méritos pessoais. A igreja evangélica não está imune a esse tipo de ensinamento, há quem pense que é salvo simplesmente pelas exterioridades formalistas que observam. As pessoas que entram por esse caminho transformam o que é principal em secundário, acabam supervalorizando os detalhes ao invés do que é mais valioso. Jesus repreendeu veementemente os fariseus do seu tempo por filtrarem um mosquito e engolirem um elefante, chamando-os de sepulcros caiados (Mt. 23.27-28.). A circuncisão pregada por esses religiosos não passava de mutilação, pois não tinha qualquer valor espiritual, diferentemente da circuncisão de Abraão (Gn. 17.9,10; Rm. 4.11-13).

2. EM RELAÇÃO À IGREJA DO SENHOR: A igreja do Senhor não pode ser confundida com uma mera religiosidade, ela apresenta características distintas do movimento dos judaizantes. A verdadeira igreja de Cristo passou por uma circuncisão espiritual, efetuada no coração, não por homens, mas pelo Espírito Santo (Fp. 3.3). A adoração a Deus não resultante de uma imposição humana, não é por força, muito menos por violência, mas uma disposição espiritual, não está fundamentada na carne. Fomos chamados para adorar, na verdade, Deus busca adoradores, mas que o façam em espírito e em verdade (Jo. 4.24). A adoração não pode ser realizada de qualquer modo, a religião humana, na busca por Deus, resulta na idolatria (Rm. 1.25-27). A adoração, revelada por Deus, está alicerçada na Verdade, que é Cristo, a Palavra (Jo. 1.1,18) , e no Espírito, que nos liga a Deus, reconhecendo-O como Pai (Rm. 8.15). Por isso, a fé do cristão está depositada em Cristo, em Seu sacrifício na cruz do calvário, não na religião humana, que não passa de carnalidade. Ele é o nosso Alvo, Aquele no Qual nos gloriamos (I Co. 1.31; II Co. 10.17). Os falsos mestres, e os religiosos em geral, confiam naquilo que fazem, em seus méritos, na capacidade que acreditam ter em satisfazer a Deus. A igreja, diferentemente da religiosidade humana, sabe que a salvação veio de Deus, e que em nenhum outro nome há salvação, senão no de Cristo Jesus (Jo. 14.6; At. 4.12). Paulo esclarece que se a religião valesse alguma coisa ele mesmo teria motivos para se orgulhar. Com judeu ele tinha alguns privilégios, mas os abandonou por causa de Jesus Cristo. Ele era circuncidado ao oitavo dia, portanto nasceu judeu, sendo criado na tradição judaica (Fp. 3.4). Paulo fazia parte do povo eleito, o povo considerado privilegiado, mas não sustentava a sua fé nesse predicado. Mesmo sendo da tribo de Benjamim, sendo essa uma das mais importantes de Judá, não via nisso qualquer glória (Fp. 3.5). Como se isso não fosse o bastante, era hebreu de hebreus, ou seja, por nascimento, e que falava hebraico (At. 21.40). Em sua religiosidade fazia parte dos fariseus, a mais zelosa tradição judaica (Gl. 1.14), por isso tinha na mais alta consideração a Lei do Senhor (At. 23.6; 26.5). Por causa disso, tornou-se perseguidor da igreja, sua religião, como geralmente costuma acontecer, fez com que ele perseguisse os cristãos (At. 9.1,2; 22.1-5; 26.9-15; I Co. 15.9; Gl. 1.13). Aos olhos humanos Paulo era um homem de considerável reputação, considerado irrepreensível no tocante à guarda dos princípios legais. Mas faltava-lhe um em encontro com Cristo que o transformou de perseguidor em perseguido, que o fez considerar as pessoas não a partir de formalidades exteriores.

3. EM RELAÇÃO AO EVANGELHO DE CRISTO: O evangelho de Jesus Cristo não é uma mera circuncisão física, não se trata de uma formalidade. Como israelita influente é bem provável que Paulo tivesse privilégios no contexto religioso no qual estava inserido. Mas a tudo perdeu por amor a Cristo, no mínimo deixou de gloriar-se daquilo que fazia, passou a confiar no que Jesus fez. O evangelho é mais importante do que exterioridade religiosas. Por isso, ninguém deve achar que é salvo por que faz ou deixa de fazer algo. Não podemos incorrer no equívoco de pensar que nossa salvação depende de vestimenta, postura física, ou coisa parecida. Isso na verdade pode revelar ausência de uma espiritualidade genuína, carnalidade da qual os religiosos se gloriam (Cl. 2.21). O evangelho é mais que um conjunto de doutrinas, trata-se de um encontro real com uma pessoa, o próprio Jesus Cristo (Fp. 3.8). Muitas igrejas atuais estão sofrendo porque as pessoas estão alicerçadas nas atividades religiosas. Poucas pessoas têm um compromisso real com o Senhor, entregaram de fato suas vidas a Cristo. Esse encontro com o Jesus é algo marcante na vida de uma pessoa, e a modifica existencialmente. Isso porque seu fundamento é o amor, não as obrigações que são impostas por um grupo de religiosos. Isso fez com que Paulo considerasse tudo como refugo, skubala em grego, que pode ser traduzido como “excremento, esterco”. Aquilo que os judaizantes achavam que valia muito, Paulo considerava coisa de menor importância. Não podemos esquecer que as nossas obras, diante de Deus, não passam de trapos de imundície (Is. 64.6). A justificação, ansiosamente buscada pela religiosidade humana, somente pode ser obtida através de Cristo (Fp. 3.9). A obra de Cristo, não as nossas obras, nos conduzem ao céu, o sacrifício que Ele realizou na cruz (Jo. 7.1-4; 19.30; Hb. 10.11-14).

CONCLUSÃO: O evangelho de Cristo não pode ser confundido com a religiosidade humana. Isso porque ser cristão é um conhecimento, não apenas intelectual, mas um kinoskein em grego, ou yadá em hebraico. Isto é, uma entrega incondicional pela fé ao senhorio de Jesus, uma disposição para viver e morrer por Ele. Nesse contexto, sofrer por Cristo torna-se um privilégio, também uma identificação com Sua vida, morte e ressurreição, que nos antecipa a glória futura que em nós haverá de ser revelada (Rm. 8.18; Fp. 3.10). PENSE NISSO!

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A FIDELIDADE DOS OBREIROS DO SENHOR

Textos: Fp. 2.19-29

INTRODUÇÃO: Estamos diante de uma crise ministerial, existem líderes empresariais nas igrejas, mas poucos com autoridade espiritual. No Estudo desta semana destacaremos a atuação espiritual de três obreiros do Senhor: Paulo e o seu amor pela igreja, Timóteo e sua aprovação para a liderança, e por último, Epafrodito, sua dedicação aos servos de Deus. Todos esses apresentam, como principal característica ministerial, a fidelidade ao Senhor.

1. PAULO, UM OBREIRO AMOROSO: Paulo, conforme destacamos em Fp. 2.17, demonstrou ser um obreiro que estava disposto a sacrificar a própria vida em prol da obra de Deus. Lembramos que, para esse Apóstolo, o viver era Cristo, por conseguinte, ele não tinha a sua vida por preciosa (Fp. 1.21; At. 20.24). Diferentemente de muitos supostos líderes dos dias atuais, Paulo não buscava seus próprios interesses, antes punha Cristo em foco, e buscava o melhor para o rebanho. Ele sabia o real significado do pastorado(líder), algo que tem sido esquecido pelas gerações modernas, que, no contexto bíblico, sempre esteve associado ao sacrifício (Jo. 10.11-16). Essa é justamente a prova maior do amor, a disposição para entregar a própria vida pelo outro. Por isso somente podem dizer “não vivo eu, mas Cristo vive em mim” (Gl. 2.10) aqueles que encarnam a condição sacrificial de Cristo, o desprendimento para carregar as marcas da cruz de Cristo. Se preciso fosse Paulo morreria por causa do evangelho de Jesus Cristo, ofereceria sua vida como libação a favor do serviço pelos outros (II Tm. 4.6). E mais ainda, assim o faria não por constrangimento, mas com alegria proveniente do alto, produzida pelo Espírito (Fp. 2.18). Enquanto muitos procuram felicidade nos livros de autoajuda, Paulo nos dá, para este tempo, uma instrução a fim de obtermos a verdadeira alegria. O cristão não é feliz, ele simplesmente é mais do que feliz, é bem-aventurado, independentemente das circunstâncias. A alegria que vem de cima, que parte de Deus, gerada pelo Espírito (Gl. 5.22), é contagiante. Ninguém gosta de estar perto de cristãos que somente murmuram e provocam contendas. Paulo, ao invés de desanimar a igreja, estimula a alegria mútua, fundamentada no amor. Precisamos de obreiros com conhecimento bíblico, mas também com amorosos, para não incharem (I Co. 8.3).

2. TIMÓTEO, UM OBREIRO APROVADO: Timóteo, o jovem obreiro do Senhor, foi aprovado por Deus, e escolhido por Paulo. Sabemos, a partir de II Tm. 1.5, que sua mãe(Eunice) e avó(Loide) eram cristão em Jesus. O próprio Timóteo era conhecedor das Escrituras, por isso não tinha do que se envergonhar, pois manejava bem a Palavra da Verdade (II Tm. 2.15). Mas Timóteo não apenas conhecida a Palavra de Deus, ele a exercitava, principalmente no que tange ao companheirismo ministerial. Timóteo se converteu na primeira viagem missionária de Paulo e uniu-se ao Apóstolo durante sua segunda viagem missionária (At. 16.1,2). Paulo destaca que Timóteo era seu filho na fé (I Tm. 1.2), cooperador na labuta (Rm. 16.21), mensageiro às igrejas (I Ts. 3.6; I Co. 4.17). A competitividade ministerial está distanciando cada vez mais os obreiros uns dos outros. A carência de “Timóteos” já é sentida no contexto pastoral, obreiros servos nos quais se possa confiar nos momentos de adversidade. A disputa por espaços, limitados no sistema eclesiástico institucionalizado, tem gerado desconforto, e até enfermidades entre os obreiros. É triste constatar que até mesmo subterfúgios mundanos estão sendo usados para descredenciar desafetos no ministério. Que Deus levante, nesta geração, verdadeiros “Timóteos”, obreiros simples, em alguns casos jovens (I Tm. 4.12), mesmo tímidos (II Tm. 1.7,8), alguns doentes (I Tm. 5.23), mas que sejam aprovados por Deus (Fp. 2.22), que cuidem dos interesses de Cristo (Fp. 2.21) e da Sua igreja (Fp. 2.20). Paulo elogia Timóteo, dizendo que não tem outra pessoa com “igual sentimento”, isopsychos em grego, isto é, alguém que pensava com Ele, e com Cristo (I Co. 12.15,16). A principal dificuldade dos obreiros do presente é a de encontrarem sucessores, pessoas para as quais eles possam “passar o bastão”. O apadrinhamento ministerial tem sido danoso para a igreja contemporânea. As pessoas estão sendo consagradas não por critérios espirituais, mas pela aproximação com alguma autoridade eclesiástica. Nos tempos de eleições convencionais o interesse por eleitores acaba sobrepujando a de obreiros aprovados, comprometidos com a seara do Senhor. Que Deus, nestes dias difíceis, desperte “Timóteos” para a Sua obra, homens que não busquem status, mas, sobretudo, disposição para servir (Fp. 2.22).

3. EPAFRODITO, UM OBREIRO DEDICADO: Esse valoroso obreiro do Senhor somente é citado na Epístola de Paulo aos Filipenses. Por pouco não se tornou um daqueles obreiros anônimos. Não podemos esquecer que a obra de Deus é feita também por aqueles que trabalham na surdina. Não são poucos aqueles que se gastam em prol do Reino de Deus, que não fazem promoção pessoal dos seus trabalhos. Eles são esquecidos pelas autoridades eclesiásticas, às vezes passam despercebidos na igreja local. Mas Deus, nos altos céus, acompanha a labuta de cada um deles, e em tempo oportuno, reconhecerá tal trabalho (Mt. 25.21). Epafrodito significa “amável” e seu caráter tem tudo a ver com esse nome, pois não media esforços para servir ao Senhor e aos Seus obreiros com amor. Ele foi o portador da Epístola de Paulo aos Filipenses, também levou uma oferta coletada pelos irmãos daquela igreja ao Apóstolo, e com a intensão de assisti-lo na prisão em Roma (Fp. 2.25, 30, 4.18). Paulo destaca algumas características desse obreiro dedicado: irmão, parece um atributo de menor importância, mas essa é a maior qualidade de um obreiro (Fp. 2.25), cooperador, alguém que se coloca à disposição para ajudar (Fp. 2.25), companheiro, alguém que não deixou Paulo sozinho na hora da luta (Fp. 2.25). Mas Epafrodito não era perfeito, tinha suas limitações, como todo obreiro do Senhor. Contrariando a teologia da saúde, que permeia alguns ciclos cristão, Epafrodito adoeceu. Não podemos condicionar a espiritualidade do cristão à sua saúde física e/ou mental. O Deus da Bíblia é o mesmo, Ele ainda cura hoje, mas soberanamente, às vezes, decide não curar. Epafrodito não apenas adoeceu, ele quase morreu, trazendo preocupação a Paulo. A morte de Epafrodito não entristeceria a Paulo por causa da sua possível partida, mas pelo sacrifício daquele obreiro pela causa do Apóstolo, e da sua distância de casa. A doença de Epafrodito tem um aspecto mental, pois ele “tinha muitas saudades” e estava “muito angustiado” (Fp. 2.26,27). Qualquer obreiro do Senhor pode passar por adversidade, sofrer por motivo de enfermidade, seja ela física ou mental. No caso de Epafrodito, o Senhor restituiu Sua saúde, confortando o coração de Paulo, que o enviou de volta a Filipos. E mais interessante, orientando que Epafrodito não fosse recebido como um desertor, mas com alegria e honra, como um obreiro dedicado à obra do Senhor (Fp. 2.29).

CONCLUSÃO: Três obreiros, três características, que podem ser resumidas em uma palavra: fidelidade. As vidas de Paulo, Timóteo e Epafrodito servem de estímulo aos obreiros desta geração. Que os jovens obreiros possam aprender, a partir desses exemplos, e de tantos outros de obreiros fiéis, a discernir o real significado do ministério cristão. O legado desses obreiros fiéis do Senhor é o amor sacrifical, a aprovação pela Palavra e a dedicação ao serviço. PENSE NISSO!

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