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ENCONTRANDO O NOSSO PRÓXIMO

Texto Áureo: Mt. 12.33 – Leitura Bíblica: Lc. 10.25-37

INTRODUÇÃO
Por causa da natureza pecaminosa, somos tendenciosos ao egoísmo, a buscar apenas nossos interesses. Na aula de hoje, a partir da parábola do bom samaritano, aprenderemos a respeito do amor ao próximo. Inicialmente, com base nos ensinamentos de Jesus, identificaremos quem é o próximo. Em seguida, nos voltaremos para essa parábola desconcertante, que nos instiga ao amor ao próximo, acima dos nossos desejos egoístas.

1. QUEM É O MEU PRÓXIMO
Os religiosos do tempo de Jesus, diante dos ensinamentos do Mestre, o indagaram: “quem é o meu próximo”? (Lc. 10.29). Por causa da nossa natureza caída, temos uma tendência a fazer escolha das pessoas com as quais nos relacionar. Em uma sociedade utilitarista, para os utilizar uma expressão filosófica de Bauman, os relacionamentos são cada vez mais líquidos. As pessoas se tratam buscando agradar suas vontades, e no contexto de um capitalismo selvagem, há quem queira apenas tirar algum proveito. Há uma máxima na cultura brasileira, diz-se que “se deve buscar árvore que tenha sombra”.  Mas há muito tempo, sob a égide de uma ética cristã, cujo fundamento é o próprio Cristo, essa doutrina foi descontruída. No Sermão do Monte o Senhor Jesus ensinou a amar ao próximo, e fui muito mais além, ao ensinar que devemos amar aos nossos inimigos (Mt. 5.38-47). A fé cristã deve nos motivar a amar o próximo independentemente de quem a pessoa seja. No contexto da religião, somos tentados a formar nossas “panelinhas”, os grupinhos que nos satisfazem. Existiam grupos dessa natureza na igreja de Corinto, alguns preferiam ficar com Paulo, outros com Apolo, e o mais extremados, com Pedro (I Co. 1.12). A religiosidade, diferentemente da comunhão cristã, é segregadora, ela faz opção por algumas pessoas, em detrimento de outras. A fé em Cristo deve alargar nossos horizontes, a fim de ver o próximo que pode está muito perto, mas que preferimos que esteja distante.

2. UMA PARÁBOLA DESCONCERTANTE
Para responder à pergunta: “quem é o meu próximo” Jesus resolveu contar uma parábola. Na narrativa lucana, está escrito que um homem descia de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. Passaram por aquele homem um sacerdote e um levita, que não consideraram o estado daquele homem. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão, cuidou dele e o conduziu a uma estalagem (Lc. 10.30-33). É digno de destaque, nessa parábola, que os religiosos não tiveram consideração com aquele homem caído. Jesus, no entanto, insere um “mas” em sua narrativa. Essa conjunção adversativa tem bastante significado na parábola, pois o objetivo do Mestre foi o de contrastar a atitude dos religiosos – o sacerdote e o levita com o do samaritano. As palavras de Jesus continuam incomodando as pessoas religiosas deste tempo, e trazendo desconforte para aqueles que se fiam em sua mera religiosidade. Os samaritanos, por causa da sua miscigenação, eram considerados párias para os judeus. Eles os consideravam como uma sub-raça, pessoas que não mereciam atenção. Mas foi justamente esse que mostrou interesse pelo homem caído a beira da estrada. A graça de Deus pode vir dos lugares que muitas vezes não esperamos.

3. AMANDO AO PRÓXIMO
A fé cristã tem como palavra fundamenta o amor, e esse deve ser demonstrado por meio de ações, não apenas de palavras. Muitos cristãos falam muito em amor, mas não o pratica de fato. Ou quando o fazem, lembram apenas do amor de Deus por eles, mas não do amor que se deve demonstrar aos outros. É bastante comum as pessoas decorarem Jo. 3.16, mas poucos cristãos sabem de cor I Jo. 3.16. O primeiro texto fala do amor de Deus por nós, enquanto que o segundo trata do amor que devemos demonstrar aos outros. A mensagem bíblica é equilibrada, ela nos direciona para amar a Deus, o próximo e a nós mesmos. Existem pessoas que dizem amar apenas a Deus, essa se deixam conduzir pelo fanatismo. Outros amam apenas o próximo, são tomadas pela filantropia, às vezes, se esquecem delas mesmas. Mas ainda aqueles que amam apenas a eles mesmos, são os egoístas que não atentam para as necessidades das pessoas. A fé cristã é uma prática engajada em atitudes amorosas, demonstradas por meio da ajuda àqueles que mais precisam. Os evangélicos assumiram com propriedade uma pauta moral, e que em alguns casos pode ser considerada moralista. É lamentável, no entanto, que poucos estejam preocupados com as injustiças sociais do país. Enquanto debatemos questiúnculas, existem pessoas que estão padecendo nos corredores dos hospitais, mães choram porque seus filhos são vítimas da violência desenfreada. Os evangélicos brasileiros precisam buscar relevância no contexto no qual se encontram.

CONCLUSÃO
Há uma história bastante ilustrativa em relação à essa realidade, e a respeito de como identificar o nosso próximo. Um jovem foi morto em uma guerra, e seu corpo conduzido por um amigo até um cemitério. Mas o responsável não permitiu que esse fosse sepultado naquele local. Diante da situação, o amor do soldado morto decidiu enterrar o corpo do lado de fora do pequeno muro do cemitério. No dia seguinte, retornou para visitar o local, mas não encontrou mais o túmulo. Preocupado, perguntou ao responsável pelo cemitério, e esse respondeu que, comovido pela atitude do amigo, resolveu aumentar o tamanho do muro, para que o corpo do homem ficasse dentro do cemitério. Essa é uma lição a respeito do amor cristão, que serve muito mais para construir pontes, do que para construir muros.

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. The parables of Jesus. LaSalle Boulevard: Moody Publishers, 1983.
KENDALL, R. T. The parables of Jesus. Grand Rapids: Chosen Books, 2004.

PERDOAMOS PORQUE FOMOS PERDOADOS


Texto Áureo: Mt. 18.35 – Leitura Bíblica: Mt. 18.21-35

INTRODUÇÃO
O perdão é uma dádiva que todos ser humano tem necessidade, considerando que todos pecaram e estão distanciados da glória de Deus (Rm. 3.23), principalmente ao atestar que o salário do pecado é a morte (Rm. 6.23). É maravilhoso saber que fomos alcançados pela graça de Deus, que perdoou nossos pecados. Na lição de hoje, veremos que por causa da misericórdia de Deus, devemos agir de igual modo com nossos semelhantes, perdoando suas ofensas contra nós.

1. UM CREDOR INCOMPREENSIVO
Jesus contou uma parábola a fim de ressaltar a importância de perdoar o próximo, essa é comumente conhecida como a parábola do credor incompreensivo ou incompassivo. A narrativa se encontra em Mt. 18, e diz respeito a duas dívidas em questão. Um homem devia uma quantia exorbitante, na verdade um valor que seria impagável – dez mil talentos – tendo sido perdoado. No entanto, esse mesmo homem, cuja divida foi perdoada, não agiu de igual modo ao ser procurando por um devedor, que não era capaz de pagar uma quantia bem menor – cem dinheiros. Jesus conta que este: “porém, não quis; antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida (Mt. 18.30). A conclusão da parábola nos traz o ensino: “assim vos fará também meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seus irmãos, as suas ofensas” (Mt. 18.35). Aprendemos, a partir dessa aula de Jesus, que o perdão é uma das virtudes do reino de Deus, sendo esse uma característica dos súditos do reino. O contexto da parábola também deve ser considerado, pois Pedro perguntou inicialmente: “Senhor, até quantas vezes peará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?” (Mt. 18.21). Talvez, o discípulo de Jesus achasse que estava sendo generoso ao demonstrar disposição de perdoar “sete vezes”. Mas a respeito de Jesus foi ainda mais radical: “não te digo até sete, mas até setenta vezes sete” (Mt. 18.22). O Mestre não pretendia que esse calculo matemático fosse interpretado literalmente, mas que seus discípulos aprendessem a necessidade de perdoar sempre.

2. DEUS PERDOOU NOSSOS PECADOS
Somos alvos da misericórdia e graça divina, a primeira diz respeito ao fato de Deus não nos dar aquilo que merecemos – a condenação; e a segunda, ao fato de Deus nos dar justamente o que não merecemos – o perdão. A graça, charis em grego, é o favor imerecido de Deus a cada um de nós. E esse perdão de Deus, conforme apreendemos na resposta de Jesus na parábola, é uma hipérbole, ou seja, uma graça exagerada. Éramos indignos aos olhos de Deus de receber o perdão, a condenação era uma realidade da qual não poderíamos escapar. O sacrifício de Jesus na cruz do calvário, o Seu precioso sangue derramado é a causa da remissão dos nossos pecados (Hb. 9.22). Ao recorrer a uma metáfora contábil, Paulo destaca que Deus providenciou uma maneira para que nossa dívida fosse paga (Gl. 4.4,5). Muitos cristãos esquecem essa verdade maravilhosa, por isso se colocam debaixo do jugo da religiosidade. Há cristãos evangélicos que acreditam que são salvos por causa do que fazem ou deixam de fazer. Mas não podemos desconsiderar que a salvação é pela graça de Deus, por meio da fé e não das obras, para que ninguém tenha do que se gloriar (Ef. 2.8,9). E porque Deus perdoou nossos pecados, alcançando-nos na esfera horizontal, devemos agir de igual modo na esfera horizontal, também perdoando nossos irmãos, sendo ainda mais radical, conforme Jesus nos ensinou: “amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus” (Mt. 5.44).

3. DEVEMOS PERDOAR OS PECADOS DOS OUTROS
É sempre importante lembrar que Deus prova Seu amor para conosco pelo fato de Ele ter nos amado sendo nos ainda pecadores (Rm. 5.8). Vários cristãos sabem de cor o que se encontra escrito em Jo. 3.16, mas apenas alguns poucos sabem o que se encontra escrito em I Jo. 3.16. A primeira referência diz que Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho Unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna. A segunda referência afirma que assim como Ele nos amou, devemos amar nossos irmãos e entregar nossas vidas por eles. É preciso destacar que a graça maravilhosa de Deus nos coloca diante de uma nova condição ética, considerando que agora somos novas criaturas em Cristo (II Co. 5.17). Ele nos amou, agiu com misericórdia, nos tratou com graça. Semelhantemente, devemos amar o próximo, agir com misericórdia, e ser graciosos com aqueles que nos ofendem. Na oração dominical o Senhor expressou essa máxima: “perdoai as nossas ofensas, assim como perdoamos aqueles que nos ofenderam” (Mt. 6.11,12). Muitos supostos cristãos, tomados pelo legalismo religioso, são incapazes de perdoar o próximo, têm uma percepção elevada deles próprios. Esses, além de não perceberem que foram alcançados pela graça, ainda deixam de agir com graça com os outros. Tais fazem o mesmo que o credor incompreensivo da parábola contada por Jesus, foram perdoados de uma dívida impagável, mas não fazem o mesmo quando alguém se aproxima pedindo perdão.

CONCLUSÃO
O evangelho de Jesus Cristo nos põe debaixo de uma ética diferenciada daquela mundana. É por isso que Jesus deixou claro que nossa justiça deve exceder a dos escribas e fariseus (Mt. 5.20). O mundo age por meio da máxima: olho por olho e dente por dente. Os súditos do reino vivem a partir do “porém vos digo” de Jesus, que demonstra disponibilidade para perdoar, tendo por base o grande amor de Deus por cada um de nós.

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. The parables of Jesus. LaSalle Boulevard: Moody Publishers, 1983.
KENDALL, R. T. The parables of Jesus. Grand Rapids: Chosen Books, 2004.

SINCERIDADE E ARREPENDIMENTO DIANTE DE DEUS

Texto Áureo: Mt. 23.12 – Leitura Bíblica: Lc. 19.9-14

INTRODUÇÃO
Nos tempos de Jesus, fariseus e publicanos se colocavam em lados opostos, os primeiros defendiam a moral religiosa, os últimos coletavam impostos, e os entregavam aos romanos. Na aula de hoje estudaremos sobre sinceridade, tendo por base a parábola que Jesus contou a respeito das orações de um fariseu e de um publicano. Aprenderemos a importância de uma vida sincera, não pautada em mero formalismo religioso, mas na graça oferecida por Deus.

1. FARISEUS E PUBLICANOS
Os fariseus faziam parte de uma seita judaica bastante numerosa, que se destacava pelo rigor religioso, sobretudo no cumprimento das tradições (Mt. 15.1,2). A palavra fariseu significa “separado”, e assim eles se consideravam, como um povo eleito de Deus. A doutrina dos fariseus, em linhas gerais, não se diferenciava da ortodoxia judaica. O principal problema deles era o excesso de normas, que iam além daquelas estabelecidas pelo judaísmo clássico. Além disso, eles valorizavam demasiadamente as exterioridades, em detrimento de uma espiritualidade genuína. Por causa desse tipo de comportamento, foram duramente repreendidos por Jesus, que os chamou de sepulcros caiados (Mt. 23.27-32). Na verdade, grande parte dos discursos de Jesus, bem como das suas parábolas, foram direcionadas aos escribas e fariseus, que cultivavam uma religiosidade de aparência, destituída de autenticidade espiritual. Esses fariseus se opunham com veemência a outro grupo daquela época, os publicanos. Estes eram cobradoras de impostos, e eram considerados traidores porque cobravam dos judeus para entregarem aos romanos. Por esse motivo, geralmente eram postos na lista dos pecadores (Mt. 9.10,11), e eram associados às meretrizes (Mt. 21.31).  Os fariseus, ao se compararem com os publicanos, achavam que eram superiores àqueles. Eles se consideravam “cidadãos de bem”, enquanto que os publicanos seriam a escória da sociedade.

2. UMA PARÁBOLA SOBRE SINCERIDADE
A interpretação de Jesus, a respeito de quem era pecador, era diferente do aparato exegético dos fariseus. E para mostrar sua diferença, contou uma parábola a respeito de um fariseu e um publicano que oravam. De acordo com o relato de Lucas, o Mestre contou que dois homens subiram ao tempo para orar, um fariseu e um publicano (Lc. 18.9,10). A oração do fariseu estava fundamentada na justiça própria, pensando que seria aceito por Deus por causa das suas práticas religiosas (Lc. 18.12). O publicano, por sua vez, sabia que nada merecia aos olhos de Deus, por isso tão somente dizia: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!” (Lc. 18.13). Na avaliação de Jesus, o publicano seguiu justificado para sua casa, e acrescentou: “qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado” (Lc. 18.14). A mensagem dessa parábola é bastante apropriada, sobretudo nos dias atuais, que as pessoas se consideram “de bem”, em detrimento das outras que consideram “do mal”. De acordo com os ensinamentos de Jesus, o ser humano é mal, nada há nele que possa ser digno de justificação (Mt. 7.11). Não podemos esquecer que todos pecaram e foram destituídos da glória de Deus, que o salário do pecado é a morte, o dom gratuito de Deus é a vida eterna, em Cristo Jesus (Rm. 3.23; 6.23).

3. UMA ORAÇÃO SINCERA
A oração que é aceita diante de Deus é aquela feita de acordo com a revelação da Sua Palavra. Os discípulos pediram a Jesus para que ensinasse a eles a orar, demonstrando a necessidade de orar apropriadamente. As orações podem não ser fundamentadas na revelação de Deus, mas podem revelar as intenções do nosso coração, e mais que isso, podem refletir nosso caráter. A oração de muitas evangélicos, como aquela do fariseu da parábola, revelam apenas a percepção meritória de justiça. Há pessoas nas igrejas que acham que são merecedoras da salvação. Elas se acham melhores dos que os outros, em uma escala de graus sociais, se colocam acima dos demais. Mas o evangelho de Jesus nivela a todos debaixo da condenação do pecado. Paulo escreveu a Epístola aos Romanos para denunciar essa crença, a de que a religiosidade é suficiente para a justificação. A justificação acontece simplesmente por meio da fé em Cristo Jesus, ninguém é justificado por meio das obras da lei (Rm. 3.20; Ef. 2.8,9). Deus não nos aceita por intermédio dos nossos critérios religiosos, mas através do sacrifício vicário de Jesus na cruz do calvário. O sangue dEle derramado, como bem expressa o autor da Epístola aos Hebreus, é o fundamento da nossa salvação (Hb. 9.14). Essa é uma doutrina que percorre cada página do Novo Testamento, a fim de ressaltar que somente o sangue de Jesus nos purifica do pecado (I Jo. 1.7).

CONCLUSÃO
Evidentemente, para ser agraciado com o perdão divino, faz-se necessário demonstrar arrependimento, e se humilhar perante Deus (Lc. 14.11). Aqueles que cometem pecados morais costumam fazê-lo com maior rapidez, por isso publicanos e prostitutas precederão os religiosos no reino de Deus (Mt. 21.31). A razão é bastante simples, os religiosos legalistas tendem a se considerar retos aos olhos de Deus, por isso não percebem sua condição de pecado (Lc. 5.32).

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. The parables of Jesus. LaSalle Boulevard: Moody Publishers, 1983.
KENDALL, R. T. The parables of Jesus. Grand Rapids: Chosen Books, 2004.

AMANDO E RESGATANDO A PESSOA DESGARRADA


Texto Áureo: Lc. 15.7 – Leitura Bíblica: Lc. 15.3-10


INTRODUÇÃO
O capítulo 15 do Evangelho segundo Lucas é uma resposta aos religiosos moralistas dos tempos de Jesus. A palavra “perdido” é bastante significativa nesse contexto, considerando que a mensagem do Mestre nessas parábolas é a de ressaltar o amor de Deus, e Seu interesse por aqueles que se desgarraram. Na aula de hoje estudaremos a respeito das três parábolas do amor de Deus pelos perdidos: a ovelha perdida, a dracma perdida e o filho perdido.

1. A PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA
Essa parábola responde aos escribas e fariseus, que consideravam apenas os publicanos e pecadores como perdidos. Em sua narrativa, Jesus conta a respeito de um pastor que tinha cem ovelhas, e que uma delas se desgarrou do rebanho (Lc. 15.3-7). O fato de o pastor da parábola ir após a ovelha perdida é uma demonstração do amor de Deus pelas pessoas individualmente. Vivemos em uma sociedade que somente conhece as pessoas pelo quantitativo, não se importa pelas vidas daquelas que se encontra em condições mais vulneráveis. Os religiosos moralistas somente veem pecados nos outros, são incapazes de perceberam sua decadência espiritual. Há quem considere de maior importância os pecados sexuais, pessoas são disciplinadas rapidamente por causa das suas transgressões nessa área, mas o mesmo não acontece com indivíduos que se entregam dissolutamente às práticas pecaminosas espirituais. A corrupção na esfera política, a ostentação em detrimento dos mais pobres, o orgulho da religião desumana são pecados tão graves quanto os sexuais. Aqueles que professam a fé cristã devem cuidar para não se tornarem meros fariseus, como aqueles dos tempos de Jesus, que buscavam converter as pessoas, para torna-las piores do que eles mesmos (Mt. 23). Quando isso acontece, a religião se torna um fardo terrível que as próprias pessoas que o impõe sobre os outros não é capaz de carregar. Por isso Jesus destacou que seu fardo era leve e seu jugo suave, diferentemente daqueles dos religiosos do seu tempo (Mt. 11.28).  

2. A PARÁBOLA DA DRACMA PERDIDA
A pobre ovelha, da parábola que destacamos anteriormente, se perdeu por sua falta de direção, mas a dracma foi perdida pelo descuido de alguém. Na cultura antiga, quando uma moça judia se casava, começava a usar na cabeça um diadema com dez moedas de prata, isso servia para indicar que a partir de então ela não era mais uma menina, havia se tornado uma mulher casada. Quando se perdia uma dessas moedas, a condição era de desespero, pois se constituía em uma tragédia, a situação tornava-se ainda mais problemática porque as casas na palestina eram bastante escuras, dificultando, assim, que a moeda fosse encontrada. Essa é outra parábola apresentada a fim de mostrar o amor de Deus pelos pecadores, algo que escandalizou os fariseus legalistas daquele tempo. A concepção de Deus daqueles religiosos era equivocada, há pessoas que constroem uma imagem de um deus iracundo, diferente daquele retratado nos Evangelhos, em conformidade com os ensinamentos de Jesus. Existem arquétipos da divindade, inclusive no meio dos cristãos, que não passam de projeções subjetivas. Existem pessoas que passaram a fazer parte das igrejas, mas que não foram transformadas pelo evangelho. Existem pessoas que se aproximam de igrejas, sobretudo daquelas mais legalistas, apenas para dar vazão aos seus ressentimentos. Esses ambientes se tornam doentios, o nome de Deus é usado a fim de ferir, não para propagar amor, graça e misericórdia.

3. A PARÁBOLA DO FILHO PERDIDO
Há outra parábola contada por Jesus que revela a grandeza do amor de Deus, e ao mesmo tempo, o perigo do legalismo religioso. Um filho perdido, ou mais comumente conhecido como pródigo, que significa esbanjador, partiu para uma terra distante. Essa parábola poderia muito bem ser denominada de Parábola do Pai Amoroso, pois põe em evidência o amor de Deus por aqueles que são desprezados pelo moralismo religioso. O filho mais jovem recebeu a herança do seu pai ainda quando esse estava vivo, em busca de uma vida dissoluta, totalmente entregue ao pecado. Mas o salário do pecado é a morte (Rm. 6.23), e conduz o ser humano a uma vida de escravidão (Jo. 8.34). Depois de perder tudo que tinha, e se encontrar em condição deplorável, o filho esbanjador resolve retornar para casa do Pai, tendo a pretensão de ser aceito tão somente como um empregado (Lc. 15.17-19). Ele admitiu que era um pecador, necessitado da graça e do perdão do pai a quem havia abandonado. O arrependimento é condição necessária ao recebimento do perdão divino (At. 11.18). Muitas vezes, nos voltamos apenas para a primeira parte da parábola, e silenciamos em relação à segunda parte, que trata a respeito do filho que ficou. Através deste Jesus quis desvelar a insensibilidade dos religiosos do seu tempo. Os escribas e fariseus diziam fazer a vontade de Deus, mas na verdade serviam apenas a eles mesmos. Eles não reconheciam a graça amorosa de Deus, pautavam-se apenas em regras humanas, estabelecidas por eles mesmos.

CONCLUSÃO
É bastante expressivo, nessas parábolas dos perdidos, a alegria nos céus por aqueles que se arrependem, e se voltam para Deus em arrependimento. Lucas aponta que “há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (Lc. 15.10). Devemos atentar para essa verdade, sem deixar de atentar para a graça maravilhosa de Deus, atrai para Si todos aqueles que reconhecem sua condição de dependência dEle. Apenas aqueles que se aferram à mera religiosidade, deixam de desfrutar desse amor incondicional, cujo fundamento é o próprio Deus.

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. The parables of Jesus. LaSalle Boulevard: Moody Publishers, 1983.
KENDALL, R. T. The parables of Jesus. Grand Rapids: Chosen Books, 2004.

PERSEVERANDO NA FÉ

                   
                         Texto Áureo: Lc. 18.7 – Leitura Bíblica: Lc. 18.1-8


INTRODUÇÃO
A parábola do Juiz Iníquo, que na verdade, é a parábola da viúva perseverante, tem muito a nos ensinar sobre a oração. Vivemos em uma sociedade que se esqueceu de oração, que deixou de buscar a Deus, e quando o faz busca apenas seus interesses egoístas. Na aula de hoje, com base nessa parábola contada por Jesus, aprenderemos a importância de persistir em oração, confiando que o Senhor ouve nossas petições, e ainda mais relevante, que podemos ter comunhão com Ele.

1. A FÉ COMO PERSEVERANÇA
A palavra pistis em grego carrega múltiplos significados, podendo se referir tanto à crença, quando a fidelidade, sobretudo em tempos de adversidades. O autor da Epístola aos Hebreus define a fé como “o fundamento das coisas que se esperam” (Hb. 11.1). Essa é a fé-fidelidade, apresenta por Paulo como um dos aspectos do Fruto do Espírito (Gl. 5.22). Essa é a fé que, segundo as próprias palavras de Jesus, deve ser cultivada, sob o risco de, por causa da falta de amor de muitos, deixar de existir (Lc. 18.8). Há pessoas que estão desistindo da caminhada cristã, trocando-a por valores meramente terrenos, buscando pratos de lentilhas ao invés do maná celestial. A fé cristã é a base da fé daqueles que se entregam incondicionalmente a Cristo, que seguem Seus passos como verdadeiros discípulos. Essa fé também pode ser demonstrada como charisma do Espírito (I Co. 12), a fim de ver a manifestação de milagres, Jesus disse que essa fé é capaz de mover montanhas (Mt. 17.20). Uma das formas de expressar essa fé é por meio da oração, sobretudo nestes tempos nos quais as pessoas deixaram de orar. Por causa do pragmatismo contemporâneo, muitas igrejas confiam mais em seus dotes políticos, do que na intervenção do Espírito para conduzir seus ditames. Como igreja do Senhor Jesus, devemos perseverar na oração, firmes nas promessas dAquele que o Cabeça da igreja.

2. A PARÁBOLA DA PERSEVERANÇA
A fim de ressaltar a importância da perseverança na oração, Jesus contou uma parábola a respeito de uma viúva persistente. É digno de destaque o papel das mulheres no Evangelho segundo Lucas, principalmente daquelas que ficaram viúvas (Lc. 2.27,28; 4.25,26; 7.11-17; 18.1-8; 20.45-47; 21.1-4). Essa parábola precisa ser compreendida no contexto da época dos tempos de Jesus, nesse tempo o tribunal era móvel, tratava-se de uma tenda que seguia um determinado juiz. Aquela viúva, mesmo sendo uma mulher, e ainda por cima viúva e pobre, manteve-se perseverante em relação a sua causa. A mensagem que Jesus quer ensinar nessa parábola é única: devemos orar e jamais desfalecer. Lembremos que Paulo nos instruiu a orar sem cessar (I Ts. 5.17), isso quer dizer que devemos orar sempre, pois a oração descortina os céus. É importante ressaltar que por causa de Jesus, hoje temos livre acesso ao trono da graça (Hb. 4.14-16). É bem verdade que Deus nem sempre responde as orações da maneira que desejamos, Ele pode dizer “não”, como aconteceu com Moisés e Paulo, ou simplesmente “espere”. Em todas as situações, devemos perseverar até que saibamos a vontade de Deus, cientes de que Sua vontade é soberana, e que sempre fará o melhor para cada um de nós.  

3. A PERSEVERANÇA NA ORAÇÃO
A oração baseia-se na convicção de que o Pai Celeste, que tem providencial cuidados sobre nós (Mt. 6.26,30; 10.29,30), que é cheio de misericórdia (Tg. 5.11), ouvirá e responderá às petições dos seus filhos da maneira e no tempo que Ele julgue melhor. A oração deve, então, ser feita com toda a confiança (Fp. 4.6), embora Deus saiba de tudo aquilo que necessitamos, antes de lhe pedirmos (Mt. 6.8,32). A resposta do Senhor pode ser demorada (Lc. 11.5-10), importuna (Lc. 18.1-8) e repetida (Mt. 26.44), e a resposta pode não ser o que pedimos (II Co. 12.7-9), mas o cristão pode descarregar sua ansiedade em Deus, sabendo que nEle podemos descansar (Fp. 4.6,7). As posições na oração, de acordo com a Bíblia, são as mais diversas: em pé (I Sm. 1.20,26; Lc. 18.11), de joelhos (Dn. 6.10; Lc. 22.41), curvando a cabeça e inclinando-a à terra (Ex. 12.27; 34.8), prostrado (Nm. 16.22; Mt. 26.39), com as mãos estendidas (Ed. 9.5) ou erguidas (Sl. 28.2; I Tm. 2.8). Sobre o lugar, o templo é reconhecido, prioritariamente, como “Casa de Oração” (Lc. 18.10), mas os fiéis sempre oraram em lugares diversos, de acordo com a necessidade: dentro de um grande peixe (Jn. 2.1), sobre os montes (I Rs. 18.42; Mt. 14.23), no terraço da casa (At. 10.9), em um quarto interior (Mt. 6.6), na prisão (At. 16.25), na praia (At. 21.5). O lugar e a posição corporal não são dogmáticos em relação à oração, o mais importante, conforme ressaltou o Senhor, em Jo. 4.24, é a disposição espiritual, a fim de não incorrer na hipocrisia dos fariseus (Mt. 6.5).

CONCLUSÃO
A parábola de Jesus, a respeito da mulher perseverante, deve servir de motivação para que continuemos orando, ainda que os tempos sejam difíceis. Não sabemos o que sobrevirá o dia de amanhã, mesmo assim estamos cientes que o Senhor está no comando. Devemos confiar na Sua palavra que é fiel e verdadeira, e na Sua disposição de fazer sempre o que é melhor, ainda que não compreendamos neste momento. A resposta ao pragmatismo, que se adianta sem a vontade de Deus, é persistir diante dAquele que tem todas as respostas.

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. The parables of Jesus. LaSalle Boulevard: Moody Publishers, 1983.
MaCARTHUR, J. As parábolas de Jesus. São Paulo: Thomas Nelson, 2016.