SISTEMA DE RÁDIO

  Sempre insista, nunca desista. A vitória é nosso em nome de Jesus!  

AS VIRTUDES DOS SALVOS EM CRISTO

Textos: Fp. 2.12-18


INTRODUÇÃO: A humildade é apenas uma entre outras virtudes a serem desenvolvidas pelos salvos em Cristo. No estudo desta semana apontaremos algumas outras apresentadas por Paulo aos Filipenses, dentre elas destacamos: ausência de murmuração e contenda, conduta irrepreensível, sinceridade e fidelidade. Ao final, ressaltaremos, com o Apóstolo, a necessidade do sacrifício na obra de Deus, trabalhando com alegria, mantendo o foco na eternidade.

1. A OPERAÇÃO DA SALVAÇÃO: A salvação é uma dádiva de Deus, ninguém é salvo por méritos pessoais (Ef. 2.8,9; I Pe. 1.18,19). Mas muitas pessoas esquecem que precisam desenvolver a salvação (Ef. 2.10). Não somos salvos por causa das boas obras, mas para as boas obras, para que andemos nelas. Essa é a admoestação de Paulo, para que os cristãos trabalhem a salvação deles, com temor e tremor. Paulo não estava mais entre os filipenses, esse seria o momento de eles exercitarem a fé, demonstrarem maturidade. Muitos cristãos nas igrejas são eternamente dependentes dos seus líderes, como um filho que precisa ser alimentado. Mas isso é uma deficiência, os verdadeiros cristãos amadurecem, são capazes de seguir adiante, mesmo nas situações adversas. A salvação começa com Deus, mas o homem deve cooperar com Ele, desenvolvendo-a (I Co. 3.6-9). O desenvolvimento da salvação se dá por meio da santificação, que é um trabalho conjunto do ser humano com o Espírito Santo (Rm. 8.9-17). O cristão genuíno investe no seu amadurecimento espiritual, luta contra sua natureza pecaminosa (Rm. 14.18; I Co. 9.24-27; I Tm. 6.12). O modelo ideal a ser perseguido é o de Jesus Cristo, Deus deseja que sejamos semelhantes a Ele no caráter (Rm. 8.29). A expressão “com temor e tremor” revela a grandeza de Deus, principalmente Sua santidade, por isso os cristãos devem temer ofendê-Lo. Mas isso nada tem a ver com um temor servir, um pavor que nos distancia dEle. Paulo diz aos cristãos e Roma que eles não receberam um espírito de escravidão (Rm. 8.15). Tememos, e trememos diante de Deus, por causa do Seu amor gracioso. E confirmarmos que o Senhor está trabalhando em nossas vidas através do Seu Espírito (Rm. 8.3,4; II Co. 3.4-6). O Espírito Santo opera na Sua igreja para que essa realize as obras que Ele deseja (I Co. 12.4-7).

2. AS VIRTUDES DA SALVAÇÃO: A salvação é demonstrada através de virtudes, a respeito das quais Paulo também orientou os gálatas, denominando-as de fruto do Espírito (Gl. 5.21,22). O fruto do Espírito conduz o cristão à obediência, a fim de fazer as coisas que Deus determinou, sempre sem murmurações ou contendas. Há um problema quando as coisas são feitas com motivações erradas nas igrejas locais. Muitas congregações estão sofrendo porque as pessoas fazem, mas por vanglória. A disputa por cargos nas igrejas está adoecendo muitos cristãos  e as congregações, por causa das divisões e partidarismos (Fp. 2.3,4). A palavra murmuração, em grego, é goggysmos, diz respeito à reclamação, resultado de rebelião e infidelidade. Esse sentimento esteve presente entre os filhos de Israel ao longo da peregrinação pelo deserto (I Co. 10.10; Nm. 11.1-6). Contendas, dialogismoi em grego, descreve as disputas desnecessárias, que conduzem às dúvidas. Esse tipo de atitude é reprovada por Paulo porque nada tem a ver com o sentimento que havia em Cristo (Fp. 2.5). Ao invés de viverem em murmurações e contendas, os cristãos devem se voltar para o que é sublime, buscarem ter uma vida irrepreensível, serem inculpáveis em meio a uma geração perversa (Fp. 2.14,15). A palavra irrepreensível no grego é amemptos e expressa pureza, comportamento digno de um seguidor de Cristo. Isso diz respeito à reputação, mas não é suficiente, é preciso também desenvolver o caráter, a sinceridade, akeraios em grego. Essa palavra era usada para diferenciar o vinho ou leite puros, sem mistura de água. Sendo também inculpáveis, amomos em grego, os cristãos e apresentam diante de Deus imaculados, como um sacrifício vivo, experimentando a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (Rm. 12.1,2). Diante dessa geração corrompida pelo pecado, o cristão deve resplandecer, sendo sal da terra e luz do mundo (Mt. 5.14-16). Por fim, mas não por último, a salvação deve ser demonstrada através de uma fidelidade inegociável a palavra da vida. Cristo é a própria Palavra da Vida, o Verbo que se fez carne (Jo. 1.1; I Jo. 1.1). Os cristãos são súditos de Cristo, Aquele que recebeu um nome que está acima de todos os nomes, o Rei dos reis. Por isso, a igreja deve se manter fiel a Sua palavra, e trabalhar a partir dos Seus ensinamentos. Após o arrebatamento Jesus estabelecerá seu julgamento das obras, a fim de avaliar as motivações dos trabalhos, se não tivermos objetivos corretos, teremos trabalhado em vão (Fp. 2.16).

3. ALEGRIA DA SALVAÇÃO: Paulo é um exemplo de alguém que trabalhava na obra de Deus com uma motivação correta. Ele está disposto, se necessário fosse, a ser “oferecido por libação sobre sacrifício e serviço” da fé dos filipenses. Nem todos nesses dias atuais, marcadores pela mercantilização do evangelho, são afeitos a esse tipo de sacrifício (II Tm. 4.6). O Apóstolo usa uma metáfora do serviço, do culto, comparando-se a um holocausto, uma oferta a Deus, na vida ou na morte (Nm. 15.5,7,10). A palavra grega é leitourgia, e refere-se a um culto sacrificial, no qual se apresenta ofertas. Diferentemente de muitos obreiros dos dias modernos, Paulo mantinha o foco do seu trabalho na eternidade. Ele sabia que um dia prestaria contas a Cristo pelo trabalho realizado. O Apóstolo dos gentios não apenas está disposto a entregar Sua própria vida por amor a Cristo, em serviço dos irmãos, mas também a fazê-lo com alegria. O obreiro do Senhor não pode ter medo da morte, ainda que não deva buscá-la. Ele sabe que está trabalhando para um Deus que tem tudo em Suas mãos. Nada que venha a acontecer fará com que o servo de Deus venha a perder a esperança. Seja na vida, ou na morte (Fp. 2.17), o trabalhador na seara do Mestre sabe que está plantando para a eternidade. Muitos hoje em dia somente se interessam pelo prêmio temporal, alguns deles já estão recebendo seu galardão, nada mais receberão na glória. Essa é a alegria do cristão, não está fundamentada nas circunstâncias. Essa é a alegria, chara em grego, do Espírito, que independe das condições, sejam elas favoráveis ou desfavoráveis. O problema de muitos cristãos modernos é que querem felicidade, não alegria, mas não fomos chamados para ser felizes, mas para ser alegres. A primeira depende das circunstâncias, a última está alicerçada em Deus, a fonte de toda alegria.

CONCLUSÃO: Deus iniciou uma boa obra em nossas vidas, e certamente levará adiante, mas não sem antes nos conduzir à maturidade. Toda construção exige sacrifícios, e não poucas vezes, mudanças drásticas. A fim de produzir Seu fruto em nós, e aprimorar as Suas virtudes, o Espírito Santo alterará os percurso dos nossos planos. Mas não temos motivo para nos desesperar, antes estejamos alegres, sobretudo confiantes, pois Deus sabe o que está fazendo. PENSE NISSO! 

Deus é Fiel e Justo!

JESUS, O MODELO IDEAL DE HUMILDADE

Textos: Fp. 2.5-11


INTRODUÇÃO: No último estudo destacamos que a humildade é uma das características do cristão, condição necessária para a unidade da igreja. No estudo desta semana aprofundaremos esse tema, apontando Cristo como o modelo ideal de humildade. Inicialmente destacaremos a humilhação de Cristo, em seguida sua exaltação, e ao final, a necessidade de vivermos, como cristão, na mesma humildade.

1. O CRISTO HUMILHADO: O texto bíblico tem sido amplamente debatido entre os estudiosos das Escrituras, muito usado para explanar a doutrina da kenosis, isto é, do esvaziamento de Cristo. Mas esse não é o foco principal dessa passagem, tendo em vista que Paulo estava orientando em relação a um problema prático na igreja de Filipos. Isso não deve ser motivo para desconsiderar o estudo teológico, apenas mostra que a teologia precisa está vinculada à prática. Os problemas não podem ser solucionados somente com base nas nossas experiências. A doutrina bíblica é o alicerce a partir do qual a liderança toma as decisões na igreja. É nesse sentido que a doutrina da kenosis (Grego: Esvaziamento) tem como objetivo orientar os cristãos à humildade. Cristo abriu mão de usar seus atributos divinos em causa própria. Mesmo “subsistindo” (Grego: hyparquein) em forma (Grego: morphe) de Deus (Fp. 2.6), e sendo o Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis (Cl. 1.16), “não julgou como usurpação o ser igual a Deus”, isto quer dizer que Ele não considerou a sua igualdade a Deus, antes, por amor aos homens, decidiu esvaziar-se. Esse esvaziamento, verbo grego kenou, revela que Ele não deixou de ser Deus, nem mesmo que perdeu seus atributos, mas renunciou Sua glória celestial (Jo. 17.5). Isso para assumir a forma de servo (Fp. 2.7), nos evangelhos Ele se apresenta como um servo (Mt. 20.27; Mc. 10.45; Lc. 22.27). Quando os discípulos quiseram ser uns maiores do que outros, o Senhor radicalizou, pegou uma toalha e uma bacia e lavou os seus pés (Jo. 13.1-13). Cristo tomou a forma real de homem, não era apenas aparente, como defendiam os adeptos do docetismo gnóstico. Ele era homem tanto internamente quanto externamente, tornando-se semelhante a Adão, mas sem pecado. Ele também se fez semelhante (Grego: homoioma), isso mostra que Cristo não tinha apenas sentimentos e intelecto humanos (Grego: morphe), tinha também aparência humana. A realização extrema dessa humilhação foi demonstrada em Seu sacrifício (Fp. 2.8). Cristo foi obediente até a morte, e morte de cruz, para remover o pecado (I Pe. 2.24; II Co. 5.21).

2. O CRISTO EXALTADO: Para ser exaltado primeiramente Cristo precisou sacrificar-se, essa é uma lição para nós, o caminho da exaltação passa pelo vale da humilhação. A Bíblia revela que Deus exalta aqueles que se humilham (Mt. 23.13; Lc. 14.11; 18.14; Tg. 4.10; I Pe 5.6). Jesus não ficou na sepultura, Deus o ressuscitou de entre os mortos (At. 2.33; Hb.1.3), dando-LHE “toda autoridade no céu e na terra” (Mt. 28.18). A máxima bíblica, que não pode ser esquecida, principalmente nessa geração da projeção pessoal, é: “... todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado” (Lc. 18.14). Essa exaltação de Cristo não foi uma restituição da Sua divindade, pois essa Ele nunca perdeu, mas da Sua glória, que tinha antes que houvesse mundo (Jo. 17.5,6). Ele foi exaltado “sobremaneira” (Grego: hyperhypsoun), tendo ultrapassado os céus (Hb. 4.14), feito mais alto que os céus (Hb. 7.26) e subindo acima de todos os céus (Ef. 4.10). A Sua exaltação demanda uma atitude daqueles que nEle creem, os quais devem reconhecer Seu senhorio (Fp. 2.10). A igreja, na condição de súdita do Reino de Deus, já se encontra diante do Senhor, mas, no futuro, quando o Reino for pleno, toda língua confessará que Jesus é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores (Fp. 2.11; Ap. 5.13). Os apóstolos pregavam a respeito do senhorio de Cristo, mais que isso, eles viveram em submissão, reconhecendo Seu governo (At. 2.36; Rm. 10.9; Ap. 17.14; 19.16). Uma das primeiras confissões de fé da igreja cristã foi: Cristo é o Senhor, revelando Sua soberania. Isso significa que Ele está no comando de todas as coisas, nada ocorre sem Sua permissão. Muitos cristãos pregam a salvação, reconhecem Cristo como Salvador, mas não como Senhor. A igreja não pode esquecer essa doutrina fundamental das Escrituras: Cristo reina, portanto, devemos nos submeter à Sua voz. 

3. UM MODELO IDEAL: O triunfalismo está destruindo o modelo bíblico para a igreja cristã, não poucos líderes estão obcecados pelo poder temporal. Ninguém quer mais servir, alguns pastores acham-se quase deus, esqueceram que são, antes de tudo, diáconos (servos), tanto de Cristo quanto da igreja. Esse endeusamento acaba por provocar um desejo contido, uma neurose eclesiástica coletiva, implicando em doença no contexto da igreja. Os membros não querem ser diáconos, presbíteros nem pensar, evangelistas, talvez, mas a preferência nacional mesmo é a de ser pastor. Isso sem falar naqueles que são apóstolos, bispos, e se brincar, semideuses, em uma luta desenfreada para ser o maior. Paradoxalmente Jesus ensinou justamente o contrário, que quem quiser ser o maior deve ser o menor. A atuação dos membros na igreja deve está alicerçada no princípio da funcionalidade, isso porque somos partes de um mesmo corpo, com múltiplas funções, dependendo das necessidades (I Co. 12.12). O sistema eclesiástico torna-se doentio quando a hierarquia resulta em um fim em si mesmo. Os espaços são limitados, e as pessoas disputam as posições de poder. O resultado é pura carnalidade, conflitos infindos que se arrastam, na medida em que um derruba o outro, mirando assumir sua posição. Esse sistema alimenta muita inveja, faz com que as pessoas não estejam dispostas a servir, mas a bajular. Elas se aproximam das pessoas não porque as amam, ou porque lhes desejam bem, mas por interesse, a fim de tirar algum proveito. Diante desse quadro, precisamos recuperar o modelo bíblico da liderança servidora. Os pastores das igrejas locais precisam dar o exemplo, cultivar uma cultura bíblica do serviço, motivar os crentes a se colocarem a disposição uns dos outros, com genuíno amor cristão. As posições de liderança são bíblicas, e os pastores devem ser respeitados como tais, aqueles que se dedicam à Palavra, dignos de redobrada recompensa (I Tm. 5.17), mas devem ter cuidado para não se transformarem em celebridades, alimentando um sistema fadado ao fracasso espiritual.

CONCLUSÃO: Cristo é o maior modelo de humildade, Ele conviveu com a disputa pelo poder nos tempos dos apóstolos. Os discípulos já sofriam da síndrome do espírito de grandeza, cada um queria ser maior que o outro. Paulo também teve que enfrentar esse problema em Filipos, e nós, nos deparamos com situações de disputas por posição a todo instante. Mas precisamos ter equilíbrio espiritual, e não esquecer, que, tal como Jesus, não fomos chamados para ser servidos, mas para servir (Mc. 10.45). PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!

O COMPORTAMENTO DOS SALVOS EM CRISTO

Textos Fp. 1.27 – Fp. 1.27-30; 2.1-4


INTRODUÇÃO: Os salvos em Cristo não podem se comportar de qualquer maneira, isso porque a vida do cristão demanda um procedimento ético. No estudo desta semana trataremos a esse respeito, destacaremos, a princípio, a consistência, a cooperação e a confiança como características do verdadeiro cristão. Em seguida, mostraremos as marcas espirituais com vistas à unidade do Corpo de Cristo.

1. A CONDIÇÃO DOS SALVOS EM CRISTO: Os seguidores de Jesus são chamados discípulos e devem carregar a cruz do discipulado (Mt. 16.24). Reconhecemos a condição de membros da família de Cristo, filhos do mesmo Pai (Fp. 1.1-11), e de servos com a responsabilidade de partilhar o evangelho (Fp. 1.12-26), mas somos também soldados, em uma batalha espiritual, em defesa da fé. A esse respeito destacou Judas, em sua Epístola, exortando os cristãos a pelejarem pela “fé que uma vez foi entregue aos santos” (Jd. 3). Estejamos alerta, pois, conforme advertiu Paulo a Timóteo, a apostasia dos últimos dias da igreja já é evidente (I Tm. 1.11). A resposta da igreja a essa secularização é guardar o tesouro espiritual que fora confiado a Paulo, e que posteriormente ele o repassou a Timóteo (I Tm. 6.20), tendo este a responsabilidade de levá-lo adiante (II Tm. 2.2). Esse tesouro espiritual não é apenas uma tradição humana, mas o próprio evangelho, que deve ser ensinado às próximas gerações, a fim de que essas permaneçam fieis aos princípios revelados na Palavra de Deus (II Tm. 3.16). Não podemos abrir mão da “sã doutrina”, isto é, a ortodoxia(uma fé correta, conhecer), pois é a partir desta que surge o bom comportamento, a ortopraxia(uma pratica correta, praticar). Há quem defenda, inclusive nas igrejas genuinamente cristã,  um evangelho prático, destituído da doutrina bíblica. Esses pragmáticos argumentam: “não importa no que você acredita, contanto que faça o que é correto”. Mas essa premissa não tem qualquer fundamentação escriturística, pois os cristãos devem viver a partir daquilo que aprenderem, um discípulo não pode se basear em outro ensinamento senão o de seu Mestre (Jo. 15.12-14). O pragmatismo evangélico está conduzindo muitos a “fazerem o que dá certo”, não o que “é certo”. Nessa guerra espiritual precisamos recorrer às armas cristãs, que são poderosas em Deus (II Co. 10.4), mais especificamente a Palavra de Deus (Hb. 4.12) e a oração (Ef. 6.11-18).

2. CONSISTÊNCIA, COOPERAÇÃO E CONFIANÇA: Paulo dá aos crentes filipenses algumas estratégias a fim de que esses sejam exitosos nesse combate. A primeira delas é a consistência, eles deveriam se portar “dignamente conforme o evangelho de Cristo” (Fp. 1.27). Não podemos nos esquecer de que somos “cidadãos do céu”, e como tais devemos nos comportar. Por isso, enquanto estivermos na terra, devemos agir como pessoas que pertencem ao céu (Fp. 3.20). A igreja é embaixadora do Reino de Cristo na terra, por isso deve agir em conformidade com o seu chamado (Ef. 4.1), agradando ao Senhor em tudo (Cl. 1.10). Nossas vidas devem ser um livro aberto, mais precisamente, cartas abertas, que ninguém tenha do que nos acusar (II Co. 3.2). Devemos usar as palavras para pregar, mas também as nossas vidas. Nossas expressões devem ser endossadas pelo nosso comportamento. Esse é o princípio cristão para que não haja discrepância entre a ortodoxia e a ortopraxia. Em Fp. 1.27 Paulo faz uso de uma metáfora atlética para ressaltar o valor do comportamento cristão. Ele admoesta aos irmãos para que combatam “com o mesmo ânimo pela fé do evangelho”. Conforme identificamos em Fp. 4.2, havia desavenças na igreja de Filipos. Esses partidarismos também existiam na igreja de Corinto, resultando em divisão (I Co. 3.4-6). O Apóstolo usa, nesse trecho da epístola, o sufixo syn, que em grego dá ideia de trabalho em conjunto. O termo é synathleo, considerando que os cristãos verdadeiros deveriam permanecer juntos, como fazem os atletas em uma disputa olímpica. Os jogos de revezamento ilustram bem essa verdade, pois o último esportista somente poderá completar sua missão se os outros da sua equipe cooperarem. É problemática quando uma igreja sofre da síndrome de Diótrefes(dono da igreja), as pessoas querem sempre ser umas maiores do que as outras (III Jo. 9). Existem vários tipos de cristão que não querem fazer os trabalhos menos visados da igreja. Eles adoram, como os fariseus, serem vistos pelos homens (Mt. 23.5). Devemos também ser confiantes, não nos espantar diante daqueles que resistem o evangelho (Fp. 1.18). O Senhor está do nosso lado, ainda que não nos isente de aflições, pois nos “foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele” (Fp. 1.29). A mensagem contemporânea, propagada na mídia, inclusive a pseudocristão, é a seguinte: “pare de sofrer”. Mas Paulo nos mostra que fomos chamados para sofrer por amor a Cristo (Jo. 16.33; Fp. 3.10; II Tm. 3.12). O Apóstolo revela sua identificação com os cristãos verdadeiros de filipenses, destacando que se encontra, com eles, no mesmo combate. A palavra em grego é agonia, fazendo alusão aos sofrimentos pelos quais passam aqueles que seguem a Cristo.

3. MARCAS DA UNIDADE CRISTÃ: Paulo chama os crentes filipenses à unidade, não à uniformidade, algo totalmente diferente. Deus não nos chamou para sermos todos iguais, a diferença é normal no corpo de Cristo. A unidade é uma atuação espiritual, que vem de dentro. Enquanto que a uniformidade é uma atuação humana, que vem de fora. Alguns líderes não suportam a diferença na igreja, querem que todos os membros sejam iguais a eles. De vez em quando aparecem na televisão pregadores que imitam até o tom da voz dos seus líderes. A igreja deve investir na unidade espiritual, a uniformidade eclesiástica pode ser uma doença, uma falta de espiritualidade. Paulo avalia se há realmente unidade na igreja de Filipos, por isso identificamos quatro “ses” em Fp. 2.1. Esses “ses” revelam as condições para a verdadeira unidade eclesiástica, pois sem conforto – paraklesis (Jo. 14.16), consolação – paramuthion (Rm. 5.5), comunhão – koinonia (At. 2.42), afetos – slanchma (II Co. 7.13-15) e compaixões – oiktirmos (II Ts. 2.16) não há unidade. A verdadeira unidade é consequência do fruto do Espírito, não existe unidade em uma igreja local na qual predominam as obras da carne (Gl. 5.17-22). O individualismo está destruindo a unidade em muitas igrejas locais, há comunidades em que a premissa é: “cada um por si e o diabo contra todos”. Paulo convoca os crentes filipenses a agirem de modo diferenciado, a viverem tendo “o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentido uma mesma coisa” (Fp. 2.2). Isso é unidade, não uniformidade, ninguém faz coisa alguma por “contenda ou por vanglória, mas por humildade” (Fp. 2.3), pautados no amor-agape (I Co. 13), concretizado na humildade. A falta desta traz sérios danos à igreja local, pois quando a vanglória assume o primeiro lugar, o resultado é cada um querendo ser maior do que o outro. Os discípulos de Jesus sofriam dessa doença espiritual (Mt. 18.1-4). Mas o Senhor os repreendeu, e foi mais além, dando-lhes um exemplo radical de humildade (Jo. 13.16,17).

CONCLUSÃO: O comportamento dos salvos em Cristo deve ser pautado pela humildade, cada um deve considerar “os outros superiores a si mesmo” (Fp. 2.3). O individualismo não pode predominar no corpo de Cristo, para tanto, cada um deve atentar não para o “que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros” (Fp 2.4). Ao invés de destruir-nos mutuamente, devemos carregar as cargas uns dos outros, fazendo assim estaremos cumprindo a lei de Cristo (Gl. 6.2). PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!

ESPERANÇA EM MEIO À ADVERSIDADE

Textos: Fp. 1.21 – Fp. 1.12-21

INTRODUÇÃO: No estudo desta semana meditaremos a respeito da perspectiva do Apóstolo, que sabia discernir o passado, por isso tinha alegria no presente, e o mais importante, esperança no futuro. Veremos que as adversidades não foram capazes de diminuir a grandeza do evangelho, considerado, pelo próprio Paulo, uma boa nova (Fp. 1.12), a proclamação da Palavra de Deus (Fp. 1.14), que fora encarnada em Jesus Cristo (Fp. 1.18).

1. DISCERNINDO O PASSADO: Paulo não demonstrou autocomiseração em relação a sua adversidade, pois mesmo preso, algemado em Roma, não se queixava pela sua condição. Ao ponderar a respeito do passado, o Apóstolo põe em perspectiva a soberania de Deus. Todas as situações adversas pelos quais passou não retiraram o foco da direção de Deus para a sua vida. Ele sequer culpou alguém, nem mesmo satanás como agente das suas lutas. Ao considerar seu passado, Paulo vê, em tudo, o propósito divino. Ele foi perseguido em Damasco (At. 9.23-25), rejeitado em Jerusalém (At. 9.26-28), esquecido em Tarso (At. 9.30), apedrejado em Listra (At. 14.19), barrado por Deus em seus projetos (At. 16.6-10), preso e açoitado com varas (At. 16.19-26), escorraçado em Tessalônica (At. 17.5,13), preso em Jerusalém (At. 21.27,28), e dispensado do campo missionário pelo próprio Deus (At. 22.17-21). Mas nada disso deteve o entusiasmo do Apóstolo, muito pelo contrário, ele abraçou essas circunstâncias como possibilidades. Na verdade, isso tudo funcionou como uma abertura para o projeto de Deus em sua vida. O termo prokope, em grego, em Fp. 1.12, significa que Deus estava abrindo caminhos, através da adversidade, para o progresso do evangelho. A perspectiva cristã, em relação ao sofrimento, é diferente daquela divulgada pela sociedade contemporânea. As pessoas não querem mais sofrer, elas não admitem passar por aflições. Mas Jesus não prometeu isenção de sofrimento para os seus discípulos, muito pelo contrário (Jo. 16.33). Paulo também adverte Timóteo, o jovem pastor de Éfeso, quando às adversidades pelas quais passariam todos aqueles que seguem piedosamente a Cristo (II Tm. 3.12). As adversidades, em várias ocasiões, são meios usados por Deus para forjar o caráter dos seus servos para obras maiores que esses deverão desenvolver. 

2. CONVICÇÃO NO PRESENTE: Paulo não se deixou conduzir pelas adversidades, seu olhar não estava centrado no passado. O presente também não lhe causava desânimo, pois ele via o presente como oportunidade para a evangelização (Fp. 1.13). Ao invés de enfocar suas adversidades, Paulo via, no sofrimento, uma maneira de contribuir para a difusão da Palavra de Deus. A história dos avivamentos comprova que os maiores despertamentos espirituais da igreja ocorrem justamente em meio à perseguição. Por isso, a prisão de Paulo em Roma não foi capaz de deter a força poderosa do evangelho de Jesus Cristo. A própria guarda pretoriana fora alcançada através dos sofrimentos de Paulo na prisão, até mesmo os demais membros do palácio (Fp. 1.13). A situação de Paulo, como costuma acontecer em tempos de perseguição, estimulou os irmãos a falarem com ousadia a Palavra de Deus (Fp. 1.14,16). Mas não era propriamente as adversidades do Apóstolo que motivava os crentes de filipos, era o próprio Senhor Jesus que assim O fazia. Naquele tempo muitos estavam pregando o evangelho com “boa vontade e por amor”. Eles não pregavam a si mesmos, uma mera filosofia humana, mas Cristo, morto e ressuscitado (Fp. 1.15-18). Evidentemente nem todos tinha as intenções corretas para pregar a Cristo, alguns deles pregavam a doutrina certa, mas por motivo errados. Isso também acontece atualmente, não poucos estão pregando a Cristo, o revelado nas páginas do evangelho, mas não por amor aos pecadores, antes ao lucro. Há até os que pregam por inveja e contenda, por autopromoção, para serem vistos pelos outros, para aparecerem. É paradoxal, e, às vezes, perturbador, reconhecer que essas pessoas levam a mensagem certa, condizente com a ortodoxia bíblica, mas que não vivem o que pregam, não têm ortopraxia. Mas como esses não estavam deturpando a mensagem, o evangelho, Paulo não os censura, diferentemente daqueles que se infiltraram na Galácia (Gl. 1.7-9). O Apóstolo não se abala com aquela situação porque não se deixa conduzir pelas vaidades humanas. Ele não está preocupado se vai perder mais ou menos espaço no ministério. Isso porque o que interessa mesmo para Paulo é que Cristo fosse pregado, que a mensagem do evangelho fosse anunciada. Essa é uma lição para as disputas entre os pregadores e lideres nos dias atuais, que querem aparecer mais do que Cristo, diferentemente do que defendeu João Batista (Jo. 3.30).

3. ESPERANÇA NO FUTURO: Paulo contemplava o futuro pelos olhos de Deus, por isso, conforme já destacamos anteriormente, não tinha ressentimentos em relação ao passado. Muito pelo contrário, era mesmo capaz de se alegrar, e viver o presente com gozo espiritual. Ele estava certo de um futuro promissor, não necessariamente neste tempo, mas no futuro, em Deus (Fp. 1.19-21). Paulo não é adepto do estoicismo, doutrina filosófica que se compraz no sofrimento. Ele está preso, e deseja sair da prisão, tem expectativa quando a sua libertação (Fp. 1.19). A oração da igreja motiva a confiança do Apóstolo na sua liberdade. Ele sabe, consoante ao que diz Tiago, que a oração do justo pode muito por sua eficácia (Tg. 5.16). Deus usará os homens para coloca-lo em liberdade, mas isso acontecerá por uma obra soberana do Espírito Santo. É maravilhoso testemunhar os avanços da obra de Deus na vida de um homem ou mulher que olha para o futuro. Um dos principais problemas nas igrejas é justamente esse, há pessoas, inclusive líderes, que focam apenas o presente. As disputas, não poucas vezes, estão alicerçadas em interesses meramente terrenos. Mas Paulo está olhando para o futuro, ele tem esperança, em grego, apokaradokia, que significa “mirada fixa em um objeto de desejo”. Trata-se de uma esperança intensa, direcionada para um foco preestabelecido, ignorando outros interesses. A maior preocupação do Apóstolo é a de não ser envergonhado diante de Deus, ele trabalha para glorificar a Cristo em seu corpo (Fp. 1.20). Ao contrário do que muitos estão fazendo hoje em dia, não estava preocupado em construir seu próprio império. Ele sabia a razão pela qual estava atuando no ministério de Cristo, fora comprado por alto preço, para glorificar Cristo em seu corpo (I Co. 6.20). A glória de Deus deve ser a principal motivação de todo obreiro da seara cristã, Paulo quer glorificar a Cristo em sua vida, e se necessário for, na própria morte.

CONCLUSÃO: Essa atitude de Paulo é justificada porque, para ele, o viver é Cristo, não o dinheiro, ou os bens terrenos, o sentido da vida é o próprio Cristo. Por esse motivo morrer é lucro, ele não está apavorado, como acontece com o homem moderno, com a possibilidade da morte (Fp. 1.21). Para o cristão, a morte não é o fim, mas o descanso das fadigas (Ap. 14.13), é ser aperfeiçoado para entrar na glória (Hb. 12.23). A morte não é motivo de pavor para aqueles que militam na obra de Deus, pois esta, ao chegar, é bela aos olhos de Deus (Sl. 116.15). PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!

PAULO E A IGREJA DE FILIPOS

Textos: Fp. 1.9 – Fp. 1.1-11


INTRODUÇÃO: Estamos começando uma nova etapa de estudos desta feita veremos sobre a Epístola de Paulo aos Filipenses. E no estudo desta semana introduziremos essa que é uma das mais apreciadas cartas do Apóstolo. Inicialmente, mostraremos a relação de Paulo com essa igreja, em seguida, seu propósito, e, ao final, algumas características da Epístola que revelam Cristo como nossa maior Alegria, e exemplo inconfundível de humildade.

1. PAULO E A CIDADE DE FILIPOS: A meta de Paulo era inicialmente adentrar a província romana da Ásia por ocasião da sua segunda Viagem Missionária, mas não obteve êxito. Por isso, tomou a direção do norte, para a Antioquia da Pisídia, atravessando a cordilheira montanhosa do Sultão Dagh, e prosseguindo para o norte, aonde chega aos limites da Bitínia, uma província senatorial a noroeste da Ásia (At. 16.6). Mas ao tentar entrar na Bitínia, pela estrada do norte, para a Nicomédia, Paulo foi impedido novamente (At. 16.7), voltando-se para oeste. Em seguida desceu para a costa de Trôade, onde recebeu uma visão, a qual o desafiou: “Passa à Macedônia e ajuda-nos” (At. 16.9). Em companhia de Lucas, viajou imediatamente para Samotrácia, chegando a Filipos. De acordo com o relato de At. 16.12, essa cidade era da Macedônia, “primeira do distrito, e colônia”. A relevância dessa cidade remete ao Sec. IV a. C., quando Filipe II, da Macedônia, tomou-a dos tracianos. Por isso ela recebeu esse nome, em sua própria homenagem. Em 42 a. C., essa cidade foi cenário da batalha entre as forças republicanas de Brutos e Cassius e as imperiais de Otávio e Antonio. Por volta de 52 d. C., Paulo, acompanhado por Silas e Timóteo, chega à cidade de Filipos, durante sua Segunda Viagem Missionária (At. 15.40; 16.1-3). O grupo apostólico se encontra com Lídia, de Tiatira, uma comerciante que negociava púrpura (At. 16.14), que se converte a Cristo, levando o primeiro grupo de cristãos de Filipos a congregar-se em sua casa (At. 16.15). O contexto religioso daquela cidade era de sincretismo, o panteão grego de deuses congregava uma série de divindades, tanto de origem grega quanto romana. A deusa Artemis era adorada, sob o nome de Bendis, Marte também era adorado, como deus tanto da agricultura quanto da guerra. Esse sincretismo religioso pode ser atestado em At. 16.16, em que uma jovem escrava era usada por um espírito de adivinhação. Paulo e Silas, após expulsarem aquele espírito da jovem, são presos por causarem prejuízo, sendo posteriormente libertos, tendo a oportunidade de plantar uma igreja naquela cidade (At. 16.16-40). Paulo teve a oportunidade de visitar a igreja de Filipos durante sua Terceira Viagem Missionária (At. 20.3-6).

2. DATAÇÃO, PROPÓSITO E ESTRUTURA: A Epístola de Paulo aos Filipenses está categorizada entre as Cartas da Prisão, as outras seriam Colossenses, Efésios e Filemon. A data provável de escrita é entre 60 a 63 d. C., em Roma, local no qual o Apóstolo estava em prisão domiciliar (At. 28.30,31). O objetivo do Apóstolo, nessa epístola, é agradecer uma oferta generosa que lhe fora enviada pelos filipenses, cujo portador foi Epafrodito (Fp. 4.14-19); e também para fortalecer a fé deles, mostrando que a verdadeira alegria é Jesus Cristo. A expressão-chave da Epístola aos Filipenses se encontra em Fp. 4.4: “Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos!”. O conceito de alegria, chara em grego, aparece 16 vezes em quatro capítulos. É maravilhoso observar que o Apóstolo, mesmo se encontrando em situação adversa, em pobreza extrema, não perdeu a alegria, que é um dos aspectos do fruto do Espírito (Gl. 5.22). Isso porque, conforme atestaremos mais adiante, ele aprendeu a viver contente (Fp. 4.11,12), a encontrar a verdadeira alegria ao focar sua atenção no conhecimento de Cristo (Fp. 3.8), e a obedecer-LHE incondicionalmente (Fp. 3.12,13). O conteúdo da Epístola pode ser assim sumarizado: 1) alegria apesar das vicissitudes da vida (Fp. 1.4,12; 2.17); 2) humildade e serviço como característica do verdadeiro cristão (Fp. 2.1-6); e 3) o valor inestimável de conhecer as profundezas de Cristo, a fonte da alegria (Fp. 3.1-21). Essa Epístola é altamente cristocêntrica, mostrando a comunhão do Apóstolo com Cristo (Fp. 1.21). Existem várias propostas de estrutura, a seguir destacamos uma delas: Introdução (1.1-11) – Saudações e Ações de Graça; As circunstâncias em que Paulo se encontrava (1.12-26) – O avanço do evangelho por causa da prisão de Paulo; a Proclamação de Cristo de todas as maneiras; A disposição de Paulo para viver ou morrer; Assuntos de Interesse da Igreja (1.27-4.9) – Exortação de Paulo aos Filipenses – perseverança, unidade, humildade, serviço e obediência; Os mensageiros de Paulo à Igreja – Timóteo e Epafrodito; Advertência de Paulo a respeito de falsos ensinamentos – a falsa e a verdadeira circuncisão – a mentalidade terrena diante da espiritual; Conselhos finais de Paulo – firmeza, harmonia, alegria, equidade, liberdade da ansiedade, controla da mente; Conclusão (4.10-23) – Reconhecimento e gratidão pela oferta; saudações e benção final.

3. ASPECTOS INTRODUTÓRIOS: Paulo, juntamente com Timóteo, servos de Jesus Cristo, dirigem essa Epístola aos “santos em Cristo que estão em Filipos”, esse adjetivo “santo” diz respeito àqueles que creem em Cristo (Fp. 1.1). Isso porque esses filipenses, tal como os coríntios, foram santificados em Cristo Jesus, que também os chamou para a santificação (Rm. 1.6,7; I Co. 1.12). A expressão “em Cristo” é relevante nas epístolas paulinas, pois revela que a salvação vem dessa condição. Por causa dela, podemos desfrutas da “graça e paz”, do favor imerecido de Deus (Ef. 1.7), e da paz com Deus, podendo, agora, nos aproximar dEle (Rm. 5.1; Cl.1.20). Em Fp. 1.3-7, Paulo agradece a Deus e intercede pelos filipenses, reconhecendo que o Senhor começou uma boa obra na vida deles, e que a completará. O verbo começar, em grego, é enarchomai, que dá ideia de inaugurar. Ele levará adiante o que começou, não desistirá, pois o verbo, no original, revela intensificação. Isso quer dizer que Deus, em cada detalhe das nossas vidas, está trabalhando para construir nosso caráter. Sua meta é nos conduzir até aquele dia, no qual Cristo aparecerá, para arrebatar a Sua igreja (I Ts. 4.13-17; II Ts. 1.10). Enquanto isso, o Apóstolo revela sua preocupação com a expansão do evangelho, do qual os filipenses são também participantes, sendo nele também perseverantes. Essa é uma verdade que Paulo destacará nessa Epístola, que a fé deve nos levar a seguir adiante, apesar das circunstâncias. Essa fé, fundamentada no genuíno amor cristão, deve ser abundante. O alicerce da fé que gera crescimento é o amor, que deve está atrelado ao conhecimento e discernimento, com vistas à sinceridade. Existem muitas versões de cristianismos e evangelhos atualmente. Mas essas não apresentam “frutos de justiça”, e o pior, não são “para glória e louvor de Deus” (Fp. 1.11). A marca da verdadeira fé, e que conduz ao crescimento, é o amor, que deve abundar sempre mais. Todas as versões de cristianismos devem ser avaliadas com base nesse critério, pois é o amor que mostra nossa nova natureza em Cristo (II Co. 5,17), e que somos participantes da natureza divina (II Pe. 1.3,4).

CONCLUSÃO: A Epístola de Paulo aos Filipenses, a ser estudada ao longo dos meses, terá como foco a revelação da pessoa de Cristo. Na medida em que temos consciência que estamos nEle, poderemos crescer em amor cada vez mais, mostrando que somos participantes do Seu evangelho. Nesses dias difíceis, nos quais outros evangelhos têm sido pregados, que sejamos despertados por essa mensagem para uma vida de humildade, sobretudo de alegria, independentemente das circunstâncias. PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!