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O AVIVAMENTO ESPIRITUAL


 (2Cr 7.12-15; Ag 2.5-9)

INTRODUÇÃO

Nesta primeira lição de 2023, estudaremos sobre Avivamento Espiritual a partir das Escrituras. Definiremos o que é avivamento, abordaremos sobre a necessidade de um verdadeiro avivamento, quais as atitudes para um verdadeiro avivamento espiritual, e, por fim, estudaremos sobre os resultados do avivamento espiritual.

I – O QUE É AVIVAMENTO

1.1 Definição exegética do termo avivamento. A palavra avivamento deriva-se do verbo avivar, em hebraico “hayah” (Hc 3.2). Verbo que significa: “estar vivo, viver, manter vivo”; é usado várias vezes nas Escrituras. É usado no Antigo Testamento com o sentido de prosperar (Dt 8.1; 1Sm 10.24; Sl 22.26,27); ou para indicar que um objeto está a salvo (Gn 12.13; Nm 14.38; Js 6.17). O sentido é reviver em Ezequiel 37.5 e 1 Reis 17.22 ou curar em Josué 5.8 e 2 Reis 8.8.

1.2 Definição bíblica de avivamento espiritual. À luz das Escrituras, o despertamento espiritual faz alusão a mudança de ânimo de uma pessoa quanto ao interesse acentuado pelas coisas de Deus (Cl 3.1), por viver uma vida pautada na vontade do Senhor, ocorrendo uma verdadeira mudança interior, demonstrada pela vida prática (Rm 12.1,2; 2Co 5.17). Em relação à igreja, esse avivamento é a restauração do primeiro amor dos cristãos, resultando no despertamento, arrependimento e na busca incessante pela presença de Deus (Ap 2.4,5).

II – A NECESSIDADE DE UM AVIVAMENTO ESPIRITUAL

2.1 Ausência de entusiasmo. A falta de entusiasmo aponta para a necessidade de um despertamento espiritual. Quando se perde o prazer de se adorar a Deus (Ml 1.10-13), quando não há alegria em contribuir para a obra de Deus (Ag 1.1-6; 2Co 9.7), são sinais de um esfriamento na vida devocional, uma vez que a recomendação bíblica para o crente é que este seja fervoroso: “Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11).

2.2 Ausência do lugar da adoração. No passado, alguns dos judeus haviam perdido o valor de se estar no templo, apresentando-se muitas vezes apenas para cumprir um ritual (Ml 1.6-8), mas, sem a essência da verdadeira adoração (Os 6.6; Sl 51.17), por esta e outras razões, Deus permitiu a destruição do templo de Jerusalém (Dn 1.2). No processo da restauração espiritual, uma das primeiras ações de Deus para a nação, foi a reedificação da sua casa (Ed 1.2,3), resgatando no povo o desejo pela casa do Senhor (Sl 42.2-4).

2.3 Ausência de moralidade. No período pós cativeiro. os que viviam em Jerusalém, além de estarem passando por inúmeras privações (Ne 1.3); também viviam e uma cidade em total ruína (Ne 2.17). Não havia segurança pública visto que os muros continuavam derrubados, e de igual modo, a justiça social estava comprometida bem como a vida espiritual (Ne 5.1-5; Is 1.1-6). A ruína da cidade ilustrava também a espiritualidade do povo, pois havia contraído casamento misto (Ed 9.1,2), como também, tolerando pessoas desautorizadas em posições de importância religiosa (Ne 13.1-9). Daí a necessidade urgente de um avivamento espiritual.

III – ATITUDES PARA O AVIAVAMENTO ESPIRITUAL

3.1 Priorizar a Palavra de Deus. No período do rei Josias, enquanto os trabalhadores faziam os reparos, o sumo sacerdote Hilquias encontrou uma cópia do Livro da Lei. Após ouvir o seu conteúdo, Josias “rasgou as suas vestes” (2Rs 22.8,11-b). O Registro Sagrado diz que o rei Josias: (a) achou a Palavra dentro da Casa do Senhor, por meio do sumo sacerdote (2Rs 22.8); (b) o escriba leu a Palavra diante do rei (2Rs 22.10); (c) temeu a Palavra (2Rs 22.11); e (d) agiu por causa da Palavra (escrita e profética), promovendo uma grande reforma religiosa em Judá, pois deu ouvidos à voz do Senhor (2Rs 22.11-20; 23.1-3). Não é possível haver avivamento espiritual sem os parâmetros da Palavra de Deus (Ne 8.13,18).

3.2 Oração perseverante. Todos que buscaram a Deus em momentos de decadência espiritual, ou em grande tristeza, foram por Ele atendidos, pois é compromisso do Senhor com o seu povo (2Cr 7.14). É através da oração que podemos superar toda e qualquer crise. Foi isto que fez Abraão (Gn 20.17), Isaque (Gn 25.21), o rei Josafá (2Cr 20.5-12), Paulo e Silas (At 16.25) e outros. O salmista Asafe disse: “Invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás” (Sl 50.15).

3.3. Temor. Era outra característica da igreja primitiva. É interessante observar que o texto diz: “E em toda a alma havia temor...” (At 2.43a). Não era apenas em alguns cristãos, ou na maioria dos cristãos, e sim, “em toda a alma”. Nenhuma igreja poderá ser avivada, se não houver temor ao Senhor.

3.4. Desprendimento dos bens materiais. Uma igreja avivada não se apega aos bens materiais. Por isso, a igreja primitiva repartia seus bens com os necessitados, como uma prova de amor ao próximo e desprendimento dos bens terrenos (At 2.44,45; Cl 3.1-3).

3.5. Perseverança em ir ao templo. O médico Lucas diz que aqueles cristãos “perseveravam todos os dias no templo...” (At 2.46a). Isto nos ensina que uma igreja avivada reconhece a necessidade de estar na casa de Deus (Sl 122.1). É lamentável que, nos dias atuais, muitos cristãos não perseveram em ir ao templo.

3.6. Louvor a Deus. Quando a igreja é avivada, Deus é louvado no seu templo (At 2.47). Não há lugar para show e muito menos estrelismo. Uma igreja avivada ocupa-se com a genuína adoração ao Único e Verdadeiro Deus (Jo 4.23,24).

IV – AVIVAMENTO DEMONSTRADO NO A.T. E N.T.

Ao contrário dos que defendem que o avivamento é apenas fruto de Atos 2, a Bíblia demonstra que tal avivamento já era experimentado no A.T., e trazia muitos resultados, senão vejamos:

4.1 No Antigo Testamento. O AT descreve diversos avivamentos que ocorreram no meio do povo de Deus, tais como: reinado de Asa (II Cr 15. 1-15); no reinado de Joás (II Rs 11 e 12); no reinado de Ezequias (II Rs 18. 4-7); no reinado de Josias (II Rs 22 e 23); nos dias de Esdras e Neemias (Ne 8.1-18; 9.1-38), além de outros. Todos eles ocorreram em momentos de crise moral e espiritual, e tiveram como resultado:

• Obediência aos mandamentos divinos (II Rs 18.6; II Rs 22.2; 23.3; Ne 9.38);

• Retorno do culto ao Senhor (II Cr 15.8; II Rs 23.21-23; Ne 8.13-18);

• Destruição dos ídolos (II Cr 15.8; II Rs 18.4; II Rs 23.4-20);

• Arrependimento, confissão e abandono do pecado (II Rs 22.11; Ne 9.1-3);

• Entrega de ofertas e holocaustos ao Senhor (II Cr 15.11; II Rs 11.11; 22.4-7);

• Prosperidade espiritual (II Rs 18.6; 23.25).

4.2 No Novo Testamento. As experiências vividas na Igreja Primitiva nos revelam a plenitude do que acontece quando a igreja é avivada. Vejamos:

• Pregação do Evangelho com ousadia, mesmo em meio às ameaças (At 4.20,29; 5.29);

• Conversão de almas (At 2.14-42; 5.14; 8.12; 11.21);

• Batismo com o Espírito Santo (At 8.14-17; 10.44-46; 19.1-6);

• Milagres e maravilhas (At 3.6-9; 8.5-8; 9.32-42);

• Dedicação a obra missionária (At 1.8; 13.1-4);

• Ação social (At 6.1-3; 9.36).

V – RESULTADOS DO AVIVAMENTO ESPIRITUAL

• O genuíno avivamento produz uma mudança de vida (Rm 8.15-17; 11.1-2; 2Co 5.14-17);

• O genuíno avivamento ilumina a mente e a razão com a Palavra e com o Espírito (Pv 3.13; Cl 1.9; Tg 1.5);

• O genuíno avivamento produz frutos do Espírito Santo (G1 5.16-26; Ef 5.18);

• O genuíno avivamento abrange todo o ser do homem (Jr 31.31-33; Ez 36.25-28; 1Ts 5.23);

• O genuíno avivamento produz unidade cristã (1Co 12.4-7; At 4.32);

• O genuíno avivamento tem a oração como elemento fundamental (Rm 12.12; Cl 4.2; 1Tm 2.1-2);

• O genuíno avivamento produz um autêntico quebrantamento (1Pd 5.6; Sl 51.112; Rm 5.1; Ef 2.16-18).

CONCLUSÃO

Concluímos que o Avivamento Espiritual é uma necessidade para os dias de hoje. Deus é o maior interessado que a Igreja seja avivada, para que ocorram muitas conversões, milagres, curas, batismo com o Espírito Santo e manifestação dos dons espirituais. Portanto, que neste trimestre não estudemos apenas sobre o tema, mas mergulhemos em uma experiência mais profunda com Deus e sua Palavra.

A FORMOSA JERUSALÉM


  Texto Base:

Apocalipse 21:

2. E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.

3. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus.

4. E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas.

Apocalipse 22.14:

Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas.

Quero falar sobre a nova Jerusalém celestial, a Formosa Jerusalém, o local que substituirá o Éden como morada de Deus com os homens. O lugar que Jesus tem preparado para a sua Igreja.

A Formosa Jerusalém celestial é explicitamente mencionada e revelada no capítulo 21 do livro do Apocalipse, mas, antes da visão do apóstolo João, já havia referências a ela nas Escrituras. O próprio Jesus já havia mencionado existir um lugar que seria por Ele preparado para que os seus servos nele habitassem para sempre com o Senhor (João 14:2,3):

“Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu já lhes teria dito. Pois vou preparar um lugar para vocês. E, quando eu for e preparar um lugar, voltarei e os receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, vocês estejam também”.

O objetivo de Deus é fazer com que tenhamos, novamente, um lugar onde possamos habitar com Ele, e a Nova Jerusalém é esse local.

O Senhor é tão maravilhoso que, ao invés de tão somente substituir o Éden, proporcionou um lugar melhor do que o Éden. A Nova Jerusalém apresenta-se, portanto, como o ambiente, o lugar onde Deus morará com os homens. É a restauração da convivência completa e perfeita entre Deus e os homens que havia antes que o pecado causasse o atual estado de divisão que existe entre Deus e a humanidade. Somente na Nova Jerusalém, esta comunhão será restabelecida por completo, ocorrendo aquilo que é dito pelo apóstolo, de vermos Deus como Ele é (1João 3:2)

Concordo com o grande mestre, o pr. Antônio Gilberto, quando diz: “se pudéssemos todos apreciar de fato, pela visão do Espírito, o que é o Céu, a eterna bem-aventurança dos salvos, teríamos tanto desejo de ir para lá, e nos desprenderíamos tanto das coisas daqui, que o diabo não teria um só torcedor, um só amigo seu na terra. Inúmeros crentes por não terem essa visão estão demasiadamente presos às coisas deste mundo, que jaz no maligno (1João 5:19)”.

As características da Nova Jerusalém

O apóstolo João disse: “... e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém...”.

Isto quer nos parecer que João não teve dúvidas em identificar o que ele viu. Ele disse ter visto uma cidade. Contudo, descrever como era essa cidade, tornou-se um desafio para o grande homem de Deus, o apóstolo João. Certamente que, sob a orientação do Espírito Santo, ele usou símbolos, figuras, para falar da grandeza, da perfeição, da beleza da Formosa Jerusalém celestial.

Vejamos, então, algumas características da Nova Jerusalém celestial:

1. É um lugar real

A Formosa Jerusalém celestial é uma cidade real, visível, palpável; uma cidade que tem fundamentos e cujo artífice e construtor é o próprio Deus (Hb.11:10).

a) Abraão pôde crer na existência desta Cidade. Abraão viveu aqui na terra, porém, não fixou nela as suas raízes; ele tinha os pés na terra e o pensamento no Céu. Era diferente de muitos pregadores de hoje, os quais induzem o povo a pensar e a lutar pela conquista dos bens terrenos. Com relação a ele, Abraão, a Bíblia diz: “pela fé, habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus”(Hb.11:9,10).

Abraão creu na existência desta cidade. Não sabemos como ele teve essa revelação, mas ele tinha convicção de que ela era real. Hoje nós sabemos, pela revelação que foi dada ao apóstolo João, que esta cidade é a Formosa Jerusalém celestial.

b) Paulo também pôde crer como creu Abraão. Por isto ele disse: “... a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp.3:20).

Abraão não fundou nenhuma cidade na terra; nem ergueu um império para si, ou para os seus. Paulo, também, não! Abraão e Paulo, dois homens chamados por Deus, viveram na esperança de um dia habitar na Jerusalém celestial, a cidade que tem fundamento e cujo artífice e construtor é Deus.

c) nós também podemos crer, como creram Paulo e Abraão. Nós somos crentes, porque cremos. Fomos chamados para crer. Não necessitamos de ver, para crer, mas, cremos, para ver. Por isto temos a viva esperança não apenas de ver, mas de morar, eternamente, na Formosa Jerusalém celestial.

d) lá, o nosso corpo será real. O corpo de Jesus era real, era palpável, podia ser tocado pelas mãos dos homens. Para vir à terra Ele tomou um corpo igual ao nosso. Quando ressuscitou, o seu corpo não era intangível, não era uma simples “fumaça”. Ele podia ser tocado pela mão de alguémSabemos, pela Bíblia, que quando Ele vier este nosso corpo corruptível e mortal será transformado -“porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade”(1Co.15:53). Será, pois, nesse dia, que o Senhor Jesus “... transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Fp.3:21). Portanto, o nosso corpo com o qual seremos levados para o céu, no dia da vinda do Senhor, será conforme o corpo de Jesus. Então nós receberemos um corpo real, palpável. Não seremos “uma fumaça”!

Em 1Pedro 1:3-4 está escrito: “bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós”. Pedro quis dizer que nós temos esperança que um dia, todo o sofrimento, toda dor, todo mal, vai ser debelado para sempre, e sempre e sempre. Oh! quão superlativa esperança! Portanto, a Formosa Jerusalém celestial é um lugar real e tangível.

2. Sua localização

A Formosa Jerusalém não é o Céu; ela está no Céu, e que, de lá, descerá até próximo à terra, quando o Senhor Jesus Cristo vier para implantar seu reino, aqui na terra, conforme o apóstolo João escreveu - “...falou comigo, dizendo: vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro. e levou-me a um grande e alto monte e mostrou-me a grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu”(Ap.21:9-10).

A Formosa Jerusalém descerá do Céu e estará aqui durante o milênio. A Nova Jerusalém é um cosmo. Tal como o anjo mostrou a João, estará no milênio colocada, fixamente, no vazio, entre o céu e a terra, sobre a Jerusalém terrestre, pela mesma força que sustenta infinitas toneladas de águas presas pelas nuvens e que sustenta a terra, suspensa sobre o nada, conforme escreveu Jó: o norte estende sobre o vazio; suspende a terra sobre o nada. Prende as águas em densas nuvens, e a nuvem não se rasga debaixo delas”(Jó 26:7-8).

Veja o que o anjo narra para João: “...a esposa, a mulher do cordeiro...”. Isto é uma metáfora, aplicada à cidade santa. Significa que o povo de Deus habitará nela. João usa linguagem simbólica para descrever a cidade santa, cuja glória ultrapassa os limites da compreensão do entendimento humano.

3. Seu Aspecto

Não devemos nos esquecer que a Nova Jerusalém é de outra dimensão, da dimensão celestial. Portanto, muito de sua descrição é figurativa, é alegórica. Não pode ser compreendida literalmente, pois se trata de uma descrição feita por Deus aos homens para que pudéssemos compreender, na limitação da nossa mente, o que nos está reservado, pois é algo que está muito além de nossa parca imaginação. Disse o apóstolo Paulo: “as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que deus preparou para os que o amam”(1Co.2:9).

a) ela tem a glória de Deus (Ap.21:11) - “e tinha a glória de Deus. A sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente”. A glória de Deus é uma característica típica dos lugares santos, e, por isso, a Nova Jerusalém é o lugar santo por excelência e nela não haverá necessidade de templo, pois o seu templo será o próprio Deus.

b) a cidade tem 12 portas (Ap.21:12) - “e tinha um grande e alto muro com doze portas, e, nas portas, doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos de Israel”. As doze portas representam Israel. Os doze alicerces representam a Igreja. Isto destaca o fato de que seus habitantes são os santos de Deus do Antigo Testamento e do Novo Testamento.

c) a cidade tem um “muro” - “e tinha um grande e alto muro...”(Ap.21:12). O muro da cidade sugere a segurança e organização que os salvos desfrutarão ali; e também que a cidade está reservada a um povo separado.

d) a Formosa cidade não necessita de sol nem de luz – “a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada. E as nações andarão à sua luz, e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra. Ela não necessitará de sol nem de luz, porque será iluminada pela glória divina e, mais, terá o Cordeiro como sua lâmpada (Ap.21:23).

e) nessa cidade maravilhosa não haverá doença e nem morte. A vida é eterna e de felicidade absoluta (Ap.22:1,2) – “e mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça e de uma e da outra banda do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a saúde das nações”.

No éden, o homem possuía uma eternidade condicional, embora, enquanto obedecesse ao Senhor, jamais morreria. Na Nova Jerusalém, porém, a situação é bem diferente: o homem terá a vida eterna. A vida eterna é recebida por todos aqueles que creem em Jesus Cristo. Está escrito: “e esta é a promessa que Ele nos fez: a vida eterna” (1João 5:25). “quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1João 5:12). “e a vida eterna é esta: que conheçam a Ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17:3).

- “o rio puro da água da vida “(Ap.22:1,2). Isto fala-nos de perene comunhão com Deus. O rio puro da água da vida que procede do trono de Deus e do Cordeiro é símbolo da comunhão entre Deus e o homem através de Jesus Cristo. Disse Jesus: “quem crê em mim, como diz a escritura, rios de água viva manarão do seu ventre” (João 7:38). “…aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna (João 4:14). Somente pode morar na Nova Jerusalém quem recebeu a água viva oferecida por Jesus.

- “no meio da praça…estava a árvore da vida” (Ap.22:2). Isto nos fala de eternidade. A vida na Nova Jerusalém é eterna, pois Deus se encarregará de regenerar constantemente o homem, de impedir que o tempo tenha qualquer efeito sobre ele. É o Estado Eterno, ou sejao tempo não mais existirá. A árvore da vida é o próprio Cristo, o Pão da vida - “…o Pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra”(João 6:50). “…o Pão vivo que desceu do céu [que] se alguém comer (…) viverá para sempre” (João 6:51a).

O texto de Apocalipse 22:2 também nos fala: “de mês em mês, dá seu fruto e que seu fruto é restaurador, sarador, é para a saúde das nações”. Quanto a periodicidade mencionada(“mês em mês”) é figurativa. Na Nova Jerusalém não haverá mais tempo; apenas retrata a constância com que se dará esta comunhão.

· “saúde das nações”. Também é figurativa a afirmação concernente à “saúde das nações”, pois, na Nova Jerusalém, não haverá qualquer possibilidade de doença.

f) na Formosa Jerusalém não haverá templo, pois o seu templo é o Senhor - “e nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor, Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro” (Ap.21:22). A presença e a comunhão íntima com Deus permearão toda a cidade santa.

g) para sempre serviremos ao Senhor (Ap.22:3) - “e ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão”. Aqueles que tiverem sido servos do Senhor aqui na Terra hão de continuar a servi-lo ali: "os seus servos o servirão".  Alguns pensam que na eternidade com Cristo, na santa Cidade, não haverá trabalho. Esquecem-se de que Deus, sendo perfeito em tudo, trabalha: “e Jesus lhes respondeu: meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (João 5:17).

Estejamos, pois, preparados para o glorioso dia da vinda do Senhor Jesus Cristo, pois assim estaremos sempre com o Senhor - “portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras" (1Ts.4:17,18).

4. A perfeição da Cidade

Na Nova Jerusalém haverá:

a) governo perfeito. O homem não tem sabido, nem podido governar bem na terra. Aqui, os governos são injustos. Todas as tentativas humanas nesse sentido fracassaram.

Mas, Cristo exercerá um governo perfeito. Nunca jamais haverá desordem, insatisfação, injustiça, conflitos, guerras, fome, desemprego etc.

b) habitantes perfeitos - “e ali nunca mais haverá maldição contra alguém” (Ap.22:3). Nunca jamais haverá pecado, o que resultará em santidade perfeita. Foi o pecado que trouxe toda sorte de maldição - “maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida” (Gn.3:17).

c) serviço perfeito - "os seus servos o servirão" (Ap.22:3). O maior privilégio do homem é servir a Deus. O trabalho para Deus será então perfeito, culto perfeito, atividades perfeitas. Quantas maravilhas aguardam os salvos!

d) comunhão perfeita. João ouve uma proclamação vinda do céu: “eis o Tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles”(Ap.21:3). Como povo de Deus, desfrutaremos comunhão mais próxima com Ele do que jamais imaginamos. Somente na Nova Jerusalém, esta comunhão será restabelecida por completo, ocorrendo aquilo que é dito pelo apóstolo João, de vermos Deus como Ele é (1João 3:2).

e) visão perfeita - "contemplarão a sua face" (Ap.22:4). Somente com uma visão perfeita será isso possível. Na Formosa Jerusalém veremos a face do nosso Senhor!

f) identificação perfeita - "e nas suas frontes está o nome dele" (Ap.22:4). Nome na Bíblia fala de caráter, daquilo que a pessoa de fato é. Na Formosa Jerusalém haverá então uma perfeita identificação entre Deus e os seus remidos. No Antigo Testamento o sumo sacerdote levava gravadas numa lâmina de ouro puro, sobre a sua coroa sagrada, as palavras: "santidade ao Senhor" (Êx.39:30), mas na Formosa Jerusalém, onde a santidade é perfeita, o próprio nome de Deus estará sobre a fronte dos seus filhos.

g) interação perfeita - "e reinarão pelos séculos dos séculos" (Ap.22:5). Na Formosa Jerusalém, todos juntos, harmonicamente, e sempre, reinaremos. Isso jamais será conseguido aqui, mas no perfeito Estado Eterno, sim!

CONCLUSÃO

O Apocalipse encerra a história humana da mesma forma que o livro de Gênesis a iniciou: no paraíso. Mas existe uma diferença inconfundível no livro de Apocalipse: o mal foi eliminado para sempre. Gênesis descreve Adão e Eva caminhando e falando com Deus. Apocalipse descreve as pessoas adorando a Deus face a face. Gênesis descreve um jardim com uma serpente do mal. Apocalipse descreve uma Cidade perfeita, sem qualquer influência maligna. O Jardim do Éden foi destruído pelo pecado, mas o Paraíso foi recriado na Nova Jerusalém celestial.

Queres viver nessa Cidade gloriosa, a Nova Jerusalém celestial, que Jesus foi preparar para sua amada Igreja? Tome o seu passaporte: o sangue de Jesus. Está escrito: “bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas” (Ap.22:14). Para aqueles que já têm este passaporte: “conservemos em nossa lembrança as riquezas do lindo país e guardemos conosco a esperança de uma vida melhor, mais feliz. pois dali, pois dali, uma voz verdadeira não cansa de oferecer-nos do reino da luz o amor protetor de Jesus. Se quisermos gozar da ventura que no belo País haverá, é somente pedir de alma pura, que de graça Jesus nos dará. Pois dali, pois dali, todo cheio de amor, de ternura, deste amor que mostrou-nos na cruz, nos escuta, nos ouve Jesus” (3ª e 4ª estrofes do hino 202 da harpa cristã).

NASCEU O REI

 

“No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado, da parte de Deus, para uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nome era José; a virgem chamava-se Maria. E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Alegra-te, muito favorecida! O Senhor é contigo. Ela, porém, ao ouvir esta palavra, perturbou-se muito e pôs-se a pensar no que significaria esta saudação. Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc.1:26-33).

Nasceu Jesus, o Rei dos reis. No anúncio dos anjos aos pastores de Belém não faltou a reivindicação de que o recém-nascido era Rei. Pelo contrário, os anjos falaram com todas as letras: “é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc.2:11). Além da afirmação “nasceu, na cidade de Davi, ...o Senhor”, que já alude claramente a domínio e reinado, a palavra “Cristo”, igualmente, indica honra de rei. O nome Cristo significa “Ungido”. Em Israel, os sacerdotes e reis eram empossados em seus cargos através de uma cerimônia solene de unção com azeite. Por isso, especialmente no início do tempo dos reis de Israel, a expressão “o ungido” era título de rei. O Senhor Jesus carrega esse título e tem direito a essa designação de cargo, o que significa que Ele é Rei e que veio ao mundo como Rei.

Muitos não atentam que Jesus é o Rei. Mesmo quando lemos a história do Natal em Mateus, o Evangelho do Rei, nossos pensamentos facilmente se desviam da realidade de que Ele é soberano. Tomamos conhecimento de que os magos procuravam um rei, mas esquecemos rapidamente a reivindicação do próprio Jesus de ser rei. Apressamo-nos a ir à estrebaria de Belém para admirar o Salvador recém-nascido, mas os magos procuravam um Rei; eles honraram um Rei. Diz o texto sagrado: “entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra” (Mt.2:11). Os pastores procuravam um bebê, seu Salvador, seu Libertador, e os magos procuravam uma criança que era o Rei. Ambas designações são parte integrante da história do Natal de Jesus Cristo. Aliás, a mensagem de Lucas deveria nos tocar profundamente - “ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc.1:33). De fato, Ele veio para nós como Salvador, mas, também, Ele veio para nós como nosso grande Rei.

Jesus é realmente nosso Rei? O texto diz explicitamente: “ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó...” (Lc.1:33). A casa de Jacó é o povo de Israel. É lógico que Jesus veio como Rei – em primeiro lugar para Israel -, mas Seu reinado tem um significado muito mais profundo do que ser o futuro Rei de Israel. Aliás, Sua reivindicação de ser Rei alcança até o Milênio, quando, no final, entregará o Reino a Seu Pai (1Co.15:24). Mesmo assim, Ele também é o nosso Rei, muito pessoalmente. É exatamente a história do Natal que torna impossível dissociar nosso Salvador do nosso Rei.

Na mesma frase em que Lucas fala do Salvador, ele também menciona o Rei: “é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor”. Nós conseguimos separar uma coisa da outra? “O Salvador é para mim, e o Rei é para Israel”? Não, obviamente não! Ou o Salvador é também nosso Rei, ou seja, Aquele que reina sobre nós, ou não temos Salvador.

O Senhor Jesus tem o direito de reinar sobre nossa vida. Nesse sentido Ele é, de fato, nosso Rei e nosso Senhor. Ele mesmo disse: “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando” (João 15:14). Percebemos que nesse versículo encontramos os dois - o Rei e o Salvador? O Salvador diz: “vocês são meus amigos”. O Rei diz: “se fazeis o que eu vos mando”. Aceitar Jesus como Salvador pessoal sempre significa submeter-se à autoridade dEle como nosso Rei. Por essa razão, em Romanos 1:5, quando menciona seu apostolado, Paulo fala acerca da obediência por fé, que gostaria de ver crescer entre todos os gentios. A fé não é apenas um recurso da graça que nos permite chegar até o Salvador; fé sempre tem relação com obediência. Em Romanos 15:18, Paulo menciona que deseja conduzir os gentios à obediência em palavras e obras. Em Romanos 16:19 ele testemunha acerca dos romanos: “...a vossa obediência é conhecida por todos...”.

Na Segunda Carta aos Coríntios, Paulo fala acerca da obediência a Cristo: “levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2Co.10:5). Está claro? Não recebemos apenas um Salvador, um Redentor e um Libertador, quando Jesus nasceu em Belém, mas também passamos a ter um Rei a quem pertencemos de forma integral.

Portanto, quando celebramos o Natal e rememoramos o bebê na manjedoura, certamente, pensamos no Salvador, no Redentor, no Libertador. Aliás, a mensagem dos anjos aos pastores foi: “é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc.2:11). Então, é correto nos alegrarmos pela vinda de nosso Salvador, nosso Redentor, nosso Libertador e pela vinda de nosso Rei quando festejamos o Natal. Quando Ele veio como criança ao mundo em Belém naquela época, nascia um Rei; um Rei acerca de quem está escrito: “ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc.1:33). Muitas vezes é justamente esse aspecto que se perde no meio de todas as festividades natalinas. Não está errado lembrar do bebê na manjedoura, não é errado adorar o Salvador, mas essa criancinha é Rei, e como Rei Ele merece ser honrado e adorado.

-Os anjos O adoraram: “E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens!” (Lc.2:13,14).

-Os pastores de Belém O adoraram: “E voltaram os pastores glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes havia sido dito” (Lc.2:20). 

-Os magos do oriente O adoraram (Mt.2:1): “E, entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra” (Mt.2:11).

Então, Natal significa Louvor, alegria e adoração ao Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Que possamos, com saúde, paz, alegria e prosperidade, celebrarmos esse maravilhoso presente de Deus para a humanidade - que é Jesus, o Rei -, confraternizando-se com a nossa família, amigos e irmãos.

Que este seja, também, um tempo para louvarmos, adorarmos e agradecermos a Deus por tudo o que Ele tem feito; por todas as bênçãos e vitórias que Ele nos concedeu.

“Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém” (1Tm.1:17).

Feliz Natal!

O SENHOR ESTÁ ALI


 Texto Base: Ezequiel 48:30-35

”Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar” (Is.11:9).

Ezequiel 48:

30.E estas são as saídas da cidade, desde a banda do Norte: quatro mil e quinhentas medidas.

31.E as portas da cidade serão conforme os nomes das tribos de Israel: três portas para o norte: a porta de Rúben, uma, a porta de Judá, outra, a porta de Levi, outra;

32.da banda do oriente, quatro mil e quinhentas medidas e três portas, a saber: a porta de José, uma, a porta de Benjamim, outra, a porta de Dã, outra;

33.da banda do sul, quatro mil e quinhentas medidas e três portas: a porta de Simeão, uma, a porta de Issacar, outra, a porta de Zebulom, outra;

34.da banda do ocidente, quatro mil e quinhentas medidas e as suas três portas: a porta de Gade, uma, a porta de Aser, outra, a porta de Naftali, outra.

35.Dezoito mil medidas em redor; e o nome da cidade desde aquele dia será: O SENHOR Está Ali.

INTRODUÇÃO

Nesta última Aula do 4º trimestre de 2022 estudaremos sobre os aspectos da cidade de Jerusalém do Milênio. O livro de Ezequiel começa com a visão da glória de Deus e conclui com a descrição da glória de Deus na Jerusalém glorificada, que terá um novo nome, segundo a profecia de Ezequiel (Ez.48:35): “O SENHOR Está Ali”. O profeta viu em visão a glória de Deus partindo e retornando depois da restauração de Israel, e finaliza o livro com o próprio Deus no meio do seu povo. A maior bênção para nós, como povo de Deus, é termos Deus em nosso meio; essa é a essência da alegria e da felicidade. Como resultado da presença eterna de Deus, nunca mais o crente sofrerá tristeza, desprazer e aflições (Ap.21:4). Esta é a nossa suprema visão e esperança enquanto aguardamos o Dia da vinda dos nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

I. SOBRE A CIDADE

“Há certa similaridade entre a visão de Ezequiel e a do apóstolo João no livro de Apocalipse, na linguagem e no conteúdo. Mas é importante que os crentes saibam distinguir a diferença entre a Jerusalém do Milênio da Nova Jerusalém do mundo vindouro” (LBM-CPAD).

1. ”E estas são as saídas da cidade” (Ez.48:30)

E estas são as saídas da cidade, desde a banda do Norte: quatro mil e quinhentas medidas”.         .

Embora o nome da cidade não seja mencionado, o contexto deixa claro que é Jerusalém. O termo “saída da cidade” diz respeito aos “limites”, as “extremidades” da cidade de Jerusalém; numa linguagem usual atual pode-se dizer: as fronteiras da cidade. Desta feita, numa linguagem moderna diríamos: “E estas são as fronteiras da cidade...”.

Estive pensando o que nós, alunos da EBD, podemos aprender com este item. Aprendi aqui que Deus, embora seja o dono de todas as coisas, Ele respeita os limites. Na visão que deu a Ezequiel, Ele mostrou ao profeta as extremidades, as fronteiras, os limites da cidade de Jerusalém. Muitas pessoas têm uma percepção negativa dos limites; elas acreditam que são restritivos e que não deveriam existir. Na realidade, os limites nos ajudam a manter relacionamentos saudáveis ​​e contribuem para o nosso bem-estar. Sem limites, é difícil para os relacionamentos florescerem e serem satisfatórios, então eles frequentemente dão lugar à decepção, ressentimento e frustração. Ser capaz de estabelecer diferentes tipos de limites é essencial para proteger nosso espaço pessoal e construir nossa identidade, o que protegerá nossa saúde mental e relacional a longo prazo.

2. Formato da cidade (Ez.48:31)

“E as portas da cidade serão conforme os nomes das tribos de Israel: três portas para o norte: a porta de Rúben, uma, a porta de Judá, outra, a porta de Levi, outra”.

Conforme Ezequiel 48:16, a cidade da nova Jerusalém será quadrada: “e terá estas medidas: o lado norte, dois mil e duzentos e cinquenta metros, o lado sul, com dois mil e duzentos e cinquenta metros, o lado leste, dois mil e duzentos e cinquenta metros e o lado oeste, dois mil e duzentos e cinquenta metros” (NVI). Conforme afirma o pr. Esequias Soares, “a cidade de Jerusalém nunca teve a sua área territorial quadrada e nem a sua arquitetura, em nenhum período histórico. O que o profeta está revelando é algo novo até então, é uma figura da Jerusalém do mundo vindouro”.

A visão de Ezequiel da Cidade Santa é um vislumbre da visão que João teve da cidade “quadrangular” (Ap.21:9-16), com três portas em cada um dos quatro lados. Conquanto a Nova Jerusalém de Ezequiel tenha uma grande semelhança com a Nova Jerusalém revelada ao apóstolo João (Ap.21:10-27), não devemos confundir as duas cidades. A nova Jerusalém revelada ao apóstolo João, que também era quadrada (Ap.21:13), é de outra dimensão, da dimensão celestial; portanto, muito de sua descrição é figurativa, é alegórica, não pode ser compreendida literalmente, pois se trata de uma descrição feita por Deus aos homens para que pudéssemos compreender, na limitação da nossa mente, o que nos está reservado, pois é algo que está muito além de nossa parca imaginação (ler 1Co 2:9). A Nova Jerusalém celestial:

a) É um lugar santo por excelência (Ap.21:11). Nela não haverá necessidade de templo, pois o seu templo será o próprio Deus.

b) Tem doze portas, com os nomes das doze tribos de Israel, e o muro da cidade, doze fundamentos, com os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro. Isto, naturalmente, é uma linguagem figurada para nos mostrar que o fundamento, a razão de ser da convivência eterna com Deus é a salvação na pessoa bendita de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Pode, também, significar que a Igreja que ali está, foi a Igreja que ensinou e que viveu de acordo com a Doutrina dos Apóstolos.

c) Tem uma riqueza incomparável. A Cidade é descrita como contendo pedras preciosas e ouro; os muros são feitos e ornados de pedras preciosas, as ruas, de ouro. Os remidos pisarão em ruas de ouro, ou seja, os valores materiais, aquilo que os homens tanto veneram e respeitam em nossa vida secular, nada representam na vida celestial.

d) Não necessita de Sol nem de Luz. Ela não necessitará de sol nem de luz, porque será iluminada pela glória divina e, mais, terá o Cordeiro como sua lâmpada (Ap.21:23).

e) Apresenta o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procede do trono de Deus e do Cordeiro e, no meio da praça, a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, cujas folhas são para a saúde das nações (Ap.22:1,2). Esta linguagem, que é figurada, fala-nos da eternidade de que desfrutarão os habitantes dessa santa Cidade. No Éden, o homem possuía uma eternidade condicional, embora, enquanto obedecesse ao Senhor, jamais morreria. Na Jerusalém celestial, porém, a situação é bem diferente: o homem tem a vida eterna, esta dádiva que é recebida por todos aqueles que creem em Jesus Cristo (João 3:16; 17:3;1João 2:25; 5:11,12).

f) Haverá nela grande alegria, pureza e santidade (Ap.21:2,11). Lá só haverá alegria, infinitamente superior a tudo o que já sentimos nesta vida. Imaginemos qual será o sentimento de todos nós, ao vermos o rosto do divino Cordeiro (Ap.22:4).

g) Nela, para sempre serviremos ao Senhor (Ap.22:3). Alguns pensam que no Céu, na eternidade com Cristo, na Santa Cidade, não haverá trabalho. Esquecem-se de que Deus, sendo perfeito em tudo, trabalha (João 5:17; Is.64:4). Aqueles que tiverem sido servos do Senhor aqui hão de continuar a servi-lo ali: "os seus servos o servirão". Estejamos, pois, preparados para o glorioso Dia do Arrebatamento da Igreja, pois "assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras" (1Ts.4:17,18).

Portanto, a descrição da Nova Jerusalém revelada ao apóstolo João é sublime e nos enche de gozo e de ânimo para enfrentar os desafios desta vida. É por isso que o apóstolo Paulo nos conclama a jamais desanimarmos nem desistirmos, por maiores que sejam as provas e as lutas, pois “… as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm.8:18).

3. As doze portas (Ez.48:31-34)

31.E as portas da cidade serão conforme os nomes das tribos de Israel: três portas para o norte: a porta de Rúben, uma, a porta de Judá, outra, a porta de Levi, outra; 32.da banda do oriente, quatro mil e quinhentas medidas e três portas, a saber: a porta de José, uma, a porta de Benjamim, outra, a porta de Dã, outra; 33.da banda do sul, quatro mil e quinhentas medidas e três portas: a porta de Simeão, uma, a porta de Issacar, outra, a porta de Zebulom, outra; 34.da banda do ocidente, quatro mil e quinhentas medidas e as suas três portas: a porta de Gade, uma, a porta de Aser, outra, a porta de Naftali, outra”.

A palavra profética anuncia que no Milênio, a Nova Jerusalém terá 12 portas, três de cada lado, uma para cada tribo de Israel. Os nomes nas doze portas da Jerusalém milenial bem como na Formosa Jerusalém (Ap.21:12) tem por propósito a memória dos filhos de Israel. Alguns acham intrigante o projeto da visão de Ezequiel - o formato quadrado, o templo no centro e as doze portas -, visto não haver paralelo no Antigo Testamento antes de Ezequiel. Só para lembrar, a Jerusalém do período de Ezequiel e Jeremias possuía pelo menos sete portas segundo o livro de Jeremias: Porta do Povo (Jr.17:19); Porta do Sol (Jr.19:2); Porta de Benjamim (Jr.20:2; 37:13; 38:7); Porta da Esquina (Jr.31:38); Porta dos Cavalos (Jr.31:40); Porta do Meio (Jr.39:3); e Porta entre os Muros (Jr.52:7). Porém, na época de Neemias, as 12 portas eram perfeitamente identificáveis, com seus primitivos nomes:

a)    Porta do Gado (Ne.3:1).

b)    Porta do Peixe (Porta de Damasco – Ne.3:3).

c)     Porta Velha (Porta de Jafa-Ne.3:6).

d)    Porta do Vale (Ne.2:14).

e)    Porta do Monturo (Ne.3:13).

f)     Porta da Fonte (Ne.3:15).

g)    Porta do Cárcere (Ne.3:25).

h)    Porta das Águas (Ne.3:26).

i)      Porta dos Cavalos (Ne.3:28).

j)     Porta Oriental (Ne.3:29).

k)    Porta de Mifcade (da Atribuição – Ne.3:31).

l)      Porta de Efraim (Ne.8:16).

Como se vê, apesar de quase desconhecidos pela maioria daqueles que possuem um exemplar da Bíblia, o livro de Deus registra esses nomes focalizados; nomes esquecidos, mas nomes históricos, reais, simbólicos, ricos em tradição.

4. Origem do formato e das portas

Sem dúvida, a origem do formato da cidade e das portas da Nova Jerusalém que há de vir, vem de Deus, jamais virá de algum modelo de alguma arquitetura pagã. Mesmo que Ezequiel, provavelmente, conhecesse a estrutura da torre do templo de Marduque, deus dos babilônios, cujo recinto era quadrado, e cujo acesso era por doze portas, jamais o profeta do Senhor vaticinaria um projeto de Deus baseado numa visão humana e pagã. Portanto, Deus é a fonte da revelação, da inspiração da visão e da mensagem de Ezequiel. Os oráculos entregues ao profeta, seja por imagem ou som, ou seja, visão ou palavra, vieram de Deus (Ez.1:3; 3:14; 8:1-3), o Arquiteto e construtor (Hb.11:10) da Nova Jerusalém.

II. SOBRE O NOME DAS DOZE TRIBOS

1. As doze tribos de Israel

As doze tribos de Israel têm os nomes dos doze filhos de Jacó descritos pela ordem de nascimento: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Dã, Naftali, Gade, Aser, Issacar, Zebulom, José e Benjamim. Os dois filhos de José, Manassés e Efraim, também se tornaram tribos de Israel. A tribo de Levi não recebeu herança como as outras. Ezequiel escreveu as doze tribos no sentido horário utilizando os quatro pontos cardeais, começando pelo Norte da cidade - Norte: Rúben, Judá e Levi (Ez.48:31); Leste, ou oriente: José, Benjamim e Dã (Ez.48:32); Sul: Simeão, Issacar e Zebulom (Ez.48:33); Oeste, ou ocidente: Gade, Aser e Naftali (Ez.48:34).

Depois de um encontro com Deus, Jacó teve seu nome mudado para Israel. Assim como seus descendentes ficaram conhecidos como o povo de Israel. Os descendentes de cada um de seus filhos se tornaram tribos com seus nomes. Quando conquistaram a região, cada tribo recebeu uma porção da terra de Israel.

Ao que parece, no período milenial, segundo Ezequiel 48:1-7, o território de Israel será divido em faixas horizontais, desde o Mediterrâneo até a fronteira ocidental do território. A faixa no extremo Norte será para a tribo de Dã (Ez.48:1). Logo abaixo, virão os territórios de Aser (Ez.48:2), Naftali (Ez.48:3), Manassés (Ez.48:4), Efraim (Ez.48:5), Rúben (Ez.48:6) e Judá (Ez.48:7).

Ao sul de Judá, ficará a porção já separada para o Príncipe, que incluirá o santuário e a cidade de Jerusalém. Essa região sagrada será um quadrado amplo, fronteiriço ao norte do Mar Morto. Será dividida em três faixas horizontais: a superior será reservada para os sacerdotes e, no meio, para o Templo milenar; a central será para os levitas; e a inferior para o povo comum e, no meio, para Jerusalém. O território restante a Leste e Oeste do quadrado pertencerá ao Príncipe (cf.Eze.48:8-22). Segundo Ezequiel 48:23-27, ao sul da região sagrada ficarão as porções de Benjamim (Ez.48:23), Simeão (Ez.48:24), Issacar (Ez.48:25), Zebulom (Ez.48:26) e Gade (Ez.48:27).

A divisão do território de Israel mostra que no Reino de Deus existe lugar para todos aqueles que creem e obedecem ao único e verdadeiro Deus (João 14:1-6). Deus ama tanto suas criaturas que sempre planejou tê-las perto de si. Está sempre procurando e perguntando: “Onde estás?”, chamando ao arrependimento e à fé.

2. Critério da ordem dos nomes

A Bíblia não mostra um critério padrão da ordem dos nomes. Há cerca de 20 listas dos filhos de Jacó e das respectivas tribos de Israel no Antigo Testamento, mas não existe nenhum padrão. Por exemplo, a lista com os quatro primeiros nomes, Rubens, Simeão, Levi e Judá, segue a ordem de nascimento (Gn.35:22-27; 46:8-27; 49:3-27; Ex.1:1-16). Outras listas divergem a partir do quinto nome (Nm.1:5-17; 13:4-16). O nome de Levi não aparece nas listas de Números. Os nomes de José, Manassés e Efraim, às vezes, aparecem juntos; outras vezes, José não aparece, mas é apresentado pelos seus dois filhos, como também Efraim separado de José e Benjamim. Veja a divergente ordem dos nomes apresentadas nas tabelas a seguir (extraído do livro “A Justiça de Divina”, de Esequias Soares):

Gênesis 35:22-27

Gênesis 46:8-27

Gênesis 49

1º Rúben

1º Rúben

1º Rúben

2º Simeão

2º Simeão

2º Simeão

3º Levi

3º Levi

3º Levi

4º Judá

4º Judá

4º Judá

5º Issacar

5º Issacar

5º Zebulom

6º Zebulom

6º Zebulom

6º Issacar

7º José

7º Gade

7º Dã

8º Benjamim

8º Aser

8º Gade

9º Dã

9º José

9º Aser

10º Naftali

10º Benjamim

10º Naftali

11º Gade

11º Dã

11º José

12º Aser

12º Naftali

12º Benjamim

 

Êxodo 1:1-6

Números 1:5-17

Números 13:4-16

1º Rúben

1º Rúben

1º Rúben

2º Simeão

2º Simeão

2º Simeão

3º Levi

3º Judá

3º Judá

4º Judá

4º Issacar

4º Issacar

5º Issacar

5º Zebulom

5º Efrain

6º Zebulom

6º Efrain

6º Benjamim

7º Benjamim

7º José/Manassés

7º Zebulom

8º Dã

8º Benjamim

8º José/Manassés

9º Naftali

9º Dã

9º Dã

10º Gade

10º Aser

10º Aser

11º Aser

11º Gade

11º Naftali

12º José

12º Naftali

12º Gade

Nas duas últimas listas – Números 1:5-17 e Números 13:4-16 -, veja o nome de José junto a um dos seus filhos. Os levitas não estão na lista de Números 1:5-17, pois se trata de um alistamento para a guerra, nem na lista de Números 13:4-16, que fala dos líderes representando cada tribo de Israel quando foram enviados como espias na terra de Canaã.

A única lista dessas tribos do Novo Testamento está no livro de Apocalipse (Ap.7:4-8). É notória nesta listagem das doze tribos de Israel a ausência de dois nomes: Efrain e Dã. Efrain está representado em José, permanecendo Manassés. Isto é perfeitamente compreensível. Para esse trio – José, Manasses e Efrain -, às vezes, no Antigo Testamento aparecem esses arranjos. Compare as listagens de Números 1:5-17 com 13:4-16. A ausência de Dã é justificada desde o segundo século por Irineu de Lião, falecido em 202 d.C., quando menciona uma interpretação rabínica, anterior ao aparecimento de Cristo, declarando que o anticristo seria procedente da tribo de Dã. Isso é dito com base em Gênesis 49:16,17, onde se diz que Dã julgará Israel, mas, como serpente, trairá o povo; outros sugerem que Dã é omitido por causa da tradição judaica que espera que o Anticristo venha dessa tribo. Talvez seja esta a razão de a tribo de Judá encabeçar a listagem em Apocalipse 7:5, uma vez que esta é a tribo da qual veio o Messias (Gn.49:10; Mt.1:1). Davi pertence à tribo de Judá (1Cr.2:10-15).

A lista de Ezequiel é completa e se refere aos territórios dessas tribos no milênio, ao passo que a lista de Apocalipse se refere a um grupo de 144 mil “de todas as tribos dos filhos de Israel” (Ap.7:4) na Grande Tribulação, antes do milênio.

Portanto, toda escolha tem seu propósito, nada é aleatório; os escritores bíblicos sabiam o que estavam fazendo; a questão é que nós desconhecemos esses critérios.

3. Propósito dos nomes dos filhos de Jacó

Os filhos de Jacó formaram o povo escolhido de Deus, prometido a Abraão (Gn.12:1,2). Foram doze filhos homens, cujos descendentes formaram doze territórios na terra de Canaã, durante a partilha da terra sob a liderança de Josué (Js.14:1-3). Apesar de José se ter tornado duas tribos, a tribo de Levi era considerada uma tribo à parte, devido a sua consagração a Deus (Nm.1:47-49). A tribo de Levi representava todo o povo diante de Deus e não recebeu herança como as outras tribos. Assim, na Bíblia, as tribos de Israel são sempre referidas como sendo doze, e tem por propósito a memória dos filhos de Israel. E este propósito está claro no éfode sacerdotal: “E porás as duas pedras nas ombreiras do éfode, por pedras de memória para os filhos de Israel; e Arão levará os seus nomes sobre ambos os seus ombros, para memória diante do Senhor” (Êx.28:12). Nas doze portas da Jerusalém milenar constam os nomes dos doze filhos de Israel, bem como na Formosa Jerusalém celestial.

III. O SENHOR ESTÁ ALI

O profeta Ezequiel, no exílio babilônico, teve uma visão sobre Jerusalém reconstruída e plenamente reconciliada com Deus, e termina seu livro magnificamente: “E o nome da cidade desde aquele dia será: O Senhor está ali” (Ez.48:35b). Nada mais significativo poderia ser dito. Ezequiel que vira a glória de Deus abandonar a cidade (caps. 1 e 11), agora viu a glória voltar ao novo Templo (Ez.43:1-9). Deus quer a companhia de Seu povo e promete estar presente. Deus quer relacionamento conosco, tanto quando almejava pela companhia humana antes do pecado. Essa verdade é tão real que Jesus, o Emanuel, Deus conosco, veio a este mundo e habitou entre nós.

1. Os nomes da cidade

Jerusalém é uma cidade sem paralelo na história. Ela possui vários nomes. O primeiro nome da cidade de Jerusalém é SALÉM (Sl.76:2), que significa paz (Hb.7:2), desde os dias do patriarca Abraão (Gn.14:18). Apesar deste nome, ela foi palco de cruentas guerras, de derramamento de sangue, violência, injustiça social, prostituição, idolatria e apostasia generalizada, o que levou Deus a castigar seus moradores e reduzi-la a ruínas e desolações ao longo dos séculos. Ela foi chamada também de Jebus (Jz.19:10), que esteve sob o domínio do povo jebuseu, e só foi conquistada por Davi após alguns séculos da conquista de Canaã, ficando assim conhecida por Cidade de Davi (2Sm.5:6,7). Ela é também designada de Sião e Ariel (Is.2:3;29:1,2). Jerusalém é o nome mais conhecido e significa “cidade de paz”. Deus preservou os remanescentes para neles cumprir a sua promessa, fazendo jus ao nome original: Salém, Paz. Em Apocalipse, a cidade é chamada de ”arraial dos santos, a cidade amada” (Ap.20:9). Mas, Ezequiel enfatiza que, no Milênio, depois de sua purificação e restauração espiritual, o nome da cidade será: “o SENHOR está ali” (Ez.48:35). Neste glorioso período, a glória do Senhor se estenderá por sobre toda a Terra, e não somente sobre o povo judeu. Assim profetizou Isaías: “Santo, Santo, Santo é o SENHIR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (Is.6:3).

2. O nome divino

No Antigo Testamento, Deus se deu a conhecer por vários nomes inerentes à sua natureza e à circunstância de sua revelação. Aqui estão alguns, dentre muitos, dos nomes mais conhecidos de Deus na Bíblia:

EL, ELOAH. Deus "poderoso, forte, proeminente" (Gn.7:1; Is.9:6) - etimologicamente, El parece significar "poder", como em "Tenho o poder para prejudicá-los" (Gn.31:29). El é associado com outras qualidades, tais como integridade (Nm.23:19), zelo (Dt.5:9) e compaixão (Ne.9:31), mas a raiz original de ‘poder’ continua.

ELOHIM. Deus "Criador, Poderoso e Forte" (Gn.17:7; Jer.31:33) - a forma plural de Eloah, a qual acomoda a doutrina da Trindade. Da primeira frase da Bíblia, a natureza superlativa do poder de Deus é evidente quando Deus (Elohim) fala para que o mundo exista (Gn.1:1).

EL SHADDAI. "Deus Todo-Poderoso", "O Poderoso de Jacó" (Gn.49:24; Salmo 132:2,5) - fala do poder supremo de Deus sobre todos.

ADONAI. "Senhor" (Gn.15:2; Jz.6:15) - usado no lugar de YHWH, o qual os judeus achavam ser sagrado demais para ser pronunciado por homens pecadores. No Antigo Testamento, YHWH é mais utilizado em tratamentos de Deus com o Seu povo, enquanto que Adonai é mais utilizado quando Ele lida com os gentios.

YHWH / YAHWEH / JEOVÁ. "SENHOR" (Dt.6:4, Dn.9:14) - a rigor, o único nome próprio para Deus. Traduzido nas bíblias em português como "SENHOR" (com letras maiúsculas) para distingui-lo de Adonai, "Senhor". A revelação do nome é primeiramente dada a Moisés: "Eu SOU quem eu SOU" (Êx.3:14). Este nome especifica um imediatismo, uma presença. Yahweh está presente, acessível, perto dos que o invocam por livramento (Salmo 107:13), perdão (Salmo 25:11) e orientação (Salmo 31:3).

JEOVÁ-JIRÉ. "O Senhor proverá" (Gn.22:14) - o nome utilizado por Abraão quando Deus proveu o carneiro para ser sacrificado no lugar de Isaque.

JEOVÁ-RAFA. "O Senhor que sara" (Êx.15:26) - "Eu sou o Senhor que te sara", tanto em corpo e alma. No corpo, através da preservação e da cura de doenças, e na alma, pelo perdão de iniquidades.

JEOVÁ-NISSI. "O Senhor é minha bandeira" (Êx.17:15), onde por bandeira entende-se um lugar de reunião antes de uma batalha. Esse nome comemora a vitória sobre os amalequitas no deserto (Êxodo 17).

Portanto, o nome revela o poder, a grandeza e a glória do Deus Todo-Poderoso, além de mostrar os atributos dEle. Outrossim, quando a Bíblia faz menção do “nome de Deus” está se referindo ao próprio Deus - “haverá um lugar que escolherá o Senhor vosso Deus para ali fazer habitar o seu nome” (Dt.12:11).

3. Yahweh Shammah (Ez.48:35)

Depois da descrição completa da terra, do povo e do templo de Israel, o profeta Ezequiel termina a sua visão profética com uma declaração solene do nome dado à cidade de Deus (Jerusalém): “JEHOVAH SHAMMA", que significa “o Senhor está ali”. É o novo nome dado à cidade de Jerusalém, no Milênio, para dissociar o nome de Jerusalém com os pecados passados. Este não é um mero nome dado à cidade de Jerusalém, é, antes, uma realidade palpável, de tal maneira intensa que "todos lhe chamarão o trono do Senhor, e todas as nações se ajuntarão a ela e os seus habitantes nunca mais andarão segundo o propósito do seu coração maligno" (Jr.3:17, 33:16; Zc.2:10).

Séculos mais tarde, o apóstolo João, na ilha de Patmos, haveria de retomar e expandir a visão com muito maior glória, quando disse: "Eu vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa para o seu marido, e ouvi uma voz do céu que dizia: eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus, que limpará dos seus olhos toda a lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque...O SENHOR ESTÁ ALI" (Ap.21:2-4).

É bom enfatizar que as bênçãos anunciadas nas profecias de Ezequiel não se restringem apenas ao povo judeu; elas são extensivas a toda a Terra. Toda a Terra será o santuário de Deus, e nisso Ele será reconhecido como Yahweh Shammah, isto é, “o Senhor está ali”. Glórias sejam dadas ao Senhor!

CONCLUSÃO

O livro de Ezequiel termina com uma visão detalhada do novo Templo, da nova Cidade e do novo povo, todos demonstrando a santidade de Deus. As pressões diárias da vida podem nos fazer focar o presente, o aqui e agora, e levar-nos a esquecer de Deus. É por isso que a adoração é tão importante; tira nossos olhos de nossas preocupações atuais, a fim de que atentemos para a santidade de Deus e para seu Reino futuro. A presença de Deus torna tudo glorioso, e a adoração nos leva à sua presença. No milênio, o Messias será engrandecido como o Filho de Davi; Ele ocupará o trono de Davi e reinará sobre a casa de Davi a partir da cidade de Davi - Jerusalém. A sua presença será tão real que não haverá dúvida em perceber que “O SENHOR ESTÁ ALI”.

Concluímos esta Aula e este trimestre afirmando que mesmo que Deus demore em cumprir as suas promessas, na nossa visão de tempo, elas se cumprirão no tempo dele. Além do mais, essas promessas serão cumpridas de tal maneira que ninguém será esquecido. Outrossim, embora Deus seja um Deus de redenção no sentido eterno, Ele também é um Deus que se importa com as questões temporais.