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UMA ALIANÇA SUPERIOR



INTRODUÇÃO

Apaz do Senhor , é com imensa alegria que volto a escrever mais um conteúdo para o auxilio da nossa Lição, analizaremos neste Domingo o Capítulo 8 da Carta aos Hebreus veremos que Jesus Cristo é o Mediador da Nova Aliança.

Que significa isso? Qual a importância desse fato? A aliança dada por Moisés deveria ser desprezada? Se todos os rituais e cerimônias do judaísmo haviam perdido o seu valor, o que existia para tomar o seu lugar? Qual seria a base para alguém se comunicar com Deus? Estas eram as interrogações daqueles crentes hebreus. O presente estudo declara-nos a resposta: a base agora deveria ser Jesus Cristo. Ele é o Ministro do “verdadeiro tabernáculo” (v.2); o Mediador de superior aliança (v.6). O tabernáculo é a morada de Deus. Sendo Ministro, Jesus Cristo nos leva à própria presença de Deus, onde temos plena comunhão com Ele. Por ser de uma superior aliança, Cristo nos prepara e equipa para entrarmos e morarmos no Lugar Santíssimo.

A Antiga Aliança implicava mandamentos, estatutos e juízos, os quais não foram observados pelo povo escolhido. Era um concerto transitório, como indica o escritor: “Porque se aquele primeiro fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o segundo” (v.7). Diante disso, Jesus trouxe uma Nova Aliança, que se estabeleceu, não em atos exteriores, rituais, mas no interior do homem, no entendimento e no coração.

Jesus é o nosso sumo sacerdote, o qual  está assentado no lugar de maior honra nos céus à destra de Deus. Este retrato de Cristo é um argumento essencial para a sua divindade em Hebreus. Este lugar, à direita de Deus, pertencia a Cristo porque Ele era mais do que simplesmente um sumo sacerdote; Ele é o Filho de Deus. “Céus” refere-se ao santuário celestial (veja 8.2), a morada de Deus, o último e eterno destino de todos aqueles que crêem (4.1; 6.19,20; 11.10; 12.22), e, portanto, uma realidade ainda maior do que o que vemos. Este mundo atual é uma mera representação ou sombra do que virá (veja 8.5). 

Por causa disto, o ministério de Cristo será maior do que o dos sacerdotes que serviram no Tabernáculo ou no Templo terrenos, como veremos no versículo seguinte.

8.2 O versículo 1 descreve a exaltação de Cristo á direita de Deus; o versículo 2 descreve o seu serviço. O Cristo exaltado é o ministro do santuário no céu. Jesus serve assumindo o seu lugar de direito como nosso Salvador e Mediador. O seu lugar no céu garante o nosso lugar ali também. Cristo retornou à presença de Deus no céu, o verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem. Deus nos permite entrar na mesma sala do trono e levar a Ele a nossa adoração e os nossos pedidos. 

Este “verdadeiro” tabernáculo, ou lugar de adoração, náo significa que o Tabernáculo e o Templo na terra eram falsos, mas que eram sombras imperfeitas do verdadeiro e perfeito lugar de adoração (8.5). Antes da vinda de Cristo, o sumo sacerdote só podia entrar em um lugar especial, o Santo dos Santos, para estar na presença de Deus. Hoje, através da oração, nós podemos entrar na sala do trono do céu, e um dia nós viveremos eternamente na presença do Senhor. Conseqüentemente, os caminhos “antigos” do sacerdócio judeu  não mais existem; eles foram substituídos por Jesus, o Caminho, a Verdade, e a Vida (Jo 14.6).

8.3 O trabalho do sumo sacerdote era oferecer dons e sacrifícios. Os sacerdotes eram nomeados para oferecer sacrifícios para a expiação dos pecados, de modo que Cristo, como nosso sumo sacerdote, deveria ter alguma coisa que oferecer. Ele ofereceu a sua própria vida a Deus em nosso lugar - o presente perfeito, que nunca poderá ser 
superado. Ele ofereceu-se a si mesmo na cruz (7.27). 

O sacrifício de Cristo é completamente suficiente, isto é, todos os pecados estão abrangidos na sua oferta definitiva a Deus. Portanto, o seu papel como sacerdote, o seu sacrifício e o seu serviço a Deus, superam o plano que havia sob a antiga aliança.

8.4 Sob o antigo sistema judeu, os sacerdotes eram escolhidos somente da tribo de Levi, e os sacrifícios eram oferecidos diariamente no altar para o perdão dos pecados. 
Este sistema não teria permitido que Jesus fosse sacerdote, pois, de acordo com a lei, um sacerdote deveria descender da tribo de Levi, e não de Judá (veja 7.12-14). O uso do verbo no tempo presente na frase “havendo ainda sacerdotes que oferecem” indica que esta carta foi escrita antes de 70 d.C., quando o Templo de Jerusalém foi destruído e os sacrifícios foram extintos. Mas o sacrifício perfeito de Jesus já tinha acabado com a necessidade de sacerdotes e sacrifícios. Cristo foi nomeado Sumo Sacerdote de um sistema novo e melhor que permite que o povo de Deus entre diretamente na presença de Deus.

8.5 Os sacrifícios oferecidos pelos sacerdotes serviam apenas de exemplar e sombra das coisas celestiais. Isto continua a demonstrar a insignificância dos serviços terrenos dos sacerdotes judeus. Certamente, era um trabalho importante, mas o seu serviço era apenas um exemplo do que estava por vir.
Deus deu a Moisés o modelo para o tabernáculo, e Moisés foi aconselhado a segui-lo cuidadosamente, tendo sido avisado para fazer tudo conforme o modelo que Deus lhe tinha mostrado (veja Êx 25.40). 

Este santuário terreno tinha o objetivo de refletir, ainda que de modo imperfeito, o tabernáculo celestial. A carta aos Hebreus não tenta descrever o céu, mas nos mostra 
como Cristo serve de uma maneira melhor e mais pessoal do que qualquer outro sacerdote poderia fazê-lo. Como o Templo de Jerusalém ainda não tinha sido destruído, usar o sistema de adoração como exemplo teria provocado um grande impacto sobre o seu público original. O seu Templo, com tudo o que eles sabiam a respeito do Tabernáculo original construído por Moisés, tinha sido uma imagem imperfeita que tinha a finalidade de dar às pessoas a oportunidade de apreciar a realidade celestial que um dia pertenceria a cada uma delas.

8.6 Embora os sacerdotes que descendiam de Arão possuíssem um trabalho de grande honra e dignidade, o ministério que Jesus recebeu é superior (mais excelente) ao dos sacerdotes que servem às leis do antigo concerto. 

O ministério de Jesus e o novo concerto são superiores (ou melhores) por diversas razões:

• Eles satisfazem e substituem completamente o ministério dos sacerdotes e o antigo concerto;
• Eles são eternos, porque Jesus é Sumo Sacerdote para sempre;
• Eles não exigem mais sacrifícios;
• Eles realizam o que todos os outros sacrifícios náo conseguem realizar - a verdadeira expiação do pecado;
• Eles dão à humanidade pecadora a oportunidade de ter um relacionamento pessoal com Deus (veja 8.10,11).

Este melhor concerto está confirmado em melhores promessas, que o autor irá comentar com mais detalhes em 8.10-12. 

8.7 A necessidade de um segundo concerto dá a entender que o primeiro era defeituoso. Isto significa que Deus ordenou a Moisés e Arão que iniciassem um meio de adoração que era equivocado ou mal idealizado? Não, mas o antigo concerto, de muitas maneiras, preparava e apontava para a dinâmica do novo concerto (veja 7.11-19; também Rm 3,4,9-11). O antigo concerto foi substituído porque não era eterno, era insuficiente para lidar completamente com o pecado, e não podia proporcionar à humanidade pecadora um relacionamento com Deus. Na sua época, entretanto, o antigo concerto foi necessário. 

Mas agora ele precisava ser substituído por um concerto melhor, conforme profetizado por Jeremias e citado nos versículos seguintes.

8.8 Uma vez que o povo quebrava continuamente o concerto de Deus, ficou patente que o antigo concerto não duraria para sempre, por não ser perfeito. Uma parte do concerto envolvia a observância às leis de Deus; no entanto, os israelitas decidiram desobedecer (veja Jr 7.23,24). Quando eles deixaram de cumprir os requisitos que lhes foram impostos, quebraram a aliança. Deus, entretanto, prometeu um novo concerto,que não estaria repleto de leis sobre sacrifícios e outras responsabilidades externas. Ao contrário, ele trazia a reconciliação espiritual, produzindo mudanças no interior das pessoas.

Os versículos 8 a 12 citam Jeremias 31.31-34, a mais longa citação do Antigo Testamento no Novo Testamento. Jeremias profetizou sobre uma época futura quando um concerto melhor seria estabelecido, porque o primeiro concerto, dado a Moisés no Monte Sinai, era imperfeito e provisório. 

Os israelitas não conseguiam se manter fiéis a ele, porque os seus corações não tinham sido verdadeiramente modificados. Esta transformação no coração exigia o sacrifício completo de Jesus, para remover o pecado, e a morada permanente do Espírito Santo. 
Quando entregamos as nossas vidas a Cristo, o Espírito Santo introduz em nós um desejo de obedecer a Deus.

8.9 O antigo concerto foi quebrado, não uma vez, mas muitas. Os pais dos leitores judeus tinham sido milagrosamente salvos da escravidão no Egito. No deserto, eles tinham recebido as leis de Deus e tinham feito um concerto de obediência. No entanto, eles não permaneceram naquele concerto, e com esta desobediência, eles invalidaram a sua participação no acordo. Entristecido e ofendido pela desobediência voluntária do seu povo escolhido. Deus náo atentou para eles. Isto significa que eles enfrentaram as conseqüências do pecado, em vez de receberem as bênçáos da obediência. Embora Deus possa ter permitido tais conseqüências, Ele nunca abandonou o seu povo. Ao contrário, Ele prometeu algo melhor para aqueles que permanecessem fiéis.

8.10-12 Sob o novo concerto de Deus, a lei de Deus está dentro de nós. Ela já náo é mais um conjunto externo de regras e princípios. 
O Espírito Santo nos lembra das palavras de Cristo, ativa as nossas consciências, influencia as nossas motivações e os nossos desejos, e faz com que sintamos vontade de obedecer. Agora nós desejamos realizar a vontade de Deus com todo o nosso coração e a nossa mente.

Este novo concerto possibilita quatro provisões:

1. O novo concerto possibilita a transformação interior: “Porei as minhas leis no seu entendimento e em seu coração as escreverei”. Isto significa ter um novo “coração”, e com ele, um novo sentimento de intimidade com Deus, em que Ele é conhecido como Pai e os cristãos são conhecidos como filhos e herdeiros de Deus. 

Este novo coração irá levar o relacionamento das pessoas com Deus a um nível pessoal (e não somente por meio de intermediários). Ter estas leis escritas nos nossos corações significa que vamos desejar obedecer a Deus.

2. O novo concerto possibilita a intimidade com Deus: “Eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo”. Isto revela um relacionamento positivo e íntimo entre Deus e o seu povo. No primeiro concerto, as pessoas deixavam continuamente de estar à altura deste relacionamento.
No novo concerto, este relacionamento está garantido por meio de Jesus Cristo. Embora a promessa sempre estivesse ali, ela agora tem um significado mais novo e  rico graças à provisão de Cristo.

3. O novo concerto possibilita o conhecimento de Deus: “Todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior”. O novo concerto traz um novo relacionamento entre as pessoas e Deus, fazendo de cada crente um sacerdote ( I Pe 2.5,9). Cada crente tem acesso a Deus por meio da oração. Cada crente consegue  compreender as promessas de salvação de Deus, conforme reveladas na Bíblia, porque tem a Deus como uma presença viva no seu coração. Naturalmente, ainda haverá a necessidade de professores, mas cada crente será capaz de conhecer a Deus - e não somente os sacerdotes, ou alguns poucos privilegiados.

4. O novo concerto possibilita o perdão total dos pecados; “Serei misericordioso
para com as suas iniqüidades e de seus pecados e de suas prevaricações náo me lembrarei mais”. As pessoas do  antigo concerto tinham o perdão dos pecados (veja Êx 34.6-8; Mq 7.18-20), mas tinham tido um perdão incompleto e efêmero, conforme demonstra a incessante necessidade de realizar sacrifícios pelos seus pecados. No novo concerto, o pecado e o seu efeito de separação entre as pessoas e Deus são eliminados. Deus varre os pecados da memória e os considera como se nunca tivessem acontecido. O impacto do pecado é completamente superado, tornando possível aos crentes receber as bênçãos prometidas. 

CONCLUSÃO

Já não há nenhum obstáculo para o nosso relacionamento com Deus. Todas as quatro características produzem uma justiça verdadeira que não poderia ser conhecida sob o antigo concerto.
A introdução de um novo concerto significa que Deus tornou velho o primeiro. O velho foi cumprido por Cristo e completado por Ele; portanto, não mais era necessário. Sistemas antigos, sacrifícios antigos e o antigo sacerdócio agora não têm mais valor para selar a aprovação de Deus. “Agarrem-se ao antigo concerto, se quiserem”, adverte a carta aos Hebreus, “mas vocês estão se agarrando a uma sombra, uma bolha prestes a arrebentar.
um momento passado na história. O antigo concerto tinha servido ao seu propósito e 
em breve seria apenas uma lembrança. Não se pode viver no passado, de modo que a escolha real é clara; aceitem o novo concerto ou nenhum.”

Deus não muda de idéia. Ele não enviou o seu Filho para revogar, abolir ou anular o
que rinha dito ao seu povo anteriormente. Ao contrário, o Pai enviou o seu Filho como o cumprimento do antigo concerto. A vinda de Jesus tinha sido parte do plano de Deus desde a Criação (veja Gn 3.15). Os discípulos não compreenderam completamente como Jesus cumpria as Escrituras até depois da sua morte e ressurreição (Lc 24.25-27)

JESUS – SUMO SACERDOTE DE UMA ORDEM SUPERIOR

Texto Áureo: Hb. 7.26 – Texto Bíblico: Hb. 7.1-19


INTRODUÇÃO
O sacerdócio araônico tinha extrema relevância na religiosidade judaica, de modo que mesmo os cristãos hebreus destinatários da Epístola se sentiam atraídos por ele. O autor da Epístola, conforme estudaremos na lição de hoje, argumenta que existe um sacerdócio superior, não da ordem de Arão, mas de Melquisedeque, o qual tipifica o sacerdócio de Cristo. Ao final da aula mostraremos, com base no capítulo 7 da Epístola aos Hebreus, os fundamentos escriturísticos para a superioridade do sacerdócio de Cristo sobre o de Arão.

1. MELQUISEDEQUE, SACERDOTE-REI
Melquisedeque aparece no livro de Gêneses como um personagem bíblico, relacionado à história de Abrãao e seu sobrinho Ló, que habitou na cidade de Sodoma, e acabou se envolvendo na vida política daquela cidade. No contexto de uma batalha, os sodomitas e seus aliados foram capturados, entre eles Ló. Abraão, a fim de resgatar seu sobrinho, empreendeu uma batalha, juntamente com uma coalisão de forças. Após retornar vitorioso desse desafio, Abraão acampou em Salém, cidade que futuramente seria conhecida como Jerusalém. Naquele local, se encontrou com Melquisedeque, o sacerdote-rei da cidade, que abençoou Abraão (Gn. 14.19,20). Do texto apreendemos que ele era sacerdote de El Elyon, o Deus Altíssimo, e que assim foi reconhecido por Abraão, que lhe entregou seus dízimos. O autor da Epístola aos Hebreus faz alusão a esse personagem como um tipo do sacerdócio de Cristo, sendo Ele também Rei-Justo. Na verdade, Deus é justo, e justificador daqueles que creem em Jesus (Rm. 3.26). É importante destacar que Deus fez aquilo que o homem não poderia fazer para ser salvo (Rm. 4.6). O sacrifício de Jesus na cruz do calvário foi suficiente para salvar os pecadores (Jo. 3.16), trazendo a paz entre Deus e os homens (Lc. 2.14), justamente por ser Ele o Príncipe da paz (Is. 9.6). Ele é também o Reconciliador entre Deus e os homens, o que restaura o relacionamento rompido por causa do pecado (II Co. 5.20). Por isso Melquisedeque é tipo de Cristo, pois aponta para Aquele que se fez justiça por nós, de eternidade a eternidade (Jr. 23.6; Ap. 1.8).

2. SUPERIORIDADE DE MELQUISEDEQUE SOBRE ARÃO
O argumento do autor é que o fato de Abraão ter entregue dízimo a Melquisedeque é um sinal da grandeza do seu sacerdócio-reinado em Salém (Hb. 7.4). O patriarca reconheceu que Melquisedeque tinha autoridade espiritual, pois apenas aqueles que eram instituídos como sacerdotes recebiam dízimos (Hb. 7.5). O fundamento do sacerdócio, por conseguinte, remete ao tempo de Abraão, indo além da instituição levítica. Levi, um dos doze filhos de Jacó, era descendente de Abraão (Hb. 7.5). Por isso, Melquisedeque, ainda que não fosse descendente de Levi, se antecipou ao sacerdócio desse, demonstrando ser ainda maior, tendo recebido dízimo do próprio Levi, através do patriarca Abraão (Hb. 7.6,7). Além disso, o sacerdócio levítico é composto por homens que morrem (Hb. 7.8), enquanto que o de Melquisedeque, não há registro da sua morte. O autor da Epístola aos Hebreus cita Sl. 110.4, para legitimar nas Escrituras o sacerdócio de Cristo, pondo na ordem de Melquisedeque. Isso mostra também a limitação do sacerdócio levítico, considerando que os sacerdotes dessa ordem eram imperfeitos, e que precisavam sacrificar não apenas pelos outros, também por eles mesmos. Jesus é o Grande Sumo Sacerdote, não da ordem de Levi, pois não era daquela tribo. Ele era da tribo de Judá (Hb. 7.14), e remete a um sacerdócio ainda mais antigo, estabelecido anterior a Lei, que estava além do “mandamento carnal” (Hb. 7.16). O sacerdócio da aliança carnal, para o autor da Epístola, através de Cristo se tornou “ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade” (Hb. 7.18).

3. A SUPERIORIDADE DO SACERDÓCIO DE CRISTO
A referência ao Sl. 110 é bastante enfática no capítulo 7 da Epístola aos Hebreus, a fim de confirmar a superioridade do sacerdócio de Cristo. A começar pela necessidade de muitos sacerdotes, que vinham uns após os outros (Rm. 7.23). A sucessão era uma demonstração de fraqueza daquele tipo de sacerdócio. O sacerdócio de Cristo, por sua vez, não carece de sucessor, pois é eterno, estando Ele entronizado para sempre. Por esse motivo, Ele é capaz de interceder continuamente por aqueles que creem (Hb. 7.25). A demonstração da superioridade, e legitimidade eterna desse sacerdócio, é demonstrada na ressurreição de Cristo, que se encontra entronizado à direita do Pai. Esse Sumo Sacerdote se tornou um de nós (Hb. 7.26), cumprindo as necessidades do Seu povo. E mais, Ele é santo, imaculado, separado dos pecadores (Hb. 7.26). Ele é digno de confiança, de modo que podemos nos aproximar do Pai. Os sacerdotes levíticos precisam sacrificar por eles mesmos, antes de sacrificar pelo povo (Hb. 7.27). O mesmo não ocorre com Cristo, que é um sacerdócio definitivo. Por isso, apenas Jesus – maior que tudo que Deus havia concedido como revelação a povo de Israel e ao mundo - constituiu uma nova aliança, concretizada através do derramamento do seu sangue, dando-nos a garantia de que somos aceitos pelo Pai, não por causa de nós mesmos, mas porque Ele foi aceito por nós. Em Cristo podemos ser filhos de Deus, e a Ele nos dirigir como Aba, mediante o Espírito de adoção, concedido por Sua graça (Gl. 4.5).

CONCLUSÃO
Temos um Sacerdote Eterno, que se identifica com nossa condição, ainda que não tenha pecado (I Pe. 2.22). Por causa dEle, sabemos que fomos aceitos por Deus, porque o próprio Cristo, o Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, se fez pecado por nós (II Co. 5.21). Diante dessa realidade eterna, com a qual fomos agraciados, devemos nos aproximar do trono da graça, com toda confiança, para receber misericórdia e poder, sobretudo nos momentos de necessidades (Hb. 4. 16).

BIBLIOGRAFIA
PFEIFFER, C. The Epistle to the Hebrews. Chicago: Moody Press, 1962.
WEIRSBE, W. Be confident: Hebrews. Colorado Springs: David Cook, 2009.

A PERSEVERANÇA E FÉ EM TEMPO DE APOSTASIA


Texto Áureo: Hb. 6.12 – Texto Bíblico: Hb. 6.1-15


INTRODUÇÃO
Na aula de hoje discutiremos a respeito da perseverança e fé em tempos de apostasia. É preciso destacar que alguns crentes hebreus daquela comunidade estavam desertando da fé, e retornando para a religiosidade judaica. Diante dessa realidade, o autor da Epístola os admoesta para seguirem adiante, crescendo em entendimento da fé, tendo cuidado para que não venham a perder o que haviam adquirido por meio de Cristo, tendo como garantias as promessas do Senhor.

1. A IMPORTÂNCIA DA MATURIDADE CRISTÃ
Em continuidade à discussão do capítulo anterior, o autor da Epístola aos hebreus amoesta os irmãos para que não fiquem apenas nos “rudimentos da doutrina de Cristo” (Hb. 6.1). Evidentemente não há uma reprovação em relação aos ensinamentos fundamentais da fé, tais como: arrependimento, fé em Deus, doutrina dos batismos, imposição das mãos, ressurreição dos mortos e juízo eterno (Hb. 6.2,3). Algumas dessas práticas religiosas eram conhecidas dos cristãos hebreus, e ao que tudo indica, eles a circunscreviam ao judaísmo, em consonância com o evangelho de Cristo. Essas doutrinas incluíam: 1) arrependimento das obras mortas – a prática das obras é necessária, mas não garante a salvação, pois somente pela fé em Cristo podemos ser salvos (Ef. 2.8-10); 2) fé em Deus – é verdade que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb. 11.6), essa fé, no entanto, deve instigar à maturidade, não ao comodismo; 3) doutrina dos batismos – a igreja cristã tem basicamente um batismo (Ef. 4.5), mas entre os judeus eram comuns vários banhos cerimoniais; 4) a imposição de mãos – era uma prática comum no judaísmo, como uma forma de transferência de atribuição, que se dava por meio da oração (Mc. 5.23; At. 6.6); 5) ressurreição dos mortos – Jesus morreu e ressuscitou pelos pecadores, essa se tornou uma doutrina fundamental da fé, e que também os que creem haverão de ressuscitar (I Co. 15.18); e 6) o juízo eterno – o julgamento vindouro é uma realidade bíblica, assegurada no ensinamento dos apóstolos (At. 10.42). Mas fazia-se necessário que eles avançassem, que saíssem do “jardim de infância”, e partissem para a “formação acadêmica”. Na verdade, essa é uma metáfora do significado do crescimento espiritual dos crentes. Há cristãos que ficam muito à vontade no “educandário espiritual”, pois nesse ambiente há muitas diversões, e quase nenhum compromisso.

2. O PERIGO DA APOSTASIA, A DESERÇÃO DA FÉ
A preocupação do autor da Epístola aos hebreus não é com aqueles que passam por altos e baixos na fé Cristo. Mas propriamente neste capítulo, se volta para a apostasia – que se trata da deserção premeditada da fé. O texto trata a respeito daqueles que “uma vez foram iluminados” (Hb. 6.4), por conseguinte, aqueles que tiveram uma experiência real de fé. Há elementos bíblicos suficientes para fazer essa afirmação, considerando que tais crentes: “provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra d Deus e as virtudes do século futuro” (Hb. 6.4,5). Esse é um texto cujo significado é disputado por calvinistas – aqueles que acreditam na segurança eterna dos salvos; e arminianos – que defendem a possibilidade da apostasia, mesmo para aqueles que foram salvos. A esse respeito, é preciso ter cuidado para evitar qualquer tipo de extremo. Por um lado, podemos ter convicção de que temos a segurança da salvação, e não podemos viver instáveis em relação à providência divina para a vida eterna. A salvação não depende de nós, é um ato divino do início até ao fim, de modo que temos firmeza que Aquele que iniciou a boa obra a concluirá (Fp. 1.6). De outro modo, não podemos negar a possibilidade da apostasia, inclusive para aqueles que uma vez professaram a fé cristã, esse é justamente o significado da apostasia - deserção. Esse, na verdade, é o pecado contra o Espírito Santo, resultando na impossibilidade do arrependimento, tendo em vista que é o Espírito que convence do pecado (Lc. 12.8-10; Mt. 12.31; Mc. 3.29; Jo. 16.8). Portanto, calvinistas e arminianos devem se render à veracidade desse texto, e não acharem que uma vez salvos, salvos para sempre. E ao mesmo tempo, também não devem achar que a salvação se perde por qualquer motivo.

3. A ESPERANÇA POR COISAS MELHORES
A abordagem do autor da Epístola aos hebreus é a de um pastor-mestre, não apenas está interessado em apresentar uma série de doutrinas, mas também em estimulá-los a seguir adiante. Por isso a eles se dirige afirmando esperar “coisas melhores e coisas que acompanhem a salvação” (Hb. 6.9). O pastor-mestre não apenas adverte os crentes, também os impulsiona a seguirem adiante, admoestando-os a buscarem crescimento espiritual. É bem verdade que, por causa da fé, enfrentamos muitas adversidades, mas “Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho de amor que, para com o seu nome mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis” (Hb. 6.10). Essa é uma mensagem que os motivou a enfrentarem as lutas, a fim de que perseverassem “até o fim, para completa certeza da esperança” (Hb. 6.10). E, de igual modo, não serem negligentes na caminhada, antes “sendo imitadores dos que, pela fé e paciência, herdam as promessas” (Hb. 6.12). Um desses exemplo é Abraão, pois demorou muito tempo até que ele visse o cumprimento das promessas do Senhor em sua vida. Mas não se desesperou, “esperando com paciência, alcançou a promessa” (Hb. 6.15). O Deus nos qual cremos é de promessas, e Ele vela pela Sua palavra para cumprir (Mt. 24.35). Temos a esperança de que ao Seu tempo Ele fará tudo aquilo que prometeu. Essa deve ser a âncora da nossa alma (Hb. 6.19), a bússola que norteará nossas decisões, ainda que essas sejam contrárias à maioria. Temos ainda um exemplo maior que o de Abraão, o próprio Cristo, que é Sacerdote e Precursor do crente, ou seja, aquele que está adiante de nós, mostrando o caminho que deve ser seguido (Hb. 6.20).

CONCLUSÃO
A perseverança na fé deve ser ensinada nas igrejas, como forma de estimular os crentes a seguirem adiante, não se acomodando nos rudimentos da doutrina. Mas isso precisa ser feito com equilíbrio, a fim de evitar que resulte em insegurança em relação à salvação, que nos foi providenciada graciosamente, através do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que é Sacerdote e Precursor, daqueles que carregam a cruz do discipulado (Mt. 16.24).

BIBLIOGRAFIA
LAUBACH, F. Hebreus. Curitiba: Esperança, 2000.
WEIRSBE, W. Be confident: Hebrews. Colorado Springs: David Cook, 2009.

CRISTO É SUPERIOR A ARÃO E À ORDEM LEVÍTICA

                     Texto Áureo: Hb. 4.14 – Texto Bíblico: Hb. 4.14-16; 5.1-14


INTRODUÇÃO
O escritor da Epístola aos Hebreus ressalta a superioridade do sacerdócio de Cristo em comparação com o de Arão. E nesse particular, observamos uma predominância temática, recorrente em várias passagens. Ele destaca, conforme estudaremos na aula de hoje, que Jesus foi chamado por Deus como um Sumo Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque (Hb. 5.10). A partir dessa temática, o escritor irá mais uma vez admoestar seus destinatários para que não sejam de dura cerviz, e para que deem ouvidos à Palavra de Deus (Hb. 5.11).

1. A SUPERIORIDADE DO SACERDÓCIO DE CRISTO
Antes da destruição do Templo de Jerusalém (70 a. C.), o ofício sacerdotal era fundamental na prática do judaísmo. Em tais ocasiões o sangue de animais era derramado e orações eram direcionadas a Deus, pelo pecado dos israelitas. Tais práticas remetem a tempos antigos na tradição hebraica, o próprio Abel e seu irmão Caim, o fizeram. A esses podem ser acrescentados: Abraão, Isaque e Jacó, os patriarcas do povo hebreu. De certo modo, podemos afirmar que o cristianismo tem seu fundamento no próprio judaísmo, pois “visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus” (Hb. 4.14). Ele não é um sacerdote comum, mas um “grande sumo sacerdote”, e essa é a razão pela qual devemos reter “firmemente a nossa confissão”. E mais, na perspectiva negativa, “não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas: porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb. 4.15). A identificação desse Grande Sumo Sacerdote é importante, pois Ele foi tentado em tudo: na concupiscência da carne, na concupiscência dos olhos, e na soberba da vida. E porque Ele foi tentado em tudo “mas sem pecado”, pode nos representar diante do Pai, pois como caímos todos em Adão, em Cristo igualmente somos vivificados. Ele se identifica com cada um de nós, sendo capaz de entrar não apenas no Santo dos Santos, mas no trono do próprio Deus, nos céus. Oportunizando que: “cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hb. 4.16).

2. AS QUALIFICAÇÕES DO SACERDÓCIO DE CRISTO
Para que o sacerdócio levítico fosse aprovado por Deus, bem como o próprio sacerdócio de Cristo, fazia-se necessário que algumas qualificações fossem consideradas. A esse respeito, é preciso destacar que a “ordem” do sacerdócio de Cristo se difere daquele dos sacerdotes levíticos. Em ambos os casos, um homem foi escolhido, para representar o povo, na presença de Deus. Por isso, como sacerdote, Jesus foi “tomado dentre os homens” (Hb. 5.1). E seguindo a prática sacerdotal judaica, “para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados” (Hb. 5.1). Como Sumo Sacerdote, Jesus “pode compadecer-se”, isso mostra que Ele não desconsidera nossa condição humana, e mais que isso, que ele tem simpatia, no sentido etimológico do termo”, sofre conosco. Ele conhece nossa natureza, e sabe que somos pó, e que dependemos de Deus, inclusive para vencer as tentações/provações. Uma das qualificações de Cristo, em comparação ao sacerdócio levítico, é que o sacerdote levítico deveria oferecer sacrifícios “tanto pelo povo como também por si mesmo” (Hb. 5.3). Por oposição, o sacerdócio de Cristo tinha procedência divina, para tanto o autor recorre a Sl. 2.7 e ao 110.4, a fim de mostrar que Jesus, diferentemente do sacerdócio aaronico, seguia a ordem de Melquisedeque. Este foi um sacerdote-rei da cidade estado de Salém – antiga Jerusalém – nos tempos em que Abraão resgatou Ló do cativeiro. E seguindo essa ordem, Jesus mostrou ser superior, pois Ele não apenas morreu pelos pecados da humanidade, também ressuscitou vindo a ser “a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem” (Hb. 5.9). A obediência é importante no contexto da Epístola aos Hebreus, pois o próprio Cristo “aprendeu a obediência”, e todos aqueles que O seguem também devem aprendê-la.

3. CHAMADOS PARA A MATURIDADE ESPIRITUAL
A maturidade cristã é um dos desafios fundamentais para o desenvolvimento da fé. Espera-se que, com o passar do tempo, os cristãos sejam “mestres” (Hb. 5.12), ou seja, que possam ensinar a outros os fundamentos da verdade. A esse respeito, devemos ressaltar que o ministério do ensino, muito embora seja específico para alguns (Ef. 4.11), também tem sua expressão coletiva, para a totalidade da igreja. Não podemos deixar de destacar que na Grande Comissão Jesus ordenou aos seus discípulos, o ministério do ensino quando os instruir para que “ensinassem todas as nações” (Mt. 28.19). A esse respeito, aproveitamos para ressaltar que uma igreja séria obrigatoriamente estará comprometida com o ensino da Palavra de Deus. Essa não é uma opção, antes uma condição, para a própria existência da igreja. A busca pela maturidade espiritual deve ser perseguida, por isso os pastores, e a liderança em geral, devem envidar esforços, para que a igreja esteja alicerçada na doutrina de Cristo. O problema daquela comunidade cristã, e de muitas outras nos dias atuais, é que eles não estavam avançando, por isso careciam sempre está retornando aos rudimentos das palavras de Deus (Hb. 5.12). Nada há de errado em voltar aos fundamentos da nossa fé, mas é preciso ter cuidado para não ficar apenas neles (II Pe. 3.18; Ef. 4.15). E no caso específico daqueles crentes, eles queriam permanecer na religiosidade judaica, algo que já havia caducado, depois da suprema revelação em Cristo (Hb. 1.1,2).

CONCLUSÃO
Temos um sacerdócio que é superior ao levítico, pois nosso Sumo Sacerdote é “grande”, maior que o de Arão, cujos sucessores precisavam sacrificar não apenas pelo povo, mas por eles mesmos. Cristo é Sumo Sacerdote segundo Melquisedeque, portanto, de uma ordem que não é meramente humana, antes eterna e celestial, por isso deve nos motivar a seguirmos crescendo na fé, e a não permanecermos restritos aos rudimentos antigos da fé.

BIBLIOGRAFIA
PFEIFFER, C. The Epistle to the Hebrews. Chicago: Moody Press, 1962.
WEIRSBE, W. Be confident: Hebrews. Colorado Springs: David Cook, 2009.

JESUS É SUPERIOR A JOSUÉ O MEIO DE ENTRAR NO REPOUSO DE DEUS


Texto Áureo: Hb.3.11 – Texto Bíblico: Hb. 4.1-13


INTRODUÇÃO
Um dos maiores anseios do povo hebreu, depois de peregrinar pelo deserto, era o de chegar a Canaã, onde encontraria repouso. Na verdade, o shabat sempre foi uma marca distintiva da aliança daquele povo com Deus. No entanto, conforme estudaremos na lição de hoje, aquele apenas apontava para “outro repouso”, o que seria dado por Jesus, que haveria de aliviar a carga daqueles que estavam entregues à mera religiosidade (Mt. 11.28).

1. UMA MENSAGEM SUPERIOR A DE JOSUÉ
Josué, o sucessor de Moisés, foi o responsável de conduzir o povo até Canaã. Tanto este quanto aquele foram veementes em relação à necessidade de obediência à Palavra de Deus. O autor da Epístola aos Hebreus considera que a mensagem de Josué foi um tipo de evangelho, que exigiu a credulidade dos israelitas, casos esses quisessem entrar na Terra Prometida. Em Hb. 4.2 e 6, aparece o verbo grego euangelizomai, que significa evangelizar. A mensagem trazida por Josué aos antigos israelitas não deixa de ser uma “boa nova”, mas que não se compara ao evangelho de Jesus Cristo. O que há de comum tanto em um quanto em outro, é a exigência de obediência, e em relação ao último, o perigo seria maior, casos aqueles cristãos hebreus se tornassem incrédulos. A desobediência (gr. apeithei) é uma demonstração de infidelidade, uma condição que se põe à graça de Deus. Por isso o autor alerta quanto ao risco de “cair no exemplo de desobediência” dos antigos hebreus, que desprezaram tanto a mensagem de Moisés quanto a de Josué. Portanto, deveriam ser sensíveis à Palavra de Deus, e não endurecerem (gr. sklerinõ) o coração. O coração do homem é endurecido pela sua incredulidade, apenas no contexto de um hebraísmo linguístico, pode-se conceber que é Deus, como a causa principal de todas as coisas, que endurece o coração do homem (Rm. 1.28, 29).

2. AINDA A PROMESSA DE OUTRO REPOUSO
O povo de Israel sempre viveu sob a égide da promessa do repouso de Deus, isso porque Ele mesmo estabeleceu o shabat como o descanso, e sinal da aliança mosaica. Após o processo da criação, conforme registrado no Genesis, o próprio Deus descansou (Gn. 2.1-3). Esse descanso teve um significado importante para os israelitas, e antecipava um repouso mais amplo, que para eles se concretizou em seu estabelecimento na terra prometida. O autor da Epístola aos Hebreus expande o alcance dessa promessa, ao reconhecer que “resta ainda um repouso para o povo de Deus” (Hb. 4.9). Esse repouso é o próprio Cristo, por meio de quem encontramos descanso para nossas almas (Mt. 11.28), nEle podemos ter a convicção de que a fé cristã não é mera religiosidade. Antes é um encontro com uma Pessoa, um Salvador que nos livra do fardo do pecado, e que nos conduz à vida eterna (Jo. 3.16). A terra prometida, e conquistada pelos israelitas, ainda é objeto de disputa nos dias atuais. Mas nós, os cristãos salvos em Jesus Cristo, temos a certeza de uma habitação celestial, onde estaremos para sempre com o Senhor. Quando ali chegarmos, a morte terá sido tragada na vitória (I Co. 15.54). Não podemos perder o céu de vista, por isso devemos manter firmes nossa esperança, cientes que a trombeta vai soar, e que os mortos em Cristo ressuscitarão (I Ts. 4.13-17). Portanto, “procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência” (Hb. 4.11).

3. A EFICÁCIA DA PALAVRA DE DEUS
Na expectativa de adentrar àquele repouso, devemos atentar para a Palavra de Deus, sendo essa viva, eficaz e penetrante. Essa é uma palavra vivificadora, (gr. zoe) pois é o próprio Filho de Deus, que é o logos de Deus (Jo.1.1), que é poderoso para dar vida àqueles que se dobram diante da voz do Espírito, que se expressa por meio da Palavra, cujo testemunho se encontra nas Escrituras. Ela também é eficaz (gr. energes) e tem poder para cumprir o que se propõe, não retornando vazia (Is. 55.11). A palavra de Deus é capaz de transformar o pecador, de fazer com que esse mude a rota da sua vida, e passe a se conduzir não pelas suas vontades, mas pela agradável, boa e perfeita vontade de Deus (Rm. 12.1,2). O poder dessa Palavra é atestado pelo seu alcance: “mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamento e intenções do coração” (Hb. 4.12). Quando nos colocamos diante da Palavra de Deus, não apenas a escutamos e a interpretamos, ela também discerne nossos pensamentos e intenções. Podemos afirmar, com convicção que somos lidos pela Palavra de Deus, ela perscruta nossas ideologias, de tal modo que não podemos negar sua eficácia. A palavra dos homens deve submeter-se à Palavra de Deus, pois passarão céus e terra, mas Sua Palavra não passará (Mt. 24.35).

CONCLUSÃO
Vivemos na expectativa do repouso, trabalhos diuturnamente, na esperança que chegue nosso descanso. Este é legítimo, e mais importante, necessário, contudo, “há ainda um descanso para o povo de Deus”. Não podemos esquecer que o céu é nossa morada celestial, e que um dia estaremos para sempre com o Senhor Jesus (Jo. 14.1). Para tanto devemos manter firmes nossa convicção na Palavra de Deus, e não endurecer o coração, amando mais o presente século que a habitação celestial.

BIBLIOGRAFIA
LAUBACH, F. Hebreus. Curitiba: Esperança, 2000.
WEIRSBE, W. Be confident: Hebrews. Colorado Springs: David Cook, 2009.