SISTEMA DE RÁDIO

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O DESTINO FINAL DOS MORTOS


                             
Texto Áureo  I Co. 15.19  – Leitura Bíblica  Lc. 16.19-26



INTRODUÇÃO
Esta é a última aula deste trimestre, e terá um enfoque na Escatologia Específica, isto é, aos eventos que sucederão às pessoas após a morte, e o seu destino final. Inicialmente discorreremos a respeito do Estado Intermediário, o período entre a morte física e a ressurreição dos ímpios e salvos. Em seguida, nos voltaremos para o destino final dos ímpios, e em seguida, para o destino final dos salvos. Esperamos que essa lição sirva de despertamento, para que sejamos contados entre os que andam com o Senhor.

1. O ESTADO INTERMEDIÁRIO
Esse estado é reconhecido pelos estudiosos como o período compreendido imediatamente após a morte, seja dos ímpios ou salvos, até o período da ressurreição (a primeira dos salvos) e a segunda (dos ímpios). Esse é um período no qual os ímpios estarão no Inferno, aguardando o Juízo Final, que acontecerá logo após o Milênio. Os salvos, por sua vez, se encontram no Paraíso, ou Terceiro Céu, aguardando o arrebatamento da Igreja, para que sejam ressuscitados (I Ts. 4.13-18). O Estado Intermediário não pode ser confundido com algumas crenças anticristãs, comumente propagadas pela mídia, ou por algumas religiões. Esse Estado não pode ser confundido com o Purgatório, doutrina do Catolicismo Romano que defende a permanência das almas em um lugar intermediário, antes de serem aceitas no CéuA salvação não é alcançada por meio das obras, antes por meio da fé na morte vicária de Jesus (Ef. 2.8,9). Existe a crença entre as religiões orientais da reencarnação, bastante antiga e difundida amplamente na atualidade. Seus adeptos defendem que após a morte os espíritos, dependendo do desenvolvimento terreno, serão reencarnados em outra condição, até alcançarem um patamar mais elevado. Essa doutrina, no entanto, não tem respaldo nas Escrituras, pois de acordo com o ensinamento bíblico, depois da morte segue-se a juízo (Hb. 9.27). Além disso, a evolução espiritual não depende dos méritos das pessoas, antes da redenção em Cristo, trata-se de uma demonstração da graça divina, acatada pelo ser humano por meio da fé. Isso, no entanto, não isenta o cristão da responsabilidade de fazer boas obras, reconhecendo que são salvos não por elas, mas para elas (Ef. 2.10).

2. O DESTINO FINAL DOS ÍMPIOS
Após a morte os ímpios seguirão para o Inferno, ainda que essa seja uma doutrina bastante impopular, é a verdade revelada nas Escrituras. A palavra hebraica para Inferno também pode ser traduzida para sepultura. Mas é preciso atentar para o contexto, a fim de diferenciar quando o termo se refere à sepultura ou o lugar para o qual irão os ímpios. De acordo com os textos de Dt. 18.11; I Sm. 28.11-15; Is. 14.9 é um lugar no qual há consciência. É considerado um destino temporário para habitação, a princípio não apenas dos ímpios, mas também dos santos (Jó. 14.13,14; 19.25,27). Os tradutores da Septuaginta traduziram a palavra Seol por Hades na versão grega da Bíblia. A principal passagem no Novo Testamento que faz alusão ao Hades é Lc. 16.19-31, ainda que alguns estudiosos considerem esse texto apenas uma parábola. No entanto, os especialistas defendem que Jesus descreveu “um certo homem”, destacando que esse era real, por conseguinte, o “hades” a respeito do qual narrou também é real. O castigo no hades, por conseguinte, inclui queimamento, separação e solidão, condenação em função das lembranças, sede, deterioração e mau cheiro. A proximidade entre o hades e o paraíso sugere que havia, em algum momento, um contato entre aqueles que se encontravam entre o abismo. Contudo, após a morte de Cristo, Ele desceu “às regiões inferiores da terra” e “levou cativo o cativeiro” (Ef. 4.8-10). O hades não é o destino eterno dos ímpios, pois esse será lançado no Lago do Fogo, que é a segunda morte. Essa diz respeito à separação eterna do homem de Deus, conforme descrito em Ap. 20.14.

3. O DESTINO FINAL DOS SALVOS
O destino dos santos é o céu, não o atmosférico, que é o espaço visível, no qual se encontram as estrelas (Gn. 7.11,12), mas o terceiro céu, mencionado por Paulo em II Co. 12. Conforme estudamos em lição anterior, o céu é um lugar específico, que transcende o conceito de espaço-tempo. O Apóstolo destaca que “nossa cidade está nos céus” (Fp. 3.20), onde seremos abençoados com “todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef. 1.3). A maior glória do céu não é o lugar, mas o fato de Deus está lá, nosso Pai Celestial (Mt. 6.9). Nosso Salvador Pessoal, Aquele que entregou Sua vida pelos nossos pecados, também estará no Céu (Hb. 7.25). Nossos entes queridos, aqueles que partiram da terra, também serão encontrados no céu (Hb.12.23). O estado eterno dos salvos será na Nova Jerusalém, a Cidade Celestial, pois aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça (II Pe. 3.13). O profeta Isaias declarou que Deus criaria céus novos e nova terra (Is. 65.17,19). Esse será um lugar maravilhoso, onde encontramos um rio claro como o cristal, o trono de Deus estará ali (Ap. 22.1,2). De acordo com o texto apocalíptico, Deus habitará com os homens, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas. Essas palavras são verdadeiras, pois quem as declarou foi o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim (Ap. 21.3-7). Esse será o destino final dos salvos, por toda a eternidade, onde estaremos completamente livres do efeito do pecado.

CONCLUSÃO
No céu a morte será aniquilada, finalmente estaremos livres de todo sofrimento (I Co. 15.26). As aflições do tempo presente nos afligem, às vezes, não compreendemos a dor que assola o cristão. Mas sabemos, pela Palavra de Deus, que nossa leve e momentânea tribulação não se compara ao peso de glória que em nós haverá de ser revelada (II Co. 4.17). Por isso não temos motivo para viver com o coração perturbado, confiemos nas promessas dAquele que é Fiel e Verdadeiro. Ele prometeu que conduzirá os salvos para um lugar que preparou, antes da fundação do mundo (Jo. 14.1,2).

NOVOS CÉUS E NOVA TERRA

                             
   Texto:  Is. 65.17  – Ap. 21.1-17


INTRODUÇÃO
Estamos nos encaminhando para o final deste trimestre escatológico, e nesta penúltima aula estudaremos a respeito dos novos céus e nova terra. A princípio destacaremos a beleza e singularidade do céu. Em seguida, nos voltaremos propriamente para os novos céus e a nova terra. Ao final, reconhecendo as limitações humanas, e as poucas informações bíblicas a respeito do céu, tentaremos descrevê-lo, ressaltando que esse será, sobretudo, o Lugar em que Deus estará presente.

1. O CÉU É UM LINDO LUGAR
As Escrituras dizem muito pouco a respeito do céu, mas o suficiente para anelar esse lugar, para o qual o Senhor nos levará (Jo. 14.1). Antes de tratar a respeito dos céus – shamaim em hebraico – e ouranos – em grego, os diferenciamos dos outros tipos de céus. Existe o céu atmosférico, que faz alusão à imensidão do espaço (Dt. 11.11,17; 28.12,24; Js. 10.11; Sl. 18.13; 147.8; Pv. 23.5; Zc. 6.5; Is. 55.9-11). Há também o céu que é o firmamento dos céus (Gn. 1.14; 15.5; Ex. 20.4). Ainda o céu que é a morada de Deus (Mt. 10.32,33; Sl. 33.13,14; Is. 63.15; Mt. 5.16,45; 6.1,9). A morada de Deus é reconhecida pelos estudiosos como o terceiro céu, mencionado por Paulo em II Co. 12.2. Essa é a pátria superior, de acordo com a descrição do autor da Epístola aos Hebreus (Hb. 11.13-16). Existem especulações em relação à quantidade de céus existentes, para alguns são sete céus. Essa é uma especulação teológica, fundamentada em crenças judaicas, sem qualquer fundamento bíblico. Há ainda uma discussão entre os estudiosos se as descrições de João no Apocalipse são literais ou figuradas. Acreditamos que a beleza da Cidade Celestial vai além daquilo que o texto expressa, considerando que o olho não viu e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que O amam (I Co. 2.9). O que sabemos a respeito do céu, mesmo com a revelação poética do Apocalipse, é como um espelho, que não condiz totalmente à realidade (I Co. 13.12).

2. NOVOS CÉUS, NOVA TERRA
Depois do Juízo Final, após o Milênio, acontecerá uma destruição da Jerusalém terrenal (Mt. 24.34; II Pe. 3.10), que dará lugar a uma nova cidade, descrita nos capítulos 21 e 22 de Apocalipse. Essa Nova Jerusalém será Cidade Eterna, essa foi a cidade que Jesus prometeu preparar (Jo. 13.2,3). Pedro explicou que depois da destruição da cidade terrena (II Pe. 3.10), descerá  dos céus um novo céu e nova terra (Ap. 21.1-3). Esse será um ambiente favorável à adoração, sendo essa a principal atividade no céu (Ap. 19.1-8). A adoração no céu acontecerá porque esse será um lugar de comunhão e relacionamento com Deus (Ap. 21.3). Ali haverá um muro com doze portas, sendo cada porta uma pérola, e a praça de outro puro, como vidro transparente (Ap.21.21). O muro será de jaspe, por se tratar de uma cidade de ouro puro, semelhante a vidro puro (Ap. 21.18,21). O mais importante, nela não haverá templo, pois o templo é o Senhor, Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro (Ap. 21.22). É confortador saber que nessa Cidade também não haverá mais tristeza, pois Deus limpará dos olhos lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas (Ap. 21.16,17). Os crentes estarão em corpos glorificados, semelhantes ao corpo ressuscitado de Cristo (I Jo. 3.2). A esse respeito Paulo esclarece que nosso corpo de humilhação será transformado, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas (Fp. 3.21).

3. COMO SERÁ O NOVO CÉU
O Céu é a habitação de Deus (Sl. 103.19), dos anjos (Dn. 7.10; Is. 6.1-6), e dos crentes (Fp. 3.20). É maravilhoso saber que encontraremos lá alguém que muito nos amou, e se entregou pelos nossos pecados (At. 1.9-11). Uma análise honesta das Escrituras nos mostrará que pouco sabemos a respeito dos Céus, mas, em linhas gerais,  afirmamos, com base em Mc.13.27, ali Cristo reunirá os eleitos. Em Fp.2.10 está escrito que Cristo receberá honra no céu, e em Jo.17.24 nos é dado a saber que Sua glória será manifestada. A manifestação do Reino de Deus, o lugar em que Deus estará no trono (Ap.4.1-3), por isso o céu será um lugar de recompensa para aqueles que venceram em Cristo (Ap.2.7;3.21); que também estará cheio da presença e da glória de Deus (Ap.4.11;21.1-10). Por fim, esse será um lugar de louvor e adoração a Deus (Ap.19.1-7). O que nos é dito nessas passagens é suficiente para que desenvolvamos um relacionamento amoroso com o Deus do céu. É importante fazer esse destaque porque, infelizmente, muitos adoram apenas o céu de Deus, mas esquecem do Deus do céu. Falam do céu, cantam o céu, almejam o céu, mas não vivem para Cristo, não buscam a Cristo, não amam a Cristo. Sem Cristo, o céu não passa de um lugar sem luz. A beleza do texto bíblico nos motiva a aguardar com expectativa por esse lugar. Isso porque, conforme afirma o autor do Apocalipse: “a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada” (Ap. 21.23).

CONCLUSÃO
A Nova Jerusalém é a Cidade Perfeita (Hb. 12.22), que vem de cima (Gl. 4.26), que desce de Deus (Ap. 21.2,10). Vivemos na cidade dos homens, que pode se tornar um lugar aprazível, na medida em que contribuímos para sua melhoria. Mas estamos certo que somente desfrutaremos de bem-estar quando descer dos Céus a Cidade de Deus, enfim estará construído o tabernáculo de Deus com os homens (Ap. 21.3), que será um Templo tanto físico (Ap. 21.12-21), quando espiritual (Ap. 21.22).

O JUIZO FINAL

                        
Texto Áureo  Ap. 20.11  – Leitura Bíblica  Ap. 20.11-15


INTRODUÇÃO
Após o Milênio, Satanás será solto por um pouco de tempo, a fim de provar aqueles que nascerão durante esse período. Em seguida, haverá o Juízo Final, no qual Cristo estará assentado no trono, para julgar os mortos, grandes e pequenos. Na aula de hoje estudaremos a respeito desse evento escatológico, destacando a natureza do julgamento, os envolvidos e sua importância no cenário das últimas coisas.

1. DEPOIS DA MORTE, SEGUE-SE A JUIZO
Em Hb. 9.27 está escrito que depois da morte segue-se a juízo. O julgamento final é uma doutrina bíblica, exarada em várias passagens das Escrituras, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento. O texto de Ap. 20.11-15 descreve como acontecerá o Juízo Final, que acontecerá ao final do reino Milenial de Cristo. Esse julgamento não deve ser confundido com o Tribunal de Cristo (II Co. 5.10), que acontecerá logo após o arrebatamento, e será exclusivo para Igreja, para recompensa das obras realizadas pelos crentes. De acordo com Ap. 20.11-15 acontecerá após o Milênio um julgamento severo sobre aqueles que desprezaram a mensagem do Senhor Jesus. Nessa passagem é descrito um “grande” trono “branco”. Grande porque Aquele que está assentado sobre ele é Grandioso (Ap. 20.4), bem como da importância que esse irá ocupar no cenário escatológico. Ele será branco porque Aquele que está assentado sobre ele é puro, trata-se um Juiz perfeito, que evoca a equidade. O texto não menciona o nome dAquele que estará sentado sobre o Trono, mas podemos inferir que se trata de Cristo com base em Jo. 5.22, considerando que “o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo”. Paulo reforça essa doutrina ao se referir ao “dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens por Jesus Cristo” (Rm. 2.16).

2. VÁRIOS LIVROS SE ABRIRÃO
Durante o julgamento vários livros se abrirão, a fim de explicitar os pensamentos e atos daqueles que agiram impiamente. Salomão antecipa esse momento em Eclesiastes, afirmando que “Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau” (Ec. 12.14). Em relação ao Juízo Final, o autor da Epístola aos Hebreus destaca que “toda transgressão e desobediência deve receber a justa retribuição” (Hb. 2.2). Isso nos faz acreditar que haverá níveis diferenciados de tormento no inferno, essa concepção pode ser reforçada em Mt. 11.21-24. Jesus explicou que aquele que escuta Sua mensagem e a rejeita está sujeito a maior condenação. Os condenados no Juízo Final serão lançados no Lago de Fogo, que é um castigo preparado para Satanás e seus anjos, bem como para todos aqueles que recusaram o Senhor Jesus (Mt. 25.41,46). O Juiz, por sua vez, estará assentado sobre o Trono e dará o veredito final com base nos livros, nos quais estarão registrados os atos de todos os réus. Eles serão condenados pelas suas próprias obras, pois essas são abomináveis aos olhos de Deus (Rm. 8.8). Eles desprezaram o Mediador, o Único entre Deus e os homens (I Tm. 2.5), sendo condenados por seus atos (Mt. 16.27). Há um livro que se encontra no singular, trata-se do Livro da Vida, que traz o nome daqueles que salvos por Deus, a esses nenhuma condenação há (Rm. 8.1).

3. AQUELES QUE SERÃO JULGADOS
O juízo Final não será para a salvação, aqueles que se apresentarem perante o Trono receberão o veredito de condenados, e serão lançados no Lago do Fogo. O texto de Ap. 20 diz que se apresentarão “os mortos, grandes e pequenos”, todas as pessoas que viveram ao longo de todos os tempos, e das diferentes condições socioeconômicas. Essa doutrina precisa ser divulgada em meio a essa sociedade corrupta. As pessoas devem ser alertadas quanto ao Dia em que comparecerão, perante o Supremo Juiz, para se apresentarem perante Ele. Os príncipes deste mundo, que agem apenas para destruir as pessoas, receberão a justa paga no Juízo Final. Todos aqueles que morreram, e que desconheceram a Cristo, ou agiram contrários a vontade dEle, ressuscitarão para a vergonha eterna (Dn. 12.2). Por enquanto a alma dos ímpios se encontra no Hades, para onde seguem aqueles que morreram sem Cristo, e que ressuscitarão para o Juízo Final. Esses não poderão corromper o Justo Juiz, que com sabedoria e equidade, declarará sua sentença sobre todas as camadas sociais, e pessoas das mais diferentes posições políticas. Na presença de Jesus fugirão a terra e a atmosfera, Pedro descreve que “os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão” (II Pe. 3.10). Por esse tempo toda corrupção será dissipada, pois na presença de um Deus Santo não há lugar para o engano.

CONCLUSÃO
Após o Reino Milenial de Cristo, haverá a segunda ressurreição, para o Juízo Final. Nessa ocasião os mortos ímpios se apresentarão perante Jesus, o Supremo Juiz. Esses, grandes e pequenos, receberão do Senhor o veredito. Eles serão lançados no Lago de Fogo, e ali permanecerão conscientes para sempre. A Igreja não será julgada nessa ocasião, pois já foi justificada por Cristo, através do Seu sangue derramado na cruz. Para ela nenhuma condenação há, pois decidiu viver para Cristo, andar no espírito e não na carne (Rm. 8.1).

MILÊNIO UM TEMPO GLORIOSO PARA A TERRA


 

  Texto Áureo  Ap. 20.4  – Leitura Bíblica  Ap. 20.1-6


INTRODUÇÃO
Depois da Vinda de Jesus em glória, terá início na terra o Milênio, um tempo glorioso na terra, no qual o Senhor reinará. Inicialmente, estudaremos que esse será um período literal, não se trata de uma alegoria. Em seguida, destacaremos as características do Milênio, com destaque para seus participantes. Ao final, mostraremos a importância do Milênio, no contexto do cumprimento das profecias messiânicas.

1. MILÊNIO, UM PERÍODO LITERAL
Existem várias passagens bíblicas que tratam a respeito do Milênio, ainda que não seja possível encontrar essa palavra nas Escrituras. Por isso afirmamos que essa se trata de uma doutrina teológica, firmada em diversas passagens correlacionadas da Bíblia. A palavra Milênio vem do latim mille, que significa “mil” e annus, que significa em latim, “ano”. Há passagens do Antigo Testamento que narram a respeito de um período de plena paz, sob o reinado do Messias na terra (Zc. 14.9). O profeta Isaias antecipou esse tempo de glória para a terra, no qual as pessoas irão a Jerusalém, a fim de encontrar os caminhos do Senhor (Is. 2.2-4). Esse será um período de paz até mesmo para os animais da terra, pois o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão e o animal cevado andarão juntos, o leão comerá palha como o boi (Is. 11.6-9). É possível também encontrar passagens bíblicas no Novo Testamento que fazem alusão ao Milênio. Jesus, por ocasião da celebração da Páscoa, mencionou um tempo em que haveria de beber de novo o fruto da vide, com os seus discípulos no Reino de Seu Pai (Mt. 26.27,28). Mas o texto mais expressivo em relação ao Milênio é o de Ap. 20. A posição histórico-gramatical para a interpretação das Escrituras assume que se trata de um período literal, tendo em vista que uma opção simbólica não se coaduna ao contexto geral. A expressão “mil anos” se repete seis vezes no texto apocalíptico, e não apresenta características poéticas, que poderiam ser interpretadas alegoricamente. O Milênio acontecerá na terra e oportunizará o cumprimento das profecias messiânicas, alusivas à Vinda de Cristo para reinar (Gn. 12.7; Ez. 47-48; Sl. 2.6-9).

2. CARACTERÍSTICAS DO MILÊNIO
O Milênio não iniciará imediatamente, depois que Jesus vier em glória. Isso porque haverá um tempo de preparação. Conforme Dn. 12.11,12 será um período de 75 dias depois do fim da Tribulação. Nesse intervalo ocorrerá o julgamento do Anticristo, do Falso Profeta e dos gentios (Mt. 25.31-46). Haverá também, durante esse tempo, a ressurreição dos santos martirizados na Tribulação, em conformidade com a ordem de I Co. 15.20-24. Quando o Milênio tiver início, não quer dizer que o Estado Perfeito terá chegado. Não há respaldo bíblico para defender a perfeição durante o período do Milênio. Há textos bíblicos inclusive que mostram a existência de pecado (Is. 2.4; 11.4; 65.20; Zc. 14). O Milênio será uma espécie de antecipador do Estado Eterno, quando finalmente acontecerá o final da velha ordem e a criação da Nova Jerusalém e do Novo Céu e Nova Terra (Ap. 21.1-22). Durante o Milênio haverá harmonia para a criação, não haverá mais catástrofes ambientais. Paulo explica, em Rm. 8.22, que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. Durante o Milênio, no entanto, acontecerá mudança nas propriedades da terra (Is. 35.1,2). Em algumas regiões acontecem tempestades, tornados e terremotos, enchentes ou secas. Mas por ocasião do Milênio o deserto e a terra se alegrarão; o ermo exultará e florescerá como o narciso. A chuva será na quantidade suficiente para irrigar a terra, e para fornecer o produto da terra, para alimentação da humanidade (Is. 30.23,24). As pessoas poderão morrer, mas a norma será a longevidade, pois as crianças não mais viverão poucos dias, nem o velho que não cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem (Is. 65.20). Esse será um tempo em que as enfermidades não mais dizimarão a sociedade, nenhum morador dirá que está doente, a saúde será desfrutada com abundância (Is. 33.24).

3. A IMPORTÂNCIA DO MILÊNIO
O mais importante durante o Milênio será sua dimensão política, isso porque quem estará reinando será o Renovo de Davi (Jr. 23.5-8). A política humana tem gerado muitas frustrações, não podemos prescindir da democracia no contexto atual. É melhor escolher os representantes do que ser governado unilateralmente, e está debaixo da tirania e de uma ditatura. No entanto, sabemos que o governo humano, mesmo aqueles que se julgam democráticos, tem suas limitações. Mas com Cristo no governo será totalmente diferente, pois Ele é Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz (Is. 9.6). Ele não apenas governará Jerusalém, mas estenderá seu alcance até as nações do mundo. Então as nações compreenderão que não há outro governo melhor que o de Cristo (Dn. 7.14). Ele governará para a paz, pois as espadas serão se converterão em relhas de arados, e as lanças em podadeiras, uma nação não levantará espada contra outra nação, e não aprenderão mais a guerra (Mq. 4.3,4). Esse será um tempo glorioso, pois a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar (Is. 11.9). Como na atualidade, o Espírito Santo terá participação ativa na vida daqueles que creem (Ez. 36.27; 37.14). Na verdade será um tempo de plenitude do Espírito Santo (Is. 32.15; 44.3; Ez. 39.29; Jl. 2.28,29). Um templo milenar será erigido em Jerusalém que será o centro de adoração a Jesus Cristo (Ez. 40-46; Is. 2.2,3; 56.7). Haverá sacrifícios no templo milenar, mas esses não serão para expiação de pecados (Rm. 6.14,15; 7.1-6; I Co. 9.20,21; II Co. 3.7-11; Gl. 4.1-7; Hb. 8.13; 10.1-14). Os sacrifícios serão realizados durante o Milênio, mas apenas com um propósito memorial, para relembrar o valor do sacrifício de Cristo pelos pecadores.

CONCLUSÃO
Durante o Milênio os remidos em Cristo tomarão parte da adoração, esse será o momento no qual a oração “venha a nós o Teu Reino” (Mt. 4.17) será respondida. A Igreja estará com Jesus para reinar com Ele sobre as tribos de Israel (Mt. 19.28). Paulo confirma essa missão da Igreja durante o Milênio: “se perseveramos, também com ele reinaremos” (II Tm. 2.12). A doutrina do Milênio serve de estímulo a todos os crentes, considerando que esse será um tempo no qual o caos, desespero, corrupção e violência finalmente serão coibidos, quando estiver debaixo do governo do Rei dos reis. 

A VINDA DE JESUS EM GLÓRIA

     
                 
   Texto Áureo  Mt. 24.30  – Leitura Bíblica  Mt. 24.29,30; Ap. 19.19,20


INTRODUÇÃO
A vinda de Jesus acontecerá em duas etapas, a primeira para arrebatar a Sua igreja, e a segunda que acontecerá após a Tribulação, quando Cristo virá em glória para estabelecer Seu reino Milenial. Na aula de hoje estudaremos a respeito desse importante evento escatológico, inicialmente trataremos sobre a diferença entre o Arrebatamento e a Vinda em Glória. Em seguida detalharemos como acontecerá a manifestação gloriosa do Senhor Jesus, e ao final, algumas implicações relevantes, associadas à Vinda de Jesus em glória.

1. ARREBATAMENTO E VINDA EM GLÓRIA
O Arrebatamento e a Segunda Vinda de Cristo são eventos escatológicos distintos. O primeiro diz respeito à Igreja, que encontrará o Senhor Jesus nos ares (I Ts. 4.13-18). O segundo, diz respeito a Israel, que aguarda a volta do Messias, para reinar (Mt. 23.3-14). É importante ressaltar que não existem sinais para o arrebatamento da Igreja, pois se trata de um episódio imanente, que poderá acontecer a qualquer momento (I Co. 15.51,52). O Arrebatamento da Igreja acontecerá antes da Tribulação (Ap. 3.10), enquanto que a Vinda de Cristo será depois da Tribulação. No Arrebatamento da Igreja, Jesus virá para os santos, enquanto que na Segunda Vinda Cristo virá com os santos (Zc. 14.4,5). Na interpretação desses dois eventos, faz-se necessário atentar para os textos bíblicos que fazem alusão ao Arrebatamento (I Ts. 4.13-18) e à volta de Cristo (Mt. 24; Lc. 21). Caso isso não seja feito, o interprete poderá confundir a sequência dos eventos escatológicos. No arrebatamento: todos os crentes serão transladados, os santos transformados irão para o céu, a terra não será julgada, será uma acontecimento iminente, sem sinais; não é mencionado no Antigo Testamento; envolve apenas  crentes, acontecerá antes do Dia da Ira; não há referência a Satanás; Cristo virá para os Seus; Ele virá nos ares; tomará para Si a Sua noiva; somente os Seus o verão; e começará a tribulação. Na Volta de Cristo: não há qualquer translado; os santos transformados voltarão à terra; a terra será julgada e a justiça reestabelecida; seguem-se os sinais preditos e definidos; é mencionada várias vezes no Antigo Testamento; afetará toda a humanidade; concluirá o dia da ira; Satanás será acorrentado; Cristo virá com os Seus; Ele virá até a terra; Ele vem com a Sua noiva; todo olho O verá; e dará início o Milênio.

2. MANIFESTAÇÃO: A VINDA DE JESUS EM GLÓRIA
A manifestação (gr. epiphaneia) de Jesus para reinar durante o Milênio é um dos mais importantes eventos escatológicos, previsto em várias passagens das Escrituras, especialmente no Antigo estamento. Vários Salmos e muitos textos proféticos aludem a manifestação gloriosa de Cristo, quando virá para vencer as hostes de Satanás. O capítulo 19 de Apocalipse descreve detalhadamente o que acontecerá por ocasião da vinda de Jesus em glória. Antes da Vinda de Jesus em glória, alguns sinais evidenciarão a proximidade desse evento. O principal sinal para a volta de Cristo para estabelecer Seu reino será o arrebatamento da igreja (I Ts. 4.13-18). Contudo, no contexto da religiosidade judaica, Jesus elencou uma série de sinais em Mt. 24 e Lc. 21, em Seu sermão profético, quanto àqueles dias. Esse será um tempo de guerras e conflitos, nações se levantarão umas contra as outras, e reinos contra reinos (Lc. 21.10); haverá catástrofes naturais, muito mais intensas que o Tsunami asiático. No mundo religioso, se levantarão falsos cristos, pessoas que serão apresentadas como o Salvador, e que enganarão a muitos, inclusive os judeus (Mt. 24.5). O anticristo, juntamente com o falso profeta, farão conchavos, para perseguir aqueles que professarem o nome de Cristo (Ap. 13.1-10). Além de terremotos, fomes e pestilências em vários lugares (Lc. 21.11). A diminuição do amor, em razão da multiplicação do pecado (Mt. 24.12), tornando as pessoas cada vez mais insensíveis. O evangelho do Reino, não o da salvação em Cristo, será pregado no mundo inteiro (Mt. 24.14), isso quer dizer que pessoas serão convertidas durante a Tribulação. Durante esse período a Igreja não estará mais na terra, pois terá sido transladada, para se encontrar com o Senhor Jesus nos ares (I Ts. 4.13-18). Na terra predominará o caos, em todas as esferas humanas, tanto na política, quanto na econômica. A natureza será diretamente afetada, isso pode ser identificado ao longo do relato joanino, no livro do Apocalipse. Jesus se referiu a esse período como “o princípio de dores” (Mt. 24.7,8), destacando, assim, que não será ainda o final de todas as coisas.

3. IMPLICAÇÕES RELEVANTES SOBRE A VINDA
A vinda de Cristo em glória será antes do Milenio, e acontecerá de forma literal, a fim de cumprir a Palavra a respeito desse evento (At. 1.11). Existem várias profecias, especialmente no Antigo Testamento, que não se cumpriram em relação a Cristo. Essas profecias se cumprirão por ocasião da volta de Jesus em glória, para reinar durante o Milênio. Jesus prometeu que Ele haveria de vir, ao mesmo monte das Oliveiras, de onde ascendeu (Zc. 14.4); com chama de fogo (II Ts. 1.8), nas nuvens do céu com grande poder e glória (Mt. 24.30; I Pe. 1.7; 4.13). Ele virá com a Igreja, os santos que foram remidos pelo Seu sangue (I Ts. 3.13; Jd. 14); todo olho o verá (Ap. 1.7), e destruirá o Anticristo (II Ts. 2.8). Então se assentará no Seu trono (Mt. 25.31; Ap. 5.13); todas as nações serão reunidas perante Ele para serem julgadas (Mt. 25.32). Ele terá o trono de Davi (Is. 9.6,7; Lc. 1.32; Ez. 21.25-27); esse trono será sobre a erra (Jr. 23.5,6), para reinar com os Seus santos (Dn. 7.18-27; Ap. 5.10) e todos os reis e nações O servirão (Sl. 72.11; Is. 49.6,7; Ap. 15.4). Jesus edificará Sião (Sl. 102.16), e estabelecerá Seu trono em Jerusalém (J. 3.17; Is. 33.20,21). Conforme já ressaltamos anteriormente, essa vinda será visível (Ap. 1.7; Mt. 24.30). Por isso essa etapa da Vinda de Cristo está associada à manifestação da glória (Mt. 16.27; 25.31). A igreja não aguarda a Vinda Gloriosa de Cristo, mas o arrebatamento, que acontecerá a qualquer momento (I Ts. 4.13-18). Várias doutrinas bíblicas dependem do ensinamento a respeito da Vinda de Cristo em glória. A ressurreição dos mortos, por exemplo, não pode se cumprir até que Jesus venha outra vez. De igual modo, para a vitória de Cristo sobre Satanás, faz-se necessário que o Senhor Jesus retorne.

CONCLUSÃO
A volta de Jesus em glória é uma das doutrinas basilares da fé cristã. Existem muitos pontos de discordância em relação à Escatologia. Contudo, no que diz respeito à vinda de Cristo para reinar, os estudiosos concordam que esse é um evento que deve ser aguardado. Ao mesmo tempo, a vinda de Jesus, tanto para arrebatar a igreja, quanto para estabelecer o reino Milenial, deve servir de estímulo à vigilância, e a uma vida de santidade (Mt. 24.42-44). Por ocasião da vinda de Jesus em glória, a obra do Senhor será plena (Fp. 1.6), essa deve ser a esperança final de todo cristão (Ap. 2.25; 3.11).