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O SURGIMENTO DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE

Textos: Rm. 9.20 – Lc. 12.13-21
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INTRODUÇÃO: Testemunhamos, nessas últimas décadas, a expansão de um movimento teológico denominado de Teologia da Prosperidade. Vamos estudar a partir de agora a respeito da prosperidade, em uma perspectiva bíblica, diferentemente daquela apregoada por essa que poderia muito bem ser referida como Teologia da Ganância. No estudo desta semana, definiremos esse movimento, em seguida, apontaremos seus fundamentos, e, ao final, destacaremos alguns dos seus ensinamentos.

1. TEOLOGIA DA PROSPERIDADE: CONTEXTUALIZAÇÃO: A teologia, em si mesma, não é negativa, na verdade, todo discurso sobre Deus é uma teologia, é justamente essa a etimologia da palavra: Theos – Deus, e Logia – Discurso, portanto, toda discussão que trata a respeito de Deus, seja ela bíblica ou não é uma teologia. Em sentido amplo, qualquer pessoa pode muito bem ser considerado teóloga ou teólogo. Uma teologia bíblica, isto é, fundamentada na revelação, consoante ao exposto na Escritura, pode contribuir para a edificação da igreja. A teologia serve à evangelização e às missões, a fim de que possamos levar corretamente a mensagem da salvação, à apologética, a fim de confrontar os ensinamentos contrários à Palavra de Deus, à edificação do Corpo de Cristo, na medida em que esse cresce na doutrina, no conhecimento e na graça do Senhor Jesus. Mas nem toda teologia é bíblica, existem muitos movimentos teológicos heterodoxos, que não se coadunam com os princípios bíblicos. A teologia bíblica parte do pressuposto de que Deus se revelou (Hb. 1.1,2) e que o Verbo se fez carne (Jo. 1.1,14), por esse motivo, podemos conhecê-LO. Para tanto, precisamos reconhecer que a Bíblia não é de particular interpretação (II Pe. 1.20) e que não pode ser lida sem que se atente para determinados princípios hermenêuticos. A Teologia da Prosperidade (ou Teologia da Ganância) utiliza a Bíblia para reforçar os interesses dos líderes, por isso, não se trata de uma teologia exegética (que busca o sentido no texto), mas eisegética (que leva o sentido para o texto). A Teologia da Prosperidade utiliza textos isolados e descontextualizados da Bíblia para defender que os filhos do Rei não podem passar por sofrimento ou privação financeira. Seus adeptos argumentam que os sofredores e os pobres são infiéis, e que não estão determinando ou requerendo de Deus o que lhes é de direito. A espiritualidade do cristão costuma ser atrelada aos bens materiais que consegue adquirir, por outro lado, a ausência deles costuma ser associada à infidelidade na doação de ofertas, na maioria das vezes, exigidas acima da capacidade financeiras das pessoas que frequentam suas igrejas.

2. OS FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE: O avô da Teologia da Prosperidade foi Emanuel Swedenborg (1688-1772), um importante cientista sueco. Em 1973 ele publicou um livro intitulado Infinite [Infinito], posterioremente, lançou outro com o título de Heavenly Secrets [Segredos Celestiais], no qual advoga ser o único revelador do Senhor. Ele defendia que havia dialogado um ano com Paulo e conversado várias vezes com Lutero, como se isso não fosse bastante, que havia estado com Moisés. Muitos dos seus escritos foram distribuídos e amplamente lidos nos Estados Unidos, e acabaram influenciando pessoas como Ralph Waldo Trine, Warren Felt Evans e outros que fundaram o movimento Novo Pensamento. O mentor intelectual desse movimento foi Phineas Quimby (1802-1866), que, através da hipnose, desenvolveu a ideia de curas através da mente. A base da sua teoria era a de que a mente tem poder e habilidade para criar e influenciar, desse argumento surgiria a Confissão Positiva, isto é, a teologia da determinação, e a crença de que as palavras têm poder para realizar o que bem se deseja. Um dos seguidores de Quimby foi Warren Felt Evans (1817-1889), que se tornou o escritor responsável pela divulgação da ideias de Quimby através dos seus livros. O mais representativo escritor desse movimento, no entanto, seria Ralph Waldo Trine (1866-1958), através do qual o Novo Pensamento adquiriu popularidade. Alguns cristãos acabaram incorporando à doutrina bíblica aos pressupostos do Novo Pensamento, dentre eles, Norman Vicent Peale (1898-1993), pastor da Marble Collegiate Church, em Nova Iorque. Ele ficou conhecido pelo seu livro The Power of Positive Thinking [O Poder do Pensamento Positivo]. Mas a Teologia da Prosperidade, como a conhecemos atualmente, ganhou força através do Pastor E. W. Kenyon (1867-1948), sendo esse o responsável pela relação entre o Novo Pensamento e a Teologia  da Prosperidade. Ele aderiu à Confissão Positiva, colocou o ser humano em posição elevada e passou a defender a Teologia da Prosperidade e da Saúde. Posteriormente, Kenneth Hagin (1917-2003) assumiu o posto de principal evangelista da Teologia da Prosperidade. Ele é o pai do movimento Palavra da Fé, movimento difundido no Brasil, por vários líderes eclesiásiticos, entre eles Valnice Milhomens. Alguns líderes neopentecostais (ou pseudopentecostais) aderiram a esse movimento, os quais, através da utilização da mídia, principalmente a televisiva, massificaram a Teologia da Prosperidade no país.

3. OS ENSINAMENTOS DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE: A Teologia da Prosperidade, conforme se depreende desse relato histórico, foi importada dos Estados Unidos, e ainda é bastante popular naquele país. Atualmente é defendida por líderes como Joel Osteen, T. D. Jakes e Joyce Meyer. Muitas pessoas assistem pela TV os ensinamentos dessa teologia, mas não sabem o quanto ela destoa da ortodoxia bíblica. Trata-se também de um movimento bastante heterogêneo, isso porque cada pastor-celebridade apresenta determinadas especificidades em relação ao movimento. Os lideres da Teologia da Prosperidade costumam, em geral, têm uma visão deturpada de Deus. Alguns deles negam a doutrina da trindade, outros exageram, tal como Benny Hinn, que, a partir de uma suposta revelação, passou a defender que cada pessoa da divindade é triuna, resultando em nove pessoas distintas. A visão predominante de Deus na Teologia da Prosperidade é a de uma divindade sem soberania, isso porque seus líderes colocam o ser humano em primazia. Para eles o poder não está em Deus, mas no próprio ser humano, este, através do poder da confissão positiva, deve determinar, obrigar Deus a fazer o que deseja. A Teologia da Prosperidade acaba por supervalorizar o ser humano em detrimento de Deus. Ela inverte o papel do Criador e da Criatura, os seres humanos, e não Deus, é o centro do universo. Alguns deles, como Paul Crouch e Kenneth Copeland, advogam que o ser humano é deus ou que têm um deus dentro de si. A ênfase é posta na saúde e na riqueza, como explicita Oral Roberts,  em um de seus livros, que Jesus nunca foi pobre, e, por conseguinte, nenhum cristão pode aceitar a pobreza. Robert Tilton vai mais além, argumentando que ser pobre é pecado, já que Deus promete prosperidade. Para incentivar os adeptos a alcançarem a prosperidade, eles os desafiam a darem bastante, às vezes, tudo o que têm, com promessas de que serão recompensados por Deus, em uma espécie de barganha. A visão de salvação deles também é equivocada, tendo em vista que o pecado é a pobreza, a redenção acontece quando alguém consegue enriquecer, negando, assim, a condição de pecado apresentada na Bíblia, e a necessidade de um Salvador. A morte de Jesus perde a razão de ser, por esse motivo, pouco se fala em arrependimento e novo nascimento, bem como em ser uma nova criatura.

CONCLUSÃO: A Teologia da Prosperidade ou da Ganância tem causado estragos ao movimento cristão brasileiro. Isso porque muitos se fizeram pastores, outros por acharem pouco, se dizem reverendos, bispos, apóstolos e do jeito que vai teremos dentroo em breve um vice-deus,  com o objetivo de extorquir os incautos. A idolalatria às personalidades tanto no meio evangelico com no católico se tornou uma prática recorrente, as mesmas caras estão sempre na televisão, fazendo apelos, determinando e prometendo saúde e prosperidade. Eles negam a mensagem da cruz de Cristo, e, com ela, a possibilidade do cristão sofrer. A generalização da mídia acaba causando deturpações, pois as pessoas pensam que todos os cristãos são iguais. Oramos ao Soberano Deus para que, através dos próximas estudos, possamos assumir uma posição apologética contra essa famigerada teologia, que nada tem de bíblica e que se opõe ao genuíno evangelho de Jesus de Cristo. PENSE NISSO!
 
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A INTEGRIDADE DE UM LÍDER

Textos: Rm. 12.7 – Ne. 1.5-11
e-mail: teinho@teinho.com


OBJETIVO: Destacar para os alunos que somente com líderes verdadeiramente chamados por Deus e comprometidos com a Sua obra é que a Igreja de Cristo poderá cumprir integralmente a missão que lhe confiou o Senhor.

INTRODUÇÃO: Tivemos a oportunidade de extrair estudos do livro de Neemias durante várias semanas a fim de edificar a Igreja de Cristo, em especial alguns líderes foram ricamente instruídos a respeito de como responder biblicamente em períodos de crise espiritual. No estudo desta semana, atentaremos para as características da liderança de Neemias, com destaque para a sua integridade.

1. NEEMIAS, UM LÍDER ÍNTEGRO: Neemias é um líder íntegro, isto é, que não se deixa cooptar por interesses que não sejam aqueles da obra de Deus. Nestes dias, marcados por pessoas que facilmente se vendem, precisamos aprender com o estilo de liderança desse servo de Deus. Ele ocupava um cargo de prestígio perante o rei Artaxerxes, como copeiro mor, a serviço do monarca como amigo e confidente. Mas estava consciente de que aquela posição o ensejava a servir ao Senhor, o Deus de Israel, por isso, se opôs frontalmente a tudo que ia de encontro à Palavra de Deus. Ele se mostrou transparente no uso dos recursos financeiros para a execução dos trabalhos (Ne. 5.9-12) e se opôs ao casamento misto, reconhecendo que esse comprometia os ideais estabelecidos pelo Senhor (Ne. 13.25). Neemias demonstrou coragem diante das crises porque desfrutava de profunda comunhão com Deus. Ele não se apartava da oração, várias vezes lemos no livro que leva o seu nome que ele orou ao Senhor. O compromisso com a Torah também o conduziu a realizar as reformas que se fizeram necessárias. Acima de qualquer coisa, seu objetivo principal era glorificar a Deus, adorá-LO, como forma de mostrar que havia disposição para observar os Seus mandamentos (Ne. 1.5; 12.27). A liderança cristã tem muito a aprender com Neemias, no contexto brasileiro, em que a corrupção é tida como algo normal, é hora de despertar, precisamos de líderes que não tenham outro propósito em mente senão o de fazer a vontade de Deus. Integridade não é uma mera questão de reputação, mas de caráter. É bem provável que alguém seja visto, e até invista no marketing pessoal, seja de boa reputação, mas é necessário mais que isso, é preciso ser sincero, agir em conformidade com os princípios bíblicos, em toda e qualquer ocasião. A reputação é o que as pessoas são capazes de ver em nós, caráter é o que Deus testemunha a nosso respeito.

2. NEEMIAS, UM LÍDER QUE COMPARTILHA: Em Ne. 13.12,13, observamos que Neemias, ao saber do que havia acontecido em Judá, durante a sua ausência, ele tomou as decisões cabíveis a fim de reverter a situação. Ele escolheu, a princípio, pessoas que o ajudassem na coleta dos dízimos para a sustentação dos levitas (Ne. 10.37). Ele não era um líder centralizador, não coloca os holofotes sobre si mesmo, como fazem os “papas” do movimento pseudopentecostal (chamados por alguns de um neopentecostal).  Ele não tinha receio de ser ofuscado, por isso, contou com o auxílio de um levita, um escriba, um sacerdote e um administrador. Isso porque Eliasibe, um dos principais entre judeus, na condição de sacerdote, estava utilizando o cargo para fins indevidos, com vistas a obter benefícios pessoais. Nem todos conseguem lidar com o dinheiro, as pessoas podem ser facilmente tentadas a agir corruptamente no trato dos bens que não lhes pertence. De vez em quando a impressa publica casos de políticos que se apropriem de bens públicos que deveriam estar sendo investidos na educação, saúde e segurança de qualidade. Na igreja isso também acontece, líderes fraudulentos fazem fortuna e vivem regaladamente com o dinheiro dos fiéis, enquanto a vasta maioria padece na pobreza e necessidade extrema.  A escolha dos homens de Neemias, com os quais ele agiu para fazer as mudanças, tinha como critério a crédito que esses tinham perante o povo (Ne. 13.13). As escolhas de Deus, semelhantemente ao que ocorreu com Davi, não levam em conta os atributos exteriores, se a pessoa é rica ou pobre, se é de aparência agradável ou desprezível, pois Ele vê o interior, as intenções do coração (I Sm. 16.6,7; 17.28-30). Por esse motivo Paulo apresenta, ao jovem pastor Timóteo e a Tito, uma série de critérios para o exercício da liderança na igreja (I Tm. 3.1-13; 6.11-12; II Tm. 2.22-26; Tt. 1.6-9).

3. NEEMIAS, UM LÍDER EFICIENTE: A palavra da moda no contexto empresarial é “eficiência”, os modelos de liderança importado desse modelo incentiva os líderes a serem produtivos. Na igreja, o conceito de eficiência deva ser avaliado à luz da Escritura. O pragmatismo que contaminou as igrejas  tem levados muitos líderes a assumirem padrões anticristãos, visando o crescimento sob qualquer custo. O maquiavelismo se tornou tão evidente que, em alguns casos, os fins justificam os meios. Neemias estava ciente de que algumas tarefas precisavam ser feitas, e que cada um deveria assumir sua responsabilidade diante das demandas. Mas essas não poderiam ser satisfeitas de qualquer modo. As características de cada pessoa seriam respeitadas, para tanto, a provisão para realizá-las também seria disponibilizada (Ne. 13.30,31). De nada adiantará colocar a pessoa errada no lugar certo, ou mesmo a pessoa certa sem lhe dar as devidas condições para a realização do trabalho. A cultura do improviso também é problemática, é preciso ter tempo para planejamento, e etapas que devam ser observadas e respeitadas para a supervisão da obra. O segredo da eficiência de Neemias, diferentemente  do modelo empresarial, estava no seu contato com Deus. Conforme já ressaltamos anteriormente, ele era um homem de oração (Ne. 1.4-11; 2.4; 4.4,5; 5.19; 6.14). Ele agia em conformidade com a sua intimidade com Deus, Ele poderia chamar ao Deus de Israel de “meu Deus” (Ne. 13.14), nem todos podem fazer o mesmo, inclusive alguns líderes que perderam a fé, estão nos púlpitos apenas mantendo o emprego. As decisões de Neemias eram motivadas pela aprovação de Deus, seu maior desejo é cumprir a vontade dAquele que o chamou (Ne. 13.14, 29). A eficiência ministerial do obreiro deva ser a aprovação de Deus, a fim de que esse não tenha do que se envergonhar, para tanto, deva manejar bem a palavra da verdade (II Tm. 2.15).

CONCLUSÃO: Integridade é uma palavra-chave no ministério cristão, principalmente nestes tempos de crise. O movimento pseudopentecostal, que será estudado a partir do próximo trimestre, desvirtuou o chamado para a obra do Senhor. O uso irresponsável de passagens bíblicas tem alimentado padrões de liderança que nada têm a ver com aquele ensinado por Jesus e seus discípulos. Mas louvamos a Deus por homens [e mulheres] como Neemias, que, nestes dias difíceis, não se furtam de pregar todo o conselho de Deus, e como Paulo, estão cientes do Seu chamado e que prestarão contas pelo ao Senhor pelo modo como o exerceram (At. 20.26,27).PENSE NISSO!
 
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AS CONSEQUÊNCIAS DO JUGO DESIGUAL

Textos: II Co. 6.14 – Ne. 13.23-29
e-mail: teinho@teinho.com

OBJETIVO: Mostrar que o casamento não é um mero contrato social, mas uma instituição divina que tem de ser levada a sério e firmada de acordo com a vontade de Deus.

INTRODUÇÃO: O casamento misto trouxe sérias consequências para o povo de Israel. No estudo desta semana, com base me Ne. 13.23-29, discorreremos a respeito dos perigos desse tipo de união. Primeiramente, explicaremos os termos judaicos para o casamento, em seguida, atentaremos para o contexto nos tempos de Neemias, e por fim, aplicaremos a realidade do casamento misto à orientação quanto ao jugo desigual admoestada por Paulo.

1. O CASAMENTO NO CONTEXTO JUDAICO-CRISTÃO: O termo casamento, em hebraico, é laqah, cujo significado primário é “tomar pela mão”, principalmente no Pentateuco tem a ver com o ato de “tomar uma mulher por esposa” (Gn. 19.14; Nm. 12.1; I Cr. 2.21). No Novo Testamento, o substantivo gamos significa “se casar, celebrar um casamento, ter relações sexuais” (Mc. 6.17; Lc. 14.10). A importância do casamento repousa no mandamento de Deus, registrado na história da criação (Gn. 2.24; Mt. 19.4,5; Mc. 10.6-7; I Co. 6.16; Ef. 5.31). Jesus destacou a natureza sagrada do enlace matrimonial no Sermão do Monte, proibindo o adultério (Mt. 5.31,32), e posteriormente, se opondo ao divórcio (Mc. 10.2-12), permitindo-o apenas nos casos de infidelidade conjugal (Mt. 5.32; 19.9). O casamento tem um caráter simbólico, haja vista que esse representa o relacionamento do ser humano com Deus (Mt. 22.1-4). Paulo também destaca a relação espiritual do casamento como figura da relação com Deus (Rm. 9.25) e um mistério no enlace entre Cristo e a Igreja (Ef. 5.32). A fidelidade e amor de Cristo pela Igreja é o fundamento e exemplo para o marido no casamento a esposa, por sua vez, deva ser submissa, em amor, ao seu marido (Ef. 5.21-29). Em linhas gerais, o casamento é uma ordenança divina, desde a criação (Gn. 2.18), considerando a necessidade do homem de ter uma esposa (Gn. 3.16). Deus criou o homem para mulher e a mulher para o homem desde o princípio, estabelecendo, assim, o princípio monogâmico e heterossexual para o casamento (Gn. 1.26,27). Trata-se de um chamado divino para viver em amor, não apenas o eros (sexual), mas o sacrificial (ágape) na saúde ou na doença, na fartura ou na escassez (Gn. 2.23-24; Ef. 5.21). Um dos objetivos do casamento é a reprodução, para a criação de filhos no caminho do Senhor (Gn. 2.23,24; Dt. 28.4; Js. 24.3,4; Sl. 127.3).

2. O CASAMENTO MISTO NOS TEMPOS DE NEEMIAS: O casamento deveria ser realizado em conformidade com as instruções do Senhor (Lv. 21.6-14; Dt. 23.8-11) e não poderia ser misto, isto é, envolver pessoas que não partilhassem os mesmos princípios. Nos tempos de Neemias, o povo desobedeceu a Palavra do Senhor e contraiu núpcias com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas, ou seja, mulheres que adoravam deuses estranhos. Neemias destaca que o casamento misto estava em desacordo com o propósito de Deus para o Seu povo (Ne. 13.27). Salomão é um exemplo negativo de casamento misto, pois o patriarca de Israel pagou um alto preço por não observar esse princípio. O problema foi mais grave porque os filhos de Joiada, filho do sumo sacerdote Eliasibe, casou-se com uma filha de Sambalá, um dos inimigos da obra de Deus (Ne. 13.28). Casamentos mistos, na Igreja, causam sérios problemas, as pesquisas comprovam que 75% desse tipo de enlace passam por dificuldades e conduzem os jovens à ruína. Os filhos provenientes de casamentos mistos acabam por ser penalizados na educação cristã, isso porque ficam “falando misturado”, se voltam para costumes que não são bíblicos (Ne. 13.24). Diante daquela situação, Neemias resolve tomar uma decisão drástica, para não causar maiores prejuízos à nação, ele se posicionou fortemente contra tais práticas. A atitude de Neemias não era racial, mas espiritual, não podemos esquecer que Rute, uma moabita, se converteu à fé judaica, e se tornou parte da genealogia do Messias (Mt. 1.5). Os jovens da Igreja devam ser orientados a não investirem em casamentos mistos, o jugo desigual pode acarretar sérias consequências.

3. O PERIGO DO JUGO DESIGUAL NA IGREJA: Em II Co. 6.14, Paulo admoesta os crentes de Corinto em relação ao perigo do jugo desigual na igreja. Esse texto se aplica muito bem ao relacionamento conjugal, e tem sido amplamente citado pela liderança nesse sentido. No contexto da passagem, seu significado é mais abrangente, e diz respeito ao perigo da associação dos crentes às práticas pagãs dos incrédulos. Não podemos esquecer que Corinto era uma cidade que promovia a devassidão, principalmente no que tange à sexualidade. Os cristãos não podem viver como vivem aqueles que nada tem com Deus. Aqueles que estão em Cristo são novas criaturas, as coisas velhas já passaram tudo se fez novo (II Co. 5.17). Aplicando ao casamento misto, esse versículo pode ter outras possibilidades de interpretação. Uma delas está na dificuldade que jovens, mesmo sendo evangélicos, podem ter para levar o casamento adiante, caso tenham diferenças muito significativas. Não pretendemos dogmatizar, mas as experiências comprovam que casamentos entre pessoas de formação socioeconômica muito diferenciada pode também ser um jugo desigual. A diferença significativa de idade pode também se tornar um empecilho, por razões diversas, incompatibilizando o relacionamento. O casamento é uma decisão séria, e, no contexto cristão, não pode, ou pelo menos não deveria, ser desfeito com facilidade. Por essa razão, os jovens, antes do casamento, devam avaliar suas reais condições. Como fez o damasceno Eliezer, escolhido por Abrão para encontrar uma esposa para Isaque, é preciso usar o bom senso, a sabedoria dada por Deus, não apenas se pautar em revelações, algumas delas sem fundamento (Gn. 24.1-4). Eliezer orou ao Senhor, pedindo a Sua direção, mas também ficou atento as atitudes da moça, a fim de identificar suas habilidades pessoais (Gn. 24.14).

CONCLUSÃO: Como nos tempos de Neemias, o casamento misto, também denominado de jugo desigual, pode resultar em problemas para o relacionamento conjugal. Por isso, esse não deva ser estimulado entre os jovens cristãos, a fim de os cônjuges possam desfrutar, juntos, da benção do Senhor. O casamento misto somente deva ser apoiado somente nos casos em que este tenha acontecido antes de um dos cônjuges ter se convertido, ou quando um deles se afastou dos caminhos do Senhor. Como regra geral, o casamento deva ocorrer no Senhor, entre pessoas que partilham da fé em Jesus Cristo, Senhor e Salvador do casal (I Co. 7.39). PENSE NISSO!

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O DIA DE ADORAÇÃO E SERVIÇO A DEUS

Textos: Ne. 13.7-12; At. 20.7-12
e-mail: teinho@teinho.com


OBJETIVO: Mostrar que o domingo, como dia de adoração e serviço, é o referencial mínimo que o cristão deve consagrar ao Senhor.

INTRODUÇÃO: A restauração da obra de Deus, nos tempos de Neemias, envolveu o retorno ao uso apropriado do Dia do Senhor. Isso porque muitos judeus, conforme veremos no estudo desta semana, utilizaram indevidamente o Sabat. Para iniciar o estudo, explicaremos o que é bíblico-teologicamente, o dia do Senhor, em seguida, mostraremos o que acontece quando o dia do Senhor é profanado, e por fim, destacaremos a relevância da adoração e serviço no dia do Senhor.

1. SÁBADO/DOMINGO, O DIA DO SENHOR: O Dia do Senhor, sabat, em hebraico, que significa “dia de descanso do trabalho” é um marco desde o Paraíso, quando o homem se encontrava ainda na inocência (Gn. 2.2). Esse dia foi separado para que o homem descansasse do seu labor, e pudesse refazer as suas forças. Em Ex. 20.11, o povo israelita recebeu a incumbência de lembrar do sabat do Senhor para o santificar. A Lei de Moisés apresenta regulamentos específicos para a observância do Sabat (Ex. 35.2,3; Lv. 23.3; 26.34). Ao longo do tempo os israelitas foram instruídos a considerarem o Dia do Senhor (Is. 56.2-7; 58.13,14; Jr. 17.20-22; Ne. 13.19). Mas os próprios israelitas perverteram religiosamente o sabat, impondo tradições humanas. O Senhor Jesus orientou quanto ao uso correto do sabat, destacando sua natureza e propósito (Mt. 12.10-13; Mc. 2.27; Lc. 13.10-17). O princípio da observância do Dia do Senhor permanece e é universal, tendo em vista as necessidades do ser humano que exigem o descanso. O homem precisa do sabat, ainda que esse tenha sido cada vez mais negado, em virtude da ganância desenfreada da era industrial. O Domingo, primeiro dia da semana, passou a ser observado como o Dia do Senhor. Isso porque o próprio Jesus assim o direcionou, tendo em vista que Ele tem autoridade (Mc. 2.23-28) e é o Senhor do sabat (Jo. 1.3; Hb. 1.10). O antigo sabat era um pacto específico para Israel, e apontava para o ato da criação, agora, em Cristo, o novo sabat está relacionado à redenção. Os primeiros cristãos, conforme nos relata os escritores bíblicos e os pais da igreja, foram direcionados pelo Senhor para o serviço no Domingo, por causa da ressurreição do Senhor, que aconteceu nesse dia (Mt. 28.1; Mc. 16.2; Lc. 24.1; Jo. 20.1). Após a ressurreição, Jesus apareceu aos seus discípulos sempre no Domingo (Mt. 28.9; Lc. 24.34; Jo. 20.19-23, 26). A descida do Espírito Santo, no dia de Pentecoste, também ocorreu no Domingo, o Dia do Senhor (At. 2.1), conduzindo os discípulos do Senhor a seguir o exemplo ao longo da história (At. 20.3-7; I Co. 16.1,2).

2. QUANDO O DIA DO SENHOR É PROFANADO: Tenhamos cuidado com a tradição dos tírios que mercadejam no Dia do Senhor, como aconteceu em Ne. 13.16, justamente em Jerusalém. O povo, que anteriormente se dirigiam ao Templo, para adorar ao Senhor, agora iam somente para comercializar. Nos nossos dias, marcados pelo consumismo, os shoppings estão cheios aos domingos, enquanto que os templos estão ficando cada vez mais vazios. Há crentes que preferem ir à praia, aos domingos, do que ir para o templo, freqüentar a Escola Bíblica. Não que isso deva ser tomado dogmaticamente, é possível que, uma vez ou outra, o cristão se ausente da igreja, para ter um momento de lazer com a família. Mas deixar de freqüentar o templo, e de se congregar com os irmãos, é falta de espiritualidade. Não pensemos que isso é uma mera obrigatoriedade, uma exigência legalista da igreja institucionalizada. Quanto mais insensíveis nos tornamos às coisas espirituais, mais nos devotamos ao secularismo. A desconsideração do Dia do Senhor é apenas um indício do distanciamento espiritual que acontece no íntimo do ser humano. Nos tempos de Jeremias, a descaso em relação ao sabat tinha a ver com a idolatria, a profanação não apenas no Dia, mas do próprio Senhor (Jr. 17.19-27). Justamente por esse motivo o povo judeu foi conduzido ao cativeiro babilônico. Neemias, ciente do perigo espiritual que o povo corria, repreendeu os mercadores, para que esses não profanassem o Dia do Senhor (Ne. 13.21). O materialismo não poderia ser o fundamento das relações humanas, como também não pode acontecer atualmente. A busca desenfreada pelo dinheiro não pode ser a razão da existência humana. O deus mercado, chamado de Mamom por Jesus, não pode tomar o lugar de Deus (Mt. 6.24).

3. ADORAÇÃO E SERVIÇO NO DIA DO SENHOR: Nos dias de Neemias, como aconteceu em outros momentos da história de Israel, o povo de Judá profanou o Dia do Senhor. O comércio e o trabalho foram vistos, nesse dia, como algo normal (Ne. 13.15-17). Eles deixaram de atentar para o pacto do Senhor com Israel, a fim de que separassem o Dia Santo do Senhor (Ex. 16.23-29), no qual era terminantemente proibido trabalhar (Ex. 35.3; Nm. 15.32). A guarda do sabat era um marco, tratava-se de um sinal, uma aliança entre Deus e o Seu povo (Ez. 20.12,20). O secularismo fez com que os judeus não se apercebessem da importância de observar o sabat. O lucro tornou-se o fundamento daquelas pessoas, o que acontece também nos dias de hoje. As pessoas não respeitam mais os limites do corpo, trabalham exaustivamente, sem parar para o descanso. Os empresários, cada vez mais gananciosos, usurpam os direitos dos trabalhadores, fazendo com que esses cumpram jornadas acima das suas possibilidades. A ausência do culto ao Senhor, no Domingo, é um forte indício de fraqueza espiritual. Espera-se que os cristãos, pelo menos nesse dia, estejam no culto, para a adoração e serviço ao Senhor. Os desigrejados estão apregoando cultuar a Deus em casa, ou via internet, mas isso não substitui o contato presencial, na congregação, na comunhão do Corpo de Cristo (Hb. 10.25). Jamais encontraremos igrejas perfeitas aqui na terra, muito menos líderes que não sejam atraídos por algum tipo de pecado, mas isso não deva justificar a ausência no culto ao Senhor. A igreja está repleta de pessoas imperfeitas, a normalidade é justamente a anormalidade, por isso, estar no templo, com os irmãos e irmãs, no Dia do Senhor, é uma possibilidade exercitar a graça e de edificação mútua.

CONCLUSÃO: Em tempos de crise espiritual o povo se distancia do templo e deixa de congregar. Os interesses econômicos se sobrepõem aos espirituais, contribuindo para uma cultura do consumo e do entretenimento. Precisamos resgatar o interesse pelos valores espirituais, para tanto, a comunhão é fundamental, estar com o Senhor, no Dia do Senhor, com os servos do Senhor é o caminho para a edificação. Não adotamos uma postura legalista em relação ao Domingo, como faziam os fariseus, por outro lado, não podemos desconsiderar esse dia como uma oportunidade para nos congregar e crescermos espiritualmente. PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!

O EXERCÍCIO MINISTERIAL NA CASA DO SENHOR

Textos: I. Co. 4.2 – Ne. 13.1-8
e-mail:teinho@teinho.com



OBJETIVO: Mostrar que o verdadeiro líder age com sabedoria e prudência, porque sabe que a sua autoridade procede do soberano e único Deus.

INTRODUÇÃO: Em dias difíceis, e de crise, o exercício ministerial exerce papel fundamental. Sem um ministério firme e comprometido com a Palavra, o povo é conduzido à ruína. No estudo desta semana atentaremos para esse importante tema. Definiremos bíblico-teologicamente o significado de ministério, destacaremos a relevância de um ministério em conformidade com os padrões bíblicos, e ao final, o papel que o ministério exerce na condução da obra de Deus.

1. MINISTÉRIO, DEFINIÇÃO BÍBLICO-TEOLÓGICA: Ministério, em hebraico, vem do verbo sarat, que denota “ministro, servo, oficial” e se refere à pessoa que exerce trabalho na casa real (II Sm. 13.17) ou em uma corte de oficiais e servos públicos (II Cr. 27.1; 28.1; Et. 1.10). Este verbo deva ser distinguido de abad, que diz respeito ao serviço em geral. Essa palavra está associada ao serviço dado a um indivíduo de status, como no caso de José que serviu a Potifar (Gn. 39.4). O uso mais importante de sarat é no contexto da adoração ao Deus de Israel (Nm. 16.9; Dt. 10.8; Ez. 44.15,16). As referências apontam o papel especial de ministração diante de Deus ou do Seu povo. Os indivíduos que exerciam o ministério geralmente eram os sacerdotes levitas, tal como Arão (Ex. 28.35). Sarat também diz respeito à pessoa envolvida no serviço, comumente o termo é traduzido por “ministro” ou “servo”, o caso de Josué que servia a Moisés (Ex. 24.13; 33.11; Nm. 11.28; Js. 1.1) e dos anjos que servem a Deus (Sl. 103.21; 104;4). No Novo Testamento, destacamos duas palavras gregas para ministro: diakonos, frequentemente traduzida por servo, e o substantivo hyperetes que designa alguém em subordinação, desempenhando um papel, como um guardião (Mt. 5.25; 25.58; Mc. 14.54,46). O ministro, consoante ao exposto, é alguém que tem a responsabilidade de servir ao Senhor, como um guardião da doutrina, compromissado com a Palavra de Deus, para o bem do povo.

2. A IMPORTÂNCIA DO MINISTÉRIO SEGUNDO A VONTADE DE DEUS: Muitos querem ser ministros, mas poucos, de fato, estão dispostos servirem à Palavra de Deus. Nas horas de crise, o ministro que serve ao Senhor faz a diferença, basta atentarmos para o exemplo de Neemias que durante doze anos esteve firme, enfrentando oposição de dentro e de fora, mas sem fazer concessões em relação à vontade de Deus. Não há outro modo de conhecermos a Palavra de Deus, senão através da Palavra de Deus. A maior necessidade da igreja evangélica brasileira é o retorno à Bíblia, não apenas lê-la, mas, sobretudo, colocá-la em prática. Os ministros precisam dar o exemplo, devam ser leitores inveterados da Palavra, não podem trocar a Manual de Deus, pelos livros de autoajuda, os compêndios de psicologia moderna, ou mesmo pelas instruções dos gurus da administração eclesiástica. Conforme está escrito no capítulo 13 de Neemias, o povo começou a querer entrar pelo caminho do sincretismo religioso. O Senhor proibiu terminantemente que esse ecumenismo se realizasse (Ne. 13.1,2). A tolerância é necessária a todo cristão, mas não podemos fazer concessões em relação à Palavra. Os sacerdotes, para tirarem alguma vantagem, certamente econômica, abriram às portas a interesses contrários à vontade de Deus. Por esse motivo, Malaquias, como profeta do Senhor, denunciou a corrupção (Ml. 2.1-9). Há líderes eclesiásticos que vendem o povo com facilidade, principalmente aos interesses políticos, se obtiverem algum benefício próprio. A ordem do Senhor é contundente: “retirai-vos do meio deles” (II co. 6.17). A igreja do Senhor não precisa fazer conchavos com o mundo para adquirir visibilidade. Na maioria das vezes é sofrendo perseguição que a igreja mostra que é igreja.

3. O MINISTÉRIO E A RESTAURAÇÃO DA OBRA DE DEUS: Neemias conduziu o povo à restauração, não apenas dos muros, mas, principalmente, da espiritualidade. Mas esse mesmo povo se distanciou de Deus depois que Neemias retornou a Susã. A casa do Senhor passou a ter necessidades, isso porque os judeus se voltaram aos seus negócios. A prosperidade financeira não é garantia de verdadeira espiritualidade. Na verdade, há cristãos que justamente quando começam adquirir bens, mais se afastam de Deus. Se por um lado o povo fechava a mão, sendo inclusive denunciado pelo profeta Malaquias (Ml. 3.10), os sacerdotes, por outro, metiam a mão no que não lhes pertenciam, como fazia Eliasibe, ao beneficiar Tobias, o inimigo da obra do Senhor, alongando nas dependências do Templo (Ne. 13.4,5). Em virtude dos seus pecados sacerdotais, este também passou a ser conivente com o pecado (Ne. 13.2). Neemias, ao constatar aquela situação, a reconheceu como uma “mal” (Ne. 13.7). Observamos a falta de transparência e zelo na condução dos serviços do Senhor, especialmente no que tange aos recursos. Nos dias atuais, muitos pseudo-pastores utilizam os púlpitos, e também os meios de comunicação, para extorquir os irmãos mais fracos. Eles se vestem regaladamente, abusam dos bens da igreja, enquanto muitos, na própria igreja, padecem necessidade. Neemias percebeu a necessidade de agir imediatamente diante daqueles desmandos. Ele lançou todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara do Senhor (Ne. 13.8-9). Jesus também agiu com firmeza diante daqueles que queriam transformar a Casa do Senhor em comércio (Mt. 21.13). O ministro do Senhor, ciente da sua responsabilidade perante Deus, não pode tolerar práticas indevidas que comprometam a seriedade da obra.

CONCLUSÃO: Em alguns contextos cristão, os inimigos da obra de Deus estão sendo levados para cima do altar. Tais práticas acontecem porque alguns supostos ministros estão querendo tirar proveito próprio das influências. A corrupção se instalou em determinados arraiais e já se naturalizou, as pessoas admitem como se tudo fosse normal. Os líderes, com a consciência cauterizada, não sentem mais o pecado, justificam seus atos profanos até citando versículos descontextualizados. A indignação santa, pautada na Palavra, é indispensável para que tenhamos mudanças reais na obra de Deus. Como fez Neemias, e o Senhor Jesus, precisamos lançar fora todas as práticas abomináveis, que não condizem com o Reino de Deus. PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!

A ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO RELIGIOSO

Textos: Ne. 12.27-43
e-mail:teinho@teinho.com

OBJETIVO: Mostrar que o serviço em prol do Reino de Deus somente terá validade se o dedicarmos ao Senhor em adoração e louvor.

INTRODUÇÃO: O compromisso com a Palavra de Deus envolve uma disposição espiritual para a adoração ao Senhor. No estudo desta semana, veremos a respeito da organização do culto religioso nos tempos de Neemias. A princípio, destacaremos o significado bíblico-teológico da adoração, em seguida, ressaltaremos a importância da adoração, e ao final, atentaremos para o tipo de adoração aceita pelo Senhor.

1. ADORAÇÃO, DEFINIÇÃO BÍBLICO-TEOLÓGICA: A palavra hebraica para adoração é hawa e significa, basicamente, se prostrar. O povo de Deus é convocado a adorar ao Senhor, no esplendor da Sua santidade (Sl. 29.2; 96.9). O salmista nos exorta a dobrarmos em adoração perante o Senhor nosso Deus (Sl. 95.6) e a exaltá-LO (Sl. 95.6). A adoração, no Antigo Testamento, envolvia o louvor, isto é, cânticos de adoração (II Cr. 29.20; II Cr. 29.28-30). Profeticamente Isaias declarou que viria o tempo em que povos de outras nações viriam adorar ao Senhor em Jerusalém (Is. 27.13). O termo hebraico hawa, em todas as suas passagens, refere-se à adoração ao Senhor, jamais a qualquer pessoa, somente o Senhor é digno de toda honra e glória. Outra palavra hebraica para adoração, que está associada à idéia de serviço, é abad e diz respeito à adoração sacrificial a Deus (Is. 19.21). A adoração, para o povo judeu, é parte constitutiva do concerto, nenhum outro deus pode ser adorado (Dt. 4.19; 5.9), somente o Senhor (Ex. 4.23; Dt. 6.13; I Sm. 7.3; Sl. 100.2; Jr. 2.20). No Novo Testamento, os principais verbos gregos para adoração são latreuõ, que se refere ao serviço ou adoração religiosa (Rm. 1.25; 12.1,2; At. 7.7, 42) e prokyneõ que diz respeito à adoração a Deus ou a Cristo. Jesus declara a Satanás que somente o Senhor Deus é digno de adoração e serviço (Mt. 4.10). Na conversa com a mulher samaritana, o Mestre orienta a respeito da verdadeira adoração (Jo. 4.20-24). Em Jo. 9.38, fica evidente que a adoração é resultado de um coração que se dispôs a crer na Palavra do Senhor.

2. A IMPORTÂNCIA DA ADORAÇÃO AO SENHOR: Conforme destacamos na definição bíblico-teológica anterior, o termo adoração é mais amplo que o de louvor, este último está diretamente relacionado aos cânticos, e mais propriamente à música. Todo louvor, necessariamente, depende da disposição para a adoração. Um cântico sem adoração não passa de música, e esta, somente chega ao trono de Deus, se for conduzida em genuína adoração. A partir do texto de Ne. 12 aprendemos que a adoração a Deus demonstra gratidão pelas vitórias alcançadas (Ne. 12.27). A esse respeito, lembremos do que ensina Tiago em sua Epístola: “Está alguém alegre? Cante louvores” (Tg. 5.13). Os louvores a Deus precisam levar em conta a coletividade, para tanto, a união é condicional (Ne. 12.27-29,43). Não existe adoração e louvor sincero onde há intriga, disputa e contenda. Até porque a adoração a Deus gera alegria, e não há gozo genuíno onde há inimizade (Ne. 8.10; 12. 27, 43). Isso porque adoração tem a ver com a própria vida do adorador, não é algo que sai da boca para fora muito menos uma atividade de final de semana. A purificação deve ter lugar de destaque na vida daqueles que se devotam ao ministério do louvor (Ne. 12.30). Mas é necessário salientar que a adoração e o louvor não é uma especificidade daqueles que gravam CDs ou se apresentam nas igrejas, todos os cristãos são chamados à adoração (I Pe. 2.9). É bem verdade que alguns têm um ministério específico do louvor, mas é valido apontar que tais devam trabalhar suas composições em conformidade com a Palavra de Deus, e produzirem hinos que não sejam apenas meras repetições, sem qualquer criatividade (Ne. 12.8,9,24,27,36,42). Muitas músicas cantados nas igrejas cristã atualmente não passam de desabafos das frustrações pessoais, alguns deles, querem ter sabor de mel, mas, na verdade, projetam apenas os complexos de inferioridades, são músicas repletas de ódio e desejo de vingança, que insuflam e exaltam ao ego, não Aquele que digno de louvor.

3. A ADORAÇÃO QUE O SENHOR ACEITA: A adoração que agrada ao Senhor, conforme Ne. 12, têm um propósito específico, tributar somente a Deus (Ne. 12.27). Os cultos às celebridades cristã, os supostos levitas cantores modernos, não têm respaldo nas Escrituras, bem como os seus shows, que servem apenas para a promoção e enriquecimento pessoal. A natureza da adoração é integradora, isto é, visa envolver todo o povo, não apenas alguns, o serviço ao Senhor deva favorecer momentos de adoração que sejam congregacionais (Ne. 12. 43). A variedade de instrumentos também é percebida nos versículos 27, 35, 36 e 41 do capítulo 12. Não há respaldo bíblico para a censura a determinados instrumentos da igreja, nem mesmo dos ritmos, pois não existem instrumentos ou ritmos sagrados ou profanos, todos eles são culturais. Os mais antigos preferem uma música suave, enquanto que os jovens mais apressada. Ninguém deva ser censurado por um ou outro instrumento ou ritmo com que louva na igreja. O respeito pela diferença é uma premissa cristã, assim funcionam as orquestras. Mais importante do que o tipo de instrumento e o ritmo da música é o embasamento bíblico e a disposição espiritual daqueles que adoram. O genuíno louvor tem um longo alcance, pode ir além do que os compositores possam imaginar (Ne. 12.43). Hinos cristãos já trouxeram, pelo Espírito e pela Palavra, várias vidas aos pés de Jesus. A qualidade dos cânticos não pode ser desconsiderada. Jezraías fora escolhido, certamente pelo preparo e disposição, para ser o dirigente do louvor (Ne. 12.47). O Senhor é digno do nosso melhor, por isso, aqueles que se identificam com tal ministério devem demonstrar dedicação. A adoração genuína se concretiza não apenas em louvores, mas também no desprendimento para entregarmos as nossas contribuições para a obra do Senhor (Ne. 12.44-47).

CONCLUSÃO: O Senhor é digno de adoração e louvor, essa é a premissa do serviço dedicado a Deus. A esse respeito, a crise cristã pode ser percebida na tendência atual de cultuar os adoradores. Devemos ter cautela, pois a glória do Senhor não pode ser dada a outro. Deus busca adoradores para Si, que O adorem não do jeito que desejam, mas de acordo com as especificações de Cristo, em espírito e verdade. Em atenção a essa orientação, os hinos de adoração e louvor nas igrejas precisam ser mais teocêntricos e menos antropocêntricos. PENSE NISSO!
 
Deus é Fiel e Justo!

O COMPROMISSO COM A PALAVRA DE DEUS

Textos: Ne. 10.28-33
e-mail:teinho@teinho.com


OBJETIVO: Mostrar que o compromisso com a Bíblia é requisito fundamental para a igreja de Cristo seguir em obediência.

INTRODUÇÃO: O avivamento, conforme temos estudado, traz implicações duradouras. No estudo desta semana, atentaremos para os resultados de um compromisso com a Palavra de Deus. A princípio, destacaremos a necessidade de um compromisso incondicional com a Palavra de Deus. Em seguida, apontaremos a consolidação da obra de Deus através da Sua Palavra. Por fim, ressaltaremos algumas verdades bíblicas que devam ser consideradas.

1. COMPROMISSO COM A PALAVRA DE DEUS: Ainda que tenhamos estudado anteriormente, mesmo assim vale a pena repetir: não existe avivamento autêntico sem a intervenção direta da Palavra de Deus por meio da qual o Espírito Santo atua (II Tm. 3.16,17). Nos tempos de Esdras e Neemias tudo começou quando o povo de Israel se reuniu para buscar a Palavra de Deus (Ne. 8.1), não há possibilidade de reforma genuína sem a ministração bíblica (Ne. 8.13,18). Ela é o fundamento e os limites da reforma. Não podemos pôr outra base além daquela que recebemos de Deus (Ne. 10.29). Existem muitos movimentos nas igrejas nos dias atuais que querem impor seus modismos, baseados em modelos de administração mundana, mas não podemos esquecer que os parâmetros a serem seguidos foram estabelecidos pelo Senhor em Sua Palavra. Depois que a Palavra é exposta, aqueles que a ouvem devem sair da zona de conforto, buscar a obediência ao Senhor, demonstrar compromisso diante da Palavra (Ne. 9.38). A liderança exerce papel primordial nesse aspecto, pois o exemplo deve partir daqueles que estão à frente do trabalho (Ne. 9.38; 10.1-27). Neemias foi um dos primeiros a assinar o documento (Ne. 10.1), dando o exemplo a ser observados pelos demais, os sacerdotes (Ne. 10.2-8), os levitas (10.9-13), chefes de famílias (Ne. 10.14-27), e o povo em geral (Ne. 10.28). Nesses dias de crise, os líderes cristão precisam voltar ao compromisso com a Palavra de Deus. Ainda que implique em falta de popularidade, ou perseguições daqueles que desconhecem a Bíblia. Carecermos de uma liderança totalmente consagrada a Deus, que não faça concessão com o pecado (Ne. 10.28), que coloque a Palavra de Deus em primeiro plano (Ne. 10.29), que se oponha à mistura do evangelho com as práticas mundanas (Ne. 10.30).

2. A CONSOLIDAÇÃO DA OBRA PELA PALAVRA DE DEUS: A obra de Deus é consolidada através da Palavra de Deus, e essa privilegia pessoas, não estruturas. Existem obreiros que se preocupam demasiadamente com construções, transformam edificações de tijolos no alvo principal. Neemias sabia da necessidade da reparação dos muros, mas seu objetivo era o desenvolvimento das pessoas. A cidade fora reconstruída para as pessoas, não as pessoas por causa das cidades. Do mesmo modo, os templos existem para as pessoas, não as pessoas por causa dos templos. Depois da cidade erguida, os líderes decidiram nela habitar (Ne. 11.1,2), resolveram abrir mão da prosperidade financeira, e viverem uma vida mais simples, juntamente com o povo. Paulo nos lembra que a piedade com contentamento é grande fonte de lucro (I Tm. 6.6). Templos são erguidos todos os dias nas igrejas no Brasil, mas eles precisam ser freqüentados. Eles não devem servir apenas de adorno para as cidades, é preciso que a Palavra seja ali exposta, e os cristãos não podem abandonar o templo como é costume de alguns (Hb. 10.25). Nesta era de internet e televisão, há aqueles que não mais querem ir às igrejas, são os chamados desigrejados. Ainda que seja uma expressão da moda, e muitos o estejam fazendo, não podemos esquecer que somos partes de um todo, membros do corpo de Cristo, portanto, precisamos uns dos outros (I Co. 12). Não existem igrejas perfeitas, todas elas têm seus entraves, é necessário agir com tolerância em relação aos outros. A normalidade na igreja é justamente a anormalidade, somos todos cristãos incompletos, em um processo de construção, caminhando para a glória de Deus. Do mesmo modo que fomos alcançados pela graça de Deus, devemos ser graciosos no tratamento com os irmãos da igreja (Ef. 2.8,9).

3. AS VERDADES DA PALAVRA DE DEUS: Consoante ao exposto, devemos atentar para a Palavra de Deus. Como ponto de partida, devemos renovar nosso pacto, e permanecermos em contato com o Senhor e com o povo a quem Ele denominou de igreja (Mt. 16.18). Para tanto, precisamos perseguir a vontade de Deus (Ne. 10.30), separemo-nos, portanto, do pecado (Ne. 10.28) e estejamos dispostos a viver para Deus. A observância do Dia do Senhor também deva ser levada em consideração (Ne. 10.31). Os cristãos não dependem da guarda de dias para serem salvos, nem mesmo do Sábado (Cl. 2.16,17), considerando que este foi feito por causa do homem e não o homem por causa dele (Mc. 2.27). Por outro lado, o mercantilismo e a ganância estão transformando as pessoas em máquinas. Em busca de lucro desenfreado, as pessoas trabalham dia e noite, não separam tempo necessário para ir à igreja e para se congregarem com os irmãos. A natureza, criação de Deus, também tem sido desrespeitada (Ne. 10.31). Alguns  se utilizam de passagens descontextualizadas das Escrituras para propagarem a destruição ao meio ambiente. Aguardamos a volta do Senhor a qualquer momento, e essa é a bendita esperança da igreja, mas não sabemos quando ela acontecerá (I Ts. 4.13-17). Por isso, sejamos mordomos da criação de Deus, estejamos envolvidos no processo de redenção da natureza, que geme (Rm. 8.22). Em meio a essa sociedade controlada pelo lucro e o dinheiro, não podemos nos deixar conduzir pela lógica de Mamon (Mt. 6.24). Aprendamos, pois a exercer a generosidade (II Co. 8.4; 9.13; I Tm. 6.18), as dívidas não podem continuar, para sempre, sendo um jugo sobre as pessoas (Ne. 10.31), ainda que o cristão deva ser prudente ao contrair dívidas, ser parcimonioso em suas compras (Rm. 13.8). Não esqueçamos de contribuir para o desenvolvimento da obra do Senhor, a casa de Deus precisa ser mantida (Ne. 10.32-39), para isso servem as contribuições. "Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria". - (II Corintios (.7).

CONCLUSÃO: A crise no meio dos cristão de algumas igrejas,  se revela no descaso em relação à Palavra de Deus. Precisamos resgatar o compromisso com a Bíblia, necessitamos de uma liderança firme, que não faça concessões ao pecado e que não se distancie dos princípios da Sagrada Escritura. Os crentes também devam ser admoestados a abandonarem seus pecados, a viverem em santificação para Deus. A “graça barata”,  está formando uma geração de “crentes baratos”, que não mais carregam a cruz do discipulado, e que não levam a sério a radicalidade do cristianismo (Mt. 16.24). PENSE NISSO!


Deus é Fiel e Justo!

ARREPENDIMENTO, A BASE PARA O CONCERTO

Textos: II Cr. 7.14 – Ne. 9.1-36
e-mail:teinho@teinho.com

OBJETIVO: Mostrar que quando o povo de Deus se arrepende de seus pecados, além de receber o perdão divino, começa a conhecer melhor o Seu Deus.

INTRODUÇÃO: A principal condição para se aproximar de Deus é o arrependimento, desde a Antiga Aliança o Senhor determinou que: “se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (II Cr. 7.14). Partindo desse requisito, estudaremos, esta semana, sobre a necessidade do arrependimento. No início do estudo, apontaremos as definições bíblico-teológicas, a partir do hebraico e do grego bíblico. Em seguida, com base em Ne. 9, mostraremos o que acontece quando o povo se arrepende dos seus pecados. Ao final, destacaremos a importância do concerto com o Senhor, a fim de que possamos crescer no conhecimento do Senhor.

1. ARREPENDIMENTO, DEFINIÇÃO BÍBLICO-TEOLÓGICA: Existem, no hebraico e grego bíblico, palavras distintas para definir o termo arrependimento. Em hebraico, destacamos: naham, que apresenta os sentidos de “confortar e consolar”, bem como o de “mudar de mente, sentir tristeza”, essa palavra é usada inclusive enquanto atribuição humana às atitudes divinas (antropormofismo), quando o texto bíblico diz que Deus se arrepende (Jn. 3.10). Outra palavra hebraica para arrependimento é ana, que denota contrição, em alguns casos com conotações de violência, demonstrada através do jejum e oração (Lv. 16.31; 23.27; Sl. 35.13). O termo mais específico para caracterizar arrependimento em hebraico é sub, cujo sentido é o de voltar atrás, retornar, o ato humano de abandonar o pecado ou idolatria e de se voltar para Deus. No Novo Testamento, o substantivo metanoia e o verbo metanoeõ denotam um direcionamento radical e moral da pessoa ao se distanciar do pecado e se voltar para Deus. Essas palavras são derivadas de meta (após) e nous (mente, compreensão), do substantivo  noeõ (compreender, perceber). Mas a revelação do arrependimento no Novo Testamento vai além da sua etimologia, pois aponta para uma mudança de vida (At. 8.22), comprovada através de ações (Mt. 3.8; At. 26.20). Por isso, Paulo expressa, em II Co. 12.21, o desejo de arrependimento e a mudança de vida para algumas pessoas da igreja de Corinto. Em Apocalipse 16.9, está escrito que serão lançados no fogo aqueles que não quiseram se arrepender e dar glória a Deus. Nesse sentido, João Batista admoesta o povo ao arrependimento dos pecados (Mt. 3.2,3), tendo em vista a iminência do Reino (Mc. 1.15). Essa é uma das doutrinas fundamentais da fé cristã, por isso, deva ser pregada a todas as nações (Lc. 24.47), tendo em vista que a vontade de Deus é que todos se arrependam para a salvação em Jesus Cristo (Rm. 2.4; II Pe. 3.9).

2. QUANDO O POVO SE ARREPENDE DOS SEUS PECADOS: Em Ne. 9.1-3 lemos que a fome pela Palavra de Deus resultou na consciência do pecado e isso causou quebrantamento no povo. Consequentemente, houve uma confissão em massa, como sinal do arrependimento (Pv. 28.13). Além de confessar seu pecado, o povo se voltou à prática do jejum. Mas o povo não se absteve apenas da comida, ele também se distanciou das práticas condenadas pelo Senhor.  Antes de se alegrarem, ele chorou, e esse é um princípio importante, principalmente nos dias atuais, em que muitos não querem mais ter consciência do pecado, em alguns púlpitos essa mensagem não é mais pregada. Antes de mostrar a graça suficiente de Deus, os pregadores devem apresentar a condição de pecado e condenação daqueles que estão distantes do Senhor. Em virtude da consciência do pecado e da misericórdia de Deus, os judeus dedicaram o vigésimo quarto dia do mês para jejuar, meditar e orar, e dar lugar para a Palavra de Deus. Jejum não é a mesma coisa que greve de fome, trata-se de uma disposição espiritual, um exercício de renúncia, para meditar nas Escrituras e orar ao Senhor. Infelizmente muitos crentes modernos não mais jejuam, eles acham que isso de nada adianta. Ora, se muitos deixaram de orar, não se poderia esperar menos do jejum, uma prática tão importante observada pelos crentes mais antigos. O jejum e a oração devam servir de motivação para olharmos para trás, como fizeram os judeus, refletindo a respeito da sua história.  Eles atentaram para a condenação que sobreveio sobre aqueles que desobedeceram no deserto, que quiseram retornar para o Egito e se prostraram perante o bezerro de ouro. Refletir sobre a nossa história é necessário a fim de avançarmos, principalmente para não recairmos sobre os mesmos erros. Por outro lado, não podemos continuar remoendo as culpas, conscientes do perdão de Deus, devemos prosseguir, adorando ao Senhor (Ne. 8.5), em espírito e verdade (Jo. 4.24). Para tanto, é preciso reconhecer a natureza eterna de Deus (Ne. 9.5), Sua singularidade, pois o Senhor é o Único Deus (Dt. 6.4), e que é Poderoso para cumprir as Suas Promessas. Ele é o Criador, Aquele que soberanamente escolheu o Seu povo (Ne. 9.6-8) e que o liberta da aflição, operando milagres e guiado-o por meio da Sua Palavra (Ne. 9.9-15). A Sua misericórdia se estende de geração em geração (Ne. 9.19), Ele provê aquilo que necessitamos, ainda que não mereçamos (Ne. 9.20). Ele nos dá o necessário (Ne. 9.21), o pão nosso de cada dia (Mt. 6.11), que não deva ser confundido com prosperidade, nos termos defendidos pela famigerada teologia da ganância. Devemos dar graças pela família que Ele nos deu, já que os filhos são dádivas do Senhor, por isso, precisamos investir neles, não apenas materialmente, mas, sobretudo, espiritualmente (Ne. 9.23).

3. A NATUREZA DO CONCERTO COM DEUS: O concerto de Deus está estabelecido nos céus, não por causa da fidelidade do homem, mas da bondade do próprio Deus. Esse concerto não se fundamenta em quem nos somos, mas em quem Deus é (Ne. 9.17). No contexto bíblico, o concerto sempre teve importância fundamental, haja vista que Deus fez diferentes concertos com Noé (Gn. 6.18; 9.8-17), Abraão (Gn. 15.18; 17.1-22;), e mais tarde com o Seu povo, através de Moisés (Ex. 19.5; 24.1-8). Mas o povo também precisa responder aos termos do Concerto, obedecendo a Torah, líderes como Josué (Js. 24.25-27) e reis como Ezequias e Josias chamaram a atenção do povo em relação ao pacto com Deus (II Cr. 29.10; 34.29-32). A estrutura do Concerto com Deus pode ser apreendida a partir dos capítulos 9 e 10 de Neemias, cujo fundamento é a misericórdia de Deus. Ela é a causa de não sermos consumidos, e nos inspira à obediência (Ne. 10.29), e a continuarmos na presença do Senhor (Ne. 10.39). A interpretação do Concerto de Deus com Israel apresenta especificidades para aquele povo, mas alguns princípios podem ser aplicados à Igreja. A graça de Deus, manifestada em Jesus Cristo (Tt. 2.11), nos instiga a viver para Ele. O Senhor Jesus ensinou que a obediência aos seus mandamentos é uma demonstração do nosso amor por Ele (Jo. 14.21,24). O Concerto de Jesus com a Sua Igreja está baseado em Seu sacrifício vicário. Por ocasião da Ceia do Senhor, celebramos, nesse ato memorial, o que Ele fez por nós (Mt. 26.26-30; I Co. 11.23-30). A família inteira é conclamada a renovar Sua aliança com o Senhor, como fizeram nos tempos de Esdras e Neemias (Ne. 10.28,29). Os pais precisam orientar seus filhos nos caminhos do Senhor, para que, não apenas no futuro, mas desde já, se conduzam em conformidade com a Sua palavra, e a se lembrarem dos feitos do Senhor  

CONCLUSÃO: O avivamento, resultante da exposição da Palavra de Deus, conduziu o povo à renovação do concerto com o Senhor. Tal concerto implicava no reconhecimento da misericórdia de Deus e na disposição para obedecê-lo em amor. Do mesmo modo, a igreja do Senhor deve lamentar os seus pecados, os crentes cujas mentes estão cauterizadas precisam buscar imediatamente o arrependimento. Portanto, em consonância com as palavras do profeta Isaias, declaremos: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar” (Is. 55.6,7). PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!

NEEMIAS LIDERA UM GENUÍNO AVIVAMENTO

Textos: Ne. 6.1-9 - Ne. 8.2,3
e-mail:teinho@teinho.com

OBJETIVO: Mostrar que o genuíno ensino da Palavra de Deus é capaz de produzir um verdadeiro avivamento.

INTRODUÇÃO: O templo havia sido reconstruído, os muros reerguidos, mas faltava o principal, um genuíno avivamento. No estudo desta semana veremos a respeito do avivamento verdadeiro que aconteceu nos tempos de Esdras e Neemias. A princípio definiremos avivamento no contexto geral da Bíblia, a Palavra de Deus. Em seguida, comentaremos o texto de Neemias 8, no qual está registrado esse grandioso avivamento. Ao final, convocaremos a igreja do Senhor para experimentar um avivamento genuíno, respaldado e conduzido pela Palavra de Deus.

1. AVIVAMENTO, DEFINIÇÕES BÍBLICO-TEOLÓGICAS: Nos dicionários de Língua Portuguesa, o termo avivamento vem do verbo “avivar”, que significa: “tornar mais vivo, estimular, tornar mais nítido, ativo e intenso” (Aurélio). O avivamento deva ser uma condição perene na igreja cristã, talvez, por isso, não exista essa palavra nem no Antigo quanto no Novo Testamento, apenas termos correlacionados. Encontramos na Bíblia apenas o verbo “avivar”, usado com muita freqüência. Em I Rs. 17.22 a palavra hebraica é shub, que se refere ao ato de fazer voltar à vida algo que se encontrava morto ou simplesmente, renovar ou restaurar. Na célebre oração de pedido de avivamento de Hc. 3.2, a palavra hebraica é chaiah, cujo significado é viver, ter vida, permanecer vivo, sustentar a vida, viver prosperamente, viver para sempre, reviver, estar vivo, ter a vida ou a saúde recuperada. Existem dois outros textos clássicos em hebraico que se referem a esse ato, ambos com a palavra chaiah, são Sl. 85.6 (avivamento corporativo) e Is. 57.15 (avivamento pessoal). As características de um avivamento genuinamente bíblico são as seguintes: 
 
1) Percepção da presença de Deus – isso é claramente revelado em At. 2 e em Hc. 3.2 onde o profeta reconhece “Deus veio”, é uma experiência marcante; 
2) Disposição incomum para ouvir a Deus – devemos lembrar que o avivamento é uma resposta de fé, e essa, vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm. 10.17); 3) convicção profunda do próprio pecado – vejamos o que aconteceu com o profeta Isaias, diante da manifestação do poder de Deus (Is. 6.3-5); 
4) Quebrantamento que leva à obediência em alegria (Nm. 8.17,18).

2. NEEMIAS E AS MARCAS DO VERDADEIRO AVIVAMENTO: Sem a consideração à Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus, não há genuíno avivamento. Ao longo da história da igreja, especialmente no período da Reforma Protestante, o avivamento ocorreu em decorrência da atenção devotada às Escrituras. Nos tempos de Neemias, a Torah havia sido abandonado, o povo se distanciou da revelação do Senhor. Nos dias atuais enfrentamos os mesmos desafios, face ao liberalismo teológico, que nega a revelação sobrenatural de Deus, e das tradições humanas, que se colocam acima da Palavra, é preciso retorna à Palavra. Em Neemias, capítulo 8, compreendemos a natureza de um avivamento genuíno, que se sustenta pela exposição da Bíblia. Deus moveu o povo para reunir-se e ouvir a Palavra (Ne. 8.1), todos: homens, mulheres e crianças, buscaram as Escrituras (Ne. 8.2), com o propósito exclusivo de crescerem por meio da exposição bíblica. Esdras, o expositor, demonstrou-se completamente comprometido com as Escrituras (Ne. 8.4,5; Ed. 7.10). O povo, ao contrário do acontece em muitos arraiais cristão atualmente, estava de ouvidos atentos, mente aguçada, reverente, e em adoração diante da Palavra (Ne. 8.3-8). O tipo de pregação priorizado por Esdras foi a expositiva, também seguida pelos Reformadores. Primeiramente o texto foi lido (Ne. 8.3-5), em seguida ele foi explicado (Ne. 8.7,8), e depois aplicado (Ne. 8.9-12). Essa é uma grande lição para os pregadores modernos, que utilizam o texto bíblico ao seu bel prazer, não para dizerem o que o texto diz, mas para usarem o texto para dizerem o que querem. A pregação expositiva da Palavra de Deus atinge a mente (Ne. 8.8), a emoção (Ne. 8.9-12) e demanda decisão, vontade de obedecer (Ne. 8.11,12). O avivamento genuíno começa pela liderança, é ela que precisa tomar a iniciativa de buscar a Palavra de Deus (Ne. 8.13-15), os liderados, a partir da motivação da liderança, é orientada a se voltar para a Bíblia (Ne. 8.16-18).

3. A IGREJA DEVE BUSCAR UM GENUÍNO AVIVAMENTO: A igreja cristã brasileira tem crescido bastante nessas últimas décadas, mas esse avanço não representa um genuíno avivamento. Isso porque ao invés de buscar a Palavra de Deus, muitos estão fundamentados no emocionalismo, em interesses pessoais, não há compromisso com as Escrituras. A pregação está desaparecendo dos púlpitos, os shows estão predominando durante as horas separadas para a união entre os crentes. Moldados em uma cultura da superficialidade, não conseguem permanecer atentos por meia hora para ouvir a exposição da Palavra de Deus. Para não perderem os seus fiéis, a liderança tem feito uma série de concessões. As celebrações mais parecem espetáculos de circo, cheio de iluminações e marabalismos. Essa espetacularização de celebrações reflete uma ausência de espiritualidade genuína. Os pregadores, a fim de agradarem a platéia, dizem tão somente o que as pessoas querem ouvir. Aqueles que têm compromisso com a Palavra de Deus são descartados em favor dos marqueteiros da fé, que usam e abusam da mídia para se projetarem. Esses não têm conhecimento bíblico-teológico, ouvi-los, na maioria das vezes, é um exercício de paciência. Precisamos aprender a valorizar as coisas simples, o ensinamento da Palavra de Deus, com o foco na mensagem, não no currículo dos mensageiros. Teremos um avivamento genuíno no Brasil quando a igreja cristã ouvir a voz de Deus e decidir obedecer a Sua palavra. Precisamos voltar a chorar pelos nossos pecados, sentir a miséria daqueles padecem necessidade, valorizar as pessoas pelo que são, não pelo que têm, imitar o exemplo daqueles que servem ao Senhor com sinceridade.

CONCLUSÃO: O texto de Neemias 8 nos direciona para buscar um avivamento genuíno: 
 
1) Esdras reuniu a todos, não apenas alguns, contanto que fossem capazes de entender aquilo que haveria de ser exposto (v. 2), mas antes, ele direcionou o povo à oração, quando todo povo disse “amém” (v. 6). Ele leu com distinção, isto é, de modo que todos pudessem ouvir com nitidez. Em seguida, após essa leitura com clareza, ela expunha o sentido para que as pessoas compreendessem (v. 8); 
2) Como resultado da leitura e exposição da Palavra, o povo entristeceu-se e sentiu vergonha dos seus pecados diante de Deus, o clamor foi tal que Esdras e Neemias precisaram instruir o povo a que se regozijassem perante o Senhor;  
3) O povo, então, tomou a decisão de obedecer a Palavra de Deus (v. 17), e, após ouvir os ensinamentos do Senhor, “houve muita alegria” (v. 18). Esse é o percurso bíblico do verdadeiro avivamento, parte da leitura e exposição da Bíblia, sob a oração, debaixo da unção do Espírito Santo. Que Deus avive sua obra nos meio do Seu povo! PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!

A CONSPIRAÇÃO DOS INIMIGOS CONTRA NEEMIAS

Texto: Ne. 6.1-9
e-mail:teinho@teinho.com

INTRODUÇÃO: Os inimigos da obra de Deus tudo farão para impedir a expansão do Seu reino. No estudo desta semana atentaremos para a conspiração dos inimigos contra Neemias. A princípio destacaremos as estratégias do inimigo a fim de atrasar o avanço da obra. Em seguida, analisaremos a trama dos inimigos para atingir Neemias, já que esse estava em posição de liderança na condução dos trabalhos. Por fim, apontaremos as convicções do servo do Senhor que fizeram diferença diante das ameaças dos inimigos.

1. AS ESTRATÉGIAS DOS INIMIGOS: Os inimigos não dão trégua e tentam de várias maneiras atrapalharem o desenvolvimento da obra de Deus. Neemias passou por várias afrontas dos seus opositores: desagrado (Ne. 2.10), zombaria (Ne. 2.19), escárnio (Ne. 4.1), humilhação (Ne. 4.2), chacota (Ne. 4.3), confusão (Ne. 4.8), violência (Ne. 4.11) e boatos (Ne. 4.12). Eles recorreram a diversas estratégias no intuito de dificultar o progresso da obra, dentre elas destacamos: 
 
1) A distração – como as portas ainda não havia sido postas no devido lugar, os adversários tentaram retirar os obreiros do foco sobre a tarefa a ser desenvolvida (Ne. 6.1); 
2) A negociação – quando os opositores não conseguem êxito em sua empreitada contra os servos de Deus, eles buscam barganhar, com vistas a tirarem alguma vantagem (Ne. 6.2); 
3) A maldade – os adversários queriam conduzir Neemias para um local distante, fora da zona de segurança, com essa proposta pretendiam mata-lo (Ne. 6.2); 
4) O cansaço – os inimigos não desistem, a insistência visa levar os servos de Deus ao cansaço (Ne. 6.4); 
5) A boataria – os opositores da obra de Deus recorrem a essa estratégias; por meio do falso testemunho querem denegrir a imagem da liderança (Ne. 6.4-7); 
6) A chantagem – através de tais recursos os adversários pretendem demonstrar aos servos de Deus que não há saída, que eles estão encurralados (Ne. 6.7); 
7) O medo – os adversários sabem que o temor pode fazer com que as pessoas fiquem paralisadas, por isso, tentam amedrontar os servos de Deus (Ne. 6.9). Essas estratégias utilizadas pelos inimigos da obra de Deus nos tempos de Neemias ainda se repetem nos dias atuais. Através dos recursos da mídia, ou de aparatos jurídicos, os opositores do Reino de Cristo tentam intimidar os que servem ao Senhor.

2. AS CONSPIRAÇÕES DOS INIMIGOS: Os inimigos da obra de Deus conspiraram contra Neemias, eles arquitetaram um plano para aniquilá-lo. O desejo deles era o de sequestrar o servo do Senhor, por isso queriam conduzi-lo para uma das aldeias da planície de Ono. Tratava-se de um lugar que ficava entre Samaria e Jerusalém, a meta dos adversários era destruir aquele que era o principal representante na reconstrução da obra de Deus. Lutero, o reformador protestante, também passou por situações semelhantes diante do poder religioso. Os líderes da igreja oficial, aliados às forças políticas da sua época tentaram sequestra-lo a fim de que a reforma fosse abortada. As autoridades contrárias foram usadas por Deus para proteger o reformador. Por isso, antes de uma emboscada com o intuito de mata-lo, preservaram a sua vida, e levaram-no a um lugar seguro, onde conclui a tradução da Bíblia para o alemão. Neemias revelou ser um homem resoluto, ele sabia que estava investido de uma grande responsabilidade, por isso não se deixou levar pelas distrações dos inimigos (Ne. 6.3). Ele estava convicto do seu chamado para aquele ministério, por esse motivo, mesmo com a insistência dos opositores, Neemias se mostrou inflexível. Nem mesmo as falsas acusações do inimigo foram capazes de tirar o servo do Senhor do seu alvo. Em resposta a intimidação dos adversários, Neemias se mostrou confiante em Deus. Ele sabia que o Senhor é soberano (Ne. 1.5; 2.4,20), sábio (Ne. 2.12), poderoso (Ne. 4.14,20), misericordioso (Ne. 9.17), compassivo (Ne. 9.19) generoso (Ne. 9.19) e paciente (Ne. 4.14,20). Quando conhecemos nosso Deus não temos motivos para temer. A confiança no Senhor é fortalecida através da oração, por essa razão, Neemias estava sempre se dirigindo ao Deus de Israel (Ne. 6.14). A ausência de oração na vida do líder, e de todo cristão, faz com que ele veja os inimigos e os problemas maiores do que eles realmente são.

3. CONVICÇÃO DIANTE DOS INIMIGOS: O êxito de Neemias durante o período de reconstrução dos muros de Jerusalém, mesmo diante das conspirações dos inimigos, é resultado das suas convicções. Paulo, ao escrever ao jovem Timóteo, revelou-lhe que sabia em quem havia crido (II Tm. 1.12). Os discípulos não se intimidaram com as afrontas das autoridades religiosas. Eles sabiam que Jesus havia ressuscitado dos mortos, por isso testemunhavam do evangelho com ousadia (At. 4.29-37). Sem convicções firmes na Palavra de Deus, o líder cristão acaba se tornando presa fácil dos inimigos. Neemias era um homem de fé, por isso ele priorizou a revitalização do culto ao Senhor (Ne. 7.1). Em alguns contextos cristão, a Palavra de Deus está sendo relegada a segundo plano. Há líderes cujos interesses não se coadunam com os princípios escriturísticos, estão preocupados apenas com a obtenção de poder e riqueza, ainda que, para tanto, subvertam a doutrina bíblica. Um líder convicto da sua fé em Deus não faz aliança com indivíduos que comprometam sua idoneidade cristã. Neemias procurou se aproximar de pessoas que o ajudassem e que fortalecessem o projeto de Deus (Ne. 7.2). Mesmo confiando no Deus de Israel, Neemias não fez pouco caso dos perigos que precisava enfrentar (Ne. 7.3), por esse motivo ele planejou a execução de tarefas que protegessem o povo de Deus (Ne. 7.4). É admirável, e serve de inspiração para todo cristão, a capacidade de Neemias de sacramentar cada uma das suas atitudes. Qualquer responsabilidade desempenhada na reconstrução dos muros era motivo de oração, em tudo se buscava a direção divina (Ne. 7.5). Os princípios bíblicos não podiam ser descartados, o planejamento não teria efeito se não fosse executado de acordo com os parâmetros estabelecidos por Deus em Sua palavra (Ne. 7.61-65). A ganância e o materialismo, que se constituem um problema para os cristão deste tempo, foram atacados por Neemias, ao invés de incentivar a prosperidade individual ele estimulou o povo a exercitar a generosidade (Ne. 7.66-73).

CONCLUSÃO: A conspiração dos inimigos contra a obra de Deus é constante, esse é o motivo do povo de Deus permanecer atento, exercitando o discernimento espiritual (Ne. 6.2), a fim de identificar a relevância do serviço que estamos desempenhado, não especificamente para homens, mas para Deus (Ne. 6.3). Diante das ameaça, é preciso ter cautela, não se adiantar e demonstrar prudência espiritual, não falar mais do que necessário e permanecer firme nos propósitos estabelecidos pelo Senhor (Ne. 6.4). Se assim agirmos, demonstraremos integridade espiritual diante das afrontas do Inimigo, a convicção no que cremos, com base na Palavra de Deus, e a prática da oração serão fundamentais para resistir as tramas dos adversários (Ne. 6.6-8). PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!