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ORANDO, CONTRIBUINDO E FAZENDO MISSÕES


 Texto Base: Efésios 6:18-20
“Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim” (Is.6:8).

Efésios 6:

18.orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos

19.e por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho,

20.pelo qual sou embaixador em cadeias; para que possa falar dele livremente, como me convém falar.

INTRODUÇÃO

“Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura” (Mc.16:15; cf. Mt.28:19). Esta é a Missão máxima da Igreja, a qual deve ser cumprida em tempo e fora de tempo (2Tm.4:2), em quaisquer circunstancias, a judeus e a gentios em todo o mundo. Esta Missão está fundamentada em três pilares essenciais: orar, contribuir e ir.

-A oração é vista como uma ferramenta poderosa e essencial na evangelização mundial. Ao orar, os comissionados invocam a orientação divina, buscando discernimento sobre como melhor divulgar a mensagem do Evangelho. Orar também envolve interceder pelos missionários e pelas comunidades a serem alcançadas.

-Contribuir financeiramente é uma maneira prática e vital de apoiar a evangelização global. As contribuições financiam ações missionárias, projetos de ajuda humanitária, construção de igrejas, programas de educação e saúde, entre outros.

-O chamado para Ir é uma convocação para toda a Igreja se envolver ativamente no trabalho missionário. A ordem do Senhor é que devemos ir por todo o mundo: ir ao encontro dos pecadores e levar-lhes a mensagem da salvação em Cristo Jesus. O homem não tem condições de salvar-se a si próprio e, mais, o deus deste século lhe cegou o entendimento para que não tenha condições de ver a luz do evangelho da glória de Cristo (2Co.4:4). Portanto, é tarefa da Igreja ir ao encontro de judeus e de gentios para lhes anunciar as boas-novas da salvação, mesmo que aquela pessoa seja, pela sua conduta, pela sua forma de proceder, a pior pessoa que exista sobre a face da Terra.

Essas três ações combinadas refletem um compromisso profundo da Igreja em cumprir a Grande Comissão de Cristo, que é levar o Evangelho a todas as nações e fazer discípulos. Cada ação desempenha um papel crucial para alcançar esse objetivo e expandir o Evangelho de Salvação a todos as pessoas até os confins da terra.

I. ORANDO PELA CAUSA DE MISSÕES

1. A importância da oração na obra missionária

À luz da Bíblia Sagrada, a oração é considerada um alicerce vital para o sucesso e a eficácia da missão de espalhar o Evangelho a todo o mundo. É uma atitude fundamental e interligada à obra missionária.

A relação estreita entre oração e missões é uma característica central do ensinamento de Paulo sobre o ministério cristão. Embora considerado um “gigante na fé”, ele não dispensava as orações das igrejas, e deixa isso claro em Efésios 6:18-20 (NVI):

“Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos. Orem também por mim, para que, quando eu falar, seja-me dada a mensagem a fim de que, destemidamente, torne conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador preso em correntes. Orem para que, falando dele, eu o manifeste como devo fazê-lo".

Esses versículos mostram como a oração é uma arma espiritual poderosa na vida do crente e no contexto da missão evangelística. Através da oração, os missionários são fortalecidos, capacitados e direcionados para proclamar o evangelho com ousadia e clareza. Paulo pede orações específicas para sua própria missão como embaixador do evangelho. Ele busca coragem e sabedoria para comunicar o mistério do evangelho de maneira destemida e apropriada.

Veja que Paulo exorta os crentes a orar constantemente, em todas as situações, inspirados e dirigidos pelo Espírito Santo. Isso indica a necessidade de uma vida de oração contínua e profunda para estar em sintonia com Deus na missão. A perseverança na oração é destacada como um elemento crucial. A obra missionária muitas vezes enfrenta desafios, obstáculos e oposição. A oração constante é uma fonte de força e persistência para os missionários.

2. Interceder

Pode-se definir a Intercessão como a oração contrita e reverente, com fé e perseverança, mediante a qual o crente suplica a Deus em favor de outra pessoa ou pessoas que extremamente necessitem da intervenção divina. A oração de Daniel no capitulo 9 é uma oração intercessória, pois ele ora contritamente em favor da restauração de Jerusalém e de todo o povo de Israel (Dn.9:3-19).

O apóstolo Paulo merece menção especial, quanto à intercessão. Em muitas das suas Epístolas, ele discorre a respeito das suas próprias orações em favor de várias igrejas e indivíduos (veja Rm.1:9,10; 2Co.13:7; Fp.1:4-11; Cl.1:3,9-12; 1Ts.1:2,3; 2Ts.1:11,12; 2Tm.1:3; Fm.vv.4-6). Vez por outra ele fala de suas orações intercessórias (exemplos: Ef.1:16-18; 3:14-19; 1Ts.3:11-13). Ao mesmo tempo, também pede as orações das igrejas por ele, pois sabe que somente através dessas orações é que o seu ministério terá plena eficácia (Rm.15:30-32; 2Co.1:11; Ef.6:18-20; Fp.1:19; Cl.4:3,4; 1Ts.5:25; 2Ts.3:1,2).

Os crentes não são chamados a viver isoladamente, mas a apoiar uns aos outros através da oração, especialmente quando se trata da propagação do evangelho. A intercessão mútua ajuda a fortalecer e capacitar aqueles que estão envolvidos na obra missionária, permitindo que proclamem a mensagem de forma destemida e impactante.

3. Despertar a igreja local para a obra missionária

A oração não é apenas uma atividade passiva; ela inspira e motiva a participação ativa na missão. Os membros da igreja, ao orarem pelos missionários, muitas vezes sentem um chamado pessoal para contribuir de várias maneiras, seja financeiramente, com suas habilidades ou até mesmo como missionários voluntários. Nesse aspecto, é interessante destacar que os mesmos crentes que deveriam orar por ceifeiros em Mateus 9:35-38 são os que foram enviados por Jesus para ceifa em Mateus 10.

Portanto, a oração é uma poderosa ferramenta que catalisa o envolvimento ativo da igreja local na obra missionária. Ela serve para iluminar mentes, aquecer corações e motivar ações que levam a um testemunho mais eficaz e ao cumprimento da comissão dada por Jesus de fazer discípulos de todas as nações.

II. CONTRIBUINDO PARA MISSÕES

1. O sustento dos missionários

O tema do sustento dos missionários baseia-se nas orientações encontradas nas Escrituras, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento. Deus estabeleceu princípios para o sustento daqueles que dedicavam suas vidas à pregação, ao serviço social e à liderança da Igreja Local.

-No Antigo Testamento, vemos que Deus ordenou que os sacerdotes e levitas fossem sustentados por meio das ofertas do povo (Lv.7:28-36; Nm.18:8-21). Eles não possuíam uma herança terrena, e sua subsistência dependia da generosidade e das contribuições do povo. Isso permitia que se dedicassem integralmente ao serviço do Templo e ao ensino da Lei.

-No Novo Testamento, o apóstolo Paulo faz referência a esse princípio ao instruir os coríntios sobre o sustento dos pregadores do evangelho. Ele afirma que, da mesma forma que os sacerdotes no Antigo Testamento eram sustentados pelo serviço no templo, os que pregam o evangelho devem viver do evangelho (1Co.9:14). Paulo reforça essa ideia em outras passagens, destacando a importância de sustentar aqueles que se dedicam ao ministério (1Tm.5:17,18). Após ter deixado a cidade de Filipos, o apóstolo Paulo foi à Tessalônica para pregar o Evangelho e os filipenses enviaram o apoio financeiro e material para o apóstolo (Fp.4:16).

Jesus também aborda essa questão em seus ensinamentos. Em Mateus 10:10, ele instrui os discípulos a não levar dinheiro ou provisões, pois receberiam sua comida e sustento daqueles para quem ministrassem. Essa abordagem tinha o propósito de demonstrar a dependência de Deus e a confiança na provisão divina através da generosidade daqueles que recebiam o evangelho.

Assim, o princípio do sustento dos missionários está enraizado nas Escrituras, com a responsabilidade da comunidade de fé de sustentar aqueles que se dedicam ao serviço religioso e à pregação do evangelho, permitindo que possam se dedicar integralmente a essa tarefa vital.

2. Contribuir para missões é juntar tesouros no céu

Jesus ensinou sobre a importância de investir nas coisas eternas, e contribuir para missões é uma maneira de colocar esse ensinamento em prática (Mt.6:19-21).

A Bíblia nos ensina sobre a importância e a bênção de contribuir financeiramente para a obra missionária e para o avanço do Reino de Deus. Na Epístola aos Filipenses, o apóstolo Paulo expressa sua gratidão e alegria pelos filipenses por sua cooperação financeira no ministério (Fp.1:5). Eles compartilharam suas posses materiais para apoiar Paulo enquanto ele pregava e ensinava o Evangelho. Essa contribuição não apenas supria as necessidades práticas de Paulo, mas também fortalecia a obra do evangelho e a expansão do Reino.

A cooperação financeira tem implicações profundas. Primeiramente, ela reflete um coração generoso e uma disposição de sacrificar recursos materiais para uma causa maior - a propagação do Evangelho. Além disso, contribuir para missões é uma expressão de obediência ao mandamento de Jesus de levar o Evangelho a todas as nações (Mt.28:19,20). Os recursos financeiros são essenciais para sustentar os missionários, tradutores, líderes e projetos missionários, possibilitando que alcancem pessoas ao redor do mundo com a mensagem de salvação.

Também é uma oportunidade para todos os crentes serem coparticipantes no ministério e na obra de Deus. Ao investir financeiramente, as pessoas tornam-se parte ativa da missão de espalhar o Evangelho e, assim, compartilham das recompensas eternas que resultam desse esforço (Fp.4:17).

Em resumo, contribuir para missões não apenas apoia a propagação do Evangelho e a sustentação dos obreiros, mas também reflete uma obediência ao chamado de Jesus e uma forma de investir em tesouros no céu, onde a recompensa é eterna e inestimável.

3. Contribuir para missões é um privilégio

Contribuir financeiramente para a disseminação do Evangelho e para a distribuição de Bíblias em regiões onde o Evangelho ainda não foi amplamente difundido é, de fato, um privilégio inestimável. Esse ato representa a extensão de nosso impacto além de nossas próprias igrejas locais, alcançando pessoas em todo o mundo, independentemente da distância geográfica.

Quando contribuímos financeiramente para missões e para a distribuição de Bíblias, estamos desempenhando um papel vital na expansão do Reino de Deus. A Bíblia é a Palavra de Deus e é a fonte da verdade e da esperança para a humanidade. Tê-la disponível em diferentes idiomas e regiões permite que mais pessoas tenham acesso ao conhecimento de Deus e à mensagem salvadora de Jesus Cristo.

Alcançar vidas nas Américas, África, Europa, Ásia e em todas as partes do mundo significa que estamos participando ativamente da Grande Comissão de Jesus, que nos chamou para fazer discípulos de todas as nações. Isso vai além de apenas proclamar a Palavra, significa alcançar corações, transformar vidas e trazer esperança a lugares onde a escuridão do desconhecimento sobre Jesus Cristo o Salvador pode prevalecer.

Esse privilégio de cooperação financeira não apenas impacta as pessoas que recebem a mensagem, mas também enriquece nossa própria fé e perspectiva. Nos ajuda a entender que fazemos parte de uma família global de crentes unidos pelo amor e pela missão de Deus. Além disso, nos lembra da nossa responsabilidade de compartilhar com generosidade o que temos recebido, seja em termos de recursos financeiros ou da mensagem poderosa do Evangelho.

Enfim, ao contribuir financeiramente para a propagação do Evangelho e a disseminação das Escrituras, estamos participando da transformação de vidas e da construção do Reino de Deus, um privilégio que tem um impacto duradouro e eterno.

III. A CHAMADA PARA IR

1. Deus quer usar cada crente

Cada crente, ou seja, cada seguidor de Cristo deve estar preparado para se dedicar ao trabalho missionário, levando a mensagem de salvação às pessoas que vivem tanto nas áreas urbanas quanto rurais. Isso inclui estudantes, donas de casa, órfãos, profissionais liberais, pessoas com deficiência, aqueles envolvidos em serviços sexuais, indivíduos com lutas relacionadas a vícios e outros grupos diversos.

Deus deseja que a sua igreja seja ativa em todos os cenários possíveis como, por exemplos, hospitais, prisões, abrigos, ilhas, comunidades indígenas, vilarejos, cidades, áreas rurais, praças e em eventos de grande porte, bem como em encontros individuais.

É importante estarmos cônscios de que, para pregar a mensagem do Evangelho, Deus não enviará seres angelicais, mas enviará homens e mulheres como instrumentos de pregação (Hb.2:16; 1Pd.1:12). Contudo, é essencial estar ciente de que há um compromisso a ser assumido, o qual implica obedecer ao chamado para a obra missionária.

2. A chamada missionária

Nas Sagradas Escrituras, observamos que Deus convoca indivíduos para empreenderem uma grande missão. O profeta Isaías foi chamado por Deus enquanto estava no Templo, em um momento de adoração (Is.6:8,9). Jeremias recebeu seu chamado divino antes mesmo de nascer (Jr.1:5). Jonas, o profeta, recebeu uma convocação específica para ir a uma cidade específica: Nínive (Jonas 1.2). O Senhor Jesus chamou seus discípulos quando muitos deles ainda estavam envolvidos em suas atividades profissionais cotidianas (Mt.4:18-22). O apóstolo Paulo experimentou sua chamada enquanto viajava em direção a Damasco (Atos 9:19-31). Isso nos mostra que não há um único modelo para o chamado missionário. No entanto, é crucial reconhecer que a convocação para qualquer tipo de serviço relacionado ao Reino de Cristo emana diretamente de Deus.

3. Caráter e testemunho na obra missionária

Compreender e responder ao chamado de Deus, expresso no "Ide" de Jesus, implica uma ação transformadora e proativa por parte dos discípulos de Cristo (Mt.5:13-16). Como fazer a diferença no cumprimento desse chamado?

a)    Compreendendo o Chamado. A compreensão do propósito desse chamado é o primeiro passo para fazer a diferença. Jesus instruiu seus discípulos a serem sal e luz, influenciando positivamente o mundo ao seu redor. Note as expressões: “Vós sois o sal da terra” (Mt.5:13); “Vós sois a luz do mundo” (Mt.5:14). Unindo essas metáforas, podemos entender que o cristão é chamado a ter um caráter autêntico e influente, marcando positivamente a vida das pessoas com a essência e valores de Cristo. Além disso, devem ser testemunhas visíveis, brilhando com a luz da verdade e do amor de Deus nas situações mais obscuras da vida cotidiana.

b)   Vivendo de acordo com o Chamado. Viver de acordo com o chamado implica em praticar o que Jesus ensinou no Sermão da Montanha. Isso inclui viver uma vida ética, amorosa, compassiva, justa e verdadeira. Ao fazer isso, os discípulos se tornam testemunhas vivas da mensagem de Cristo.

c)    Demonstrando amor e cuidado. O amor é central na mensagem de Jesus. Demonstrá-lo através de ações concretas, cuidando dos necessitados, apoiando os oprimidos e pregando o Evangelho com compaixão, é uma maneira de fazer a diferença no mundo.

d)    Com persistência e paciência. Cumprir o chamado de Jesus requer persistência e paciência. O impacto verdadeiro muitas vezes é gradual e contínuo. Manter-se fiel ao chamado, apesar dos desafios e dificuldades, é fundamental.

Portanto, para fazer a diferença no cumprimento do "Ide" de Jesus, os discípulos são chamados a viver uma vida autêntica e amorosa, a pregar a mensagem do Evangelho, a demonstrar cuidado e compaixão, e a persistir nessa jornada de fé com determinação. Isso implica viver a mensagem de Jesus não apenas em palavras, mas também em ações, buscando transformar o mundo ao redor para a glória de Deus.

4. O perfil do vocacionado

É necessário que haja na pessoa vocacionada qualidades essenciais para o desempenho do chamado missionário. Veja alguns pré-requisitos:

a)    Ser escolhido por Deus (Atos 9:15). O chamado missionário, em última instância, parte de Deus. A convicção de ser escolhido por Deus é um alicerce crucial para a missão, pois traz direção, propósito e confiança.

b)   Não ser neófito (1Tm.3:6). A maturidade espiritual é fundamental para liderar e desempenhar um papel de destaque em uma missão. A experiência e a sabedoria adquirida ao longo do tempo são valiosas.

c)    Ser cheio do Espírito Santo (Atos 1:8). O poder e a orientação do Espírito Santo são vitais para o sucesso da missão. Ele capacita os missionários a enfrentar desafios e testemunhar com eficácia.

d)    Ser reconhecido pela Igreja (Atos 1:21; Atos 13:1-3). O reconhecimento e o apoio da igreja local são importantes para a validação e a legitimação do chamado missionário.

e)    Ser aprovado nas tarefas Locais. Adquirir experiência e aprovação em atividades e tarefas locais é essencial, pois proporciona uma base sólida para enfrentar desafios culturais e contextuais em missões transculturais.

f)     Estar preparado espiritual, intelectual, psicológica e transculturalmente. A preparação abrangente, que inclui a formação espiritual, o conhecimento teológico, a resiliência psicológica e a compreensão da cultura alvo, é crucial para enfrentar as complexidades da missão.

g)    Depender de Deus (2Co.12:7). A dependência constante de Deus é um princípio fundamental para os missionários. Reconhecer a própria fraqueza e confiar em Deus para superar os desafios é uma atitude sábia e necessária.

h)    Perseverar em Deus (2Tm.4:2). A perseverança na fé e na missão, mesmo diante de obstáculos e oposições, é essencial para o êxito a longo prazo e o cumprimento do chamado missionário.

A busca contínua por crescimento e aprimoramento nessas áreas são essenciais para o sucesso e a eficácia no ministério missionário.

CONCLUSÃO

Nesta Lição tratamos dos três principais pilares da Obra Missionaria: Orar, Contribuir e Ir. Eles estão interligados e são complementares na execução da Grande Comissão. Vimos que: Orar traz a direção divina e a força espiritual necessária; Contribuir viabiliza recursos para a missão; e Ir coloca a fé em ação, compartilhando a mensagem do Evangelho com o mundo. É importante notar que, ao cumprir essa Missão, a Igreja é chamada a fazê-lo com amor e sensibilidade às diversas culturas e contextos das pessoas a quem ela se dirige, promovendo a paz, a justiça e o amor de Cristo em todo o mundo.

MISSÕES TRANSCULTURAIS NO NOVO TESTAMENTO

Texto Base: Isaías 61.1-2; Lucas 4.17-20

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).

Isaías 61:

1.O Espírito do Senhor Jeová está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos;

2.a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes;

Lucas 4

17.E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:

18.O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração,

19.a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.

20.E, cerrando o livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele.

INTRODUÇÃO

As missões transculturais no Novo Testamento representam um elemento fundamental da expansão do cristianismo nascente. Essas Missões refletem a compreensão da Grande Comissão de Jesus Cristo, registrada nos Evangelhos, na qual Ele instruiu seus discípulos a fazerem discípulos de todas as nações. Esse mandato impulsionou os primeiros seguidores de Jesus a se aventurarem além das fronteiras conhecidas, enfrentando desafios e adversidades para compartilhar o Evangelho em diferentes contextos culturais.

Os discípulos e apóstolos, com destaque para Paulo, desempenharam papéis essenciais nesse processo. Paulo, por exemplo, foi um ardente missionário transcultural, viajando extensamente pelo Império Romano para pregar a mensagem de Cristo. Essas experiências transculturais não apenas moldaram a expansão do cristianismo, mas também estabeleceram um modelo para as missões transculturais ao longo dos séculos, influenciando profundamente a propagação da fé cristã pelo mundo. Por isso, podemos dizer que o Novo Testamento é uma obra de caráter missionário do início ao fim, onde os Evangelhos, o livro dos Atos, as Epístolas e o Apocalipse são instrumentos de um verdadeiro trabalho missionário. 

I. O DEUS MISSIONÁRIO REVELADO NO NOVO TESTAMENTO

1. A Bíblia mostra um Deus missionário

A Bíblia Sagrada, compreendendo desde Gênesis até o Apocalipse, é considerada o Livro intrinsecamente missionário, cheio da essência de Deus que é, por natureza, missionário. A inspiração divina que permeia as Escrituras provém de um Deus que se revela como Aquele que envia; um conceito fundamental expresso quando Jesus diz: "Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio" (João 20:21; João 3:16).

No Antigo Testamento, vemos Israel como o instrumento escolhido por Deus para cumprir Seu propósito missionário de abençoar todas as nações da terra (Gn.12:3). No entanto, Israel muitas vezes falhou em sua missão, desviando-se de seu chamado e caindo em idolatria e desobediência. Apesar disso, Deus continuou a buscar a reconciliação e a redenção de toda a humanidade.

Com a chegada do Novo Testamento, a missão transcultural e universal de Deus se manifesta de forma ainda mais clara. A Igreja se torna o veículo central para a expansão do Evangelho, refletindo o amor e a graça de Deus para com todas as nações. A obra redentora de Cristo na cruz, juntamente com a comissão dada aos discípulos, marca o início de uma nova era missionária, onde a salvação é oferecida a todos, sem distinção de raça, etnia ou cultura.

A Igreja, impulsionada pelo Espírito Santo, é chamada a seguir os passos de Jesus, proclamando as boas-novas do Reino de Deus e fazendo discípulos de todas as nações. Assim, a Bíblia Sagrada não é apenas um registro histórico da missão divina, mas também um convite contínuo para que todos os crentes participem ativamente na missão de Deus de reconciliar a humanidade com Ele. A missão transcultural é, portanto, uma extensão da missão divina e uma expressão do amor e compaixão de Deus pelo ser humano.

2. Uma perspectiva missionária do Novo Testamento

Essa perspectiva inclui a compreensão de que Jesus Cristo veio ao mundo para salvar a humanidade e que essa salvação é para todas as pessoas, não apenas para um grupo específico. Conforme George W. Peters, “o Novo Testamento é um livro missionário em discurso, conteúdo, espírito e desígnio. Esse é um fato simples, mas também é um fato de real e profunda importância. O Novo Testamento é mais a teologia em ação do que teologia em razão e conceito. Ele é ‘teologia missionária” (PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, pp.159-60).

No Antigo Testamento, vemos como Deus escolheu Israel para ser um povo especial e uma luz para as nações, através do qual todas as famílias da terra seriam abençoadas (Gn.12:3). No entanto, Israel muitas vezes falhou em cumprir esse propósito missionário, desviando-se de Deus e negligenciando sua missão de ser uma bênção para as nações circunvizinhas.

Com a vinda de Jesus Cristo e a fundação da Igreja, vemos uma nova fase nesse plano divino. A Igreja é vista como o novo povo de Deus, composto por judeus e gentios, que foram reconciliados com Deus através da fé em Jesus Cristo. Ela é chamada a continuar e ampliar a missão de Israel, levando o Evangelho a todas as nações e fazendo discípulos de todas as pessoas (Mt.28:18-20).

A abordagem missionária no Novo Testamento é baseada na grande comissão de Jesus aos seus discípulos, onde Ele os envia para proclamar o Evangelho, batizar e ensinar. Os discípulos são capacitados pelo Espírito Santo para serem testemunhas em Jerusalém, Judeia, Samaria e até os confins da terra (Atos 1:8). A missão da Igreja é, portanto, global e inclusiva, direcionada a todas as nações e culturas.

O apóstolo Paulo desempenhou um papel crucial na expansão da missão da Igreja, enfatizando a universalidade da salvação em Cristo e seu chamado para levar o Evangelho aos gentios. Suas cartas, como as escritas aos Romanos e aos Efésios, destacam a inclusão de todos os povos na redenção oferecida por meio de Jesus Cristo.

Em resumo, a perspectiva missionária do Novo Testamento destaca que a Igreja é chamada a continuar e ampliar o propósito missionário de Deus, levando o Evangelho da salvação a todas as nações e culturas, proclamando a reconciliação e redenção oferecidas por meio de Jesus Cristo.

3. A Igreja à luz dessa revelação

À luz dessa revelação bíblica, a de um Deus missionário nas páginas do Novo Testamento, a Igreja de Cristo tem uma tarefa ainda inacabada: anunciar o Evangelho a toda a criatura. A Grande Comissão, conforme expressa em Mateus 28:19,20, é uma convocação imperativa para a Igreja continuar a obra missionária que Jesus iniciou durante sua vida terrena. A tarefa é proclamar o Evangelho, fazer discípulos e ensinar tudo o que Jesus ordenou.

A Grande Comissão não é uma tarefa que pode ser concluída em um único momento no tempo; é uma chamada contínua e inacabada até a volta de Cristo. A Igreja é desafiada a perseverar, inovar e se adaptar para alcançar as pessoas de maneira relevante, usando os meios disponíveis na era atual, para cumprir essa grande e vital missão de anunciar o Evangelho a todas as pessoas. Essa Comissão revela a natureza essencialmente missionária da igreja, impelindo-a a se envolver ativamente no compartilhamento do Evangelho e na expansão do Reino de Deus. Essa Missão não é restrita a uma determinada cultura, nação ou grupo étnico; é global e universal, destinada a toda a criação. O Evangelho não é uma mensagem para um povo específico, mas para toda a humanidade.

Ao olhar para o Novo Testamento, vemos a dedicação dos apóstolos e dos primeiros discípulos em cumprir essa missão. Eles atravessaram fronteiras culturais, geográficas e linguísticas para levar a mensagem de salvação em Jesus Cristo a todos os cantos da Terra. Paulo, por exemplo, é um exemplo proeminente de alguém que se dedicou a espalhar o Evangelho em várias regiões, enfrentando grandes desafios e perigos.

Hoje, a Igreja de Cristo tem a responsabilidade contínua de levar adiante essa missão. É um chamado à ação de pregar a mensagem do Evangelho com amor, compaixão e autenticidade, adaptando-se às culturas locais e compreendendo as necessidades das pessoas ao redor do mundo. Além disso, a tarefa missionária não se limita apenas à pregação, mas também inclui ações práticas de amor e serviço ao próximo. O testemunho da Igreja é fortalecido quando ela não apenas fala sobre o amor de Cristo, mas o demonstra através de obras de compaixão, justiça social e ajuda aos necessitados.

II. MISSÕES NOS EVANGELHOS E EM ATOS DOS APÓSTOLOS

1. Nos Evangelhos

A Missão é um tema central nos Evangelhos, pois está intrinsecamente ligada à vida e ao ministério de Jesus Cristo. Os Evangelhos narram como Jesus veio ao mundo para cumprir uma missão divina de redenção e reconciliação da humanidade com Deus. Jesus é apresentado como o enviado especial de Deus (João 3:17), vindo ao mundo para cumprir a vontade do Pai (João 6:38). Ele veio para buscar e salvar os perdidos (Lc.19:10), para proclamar as boas novas do Reino de Deus (Mc.1:14-15) e para realizar a obra da salvação (Mt.1:21). A missão de Jesus estava centrada na proclamação do Reino de Deus, ensinando sobre seu caráter, valores e propósitos. Ele utilizou parábolas para ilustrar o Reino, convidando as pessoas a se arrependerem e a se submeterem à autoridade de Deus.

Jesus chamou discípulos para segui-lo e se tornarem pescadores de homens (Mt.4:18-22). Ele os instruiu a continuar sua missão, ensinando-os e capacitando-os a fazer discípulos de todas as nações (Mt.28:18-20). Antes de sua ascensão, Jesus deu instruções claras sobre como os discípulos deveriam realizar essa missão. Isso inclui pregar o Evangelho, curar os doentes, expulsar demônios e proclamar a chegada do Reino de Deus (Mt.10:7,8). Eles foram enviados com poder e autoridade para representar Jesus e seu Reino.

Uma parte importante da missão de Jesus era incluir e alcançar os marginalizados e os excluídos da sociedade, demonstrando o amor e a compaixão de Deus por todos. Ele interagiu com pecadores, cobradores de impostos, leprosos e outros considerados impuros, mostrando que o Reino de Deus está disponível para todos. A missão de Jesus culminou em seu sacrifício na cruz para a redenção da humanidade. Ele veio para dar sua vida como resgate por muitos (Mc.10:45), proporcionando a reconciliação com Deus e a salvação da condenação do pecado.

Enfim, os Evangelhos fornecem um modelo e uma base sólida para a compreensão da missão cristã. A Igreja é chamada a seguir os passos de Jesus, proclamando o Evangelho do Reino de Deus, fazendo discípulos e manifestando o amor e a compaixão divinos no mundo. A missão não é apenas um mandato, mas uma resposta ao amor e à graça de Deus, refletindo Seu caráter em nossa interação com a humanidade.

2. Nos Atos dos Apóstolos: os missionários Filipe e Pedro

Os Atos dos Apóstolos narram as atividades missionárias de alguns dos discípulos de Jesus Cristo após a sua ressurreição e ascensão. Entre esses discípulos, Filipe e Pedro se destacam como missionários essenciais na propagação do Evangelho no princípio da Igreja.

-Filipe é um dos sete diáconos escolhidos pela igreja para servir e cuidar das necessidades dos membros (Atos 6:5). No entanto, ele vai além de suas funções administrativas e se torna um evangelista fervoroso (Atos 21:8). Filipe é conhecido por sua pregação bem-sucedida e pelos milagres que realizou, incluindo a conversão de um etíope e a cura de muitos doentes (Atos 8:4:8; 20-40). Ele ilustra a importância de servir a comunidade e se dedicar à propagação da mensagem de Cristo, mesmo quando inicialmente designado para funções diferentes.

-Pedro, um dos discípulos mais proeminentes de Jesus, é um líder carismático e influente na igreja primitiva. Ele desempenha um papel fundamental em estabelecer as bases do cristianismo e é lembrado por sua pregação poderosa e por ser uma figura central na conversão de muitos (Atos 2:14-47; 10:34,35; 11:17,18). Sua coragem e convicção são evidentes nas histórias de suas interações com as autoridades e na sua disposição de enfrentar perseguições para propagar a fé cristã.

Esses dois missionários, Filipe e Pedro, exemplificam a diversidade de papéis e habilidades dentro da igreja em seus primórdios. Eles também demonstram a importância de se adaptar e responder às necessidades emergentes da igreja, bem como a necessidade de liderança forte e coragem para enfrentar os desafios que surgem ao pregar a mensagem de Cristo. Seus esforços e dedicação contribuíram significativamente para o crescimento e a expansão inicial do cristianismo.

3. Nos Atos dos Apóstolos: os missionários Paulo e Barnabé

Os missionários Paulo e Barnabé são figuras centrais nos Atos dos Apóstolos e desempenharam papéis significativos na propagação do evangelho no primeiro século da Igreja, contribuindo de maneira fundamental para a expansão da fé cristã.

-Paulo, inicialmente conhecido como Saulo, era um fariseu zeloso que perseguia os seguidores de Jesus. No entanto, sua vida foi transformada após uma experiência extraordinária em que teve um encontro com Jesus Cristo. Ele se tornou um dos apóstolos mais proeminentes, viajando extensivamente para pregar o evangelho, estabelecer comunidades cristãs e escrever uma grande parte do Novo Testamento. De perseguidor dos cristãos, ele se tornou o apóstolo dos gentios (Atos 9:15,16; 3:8; 1Tm.2:7; Tt.2:11). Suas viagens missionárias foram marcadas por seu amor e dedicação inabalável para compartilhar a mensagem de Jesus, independentemente dos desafios e perigos que enfrentava.

-Barnabé, cujo nome significa "filho de encorajamento", foi um companheiro próximo de Paulo. Ele desempenhou um papel vital ao apoiar Paulo em sua conversão e em suas atividades missionárias posteriores. Barnabé também era conhecido por sua generosidade e espírito encorajador, qualidades essenciais para fortalecer a fé e a comunidade cristã. Juntos, Paulo e Barnabé realizaram várias jornadas missionárias, enfrentando adversidades, pregando em diversas cidades e estabelecendo igrejas.

Uma das jornadas missionárias mais notáveis foi a primeira, onde Paulo e Barnabé foram enviados pela Igreja de Antioquia. Aliás, esta é considerada a primeira igreja missionária de natureza gentílica (Atos 13:1-4). Durante essa viagem, eles pregaram em Chipre e na Ásia Menor, enfrentando desafios e perseguições, mas também experimentando a conversão de muitas pessoas à fé cristã.

O trabalho missionário de Paulo e Barnabé não apenas expandiu a igreja, mas também influenciou profundamente a teologia e a prática do cristianismo no início da igreja. Eles defendiam a mensagem de que a salvação estava disponível para todos - judeus e gentios-, por meio da fé em Jesus Cristo. Sua dedicação e coragem para espalhar essa mensagem tiveram um impacto duradouro no desenvolvimento e na propagação do cristianismo.

III. A MISSÃO CUMPRIDA NAS CARTAS E NO APOCALIPSE

1. Nas Cartas Paulinas

Paulo foi chamado por uma visão de Jesus Cristo a ser o "apóstolo dos gentios", encarregado de levar a mensagem do evangelho não apenas aos judeus, mas também aos não-judeus (gentios). Ele viajou extensivamente pelo Império Romano, enfrentando desafios, perseguições e adversidades para proclamar a mensagem de salvação por meio de Jesus Cristo. Ele frequentemente menciona em suas Cartas o alcance significativo de sua missão evangelizadora, fundando igrejas, ensinando, batizando e fortalecendo os crentes.

Exemplos notáveis incluem a Carta aos Romanos, onde Paulo expressa seu desejo de pregar o evangelho em Roma (Rm.1:15), e suas Cartas às igrejas em Corinto, onde ele se refere à extensão de sua pregação e ao número de pessoas que ele havia alcançado com a mensagem do evangelho.

No entanto, mesmo com a sensação de "missão cumprida", Paulo também enfatiza a necessidade contínua de manter e fortalecer as igrejas que ele ajudou a estabelecer. Ele fornece orientações teológicas e éticas, corrige problemas e dissensões e oferece encorajamento para que os crentes perseverem na fé e no serviço cristão. A Carta aos Efésios, por exemplo, traz a unidade da igreja a partir da queda “do muro da separação” entre judeus e gentios por meio de Jesus Cristo (Ef.2:14). As Cartas a Timóteo e a Tito lidam especificamente com qualificações para a vocação de novos líderes das igrejas plantadas, como dirigir os assuntos de uma Igreja Local.

Mesmo com a sensação de “missão cumprida”, Paulo continuou a escrever e a se envolver com as igrejas que fundou, mesmo enquanto enfrentava desafios e perseguições até o fim de sua vida. Ele se dedicou ao máximo para cumprimento de sua vocação apostólica e ao avanço do evangelho de Jesus Cristo.

2. Nas Cartas Gerais

As Cartas ou Epístolas Gerais na Bíblia são as oito cartas do Novo Testamento que não foram escritas pelo apóstolo Paulo. São elas: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João, e Judas. Estas Cartas oferecem importantes perspectivas sobre a missão evangelizadora no princípio da Igreja e fornecem orientações para a propagação da fé em Cristo e a vida cristã.

As Cartas Gerais reiteram o chamado dos crentes para evangelizar e testemunhar a sua fé em Jesus Cristo. Elas incentivam os cristãos a compartilhar o evangelho com amor e compaixão, vivendo no mundo de acordo com os princípios cristãos e, assim, influenciando outros a se aproximarem de Jesus Cristo, o Salvador.

As Cartas Gerais também enfatizam a importância de viver uma vida cristã autêntica e prática, refletindo a fé por meio de ações e relacionamentos. Elas instruem sobre a necessidade de amar o próximo, viver em harmonia, praticar a justiça e demonstrar compaixão; todos estes elementos cruciais para uma evangelização eficaz. Essas Cartas também alertam contra influências negativas e falsas doutrinas que podem desviar os crentes do caminho da verdade. Elas instam os fiéis a se manterem firmes na fé e a discernir cuidadosamente as doutrinas para garantir que sua evangelização seja genuína e alinhada com o ensinamento de Jesus Cristo.

A ideia de perseverança e resistência é uma temática frequente nas Cartas Gerais. Os autores incentivam os cristãos a permanecerem firmes na fé em face de desafios, perseguições e tentações, confiando em Deus e na promessa da vida eterna. Isso é essencial para a missão evangelizadora, pois demonstra a autenticidade da fé cristã mesmo em tempos difíceis.

Nestas Cartas, a unidade e a comunhão dentro da igreja local são destacadas como fundamentais para uma eficaz missão evangelizadora. Os autores enfatizam que a coesão entre os crentes, a preocupação mútua e a vivência do amor cristão são testemunhos poderosos que atraem outros para a fé em Cristo Jesus.

Enfim, as Cartas Gerais fornecem orientações essenciais aos cristãos sobre como abordar a missão evangelizadora de maneira ética, amorosa e eficaz. Elas enfatizam a importância de viver uma vida cristã autêntica, compartilhar o evangelho com amor e enfrentar desafios com fé e perseverança, promovendo a expansão do Reino de Deus.

3. No Apocalipse

O Livro do Apocalipse, o último livro do Novo Testamento, é um texto profético e simbólico que oferece uma visão apocalíptica do futuro. Embora não seja um relato direto de missão evangelizadora como visto em outras partes do Novo Testamento, o Apocalipse contém elementos que se relacionam com a missão da igreja e a proclamação da mensagem de Cristo. Como, por exemplos:

a)    Apelo à Perseverança e Fidelidade. O Apocalipse contém mensagens dirigidas às sete igrejas da Ásia Menor, exortando os crentes a permanecerem fiéis a Jesus Cristo, mesmo em face da perseguição e das provações. Isso pode ser visto como um apelo à continuação da missão evangelizadora, apesar das dificuldades e oposições.

b)   Testemunho e Martírio. O livro destaca o testemunho e o martírio dos fiéis que permaneceram firmes em sua fé, mesmo até a morte. Essas narrativas de fidelidade até o fim podem ser vistas como exemplos de uma missão evangelizadora cumprida, onde a fé é mantida e proclamada mesmo em meio à perseguição.

c)    Visão da Vitória Final. O Apocalipse pinta uma imagem de vitória final para o Reino de Deus e a igreja. A visão do novo céu e nova terra, a derrota de Satanás e a justiça final demonstram o cumprimento último da missão evangelizadora, onde Jesus é o grande vencedor sobre satanás juntamente com a Sua Igreja, e a justiça é restaurada.

d)    Chamado à Conversão. Em várias passagens, o Apocalipse chama os não crentes ao arrependimento e à conversão, apresentando uma última oportunidade para aceitar a mensagem de Jesus Cristo e se voltar para Deus. Isso reflete o aspecto evangelizador da obra, mesmo em um contexto apocalíptico.

e)    Proclamação da Soberania de Deus. O Apocalipse proclama a soberania de Deus sobre todas as coisas e enfatiza que, no final, Deus triunfará sobre o mal e estabelecerá seu Reino de justiça. Esse entendimento da soberania de Deus pode servir como uma base para a missão evangelizadora, encorajando os crentes a compartilhar a mensagem de esperança e salvação.

Portanto, embora o Livro do Apocalipse seja principalmente um relato profético sobre o futuro, ele contém elementos que refletem o chamado à fidelidade, perseverança e testemunho dos crentes, contribuindo indiretamente para a compreensão da missão evangelizadora e o cumprimento final do propósito de Deus.

CONCLUSÃO

O Novo Testamento revela de forma clara e poderosa o plano divino para a redenção da humanidade caída através da missão sublime e redentora. Deus, em Sua infinita graça e amor, enviou Seu único Filho, que, mediante o Seu sacrifício vicário na cruz, resgatou a humanidade do pecado, abrangendo pessoas de todas as etnias, línguas, culturas e nações. Visto que a essência das Missões se origina no próprio coração de Deus, ela deve ser inerente àqueles que verdadeiramente amam e valorizam a missão.

 

DEUS PROMETEU: ISRAEL É INDESTRUTÍVEL

 

"Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do dia e as leis fixas à lua e às estrelas para a luz da noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas; Senhor dos Exércitos é o seu nome. Se falharem estas leis fixas diante de mim, diz o Senhor, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre. Assim diz o Senhor: Se puderem ser medidos os céus lá em cima e sondados os fundamentos da terra cá embaixo, também eu rejeitarei toda a descendência de Israel, por tudo quanto fizeram, diz o Senhor" (Jeremias 31:35-37).


A sobrevivência de Israel como uma entidade distinta é um dos milagres da história; isso só pode ser explicado através de razões sobrenaturais. Neste texto de Jeremias, Deus faz uma promessa ao povo de Israel referente ao futuro da nação. Garante-se a Israel uma existência tão longa quanto a duração do sol e da lua. A história do povo judeu é realmente notável, marcada por uma resiliência extraordinária ao longo dos milênios. Embora tenham enfrentado inúmeras ameaças, perseguições e tentativas de destruição, os judeus continuam a existir como um grupo étnico e religioso distinto.

Muitas pessoas e muitas nações desejaram destruir Israel como, por exemplo, o Império Egípcio, o Império Assírio, o Império Babilônico, o Império Medos e Persas, o Império Grego, o Império Romano, o Império Otomano. Enquanto esses impérios, e civilizações no passado, não mais existem, a história do povo judeu demonstra a durabilidade de identidades culturais e religiosas fortes, bem como a capacidade de superar desafios extraordinários.

A persistência do povo judeu apesar das adversidades históricas é um testemunho de sua identidade, cultura e religião duradouras. A fé judaica e a cultura mantiveram a coesão e a identidade judaica ao longo dos séculos. A religião, com suas tradições, rituais e valores, e a Bíblia Sagrada, especialmente a Torá, como regra de fé e prática, tem sido um elemento central na vida judaica e um fator de união.

Então, depois de quase vinte séculos fora de sua terra prometida, a ONU autorizou a fundação do Estado de Israel como um refúgio para os judeus após o Holocausto e em reconhecimento da perseguição histórica que eles enfrentaram em todo o mundo. Isto foi precedida por uma longa história de aspirações sionistas, que buscavam um lar nacional para o povo judeu, e por disputas territoriais complexas com a população árabe na Palestina. Em 14 de maio de 1948, quando os ingleses deixaram a região, os Judeus, apoiados pelos Estados Unidos, proclamaram oficialmente o novo Estado de Israel. Entretanto, os árabes em hipótese nenhuma concordaram com a restauração de Israel. A intenção deles, muitas vezes reafirmada, é a de expulsar os Judeus e riscar Israel do mapa. Nesse sentido foram travadas cinco grandes guerras: em 1948 - a Guerra da Independência; em 1956 - a Guerra de Suez; em 1967 - a Guerra dos Seis Dias; em 1973 - a Guerra do Yom Kippur; em 1982 - a Guerra do Líbano. Em todos esses embates, as forças judaicas têm saído vencedoras, porque o Senhor dos Exércitos prometeu está ao lado dessa nação.

Todavia, o desejo de extinção do povo judeu e do Estado judeu continua latente em todo o mundo. Isto é preocupante e condenável. O antissemitismo, uma forma insidiosa de ódio e preconceito direcionada aos judeus, nunca foi tão forte como atualmente.

O antissemitismo tem uma longa e sombria história que remonta a séculos. É essencial que condenemos o antissemitismo em todas as suas formas, pois representa não apenas um ataque à dignidade e aos direitos humanos dos judeus, mas também uma ameaça a valores fundamentais de justiça, igualdade e diversidade que todos devemos defender. É importante compreender que o antissemitismo é baseado em estereótipos infundados, conspirações sem fundamento e preconceitos que se desenvolveram ao longo da história. Essas ideias prejudiciais não apenas perpetuam a discriminação, mas também desencadearam algumas das piores atrocidades da humanidade, como o Holocausto. É dever de todos os povos lembrar as lições dolorosas do passado e evitar que tais horrores se repitam.

O antissemitismo não prejudica apenas a comunidade judaica, mas também corrompe as sociedades onde ele se manifesta. Promover o ódio e a divisão enfraquece o tecido social e mina a coexistência pacífica. Além disso, a luta contra o antissemitismo deve ser parte de um esforço mais amplo para combater todas as formas de discriminação e preconceito, independentemente de sua origem.

Hoje, a maioria dos países islâmicos tem como principal objetivo destruir Israel. O Hamas e, por trás dele, o Irã, sempre declararam o desejo de destruir Israel e seu povo. Mas isso é debalde, pois Deus prometeu que Israel é indestrutível.

O ataque covarde do Hamas a Israel no dia 07 de outubro de 2023 chocou e surpreendeu observadores em todo o mundo. À primeira vista, parece estranho que o renomado serviço de inteligência israelense não tenha tido conhecimento dos preparativos da organização terrorista, que soldados tenham sido realocados da fronteira de Gaza para a Cisjordânia antecipadamente, e que um grande número de terroristas tenha conseguido entrar no país, superando as medidas de segurança na fronteira. Eventos tão impactantes às vezes dão origem a teorias da conspiração surpreendentes, como aconteceu após o devastador ataque às Torres Gêmeas em Nova York.

Contudo, quem gostaria de apagar Israel da face da terra deveria estudar Jeremias 31:35-37. Deus promete que Israel só deixará de ser uma nação quando e se falharem as leis fixas acerca do sol, da lua, das estrelas e do mar. Este texto é uma promessa divina de que a nação de Israel não será destruída para sempre. De acordo com esses textos, Deus compara a estabilidade de Israel à estabilidade das leis naturais que governam o universo, como o movimento dos corpos celestes e as leis da natureza. Ele afirma que, assim como essas leis não podem ser quebradas ou alteradas, Israel também não deixará de existir como uma nação diante Dele para sempre. Em outras palavras, Deus promete que a existência de Israel é garantida e que, mesmo que enfrente dificuldades e adversidades, não será completamente destruída.

Jeremias 31:35-37 é um símbolo de esperança e confiança de que, apesar das lutas e desafios que o povo de Israel enfrentou ao longo de sua história, sua existência como nação continuará. É considerado como uma promessa divina de que a nação de Israel não será destruída para sempre. Veja os elementos-chave dessa passagem:

1.    Comparação com as Leis Naturais: No versículo 35, Deus faz uma comparação entre a estabilidade de Israel e as leis naturais que governam o universo. Ele menciona como Ele dá sol para a luz do dia, fixa as leis da lua e das estrelas para a luz da noite, e controla o mar e suas ondas. Essas leis naturais são consideradas imutáveis e inquebráveis, da mesma forma que Deus promete que a existência de Israel não será quebrada.

2.    Promessa de permanência: No versículo 36, Deus assegura que, se essas leis naturais puderem ser violadas ou falharem, então Ele também rejeitará a descendência de Israel por causa de suas ações. No entanto, a implicação é que, assim como as leis naturais são inabaláveis, a existência de Israel como nação diante de Deus também é inquebrável e permanente.

3.    Limites Divinos inquebráveis: O versículo 37 enfatiza ainda mais a promessa de Deus, afirmando que, da mesma forma que os céus lá em cima não podem ser medidos, e os fundamentos da terra cá embaixo não podem ser sondados, Deus não rejeitará a descendência de Israel. Isso sugere que, assim como esses limites naturais são intransponíveis, a promessa de Deus de manter Israel como uma nação é igualmente sólida.

Enfim, Jeremias 31:35-37 é de significativa importância na tradição judaica e é frequentemente citado para enfatizar a durabilidade e a importância da nação de Israel. Ele transmite uma mensagem de esperança e confiança de que, apesar das muitas dificuldades e desafios que o povo de Israel enfrentou ao longo de sua história, sua existência como nação será preservada por Deus. No geral, é um texto que enfatiza a promessa divina de que Israel continuará a existir como uma nação; é uma mensagem de esperança e fé que desempenha um papel central na teologia e na história do povo judeu.

Acredite se quiser!