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JOSÉ, A REALIDADE DE UM SONHO

       

Textos: Gn. 41.38 –  Gn. 45.1-8


INTRODUÇÃO
Nesta última lição nos estudaremos a seção do livro de Gênesis que trata a respeito da vida de José, o filho de Jacó que foi vendido como escrevo, e se tornou governador no Egito. Inicialmente meditaremos sobre seus primeiros dias de vida, ao lado dos seus irmãos. Em seguida, refletiremos sobre seus tempos de adversidade, quando foi vendido como escravo. E ao final, destacaremos a soberania divina, a fim de cumprir seus propósitos, através da vida de José, tornando-o governador.

1. JOSÉ, O AMADO
José era um filho amado de Jacó, no contexto de uma família problemática, nos quais seus irmãos o perseguiam (Gn. 37.1-4). Todas as famílias enfrentam seus problemas, temos uma tendência a idealizar demasiadamente o ambiente familiar. No caso de José, seu pai demonstrava certo favoritismo, e isso certamente causava inveja nos irmãos. A predileção pode resultar em transtornos nas famílias, pais que beneficiam determinados filhos, em detrimentos de outros, pode favorecer intrigas (Gn. 37.1-11). É bem verdade que Deus deu sonhos a José, e esses inegavelmente revelavam seu futuro, mas o jovem não teve sabedoria quanto ao momento de expressá-los. Nem todos os sonhos são manifestações divinas, alguns deles são provenientes das inquietações da vida. Há pessoas nas igrejas, principalmente nas igrejas pentecostais, que supervalorizam os sonhos, e desconsideram as instruções da Palavra de Deus (Jr. 23.25-28). A inveja dos irmãos de José resultou em violência, e tomados pelo ódio, decidiram conspirar contra o filho amado de Jacó. A fim de se livrarem de José, venderam o sonhador para o midianitas. Eles não apenas venderam o irmão, mas também arquitetaram um plano, a fim de justificar perante Jacó, a ausência do filho querido. Essa é uma demonstração do nível de malignidade que se apoderou dos irmãos de José. Há pessoas que de modo semelhante endurecem seus corações, e se tornam propensos à violência, indiferentes às pessoas, e incapazes de demonstrar arrependimento (Pv. 28.13). O velho Jacó, por causa da insensibilidade dos seus filhos, acabou por angustiar sua alma (Gn. 42.36). Como ele muitos pais, inclusive cristãos, carregam tristezas na vida, por causa de filhos desobedientes.

2. JOSÉ, O ESCRAVO
José, após ser vendido aos midianitas, acabou sendo escravo no Egito, ali ele se tornaria uma fonte de bênçãos para sua família. Mas antes passou por situações adversas, até que Deus cumprisse Seus desígnios na vida daquele hebreu. José se tornou servo na casa de Potifar, de modo que o Senhor abençoou aquele egípcio (Gn. 39.5). Muitas pessoas descrentes são abençoadas por causa da fé piedosa de um cristão. Para tanto, faz-se necessário que, como José, sejamos sal da terra e luz do mundo (Mt. 5.13-16). A mulher de Potifar tentou o jovem José, incitando-o a trair a confiança do seu senhor. Mas ele sabia que estava na presença de Deus, e que não poderia decepcionar aquele a quem servia (Gn. 39.9). Fugir da tentação é uma orientação bíblica, o exercício do domínio próprio é uma virtude cristã a ser cultivada (II Tm. 2.2). A mulher de Potifar, insatisfeita com a fidelidade do escravo, o denuncia injustamente, acusando-o de tê-la assediado. José foi vítima da injustiça dos homens, acabou ser encarcerado por se negar seguir pelo caminho mais fácil. Mas ao invés de desfalecer, preferiu confiar em Deus, que estava no comando de todas as situações. Na prisão o Senhor o usou para interpretar sonhos, tendo revelado ao copeiro que esse seria restituído ao cargo. Mas esse, quando saiu da prisão, não se lembrou de imediato de José. A confiança nos projetos humanos pode resultar em decepção. A política dos homens é uma demonstração das injustiças que assolam a sociedade, por meio das quais os fieis padecem sem merecer, por isso o melhor é depositar toda confiança em Deus (Sl. 146.3-6). É maravilhoso saber que Ele está trabalhando em prol daqueles que seguem os Seus caminhos, e que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus, e são chamados seguindo os Seus propósitos (Rm. 8.28).

3. JOSÉ, O GOVERNADOR
Enquanto José permanecia na prisão, Deus deu dois sonhos a Faraó, que o deixou perplexo, principalmente porque seus adivinhos foram incapazes de explica-los. Até que o copeiro, que havia se esquecido de José, se lembrou dele. Apesar das limitações humanas, Deus trabalho no Seu tempo, e concretiza o que propôs fazer. José foi levado á presença de Faraó, dando a apropriada interpretação dos sonhos, não deixando de dar glória a Deus (Gn. 41.16). O próprio Faraó reconheceu que havia algo de especial naquele hebreu, e o colocou como vice-governante do Egito. Mas para chegar a esse posto ele precisou passar por momentos de adversidade, foram treze anos de injustiças, e incompreensão por parte dos homens. Mas José tinha consciência que estava no centro da vontade de Deus. Essa, ainda que não seja compreendida de imediato, é sempre boa, agradável e perfeita (Rm. 12.2). A prosperidade de José não tinha como objetivo a ostentação, nem mesmo a vingança perante seus irmãos. Há pessoas que defendem a prosperidade como um fim em si mesmo, apenas para mostrarem aos outros que são “abençoados”. A família de José, nos tempos da seca, precisaram se dirigir ao Egito, a fim de buscar mantimento. Seus irmãos não sabiam que iriam encontrar naquele lugar o jovem a quem haviam vendido como escravo. Deus é especialista em transformar adversidade em possibilidade. Os próprios irmãos de José demonstraram maturidade, que haviam mudado. Eles estiveram dispostos a reparar o erro cometido, as pessoas sempre podem mudar suas atitudes (Gn. 44.13-44). Por outro lado, a demonstração de graça e misericórdia de José deve servir de inspiração para os cristãos. Ao invés de querer se vingar dos seus irmãos, o vice-governador do Egito reconheceu os propositivos divinos (Gn. 45.1-15)

CONCLUSÃO
A história de José é um exemplo de confiança em Deus, mesmo diante dos momentos difíceis (Hb. 11.1). É confortador saber que servimos ao mesmo Senhor, que está no comando das nossas vidas. Sabemos que nossa leve e momentânea tribulação redundará em glória excelente, pois fiel é Aquele que prometeu, e eternas são as suas palavras (II Co. 14.17). Por, isso, com Paulo, podemos descansar nas riquezas insondáveis de Deus, pois Sua sabedoria vai além do nosso entendimento, os Seus caminhos são inescrutáveis (Rm. 11.33).

ISAQUE, O SORRISO DE UMA PROMESSA



Textos: Gn. 21.1-8

INTRODUÇÃO
Na aula de hoje nos voltaremos para a narrativa bíblica a respeito de Isaque, e seu relacionamento com Deus. Inicialmente destacaremos que esse foi prometido a Abraão, quando já em idade avançada. Em seguida, atentaremos para o relacionamento do patriarca com seu filho, especialmente por ocasião do pedido de sacrifício. Ao final, ressaltaremos a benção de Deus sobre a vida de Isaque, para as orientações do Senhor a esse patriarca.

1. ISAQUE, O FILHO PROMETIDO
Abraão e Sara, como muitos outros casais ao longo da Bíblia, tiveram que lidar com a esterilidade. Ainda que o patriarca tivesse recebido a promessa que se tornaria “pai de uma multidão”, o cumprimento da palavra não se deu imediatamente. Apesar de ter passado por momentos adversos, decorrentes de atitudes precipitadas, o patriarca aprendeu a esperar em Deus. Isso porque muito antes, quando Deus chamou Abraão, prometeu fazer dele uma grande nação (Gn. 12.1,2), que daria a terra de Canaã aos seus descendentes (Gn. 17.7), e que os multiplicaria (Gn. 13.15-17). A promessa do nascimento de Isaque, por causa da esterilidade de Sara, tornou-se algo engraçado, provocando riso ao ouvirem a mensagem divina. O nome Isaque, em hebraico, significa “riso”, esse foi o sentimento experimentado por Abraão e Sara. O patriarca estava com 99 anos de idade, e sara se aproximava dos 90. A Palavra de Deus pode parecer absurda, e às vezes, ir além da racionalidade humana, mas sabemos, pela fé, que podemos confiar nas promessas de Deus (Hb. 6.12). Sabemos disso porque Deus honrou a fé de Abraão, cumprimento no tempo certo sua promessa (Hb. 11.8-11). A Palavra de Deus sempre se cumpre, mas não no tempo dos homens, por isso faz-se necessário cultivar a paciência (Tg. 1.1-8). Nesse particular Abraão precisou amadurecer espiritualmente, por causa da precipitação dele e da sua esposa, decidiram que o patriarca teria um filho com a serva. Em termos aplicativos, o nascimento de Ismael, o filho de Abraão com a escrava, representa o nascimento carnal do ser humano. O nascimento de Isaque, por sua vez, representa o nascimento espiritual do crente. Essa alegoria, umas poucas na Bíblia, é construída por Paulo, em sua Epístola aos Gálatas (Gl. 4.28,29), a fim de admoestar os crentes à santificação espiritual (Gl. 5.22).

2. ISAQUE, UM FILHO A SER SACRIFICADO
Mas o filho prometido a Abraão foi pedido em sacrifício, para que Deus desse ao patriarca a oportunidade de amadurecer na fé. A prova é algo normal na vida dos crentes, e tem propósitos diversos: purificar nossa fé (I Pe. 1.6-9), aperfeiçoar nosso caráter (Tg. 1.1-4), ou proteger do pecado (II Co. 12.7-10). A prova de Abraão seria uma demonstração, para ele mesmo, da sua capacidade para confiar em Deus. O Senhor pediu ao patriarca que oferecesse seu filho em sacrifício, e esse obedeceu, crendo que Deus haveria de ressuscitá-lo (Gn. 22.5; Hb. 11.17-19). Abraão caminhou vários dias até chegar ao Monte Moriá, durante essa jornada teve a oportunidade de se aproximar de Deus. O Senhor permitiu que o patriarca cumprisse o ritual, amarrasse o filho e o preparasse para o sacrifício. Mas não que o sacrifício fosse consumado, pois Deus já havia provido um cordeiro para o holocausto (Gn. 22.14). É possível extrair algumas lições espirituais dessa relação entre o pai (Abraão) e o filho (Isaque), “ambos caminharam juntos” (Gn. 22.6), fazia-se necessário que o pai se desprendesse do filho (Gn. 22.16). Esse texto tem relação com Cristo, o filho de Deus, que foi sacrificado pelos nossos pecados. Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo. 1.29), Ele levou o fardo do pecado por nós (I Pe. 2.24). No que tange à prova de Isaque, há sempre um depois (Hb. 12.11; I Pe. 5.10), pois dela resulta o amadurecimento. De igual modo, precisamos estar cientes da realidade das aflições na terra, o próprio Jesus advertiu Sua igreja a esse respeito (Jo. 16.33). O sofrimento tem um caráter pedagógico, dependendo da maneira que for abordado, poderá oportunizar amadurecimento espiritual (II Co. 4.17).

3. ISAQUE, UM FILHO ABENÇOADO
Isaque recebeu a promessa da benção que foi dada por Deus inicialmente ao seu pai Abraão. Para tanto, fazia-se necessário que tivesse uma esposa, com a qual teria filhos para cumprir o estabelecido pelo Senhor. Por isso enviou Abraão enviou seu mais antigo servo Eliezer a fim de escolher uma esposa para Isaque. O servo do patriarca demonstrou fé diante dessa empreitada, demonstrada em sua oração. A escolha de um cônjuge é sempre uma tarefa complexa, faz-se necessário que os jovens não desprezem o valor da oração. Mas apenas essa não é suficiente, por esse motivo o servo ficou atento às características da jovem a ser escolhida como esposa. Primeiramente deveria ser dentre a parentela de Abraão, isso revela o cuidado dos jovens em relação ao perigo de um jugo desigual (II Co. 6.14). Além disso, o servo observou a disponibilidade para o serviço da jovem Rebeca. Apenas orar não é suficiente, faz-se necessário usar sabedoria, avaliar as características da pessoa com quem se pretende casar. O casamento entre Isaque e Rebeca pode ser comparado ao relacionamento amoroso de Cristo com a igreja (Ef. 5.26). Por aplicação, Eliezer pode representar o Espírito Santo, que nos dá as primícias como penhor dass riquezas em Cristo (Ef. 1.13,14). Rebeca pode simbolizar a noiva, que não tinha visto o noivo, mas que nele confia (I Pe. 1.8). Jesus é o Noivo, a quem aguardamos com expectativa, pois Ele mesmo prometeu (Jo. 14.1,2). Esse encontro é a bendita esperança da igreja, o momento no qual o noivo se voltará para buscar sua noiva amada (I Ts. 4.13-18).

CONCLUSÃO
A narrativa bíblica sobre a vida de Isaque é relevante não apenas para os judeus. Através desses capítulos de Gênesis, compreendemos os propósitos de Deus para a humanidade. Ele sempre cumpre suas promessas, seus planos jamais serão frustrados. E mais, sabemos que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus, e que são chamados segundo o Seu desígnio (Rm. 8.28). Faz-se necessário, portanto, crer contra toda descrença (Rm. 4.18-21), e se fundamentar na Palavra de Deus (Hb. 4.12), convictos da sua fidelidade, com esperança na mensagem profética (II Pe. 1.21).

MELQUISEDEQUE ABENÇOA ABRAÃO


                           

Textos:  Gn. 14.19  – Leitura Bíblica  Gn. 14.12-20


INTRODUÇÃO
Na aula de hoje nos voltaremos para a narrativa bíblica sobre o patriarca Abraão, o pai da fé. Inicialmente, mostraremos que Abraão, mesmo sendo um pacifista, adentrou em uma batalha, a fim de preservar seu sobrinho Ló. Em seguida, destacaremos o encontro do patriarca com Melquisedeque, o sacerdote de justiça, e rei de Salém. Ao final, ressaltaremos que esse sacerdote prefigura Cristo, aquele que viria a oferecer um sacrifício perfeito, pelos pecados da humanidade.

1. A BATALHA DE ABRÃAO
Abraão não entrou na batalha por interesse particular, nem mesmo a fim de obter ganhos materiais (Gn. 14.22,23). O motivo da sua disputa foi a proteção do seu sobrinho Ló, que havia sido capturado, depois que este decidiu habitar em Sodoma (Gn. 13.10-13). Isso mostra que o patriarca não estava indiferente a realidade social na qual estava inserido. Ele sabia que as decisões humanas podiam afetar diretamente a realidade individual. De igual modo, devemos saber que as decisões políticas trazem implicações para a sociedade. Precisamos estar atentos ao que está acontecendo em nosso país, e cuidar para não ser conduzido pelos engodos da mídia. Abraão entrou em uma aliança com alguns príncipes da região, a fim de alcançar um propósito comum. Não estamos impedidos de fazer alianças, contanto que sejam éticas, e tragam benefícios para a coletividade (Lc. 10.25-37; Gl. 6.10). Abraão era um homem pacífico, mesmo assim se preparou para guerra, quando essa se fez necessária. A maior guerra do cristão é espiritual (II Co. 10.3-5), precisamos vencer o mundo através da fé (I Jo. 5.4), e nos revestir de toda armadura de Deus (Ef. 6.10-18). A principal arma do cristão é a Palavra de Deus, precisamos buscar a revelação do Senhor, a fim de destruir os sofismas humanos (II Tm. 3.16,17). Como soldados de Cristo, não podemos nos envolver com negócios deste mundo, nosso objetivo deve ser satisfazer àquele que nos arregimentou (II Tm. 2.4). Ao retornar da batalha, Abraão encontrou dois reis: Bera, rei de Sodoma, que ofereceu espólios da guerra, e Melquisedeque, o rei de Salém, que ofereceu pão e vinho. O patriarca rejeitou a oferta do primeiro, porque não queria ser influenciado pelos subornos do mundo.

2. SEU ENCONTRO COM MELQUISEDEQUE
O encontro de Abraão com Mesquisedeque está repleto de significados, para os quais devemos atentar. O nome desse sacerdote-rei significa “rei de justiça”, e Salem, ao que tudo indica, era a antiga Jerusalém, que quer dizer paz. Em Hb. 7 e no Sl. 110 Melquisedeque prefigura Jesus Cristo, o Rei e Sacerdote Celestial (Hb. 12.11). O oferecimento de pão e vinho a Abraão remete à celebração da Ceia do Senhor, em memória do Seu sacrifício na cruz (Mt. 26.26-30). O rei de Salém não era um ser angelical, muito menos Cristo encarnado, mas um homem justo, que desfrutava de intimidade com Deus. Ele se encontrou com Abraão para fortalecê-lo, depois de uma batalha. O patriarca, em gratidão aos cuidados sacerdotais, entregou o dízimo a Melquisedeque (Gn. 14.20). Essa é a primeira menção a essa contribuição nas Escrituras, procedimento que se tornou comum entre os judeus (Lv. 27.30-33). A entrega do dízimo continua sendo uma prática observada pela igreja cristã. Ninguém deverá ser coagido a fazê-lo, pois a gratidão deve ser a maior motivação, em reconhecimento pela providência divina (I Co. 16.1,2). O desprendimento de bens em prol do rei de Deus é também uma demonstração de que não estamos debaixo do reino de Mamom (Mt. 6.24). Essa é uma manifestação de que o dinheiro não é nosso deus, mas que confiamos no Senhor, e em sua providência. Através da sua fé Abraão se tornou um exemplo para todos aqueles que creem. Paulo destaca que o patriarca creu em Deus, e isso lhe foi imputado por justiça (Rm. 4.1-8). A fé é o firme fundamenta das coisas que se esperam, mas que não são vistas (Hb. 11.1), somos salvos pela graça, por meio da fé, não pelas obras da Lei (Ef. 2.8,9).

3. UM TIPO DO SACERDÓCIO DE CRISTO
Jesus é Sacerdote Eterno e Perfeito, da linhagem de Melquisedeque, isso porque os adeptos da religiosidade judaica eram incapazes de realizar plenamente o sacrifício (Hb. 7.19). O sangue derramado pelos animais não tornavam qualquer pessoa perfeita aos olhos de Deus (Hb. 10.1-3). Uma das restrições desse sacerdócio era que não poderia ser exercido por alguém da tribo de Judá (Hb. 7.14). Além disso, o sacerdote aarônico dependia apenas de um ritual religioso, que cumprisse os requisitos físicos e cerimoniais (Lv. 21.16-24). O sistema sacrifical judaico somente se tornou possível por causa de Cristo, o Sumo Sacerdote da tribo de Judá (Cl. 2.13,14; Hb. 7.18).  Ele é Sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque (Hb. 7.21). Através dEle a questão do pecado foi resolvida definitivamente, não carecendo mais de derramamento de sague de animais (Hb. 7.22). Jesus é um Sumo Sacerdote, que diferentemente dos levíticos, não é imperfeito, e muito menos temporário. E porque Ele é também imutável (Hb. 7.24) e inculpável (Hb. 7.26) podemos confiar que ele intercede para sempre por nós (Hb. 7.25). Por causa dEle os cristãos podem se achegar a Deus em oração (Hb. 4.14-16). Ele nos oferece graça e misericórdia, de modo que se viermos a pecar, temos da parte de Deus, um Advogado (I Jo. 2.1,2). Quando confessamos nossos pecados Ele é fiel e justo para nos perdoar, e nos restaurar a comunhão com o Pai (I Jo. 1.9). Jesus, nosso Sumo Sacerdote, é perfeito para sempre (Hb. 7.28), e nEle podemos confiar que nossos pecados são perdoados, e temos livre acesso ao trono da graça.

CONCLUSÃO
Abraão teve um encontro profundo e pessoal com Deus, ao ser recebido por Melquisedeque. Esse sacerdote-rei de justiça prefigura Cristo, Aquele que se manifestou para trazer reconciliação do homem com Deus. Cada um de nós precisa ter um encontro com Deus, e se dispor a adorá-LO em espírito e em verdade (Jo. 4.24,25). Como Abraão, precisamos reconhecer que Deus é nossa maior riqueza, e nEle encontramos satisfação plena para as nossas vidas (Gn. 15.1), e as riquezas celestiais em Cristo Jesus (Ef. 1.7,18).

ORIGEM DA DIVERSIDADE CULTURAL DA HUMANIDADE

 
                         
   Textos:  Gn. 11.6  – Leitura Bíblica  Gn. 11.1-9


INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos a respeito da construção da Torre de Babel. Essa foi mais uma tentativa humana de se voltar contra o Criador. Inicialmente destacaremos as características dessa rebeldia. Em seguida, mostraremos como Deus decidiu confundir as línguas dos homens, para que eles não se entendessem. E ao final, nos voltaremos para as implicações bíblico-teológicas dessa confusão, resultando na diversidade cultural da humanidade. Enfocaremos ainda o caráter supracultural do evangelho, que transforma pessoas caídas em novas criaturas em Cristo Jesus.

1. A CONSTRUÇÃO DA TORRE DE BABEL
Após o dilúvio, os descendentes de Noé, por deixarem de atentar para a revelação divina, decidiram arquitetar um plano, a fim de se proteger do juízo. Para tanto, construíram uma torre, que viria a ser reconhecida como Babel, ou confusão, com o intuito de tornarem seus nomes notórios na terra. Ao invés de se espalharem pelo mundo, em obediência ao mandamento divino, os novos habitantes optaram por se agregarem, habitando na cidade de Ninrode (Gn. 11.8-12). Ao optar pela cidade, os homens preferiram a comodidade ilusória do governo humano, sobretudo um domínio no que estivessem distanciados de Deus (Gn. 11.6). Nesse tempo eles falavam uma mesma língua, e a partir dela edificaram seus intentos humanos. A expressão maior dessa rebeldia se deu com a construção da famosa Torre de Babel. A palavra Babel vem do hebraico balal, que quer dizer “confusão” ou “porta dos deuses”. A babelização é uma consequência das realizações humanas, mas o Deus que se revela na Palavra não é de confusão (I Co. 14.33). Os grandes projetos da humanidade fracassam porque Deus foi substituído pelo secularismo. As pessoas não dependem mais de Deus, antes estão firmadas em seus desejos egoístas (Tg. 4.15). A política dos homens não passa de uma Torre de Babel. A democracia se tornou um mal necessário, graças a ela os seres humanos expressam suas diferentes ideologias. Sem ela seria muito pior, pois daria lugar aos governos totalitários. Mas o processo político é caracterizado, na maioria dos países, pela corrupção generalizada. Há políticos se elegem por meio de fontes escusas para as quais revertem seus mandatos, desconsiderando o bem para a população que o elegeu.

2. DEUS CONFUNDE A LÍNGUA DOS HOMENS
O ser humano caído anseia intensamente pelo totalitarismo e unilateralismo, seu maior desejo é o de governar sobre todos. O estudo da história da humanidade atesta essa verdade, alguns líderes quiseram impor seus modelos imperialistas sobre todos os povos. O fundamento desse desejo pecaminoso estava no próprio Lúcifer, o anjo caído que quis usurpar o trono de Deus (Is. 14.13,14). Os construtores da Torre de Babel também usaram a expressão: “subamos”, demonstrando, assim, altivez e soberba (Pv. 16.18). Babilônia é, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, um símbolo do orgulho humano, de rebeldia contra Deus (Ap. 18.5). A resposta de Deus a essa declaração arrogante foi: “desçamos e confundamos”. Deus zomba dos projetos humanos que não têm a participação dEle (Sl. 2.4). A intervenção divina restringe a propagação de um mal maior sobre a humanidade. Através da confusão das línguas Deus evitou que a humanidade se unisse em torno de um projeto por meio do qual se distanciariam mais ainda dEle. As várias vozes que dialogam na sociedade é o juízo protetor de Deus contra ideologias totalitárias e unilaterais. A verdade humana, enquanto construção social, não se encontra em um indivíduo, mas na coletividade, exercita através do diálogo. Somente a Palavra de Deus é a Verdade, é a inspira e infalível revelação do Espírito de Deus (II Tm. 3.16,17; Rm. 10.17). A igreja está debaixo do senhorio de Cristo, por isso se submete ao que o Espírito lhe revela pela Palavra (Ap. 2.7). O mundo jaz no Maligno (I Jo. 5.19), por isso não atenta para a revelação divina, por isso está ceifando o que tem plantado (Gl. 6.7). Quando Cristo for revelado como Rei dos reis e Senhor dos senhores, então a humanidade compreenderá a limitação dos seus projetos (Ap. 19.16).

3. A DIVERSIDADE CULTURAL DA HUMANIDADE
A cultura é uma produção humana, não necessariamente podemos afirmar que existe uma cultura superior. O fundamento cultural da humanidade está na linguagem, é por meio dela que transmitimos nossos valores e crenças de geração a geração. Depois do dilúvio, e da Torre de Babel, coube aos seres humanos se espalharem, e produzirem cultura. Apesar da Queda, a produção cultura da humanidade é criativa, reflexo da imagem do Criador, que permanece na criatura (Tg. 1.17). Por isso podemos nos deparar com textos primorosos da literatura mundial, melodias cativantes da música, e belas expressões de arte, até mesmo produzidas por pessoas que não são cristãs. Nessa perspectiva, as diversidades culturais devem ser respeitadas, sobretudo as línguas, que expressam concepções diferenciadas, contanto que essas não se revelem práticas pecaminosas. Temos a responsabilidade de comunicar, nas várias línguas e dialetos mundiais, a graça maravilhosa de Deus, revelada em Jesus Cristo. A missão da igreja da Igreja é anunciar o Reino de Deus, a todos os povos (Mt. 28.18-20; Mc. 16.15,16). Na eternidade encontraremos pessoas das várias tribos, povos e línguas, que foram alcançadas pelo evangelho de Cristo (Ap. 7.9). Para fazer missões com sabedoria, e anunciar Cristo para as nações, faz-se necessário investir em conhecimento antropológico, sobretudo para respeitar a diversidade cultural. A mensagem do evangelho é supracultural, pois propaga o amor gracioso de Deus e Sua misericórdia aos pecadores. É um equívoco missionário tentar impor padrões culturais, que são específicos de uma etnia, sobre os povos a serem alcançados.

CONCLUSÃO
No dia de Pentecostes estavam as diferentes culturas reunidas em Jerusalém. A mensagem Pedro levou quase três mil vidas se entregaram a Cristo (At. 2.41). O mesmo Deus que confundiu a língua dos homens na Torre de Babel tornou a mensagem inteligível pelo Espírito Santo (Sf. 3.9; At. 2.7,8). O evangelho de Jesus é a resposta de Deus para a confusão da humanidade, sua verdade simples e acolhedora transforma pecadores em novas criaturas (II Co. 5.17), tirando-os das trevas para Sua maravilhosa luz (I Pe. 2.9), a fim de aguardarem a Cidade Celestial, edificada pelo próprio Deus (Hb. 12.18; Ap. 21.2,10).

BENÇÃO E MALDIÇÃO NA FAMÍLIA DE NOÉ

                              

Textos:  Gn. 9.26,27  – Leitura Bíblica  Gn. 9.20-29


INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos a respeito da profecia de Noé, impetrando maldição e benção sobre os seus filhos. Inicialmente destacaremos a plantação da vinha por Noé, e suas consequências imediatas. Em seguida, como se estabeleceu uma desgraça sobre aquela família. Ao final, destacaremos o cumprimento da maldição de Noé sobre os descendentes de Cam, e as bênçãos sobre Sem e Jafé. Essa também será uma oportunidade para refletir a respeito dos percalços pelos quais as famílias podem passar, bem como sobre o relacionamento entre pais e filhos.

1. NOÉ PLANTA UMA VINHA
Noé estava cumprindo sua missão cultural, trabalhando na agricultura, a fim de sustentar sua família. De certo modo seguiu a profissão do seu pai, Lameque (Gn. 5.28,29), e decidiu plantar uma vinha. A embriaguez sempre foi condenada na Bíblia, principalmente por causa das suas consequências para a vida das pessoas (Pv. 20.1; 23;19-21; Is. 5.11; Hc. 2.15; Rm. 13.13; I Co. 6.10; Ef. 5.18). Os israelitas não eram proibidos de tomar vinho com moderação, na verdade esse era considerado uma benção (Sl. 104.14,15; Dt. 14.26) e era usado também nos sacrifício (Lv. 23.13; Nm. 28.7). Isso, no entanto, não deve servir de estímulo para o consumo indiscriminado de vinho. Além disso, há pessoas que o melhor a fazer é manter distância, e seguindo a orientação de especialista, devem evitar até mesmo o primeiro gole. No caso de Noé, ao que tudo indica, colheu as uvas, as espremeu e depois aguardou que elas fermentassem. Ele fez algo que lhe trouxe vergonha, não apenas pela embriaguez, mas também por ter ficado nu. A pessoa que se entrega aos vícios acaba por fazer coisas fora do senso, que lhes colocarão em situações embaraçosas. É comum ver pessoas assumindo papeis vergonhosos por causa de bebidas alcoólicas. É lamentável que Noé, mesmo sendo reconhecido como o pregoeiro da justiça, e sobrevivido graciosamente ao dilúvio, tenha se colocado em uma situação vergonhosa. Uma das provas da veracidade da Bíblia é a sua honestidade em relação aos pecados dos homens e mulheres de Deus. Narrativas desse tipo estão registradas para que não venhamos a incorrer nos mesmos erros (I Co. 10.6-13).

2. A MALDIÇÃO DE NOÉ SOBRE CANAÃ
Quando Noé estava embriagado e nu em sua tenda, um dos seus filhos, Cam, entrou na tenda do pai, e o viu naquela situação. É possível que tenha se divertido ao vê-lo naquela condição deplorável. E mais que isso, tenha chamado seus irmãos para fazer o mesmo. A desonra de Cam antecipa o mandamento que viria a ser dado a Deus através de Moisés posteriormente, em relação à importância de honrar os pais (Ex. 20.12). Sem e Jafé, ao invés de seguirem o exemplo negativo do irmão, não quiseram humilhar o pai, antes o cobriram. Eles entraram de costas na tenda e cobriram o corpo nu do velho patriarca (Gn. 9.23). Há filhos que desonram seus pais, colocando-os em condições vergonhosas. Outros, porém, cuidam dos seus pais, com orgulho, e os preservam, principalmente na velhice. Em meio a essa sociedade utilitária, marcada pelo pragmatismo, é importante que os filhos não descartem seus pais. Por causa da humilhação imposta a Noé pelo seu filho Cam, este foi amaldiçoado. Na verdade, ele profetizou o futuro da descendência de Cam. O patriarca predisse três vezes que o filho de Cam se tornaria escravo, e seria servo desprezível. Na verdade, os cananeus vieram a ser um povo conquistado pelos israelitas, e se tornou instrumento de opróbrio (Gn. 15.18-21; Ex. 3.8, 17; Nm. 13.29; Js. 3.10; I Rs. 9.20). É importante ressaltar que a descendência de Cam nada tem a ver com a raça negra, como quiseram interpretar alguns racistas do passado. Essa foi uma visão equivocada, pautada no preconceito, para causar segregação.

3. AS IMPLICAÇÕES DA PROFECIA DE NOÉ
Em suas palavras Noé não apenas profetizou maldição, mas também bênçãos sobre o restante da sua família. Sem recebeu a promessa de que seria enriquecido por Deus, e se tornaria uma pessoa próspera. Da sua família viria Abraão, que se tornaria o pai de uma grande nação (Gn. 11.10-32). Mesmo sendo o segundo filho de Noé, Sem acabou tomando a primazia, por isso é comumente citado em primeiro lugar (Gn. 5.32; 6.10; 9.18; 10.1; I Cr. 1.4). Essa é uma demonstração do que acontece quando um filho se coloca debaixo da benção do pai. Os filhos desobedientes trazem para si a desgraça, muitos estão morrendo mais cedo do que deveriam, por causa da rebeldia (Ef. 6.1-4). Essa também é uma demonstração da graça de Deus, que necessariamente não abençoa o primogénito, mas aquele a quem Lhe apraz. Isso aconteceu com Abel (Gn. 4.4,5), Isaque (Gn. 17.15-22) e Jacó (Gn. 25.19-23). Em relação a Jafé, esses ficaram à sombra do seu irmão, e recebeu a benção através dele. Na verdade, este viria a dar origem aos gentios, que também foram agraciados por Deus. Nós também estamos na “tenda de Sem”, na medida em que Israel foi escolhido para ser “luz para os gentios” (Is. 42.6; 49.6). Não podemos esquecer que a salvação vem dos judeus (Jo. 4.22), e que o próprio Jesus era um judeu. Através de Jesus fomos agraciados pelo Deus de Abraão, Isaque e Jaco, tendo Ele trazido luz para os gentios (Lc. 2.32), que foi propagada pelos apóstolos a todos os povos (At. 1.8). A igreja continua tendo a responsabilidade de levar essa boa nova a todos as nações (Mt. 28.18,19).

CONCLUSÃO
As palavras de Noé, proferidas aos seus filhos, podem ser consideradas benção e maldição, e também profecias. Essas se cumpriram cabalmente na história de Sem, Jafé e Cam, e em relação a esse último, por ter humilhado ao seu pai, trouxe sobre si a desgraça. Estejamos, pois atentos às bênçãos de Deus, e não nos apartemos das nossas responsabilidades, sempre sóbrios e dispostos a levar o evangelho de Jesus até os confins da terra, no poder do Espírito Santo (At. 1.8).

O INÍCIO DO GOVERNO HUMANO

                         

                   Texto: Rm. 13.1  – Leitura Bíblica  Gn. Gn. 9.1-13

INTRODUÇÃO
Na aula de hoje daremos continuidade ao tema anterior, a respeito de Noé e seus filhos, após eles saírem da Arca. O foco central desta aula será o governo humano, em comparação com o governo de Deus. Inicialmente destacaremos a responsabilidade do governo humano, bem como suas limitações. Em seguida, faremos uma incursão sobre o papel do cristão diante dos governantes. É importante ressaltar, a princípio, a importância de um posicionamento crítico, considerando a realidade dos diversos partidos políticos no país, à luz da Palavra de Deus.

1. O GOVERNO HUMANO NOS DIAS DE NOÉ
Após saírem da Arca, Noé e sua família deveriam assumir algumas responsabilidades sociais. A primeira delas tinha a ver com a multiplicação da vida, pois deveriam popular a terra novamente (Gn. 9.18). Ter filhos continua sendo uma dádiva de Deus, mas é preciso que os pais tenham acompanhem o crescimento deles. Eles devem ser ensinados no caminho que devem andar, para que não venham a se desviar dele quando crescerem (Pv. 22.6).  Além disso, deveriam cuidar da natureza, tendo em vista a necessidade de proteger o habitat (Gn. 9.2-4). A responsabilidade ambiental deve ser alvo de todo cristão, é preciso evitar a tendência escapista, que se preocupa apenas com o céu, esquecendo-se de preservar a terra para as futuras gerações. A violência que deflagrou o dilúvio deveria ser evitada, ressaltando a dignidade da vida humana. Essa situação parece se repetir nos dias atuais, há pessoas que banalizam a vida, crimes hediondos são propagados diariamente nos noticiários. Os cristãos devem adotar sempre uma atitude pela vida, contrariando a cultura da morte, que prevalece na sociedade atual. Em seguida Deus estabeleceu um Pacto com Noé, e a sua descendência, prometendo que jamais enviaria outro dilúvio. A chuva não deveria mais ser motivo de preocupação para a família de Noé. Mas é importante salientar que por causa do pecado a natureza foi afetada diretamente pela Queda. Paulo nos lembra de que a natureza geme, na expectativa pela redenção (Rm. 8.22). Por esse motivo testemunhamos tantos desastres ambientais. Alguns deles são resultantes da intervenção degradante do ser humano sobre a natureza.

2. O GOVERNO HUMANO E O GOVERNO DIVINO

Em I Sm. 8.7-9 lemos que Israel pediu um rei, demonstrando insatisfação com a atuação do profeta-juiz. Mas o próprio Deus revelou que a nação não estava preterindo o profeta, mas a Ele mesmo como governante daquele povo. Esse episódio representa a condição do governo humano em relação ao governo divino na história da humanidade.  Depois do pecado, o ser humano não quer mais que Deus oriente a sua vida, por isso escolheu seu próprio caminho. Os governos humanos são permitidos por Deus, na verdade dEle emana todo o poder e autoridade. A fim de evitar o caos e a desordem, as autoridades, e as próprias leis, servem para frear os instintos malévolos do ser humano. O coração do homem é perverso, por isso Deus institui o governo humano (Gn. 6.5). O governo humano tornou-se necessário, mesmo apresentado fragilidades. A presença dele pode evitar a anarquia, fazendo com que cada um faça o que bem entende (Jz. 17.6; 18.1; 19.1). Mas as leis humanas são incapazes de impor limites às pessoas não regeneradas. Elas apenas controlam seus desejos perversos, sobretudo quando temem ser punidos. É por isso que a impunidade pode resultar em indiferença em relação à lei, e a propagação da corrupção. Contudo, é a graça de Deus que transforma o coração humano (Jr. 31.31-34; Hb. 8.7-13). Nem mesmo a tão propalada educação, nos moldes que testemunhamos na atualidade, é capaz de favorecer a sociedade as transformações que necessita. Isso porque os bancos escolares, ao invés de ensinarem valores para a vida, e que contribuam para a cidadania, estão formando meros consumidores, e os estimulando a competitividade. As próprias teorias educacionais precisam ser revistas, precisamos avaliar que pessoas queremos formar, e quais  valores são essenciais para os indivíduos, e para a sociedade.


3. O GOVERNO HUMANO E A RESPONSABILIDADE CRISTÃ

Há alguns equívocos, sobretudo no meio evangélico, em relação ao papel do governo, e a responsabilidade do cidadão. Isso porque temos uma tendência a centralizar a autoridade governamental na pessoa do presidente. Mas no ocidente, diferentemente de alguns governos orientais, somos regidos pelo processo democrático. E neste o primado é o de que a lei emana do povo, e para o povo, com base na Constituição. Por essa razão, é bom lembrar que: a autoridade inclui os ramos do Executivo, Legislativo e Judiciário. Autoridade não é só o presidente da República e seus ministros, mas os magistrados dos Tribunais Superiores, os senadores e deputados; autoridade inclui, em uma federação, tanto os órgãos (e seus ocupantes) da União Federal, como os dos Estados e município (governadores, secretários, deputados estaduais, desembargadores, prefeitos, vereadores, juizes, etc.); governo é o conjunto desses órgãos, de seus ocupantes, com suas diretrizes. A competência e as atribuições desses órgãos são delimitadas pela Constituição Federal, pelas Constituições Estaduais e outras Leis Ordinárias e Complementares. Governantes e governados, os quais devem obediência à lei, que assegura os direitos dos cidadãos, os quais devem obediência à lei, e não aos governantes, quanto eles a infringem. Um deputado de oposição é uma autoridade que discorde de outra autoridade: o presidente da República, por exemplo. Garantindo a democracia a alternativa partidária, a oposição de ontem, como aconteceu no Brasil, é o governo de hoje; e quando algo errado for transformado em lei em uma democracia, o cristão poderá tomar duas atitudes:   desobedecer caso a lei atinja o ministério cristão ou a vida humana (campos de concentração, genocídio, etc.); obedecer, protestando e lutando, pelos canais legais, para que a lei seja revogada ou alterada, quando estiver relacionada a valores do reino (liberdade, justiça e paz). Os cristãos precisam ser esclarecidos a esse respeito, para não adotar uma postura acrítica, principalmente diante dos descalabros dos governantes. E nesse sentido que a máxima bíblica se aplica, e quando se fizer necessário, importa antes obedecer a Deus do que aos homens (At. 5.29).


CONCLUSÃO

Seguindo a orientação de Jesus, em Mt. 22.21, devemos dar a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. O cristão deve, entre outras obrigações, pagar impostos, e se for o caso, discordar, lutando por reformas tributárias. Deve servir às Forças Armadas, quando ele for um pacifista por dever de consciência, dependendo do país, poderá prestar serviços cívicos não-militares ou requerer isenção. Deve obedecer à legislação penal, por sua coincidência com as normas da Palavra (não matar, não furtar, etc.). E deve obedecer à legislação civil (família, sucessão, comercial, etc.) e às deliberações de cunho político, em tudo, porém, mantendo-se informado, analisando, apoiando ou discordando, tendo a revelação divina como crivo principal.

A FAMÍLIA QUE SOBREVIVEU O DILÚVIO


                                

                          Texto Áureo  Hb. 11.7  – Leitura Bíblica  Gn. 7.1-12


INTRODUÇÃO
Na última aula estudamos a respeito do mundo de Lameque, mostrando que esse se distanciou de Deus, por isso tornou-se impiedoso. Na aula de hoje estudaremos sobre Noé, mostraremos que esse foi um homem agraciado por Deus, demonstrando também piedade e fidelidade. Ele foi chamado pelo Senhor para construir uma arca, em face do dilúvio que sobreviria sobre a terra, e destruiria a humanidade pecaminosa. Destacaremos, ao final da lição, que Noé cumpriu sua missão, preservando os animais, e principalmente sua família.

1. NOÉ, UM HOMEM AGRACIADO POR DEUS
A geração daquele tempo era perversa, marcada pela impiedade. Mas a narrativa, destaca: “porém Noé achou graça diante do Senhor” (Gn. 6.8). Noé foi agraciado por Deus porque era um homem justo, característica ressaltada em várias passagens das Escrituras (Ez. 14.14, 20; Hb. 11.7; II Pe. 2.5). Como Abraão, Noé deu ouvidos à Palavra de Deus, e isso lhe foi imputado para justiça (Rm. 4.9). Nós também encontramos graça em Deus, não por causa das nossas obras, que são incapazes de salvar (Ef. 2.8.9), mas em Cristo Jesus, o fundamento da nossa justificação (II Co. 5.21). O texto bíblico também ressalta que Noé era um homem íntegro, isto é, justo, isso não quer dizer, no entanto, que era sem pecado. Somente Jesus viveu na terra sem pecado (I Pe. 2.21,22). As palavras justo (hb. tzadiq) e perfeito (hb. tamiim) descrevem a condição de Noé perante Deus. Ele era um homem íntegro, irrepreensível e imaculado, tanto diante de Deus quanto dos homens. Ele não dava motivos para ser repreendido pelas pessoas que o cercavam. De igual modo, nós devemos, neste mundo tenebroso, ser sal e luz (Mt. 5.13,14), e não devemos dar razões para ser repreendidos (Fp. 2.12-16). Não podemos esquecer que somos salvos pela fé, não por meio das obras, mas, por outro lado, fomos criados para as boas obras (Ef. 2.10). É nesse sentido que Tiago afirma que a fé sem as obras é morta (Tg. 2.1), e Paulo assevera que existem muitos que professam conhecer a Deus, mas O negam por suas obras (Tt. 1.10,16). 

2. NOÉ, UM HOMEM QUE CONFIAVA EM DEUS
Noé era um homem obediente a Deus (Gn. 6.22; 7.5,16), não era apenas um ouvinte da Palavra (Tg. 1.22-25). Ele deve ter enfrentado muitos desafios para obedecer a Deus em um mundo contrário a Palavra de Deus. Não podemos esquecer que o mundo jaz no Maligno (I Jo. 5.19), que cega o entendimento das pessoas (II Co. 4.4), para moldá-las ao seu esquema (Rm. 12.1). Mas Noé estava na direção correta, enquanto o mundo vinha na direção contrária. Ele não cedeu às pressões sociais, não se deixou levar pelo politicamente correto. Ao invés de ouvir a voz das pessoas, que supostamente dizem ser a voz de Deus, preferiu seguir a vontade de Deus. E essa, como destaca Paulo, é sempre agradável, boa e perfeita (Rm. 12.2). Quando Noé recebeu de Deus a tarefa de construir uma arca, ele obedeceu sem restrições, obedecendo às especificações dadas pelo Senhor (Gn. 6.14-17). Os compartimentos daquela embarcação abrigariam animais de várias espécies. Essa orientação que não pode ser desconsiderado, é uma demonstração dos cuidados de Deus com Sua criação. Em sua soberania Deus conduziu os animais até Noé, e fez com que esses o obedecessem. Os cristãos devem ponderar a respeito da extinção dos animais que estão em perigo. O maltrato aos animais deve ser censurado, não podemos pactuar com práticas cruéis, principalmente com o abandono. Vemos também que Deus fez uma aliança com Noé, um pacto por meio do qual preservaria a vida daqueles que estariam na arca. O piedoso homem trabalhou na construção da arca por 120 anos, durante os quais pregou a mensagem de arrependimento, alertando a respeito do juízo vindouro. A pregação do patriarca, no entanto, foi considerada absurda pelos ouvintes. A mensagem da cruz também tem sido vilipendiada pelos ouvintes desta geração. Eles a consideraram loucura, estão tão acostumados a racionalizar tudo, que não se dobram a revelação do evangelho (I Co. 1.18). Jesus alertou a respeito desses dias, que como nos de Noé, assim também será a vinda do Filho do Homem (Mt. 24.37).

3. NOÉ, UM HOMEM QUE LEVOU SUA FAMÍLIA A DEUS
Através do dilúvio Deus julgou a humanidade perversa dos tempos de Noé (Gn. 7.11-24). O narrador bíblico afirma que “romperam-se todas as fontes do grande abismo” (Gn. 7.11), de modo que até mesmo as montanhas mais altas foram cobertas pela água (Gn 7.20). A chuva somente cessou depois de quarenta dias, mas as águas continuaram subindo, chegando ao ponto mais elevando depois de cento e cinquenta dias (Gn. 7.24). Até que a arca parou no pico do Monte Ararate (Gn. 8.4), passando mais cento e cinquenta dias até que as águas baixassem (Gn. 7.3). Após dois meses e dez dias Noé e sua família saíram da arca, tendo passado um ano e dez dias dentro da embarcação. Aquele dilúvio foi universal, pois conforme assegura o texto, “todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra” (Gn. 6.12). Os achados fósseis também confirmam a universalidade do dilúvio, as narrativas em várias culturas confirmam essa verdade. Mais importante, contudo, é destacar que Noé e sua família foram salvos através da arca, por causa da sua fé (Hb. 11.7). Nós também somos salvos por meio de Cristo, pois Ele é a nossa arca (I Pe. 3.18-22). Jesus morreu e ressuscitou para que fossemos salvos dos nossos pecados, e nEle tivéssemos vida eterna. Nesses dias difíceis pelos quais estamos passando, como fez Noé, devemos conduzir nossa família a Cristo. Os filhos devem ser instruídos na Palavra de Deus, para que não venham a se desviar do caminho, depois que crescerem (Pv. 22.6). Ainda que o mundo acate a lassidão moral, e práticas contrárias as Escrituras, devemos permanecer fiéis aos princípios bíblicos (I Co. 15.58).

CONCLUSÃO
Os tempos em que estamos vivendo são tempos trabalhosos, dias difíceis para a Igreja que milita na terra (II Tm. 3.1,2). Mas nós, que fomos adquiridos pelo Senhor por alto preço, não podemos viver como vive o mundo. A família cristã precisa entrar na arca, e se conduzir de acordo com as especificações divinas. Devemos nos inspirar em Noé, que decidiu ser diferente, e confiar na Palavra de Deus. Devemos permanecer naquilo que fomos inteirados, sabendo de quem aprendemos (II Tm. 3.16). Certamente o juízo divino virá, e não tardará, mas aqueles que fazem a vontade de Deus permanecem para sempre (I Jo. 2.17).

O IMPIEDOSO MUNDO DE LAMEQUE


                                 

   Texto Áureo  Gn. 6.5  – Leitura Bíblica  Gn. 6.1-8



INTRODUÇÃO
Na última lição estudamos a respeito de Caim, identificando-o com o Maligno por causa da sua crueldade, ao assassinar seu irmão Abel. Na aula de hoje nos voltaremos para sua descendência, com destaque para Lameque, e seu mundo impiedoso. Mostraremos que o mundo jaz no Maligno, por isso precisamos seguir os passos de Cristo, e como Enoque aprender a andar na presença de Deus, diante de um mundo tenebroso.

1. O MUNDO DE LAMEQUE
Lameque, o descendente de Caim, absorveu a filosofia do seu pai, disseminando impiedade. Ele foi um dos primeiros homens bígamos, contrariando o princípio bíblico da monogamia (Gn. 2.24). Esse padrão se propagou ao longo das gerações, acarretando problemas para as famílias. O casamento, originalmente instituído por Deus, deveria ser monogâmico, um homem para uma mulher (Mt.19.5,6). O mundo atual é um reflexo daquele de Lameque, há um desrespeito pelo modelo divino, e isso tem causado males à sociedade. As pessoas preferem viver como se Deus não existisse, e fazer o que bem entendem. A insubmissão à Palavra de Deus é o principal problema da nossa época. Lameque como o pai também foi homicida, e se gloriava da sua maldade. Ele compôs uma música para divulgar sua crueldade, e para exaltar sua valentia. A mesma coisa acontece hoje, pessoas que incitam a violência, e a celebram através das suas músicas. As composições poéticas, que falam de amor e perdão, estão fora de moda. As músicas que mais tocam são aquelas que denigrem a imagem da mulher. Os ritmos musicais estão a serviço da maldade, da propagação de valores deturpados e contrários à vontade de Deus. Os filhos de Lameque também produziram tecnologia, Tubalcaim dedicou-se à metalurgia, tendo habilidade com o cobre e o ferro. A tecnologia pode ser útil para a sociedade, mas pode também trazer problemas. Estamos nos tornando escravos das maquinas, e essas, cada vez mais, tem sido usada contra os homens, e não a favor deles. A sociedade tecnológica, por causa da ganância desenfreada, traz males para a natureza, destruindo a criação de Deus.

2. A IMPIEDADE DO MUNDO
O mundo no qual vivemos não é muito diferente do mundo de Lameque, pois este continua debaixo do poder do Maligno ( Jo. 5.19). Este mundo, como o daquele tempo, supervaloriza a beleza física, seduzindo até mesmo os filhos de Deus. Os descendentes de Sete foram levados a pecar por causa da formosura das filhas de Lameque (Gn. 6.1,2). A busca pela longevidade também pode se tornar um mal para a sociedade. Quando essa se torna uma obsessão, é uma demonstração que estamos vivendo longe de Deus. Nos tempos de Lameque as pessoas viviam muitos anos, aproximando-se dos mil anos. Isso fazia com que elas não se importassem com Deus, e achassem que Ele seria dispensável. A cultura da vida longeva está impregnada na sociedade contemporânea. Os cosméticos e as cirurgias plásticas são vendidos a preços promocionais. Viver muitos anos transformou-se em um fim em si mesmo, a ciência tem trabalhando para esse fim, com o intuito de evitar a morte, a todo e qualquer custo, ainda que essa seja inevitável (Hb. 9.27). Mas devemos saber que viver muitos anos não deve ser o objetivo último da existência. Amar a Deus e ao próximo deve ser o objetivo de todo aquele que professa a fé em Deus (Mt. 22.37). O hedonismo, levado às últimas consequências, dissemina a cultura do egoísmo, favorecendo o individualismo e o descaso para com o próximo. O acúmulo de riquezas se transformou no maior bem para as pessoas deste século. A raiz de todos os males (I Tm. 6.10), o reino de Mamom, está sendo adorando a luz do dia (Mt. 6.24), ninguém consegue ter contentamento (I Tm. 6.6). A ansiedade, segundo alguns estudiosos, é um mal com o qual temos que conviver, e aceita-lo com naturalidade. Mas Jesus nos ensinou a depender de Deus, e a buscar nEle a satisfação plena ( Mt. 6.27). Os valores do mundo são contrários a Palavra de Deus, e precisamos ter cuidado para não ir após eles.

3. ANDANDO COM DEUS
Mas há uma geração diferente neste mundo tenebroso, que luta com as armas espirituais, disponibilizadas por Deus (Ef. 6.13-17). Como Enoque, esses são chamados a andar com o Senhor,  por isso têm a esperança de serem tomados por Ele (Gn. 5.22-24). A trombeta irá soar, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, os que estiverem vivos serão transformados, e estarão para sempre com o Senhor (I Ts. 4.13-18). Todos aqueles que têm essa esperança devem entrar em uma nova dimensão ética, e purificar a si mesmos, assim como Ele é puro (I Jo. 3.3). É digno de destaque que Enoque passou a andar com o Senhor depois que sua esposa deu a luz um filho, cujo nome era Matusalém. O nascimento desse filho modificou radicalmente a existência daquele homem, que passou a se separar do mundo, e se voltar para Deus. Que cada um de nós venha a descobrir motivações apropriadas para se aproximar do Senhor. Enquanto o mundo decide viver a margem da revelação divina, devemos aprender a crescer na Palavra, sabendo que essa é luz para nossos caminhos (Sl. 119.105). Ainda que o mundo não nos compreenda, e até mesmo nos critique, devemos saber que o melhor é guardar a Palavra no coração, para não pecar contra o Senhor (Sl. 119.11). Não devemos esquecer que o mundo passa, bem como a sua concupiscência, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre (I Jo. 2.17). E mais que isso, devemos estar cientes que a vontade de Deus é agradável, boa e perfeita, mesmo que não compreendamos a princípio. Por esse motivo, não podemos nos conformar aos padrões desse mundo, antes oferecer nossos corpos como sacrifício a Deus, sendo esse nosso culto racional (Rm. 12.1,2).

CONCLUSÃO
O impiedoso mundo de Lameque não é outro mundo, mas este mesmo no qual todos nós estamos inseridos, entenebrecido por Satanás (II Co. 4.4). Temos a opção de seguir o exemplo da descendência dele, endeusando a crueldade, a longevidade, a formosura, a tecnologia e o dinheiro. Ou a de andar com o Senhor, seguindo os passos de Cristo, fazendo Sua agradável, boa e perfeita vontade (Rm. 12.1,2). Mais que isso, sabendo que essa é para preservação dos fieis neste mundo tenebroso, para que não venhamos a ser condenados com ele (I Co. 11.3132).