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A ATUALIDADE DOS PROFETAS MENORES

Textos: Rm. 12.26 – II Pe. 1.16-21


INTRODUÇÃO: Quase um quarto da Bíblia é composta de livro proféticos, mas, pouca atenção tem sido dispensada a esses livros. A mensagem dos profetas, ainda hoje, são impopulares, por isso são evitadas nos púlpitos de algumas igrejas. Ao longo deste trimestre estudaremos os profetas menores, destacando sua atualidade para igreja contemporânea. No estudo desta semana destacaremos o caráter da mensagem profética e apresentaremos os doze profetas menores que serão estudados nas próximas semanas.

1. A MOTIVAÇÃO PARA ESTUDAR OS PROFETAS: Alguns estudiosos fazem objeção ao estudo dos profetas porque, para eles, como estamos na Nova Aliança (Rm. 15.4), essa seria uma mensagem desnecessária. Para os cristão poucos afeitos ao estudo da Escritura, por isso não frequentam a Escola Bíblica e muito menos os cultos de ensino, não é preciso conhecer essa mensagem para ir ao céu. Esses, muitos outros pouco afeitos ao estudo, acham que é perder tempo demais com uma mensagem desinteressante. Mas tantos os estudiosos que enfocam apenas o Novo Testamento, quanto àqueles que têm preguiça de estudar a Palavra, estão equivocados, pois deixar de ler a mensagem profética, e a Bíblia como um todo, é um desrespeito à inspiração da Escritura, que é útil em todas as épocas para a instrução e santificação daqueles que dizem seguir a Cristo (II Tm. 3.16; II Pe. 1.19-21). O Antigo Testamento, e nele os livros proféticos, era a Bíblia que Jesus lia, esse era o texto que os apóstolos citavam quando faziam alusão à mensagem profética, por esse motivo não podem ser dispensados pela igreja cristã. Mateus cita os profetas 67 vezes, como em Mt. 1.23; 2.6, isso mostra que essa parte da Bíblia é importante. Os primeiros sermões apostólicos eram fundamentados nas Escrituras (At. 2.17-34; 3. 22-25; 7). O livro de Romanos contem 60 citações ao Antigo Testamento, como Rm. 1.16,17, em referência a Hc. 2.4. A Epístola aos Hebreus contém 59 citações do Antigo Testamento, exemplos Hb. 5.10,11; 9.5).

2. A INSTITUIÇÃO PROFÉTICA NO ANTIGO TESTAMENTO: Os profetas foram instituídos pelo próprio Deus, em Dt. 18.9-22 nos deparamos com a orientação divina em relação à mensagem profética. O povo de Israel recebeu do Senhor a Lei (Torah) e essa deveria servir de instrução para a nação. Mas diante das superstições do povo, ao se deixar influenciar pelas nações vizinhas, a mensagem dos profetas seria importante, a fim de conduzir a nação aos caminhos do Senhor. O profeta do Antigo Testamento era um porta voz de Deus – nabbi em hebraico – ele não apenas predizia o futuro, mas, principalmente, alertava o povo em relação aos pecados. Os profetas recebiam as mensagens do Senhor de formas variadas, às vezes, através de sonhos e visões. Outra palavra para profeta no Antigo Testamento é roeh, e sendo traduzida comumente por vidente. As palavras nabbi e roeh se distinguem no que tange à relação entre o profeta e Deus (roeh) e entre o profeta e o povo (habbi). Mas os profetas não falavam de si mesmos, eles anunciavam sob a inspiração divina, nisto repousa a autoridade da mensagem proferida por eles. Eles diziam: “assim diz o Senhor”, e não “assim digo eu”, atestando, assim, a confiabilidade da Palavra revelada.

3. CONTEXTUALIZANDO OS DOZE PROFETAS MENORES: O título atribuído a esses profetas com “menores” não tem a ver com a pouca relevância que por acaso alguém possa atribuir a esses textos. A palavra “menores” vem dos latinos que comparavam o tamanho dos livros com a dos outros profetas, considerados “maiores”, em virtude da extensão dos livros. Os pais da Igreja, dentre eles Agostinho de Hipona (345-430), se referiam aos livros desses profetas como “os doze”. Para compreendermos melhor a mensagem desses doze profetas é preciso contextualizá-los na história de Israel. Para tanto, faz-se necessário ressaltar que alguns deles profetizaram para o Reino do Norte outro para o Sul, alguns deles antes do cativeiro e outros depois do cativeiro. Obadias, Joel e Jonas foram profetas do século nono antes de Cristo, no período do governo assírio. Oséias, Amós e Miquéias foram profetas do século oitavo antes de Cristo, ainda no período do governo assírio. Sofonias, Naum e Habacuque foram profetas do século sétimo antes de Cristo, o período do governo caldeu. Ageu, Zacarias e Malaquias são profetas pós-exílicos, isto é, do período posterior ao retorno do povo de Judá do cativeiro babilônico. Esses profetas foram guiados pelo Espírito Santo para revelarem a mensagem de Deus, eles se reconheciam como tais, eram arautos do Senhor (Ag. 1.3; Am. 3.7; Mq. 3.8). A palavra profética é atual porque trata a respeito de temas que vão além do contexto daquela época, eles chamaram o povo para um relacionamento fiel com Deus (Oséias), para o derramamento do Espírito Santo (Joel), para a justiça social (Amós), a necessidade da retribuição (Obadias), o valor da misericórdia divina (Jonas), a importância da obediência (Miquéias), o limite da tolerância divina (Naum), a soberania de Deus (Habacuque), o juízo vindouro (Sofonias), o compromisso do povo da aliança (Ageu), o reinado messiânico (Zacarias) e a sacralidade da família (Malaquias).

CONCLUSÃO: A mensagem geral dos profetas menores pode ser resumida a partir da declaração de Mq. 6.8. E essa palavra se aplica perfeitamente à Igreja dos dias atuais, ao longo dos próximos estudos, veremos, através das exortações dos arautos de Deus, que o Senhor deseja que promovamos a justiça, que sejamos fieis a Deus, e, sobretudo, que vivamos em obediência. PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!

A VIDA PLENA NAS AFLIÇÕES


Textos: Fp. 4.12,13 – Fp. 4.10-13


INTRODUÇÃO: Ninguém está livre de aflições, nem mesmo os cristãos, essa é uma verdade bíblica e experiencial (Jo. 16.33). Estudaremos, esta semana que as aflições são reais. Inicialmente apresentaremos uma abordagem bíblica a respeito das aflições. Em seguida, trataremos sobre as aflições na vida do apóstolo Paulo, e ao final, mostraremos encaminhamentos escriturísticos para uma vida plena, apesar das aflições.

1. AS AFLIÇÕES DA VIDA: Conforme estudamos anteriormente, muitas são aflições do justo (Sl. 34.19). As pessoas podem perder o que têm, tal como aconteceu com Jó (Jó. 1.11-19), os próprios entes queridos (I Sm. 18.14), e a honra (Jó. 15.35). A doença é considerada uma das principais aflições na vida do crente (Pv. 18.14). A violência, desde a antiguidade, perturba o ser humano (Sl. 94.3-7; Is. 1.15-17). Atrelada a essa está a cultura do medo, que provoca pavor e pânico nas pessoas  (Jó. 4.13,14). Em uma sociedade que privilegia o sucesso, as pessoas também têm medo do fracasso (Sl. 31.17; Is. 37.27). Diante das aflições o crente reage de formas diversas, alguns deles tentam fugir (I Rs. 19.3), gemem e choram (Sl. 79.11; Ez. 21.11). Como princípio, diante da aflição, o cristão tem em Jesus o exemplo maior (Is. 53). Mas as aflições dos antigos também inspira a fé dos cristãos (Mt. 5.12; At. 7.53; Hb. 11.35-38; Tg. 5.10). As aflições de um cristão têm caráter comunitário, pelo menos deveriam ter, se um sofre, todos deveriam sofrer juntos (I Co. 12.26). As pessoas são afligidas por razões diversas: opressão política, social e econômica (Lc. 16.19; At. 12.1; Hb. 10.34; Tg. 2.6). Cristo é o maior exemplo de aflições, Ele tinha consciência da Sua missão (Mc. 10.33). Ele padeceu e foi obediente até a morte (Fp. 2.8). Muitas igrejas atuais não se lembram da mensagem da cruz, isso porque ela continua sendo escândalo (I Co. 1.8), ninguém quer ser fraco ou perdedor (Mc. 8.32,33). Jesus sabe o que é padecer, na cruz Ele passou pela dor do abandono (Mc. 15.34; I Co. 1.23; 2.2). Mas por Sua morte Ele retirou os pecados daqueles que  creem (Hb. 2.14,18; 4.15; Jo. 12.24; 13.1; 15.12). Os crentes não são salvos por meio das aflições, mas essas os identifica com o próprio Cristo (Jo. 15.20; II Co. 4.8; Fp. 3.10).

2. AS AFLIÇÕES NA VIDA DE PAULO: Paulo tinha consciência da identificação dos sofrimentos dos crentes com o de Cristo (II Co. 6.8-10). Por isso, apesar de tudo, e contra todos, não podemos nos desesperar, nem pensarmos que estamos desamparados (II Co. 4.10), pois a vida nos aguarda, mesmo diante da morte (II Co. 6.9).  Até mesmo quando pensamos que estamos fracos, seja na doença ou perseguição, a graça de Deus superabunda (II Co. 12.9). Na medida em que tomamos parte nos sofrimentos de Cristo, também nos alegramos na bendita esperança da glória (I Pe. 4.13). Os cristãos, assim como fez o Cristo, devem se identificar não com os ricos deste mundo, mas com os fracos e necessitados (I Ts. 1.6). As motivações para estar na igreja são as mais diversas, face ao status do movimento cristão, muitos aderem às igrejas na busca por fama e riqueza. O objetivo central para a vida cristã é servir a Deus e ao próximo, por isso, o sofrimento é decorrente dessa decisão (Mc. 10.45). O mundo é contra Deus e o Seu Cristo, por essa razão os cristãos estão no mundo, como ovelhas no meio de lobos (Mt. 10.16). Paulo estava ciente disso, Jesus destacou que o apóstolo saberia o que significava sofrer por amor a Ele (At. 9.15). Seguir a Cristo significa não completar a salvação, mas Sua carreira e ministério (At. 20.24), como diáconos de Deus (II Co. 6.4). Muitos foram os seus sofrimentos (II Co. 11.23), e, como ele, devemos suportar tais condições (II Co. 1.6; Fp. 1.29) e adversidades (II Tm. 1.8,12; 4.5). Paulo foi levado à presença de governadores e reis por causa de Cristo (Mc. 13:9; Mt. 10.17; Fm. 1.13), sendo açoitado com varas pelos romanos (II Co. 11.32). O mundo segue seus padrões e valores, e deseja que todos sejam iguais, que andam sob seus princípios. Mas os cristãos, por optarem pela diferença, também passam por aflições (Jo. 15.18-20).

3. ESPERANÇA, APESAR DAS AFLIÇÕES: As aflições somente são compreendidas a partir da cruz de Cristo, pois a sabedoria de Deus se revela no crucificado (I Co. 1.18), é através dessa loucura que somos chamados por Deus (I Co. 1.25), agraciados (Fp. 1.29), bem-aventurados (Mt. 5.33) e cheios do Espírito (I Pe. 4.14), por isso, apesar das aflições, nos regozijamos no Senhor (I Pe. 4.12), até mesmo nas fraquezas (II Co. 12.5,9). É nesse contexto que mesmo atribulados jamais perdemos a esperança (II Co. 6.4; Rm. 8.35), perplexos, mas nunca desanimados (II Co. 1.8), pois Deus nos consola nas aflições (II Co. 1.4). As aflições do tempo presente apontam para a dimensão escatológica, para o peso de glória que está reservada aos cristãos (Rm. 8.18). Para os adeptos do triunfalismo de Corinto (I Co. 4.8), Paulo destaca que Deus colocou os apóstolos como condenados à morte (I Co. 4.11,12). Somente na dimensão escatológica passaremos pela transformação do corpo (Rm. 8.22), na expectação pelos tabernáculos eternos (II Co. 5.4). Naquele dia finalmente Deus enxugará dos olhos toda lágrima, já não haverá mais morte, nem sofrimento, nem pranto nem dor (Ap. 21.4). Enquanto estivermos neste corpo, não podemos desfrutar plenamente das glórias futuras, pois a morte, a última inimiga a ser vencida (I Co. 15.26), ainda não foi totalmente derrotada (II Co. 12.7), trazendo sofrimentos às pessoas (Ap. 2.10). Apesar das aflições, o cristão não se entristece, pois o Espírito Santo produz nele a alegria (I Ts. 1.6; 5.16; Gl. 5.22). Para vencer as aflições da vida é preciso ter paciência, para tanto, devemos apelar ao Deus da paciência (Rm. 15.5), que fortalece para toda paciência e persistência (Rm. 12.12; Cl. 1.11; I Pe. 5.1).

CONCLUSÃO: Os que passam por aflições, no tempo presente, partilham com Cristo das Suas tribulações (II Co. 1.5; I Pe. 4.13). Por isso, apesar de tudo, e esperando contra toda esperança (Rm. 5.2; 8.24), na convicção de que nada, absolutamente nada, nos separará do amor de Deus em Cristo Jesus (Rm. 8.35). Como Corpo de Cristo, precisamos aprender a exercitar a solidariedade em meio às aflições (Rm. 12.4, 15; I Co. 12.12,26). Ao invés de impor julgamentos sobre os outros, devemos antes carregar o fardo uns dos outros, em amor (Gl. 6.2,10; I Tm. 5.3), suprindo suas necessidades (Tg. 2.15; 5.14). Em todas as situações da vida, na fartura ou necessidade, tudo podemos, nAquele que nos fortalece (Fp. 4.12). PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!

A VERDADEIRA MOTIVAÇÃO DO CRISTÃO



Textos: Mt. 6.6 – Mc. 1.35-45



INTRODUÇÃO: Existem pessoas que se tornam evangélicas por vários motivos: financeiros, políticos, entre outros. Os discípulos perguntaram a Jesus o que eles receberiam por terem deixado tudo para segui-LO (Mt. 19.27). Paulo atestou que muitos seguem a Cristo por razões diversas (Fp. 1.17,18). No estudo desta semana estudaremos a esse respeito, mostraremos que nem todas as motivações do cristão, em relação ao seguir a Cristo, são verdadeiras.

1. MOTIVAÇÕES E MOTIVAÇÕES: A palavra motivação, no dicionário, é definida como uma força interna que faz com que as pessoas tomem determinadas decisões e atitudes. As motivações são as mais diversas, e elas, na maioria das vezes, variam de pessoa para pessoa. Existem motivações individuais e coletivas, que persistem e outras que se modificam ao longo do percurso. A motivação sempre tem a ver com objetivos, isto é, com o interesse aonde determinada pessoa ou grupo pretende chegar. Algumas motivações são inatas, como a de conseguir alimento para satisfazer a fome. Mas a maioria delas é adquirida, depende da cultura, e do que as pessoas privilegiam como necessidade. Alguns estudiosos distinguem quatro tipos básicos de necessidades: psicológicas (comer e se vestir), segurança (ordem, estabilidade, rotina), social (amor, afeição, pertencimento), estima (prestígio, independência, status) e autorrealização (emprego e sucesso). Essas motivações são categorizadas a partir de uma perspectiva sociológica, que leva em consideração a relação necessidade e consumo. Mas na perspectiva cristã, existem outras motivações, dentre elas: fé, esperança e amor (I Co. 13. 13; I Ts. 1.3). Os profissionais que atuam na área de marketing são especialistas em identificar as motivações das pessoas. Outra especialidade da propaganda é a de construir necessidades. O consumismo – que não pode ser confundido com consumo - se alimenta da criação de necessidades e motivações.  O cristianismo pode, em alguns contextos, ser comparado a uma mercadoria. Há pessoas que o compram de acordo com suas conveniências, a esse respeito Paulo chamou a atenção do jovem pastor Timóteo e da igreja que este liderava (II Tm. 4.1-4).

2. AS FALSAS MOTIVAÇÕES DO CRENTE: O crescimento dos movimentos evangélicos e católicos(vários movimentos) no Brasil tem favorecido a existência de uma geração de cristãos cujas motivações nada têm de bíblicas. Algumas dessas pessoas estão aderindo às igrejas pelos motivos mais diversos e descabidos. A adoção de um modelo mercantilista, pautado na prosperidade financeira, está atraindo pessoas para as igrejas com interesses meramente monetários. Não são poucas as pessoas que se achegam às igrejas perguntando: o que eu vou ganhar com isso? Os discursos propagados por algumas igrejas televisivas mostram essa realidade. Os adeptos dessa teologia deturpada testemunham da fortuna que fizeram ao adquirir o “produto” de determinada igreja. Há “artistas”, que na verdade nada entendem de arte, que vem para a igreja depois do fracasso na mídia. Como não conseguem mais se projetar na mídia, inventam que são cristão para venderem seus cds dentro das camadas religiosas movimentais. As músicas por eles compostas são de péssima qualidade, não passam de vãs repetições, não têm qualquer respaldo bíblico. O culto, melhor dizendo "reuniões" às celebridades instantâneas e temporárias, decorrentes dos realities shows, também alcançou as igrejas em geral. Houve um tempo em que as pessoas eram respeitadas pelo conhecimento bíblico que tinham, e pela vida que testemunhavam. A exposição da Bíblia está sendo substituída, em alguns púlpitos, pelos tristemunhos desses “artistas”. Em entrevista a um canal de televisão, uma modelo (não sei para quem) afirmou que frequentava a igreja porque saia daquele lugar com “alto astral”. As motivações dessas pessoas, ao aderiram a essas igrejas, são meramente utilitaristas. Os “pastores” estão alimentando esse ciclo na medida em que propagam um evangelho que não e o de Jesus Cristo (Gl. 1.9).

3. AS VERDADEIRAS MOTIVAÇÕES DO CRENTE: As motivações verdadeiras do cristão são respaldadas pela Palavra de Deus, isso porque é Deus, e não o homem, que diz o que realmente necessitamos. A primeira necessidade do ser humano é a de um Salvador. O salário do pecado é a morte, a condenação eterna (Rm. 6.23), e como todos pecaram (Rm. 3.23), a salvação torna-se uma necessidade prioritária. Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo. 3.16). Essa é uma mensagem simples, mas que está sendo esquecida em muitas igrejas. O novo nascimento e a santificação tornaram-se doutrinas impopulares, por isso, não são mais ensinadas, é mais vantajoso – principalmente do ponto de vista financeiro - instigar à prosperidade. Mas isso tudo é vaidade, é aflição de espírito, ou como verte uma tradução de Ec. 2.17, é “correr atrás do vento”. A principal motivação do criatão deve ser dar glória a Deus, viver para Ele, pois para isso fomos criados (Is. 47.12; I Co. 10.31; Ef. 1.12). A teologia predominante no contexto das igrejas crsitã brasileiro é antropocêntrica, isto é, coloca o ser humano no centro, ao invés de Deus. O cristão não foi chamado para a fama, mas para a simplicidade (Mt. 10.16), a ostentação não é cristã, no evangelho de Cristo não há lugar para soberba (Jo. 13.34,35). O próprio Cristo veio para servir, não para ser servido (Mc. 10.42-45), quem quiser ser o primeiro no Reino de Deus que seja o último (Mt. 20.27). O Reino de Deus está acontecendo, neste exato momento, longe dos holofotes da mídia. Os lideres estão labutando para Deus no anonimato. O discurso do sucesso tem atingido muitos cristão, resultando em uma geração de decepcionados, em virtude das irrealizações. O próprio líder, excelente quando levado a sério, não ficou para todos (I Tm. 3.1-7), e alguns cristão, por não conseguirem chegar a essa posição eclesiástica, também se frustram.

CONCLUSÃO: A verdadeira motivação do cristão deve ser sempre a de estar com Cristo, a de permanecer nEle, independentemente das circunstâncias, para dar frutos (Jo. 15.1-8). E justamente crescer em santidade, desenvolvendo o fruto do Espírito, deveria ser a meta de todo cristão genuíno (Gl. 5.22). Cristo não prometeu riqueza, fama e poder no presente século. Por isso, a motivação verdadeira do crente deve ser a de continuar no centro da vontade de Deus (Rm. 12.1,2). PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!

AS DORES DO ABANDONO


Textos: Sl. 68.6 – II Tm. 4.9-18


INTRODUÇÃO: As pessoas estão cada vez mais centradas em si mesmas, ninguém tem mais tempo para o outro. Por esse motivo, não são poucas as pessoas que estão sendo abandonadas, inclusive dentro da igreja. No estudo desta semana, trataremos a respeito desse problema, mostraremos, a princípio, que essa é realidade constatada na Bíblia. Em seguida, que o abandono pode resultar em solidão. Ao final, apresentaremos encaminhamentos bíblicos para enfrentar a solidão e o abandono.

1. ABANDONO, UMA REALIDADE BÍBLICA: Em II Tm. 4.9-18, Paulo, o Apóstolo dos Gentios, relata sua situação de abandono, ou conforme uma tradução bíblica, de desamparo. O verbo em grego é egkataleipo que significa “ser deixado para trás” ou “ser desertado”. O Apóstolo estava preso, provavelmente em sua última prisão em Roma, por volta do ano 60 d. C. Essas eram suas palavras finais antes de ser executado por Nero, o sanguinário imperador que mandou incendiar a cidade de Roma. A expressão “ninguém me assistiu”, no versículo 16, é um destaque da condição na qual Paulo se encontrava. Mesmo assim, ele não se desesperou, pois entrou um “mas” na história. Ele diz, no versículo 17: “Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que, por mim, fosse cumprida a pregação e todos os gentios a ouvissem e fiquei livre da boca do leão”. Uma tradução literal diria “o Senhor ficou do meu lado”. Mas o caso de Paulo não é único de abandono na Bíblia, desde o Antigo Testamento, o povo de Israel passou por essa realidade. O Senhor sempre prometeu permanecer do lado do Seu povo, mesmo quando este fosse desamparado, azab em hebraico (Gn. 28.15; Dt. 31.6,8). O próprio Jesus passou pala situação de abandono, alguns dos seus ouvintes acharam suas palavras demasiadamente duras (Jo. 6.60). Os discípulos, nos momentos angustiantes que antecederam Sua prisão, O deixaram sozinho (Mt. 26.46,47). Posteriormente, depois da Sua prisão, seus discípulos se distanciaram dEle, Pedro negou que O conhecia (Mt 26.31, 70-72). Na cruz Jesus se sentiu abandonado pelo Pai, citando o Sl. 22.1, Ele clamou em oração: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (Mt. 27.46).

2. O ABANDONO PODE RESULTAR EM SOLIDÃO: Desde o princípio, Deus criou o homem para ter companhia, Ele mesmo atestou que não era bom viver só (Gn. 2.18). Adão estava com Deus, mas precisava de outro ser humano para conviver. Diante dessa necessidade, Deus criou Eva e ordenou que se multiplicassem. Depois da Queda Adão e Eva deixaram de desfrutar da comunhão com o Criador, e entre eles mesmos. O abandono e a solidão têm causas diversas, dentre elas destacamos: 

1) Sociais – a tecnologia está fazendo com que as pessoas fiquem cada vez mais solitárias e abandonem umas as outras. No trabalho cada um fica no seu espaço reservado, os membros das famílias não têm mais tempo para ficarem juntos; 
2) Urbanização – na medida em que as pessoas se transferiram para as cidades, foram fechando-se dentro de suas casas, mais recentemente nos apartamentos, vizinhos que mal se conhecem; 
3) Televisão e internet – está tomando o tempo das pessoas ficarem juntas para conversarem, elas ficam horas à fio diante da tela; 
4) Baixa autoestima – as pessoas que têm um pensamento negativo a respeito delas mesmas tendem ao isolamento, elas se abandonam antes de serem abandonadas; 
5) Medo – por causa das muros, ao invés de pontes, construídas pela sociedade moderna, cultivamos a cultura do medo de nos aproximar do outro. 

O abandono, juntamente com a solidão, pode causar males às vidas das pessoas. Algumas delas podem desenvolver depressão por causa do isolamento a que são submetidas. O exibicionismo exagerado nas redes sociais – facebook e twitter, por exemplo – pode ser um sinal de solidão. Mas é preciso ter cuidado para não se expor demasiadamente, pois as consequências podem ser desastrosas. Isso porque nem todas as pessoas que estão na rede são compreensivas com aqueles que passam por situações de abandono.

3. COMO ENFRENTAR O ABANDONO: Nem sempre o abandono é uma realidade, na verdade, conforme já destacamos anteriormente, pode ser uma consequência do autoisolamento. Por isso, é recomendável que a pessoa que se sente abandonada, antes de qualquer coisa, não se abandone. O primeiro passo é reconhecer que Deus é Aquele que está sempre pronto a estar ao nosso lado (Is. 42.16). Há casos em que o abandono aconteceu em algum momento da infância e acompanha a pessoa durante a idade adulta. Em tais situações, a saída é orar pedindo a Deus que traga à memória tais aflições (Lm. 3.19), em seguida, entrega-las a Deus em oração. O Salmo 139.1-18 é um modelo de oração que expressa a presença de Deus, mesmo nas situações adversas, quando o sentimento de abandono assola o cristão. Ao invés de se queixar, aprendamos com Paulo a entregar aqueles que nos abandonam a Deus (II Tm. 4.14), e o principal, escolher perdoá-los (Cl. 3.13). A igreja deve ser um ambiente propício à cura do abandono e da solidão, mas infelizmente, como esta também foi contaminada pelo isolacionismo moderno, seus membros não encontram tempo para encorajar uns aos outros (Hb. 3.13). A igreja precisa estar atenta às pessoas doentes, viciadas, solteiras, idosas e desempregadas. Em uma sociedade utilitária, que se preocupa com as pessoas apenas pelo que elas podem fazer, a igreja é tentada a esquecer dessas pessoas. É preciso criar espaços de integração na igreja local, evitar a criação das “panelinhas”. A liderança deve investir em momentos de comunhão, não apenas para o culto, mas para estarem juntas.

CONCLUSÃO: O Deus da Bíblia é de comunhão, por sua própria natureza, é trinitário: Pai, Filho e Espírito Santo. Ele tem interesse que as pessoas vivam umas com as outras, por isso criou a família. A igreja é uma extensão dessa realidade, não por acaso os que se congregam são chamados de irmãos e irmãs. Mas é preciso cultivar relacionamentos na igreja, caso contrário ela perde a razão de ser. Portanto, como diz o autor da Epístola aos Hebreus, no sentido relacional, que deve ser peculiar da ekklesia: “não deixando de congregar como é costume de alguns” (Hb. 10.25). PENSE NISSO!

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INVEJA, UM GRAVE PECADO


Textos: Pv. 14.30 – I Jo. 2.9-15


INTRODUÇÃO: A inveja é um dos principais problemas com o qual as pessoas são obrigadas a conviver nessa sociedade do consumo e da ostentação, que respalda suas posições nos méritos e no esforço-próprio. Nem mesmo o contexto eclesiástico está livre desse sentimento, na verdade, alguns ciclos cristãos fomentam a inveja. Diante dessa triste realidade, e das muitas aflições resultantes desse grave pecado, estudaremos, esta semana, a respeito da inveja, dando sua definição, apontando casos bíblicos, e ao final, mostrando como lidar com o sentimento invejoso.

1. INVEJA, UM PECADO GRAVE: O Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa define inveja como “desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade de outrem”; e “desejo violento de possuir o bem alheio”. A palavra inveja no português vem do latim invidere, que significa “em – contra” e “videre – olhar para”, isto é, alguém com maus olhos que, com ressentimento, contempla com desejo o êxito do outro. No hebraico, o termo é qinah, que também significa “zelo e ciúme”, empregado cerca de quarenta e duas vezes. Nos Decálogo há uma instrução expressa para que as pessoas não invejem umas as outras (Ex. 20.17), ainda que o verbo nessa passagem seja chamad, desejar, e não qinah, invejar. Os textos sapienciais bíblicos estão repletos de orientações quanto à inveja: Sl. 37.1; 73.2,3; Pv. 3.31; 23.17; 24.1,19 e Ec. 4.4. No grego, a palavra bíblica para inveja é phthonos, encontrada nove vezes, como uma emoção negativa que motivou os líderes judeus a desejarem que Jesus fosse morto pelas autoridades romanas (Mt. 27.18; Mc. 15.10). Em suas epístolas, Paulo categoriza a inveja entre os pecados mais graves (Rm. 1.29; Gl. 5.21; I Tm. 6.4; Tt. 3.3; I Pe. 2.1; Fp. 1.15).  A inveja é um pecado grave porque demonstra a mesquinharia humana, principalmente porque a pessoa invejosa tende a se aproximar da pessoa invejada a fim destruí-la. Trata-se de grave pecado porque além de almejar o que a outra pessoa tem, a vontade do invejoso é a de passar pela mesma circunstância do outro. A inveja coloca o invejoso em uma situação de queixa e insatisfação constante, principalmente ao constatar que jamais será como o outro. A inveja é resultante da baixa-estima, e geralmente vem junto da crítica, da fofoca, da dependência e do desânimo.

2. CASOS BÍBLICOS DE INVEJA: Na Bíblia nos deparamos com vários casos de inveja, o de Caim, por causa do sacrifício aceito de Abel (Gn. 4.4,5) – Deus recebeu o sacrifício de Abel, mas não o de Caim, certamente por causa da disposição espiritual daquele e do descaso deste. A inveja é um sentimento bastante comum entre irmãos, outro exemplo é o dos irmãos de José, os quais, por causa da preferência do seu pai, favorecendo-o em detrimento dos outros, provocou a inveja dos irmãos de José (Gn. 37.11,28). Os pais precisam ter cuidado para não fomentarem a inveja entre os irmãos, mostrando preferência por um filho e desprezando o outro. Coré, Datã e Abirão não quiseram aceitar a liderança espiritual de Moisés, por isso demonstraram inveja dele, isso resultou em juízo da parte de Deus (Nm. 16.3; 31-33). No contexto eclesiástico a inveja existe por causa das posições e do status que geralmente se atribuiu a determinados cargos. Ao invés de perceberem a funcionalidade das atribuições na igreja, com vistas à edificação do Corpo de Cristo (Ef. 4.11,12), muitos líderes ostentam e desprezam os liderados, causando inveja em alguns. A fidelidade também provoca inveja, Hamã não se conformava com a dedicação de Mardoqueu (ET. 5.13,14), fez de tudo para destruir a vida daquele homem e todo o povo judeu.  Daniel também foi vítima desse pecado grave, pois os príncipes persas não gostavam do respeito que ele tinha diante das autoridades, por isso, planejaram sua morte (Dn. 6.4, 19-24). O contexto religioso também é doentio, a neurose religiosa leva as pessoas a terem inveja, Jesus passou por esse tipo de perseguição. Os doutores da lei, escribas e fariseus, principalmente as autoridades religiosas, entregaram o Senhor às autoridades romanas por causa da inveja (Mt. 27.18; Mc. 15.10). Os membros das igrejas cristã sofrem com esse tipo de sentimento. Se por um lado, há a gloria dos cargos, principalmente dos ministérios, por outro, dezenas buscam a ascensão ministerial. Mas não há espaço para todos nos altos postos da hierarquia ministerial, gerando, na igreja, o grupo dos invejosos e o dos invejados.

3. COMO LIDAR COM A INVEJA: A inveja é perigosa porque leva à queda (Sl. 73.2), tira a paz, corroendo o íntimo do ser (Pv. 14.30), conduz à maldade e à perversidade (Tg. 3.14-16), podendo levar até ao homicídio (Gn. 4.8). Quebrar o ciclo da inveja é necessário, principalmente no contexto da igreja, seguindo o exemplo de Cristo, ao lavar os pés dos seus discípulos (Jo. 13). O Senhor Jesus não tinha a menor pretensão de ser grande, na verdade, Ele veio para servir (Mc. 10.45), não para ser servido, esvaziou-se da Sua glória para cumprir o ministério que lhe fora confiado (Fp. 2.5-8). A inveja é um sentimento mundano, que nada tem de cristão, está respaldado na meritocracia, não na graça maravilhosa de Deus. O invejoso desqualifica o trabalho do outro, o cristão sincero elogia, admira o que os outros fazem. O invejoso é um agressor verbal, ele intimida as pessoas, não perde uma oportunidade para destruir o outro através das palavras, principalmente se puder corroer o circulo de amizades do invejado. Por isso, o invejoso é falso, ele não é digno de confiança, fala mal dos outros para você e fala mal de você diante dos outros. O invejoso é incapaz de reconhecer seus erros, ele não se apercebe da sua condição, faz tudo com naturalidade, como se não estivesse errado. O invejoso é medíocre, ele não faz nada para sair da sua condição, não quer sair da sua “zona de conforto”, por esse motivo, quer destruir os outros. O invejoso é manipulador, ele entra nas relações com sentimentos destrutivos, se não conseguir controlar a vida dos outros, especialmente a de quem inveja, não consegue encontrar satisfação. O invejoso é orgulhoso, o seu “eu” é grande demais para caber dentro dele mesmo. Não faz coisa alguma pensando nos outros, somente consegue visualizar a si mesmo, tem forte sentimento de paixão por si mesmo.

CONCLUSÃO: Só há um antídoto contra a inveja, e este é cultivo do fruto do Espírito (Gl. 5.22,23). A relação entre as pessoas em conformidade com o parâmetro bíblico é respaldada no amor (I Co. 13). As relações fundamentadas no agape não favorecem a inveja, antes a destrói, para tanto e preciso viver em constante doação, tendo Deus, em Cristo, como exemplo maior (Jo. 3.16; 10.15). Mas é preciso ter cuidado com a inveja, bem como com o invejoso, em alguns casos, por causa do farisaísmo característico, o melhor mesmo é manter distância. PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!