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O DESAFIO DA JANELA 10/40

 Texto Base: Efésios 6:10-20
“E desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo houvera sido nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio” (Rm.15:20).

Efésios 6:

10.No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.

11.Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo;

12.porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.

13.Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.

14.Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça,

15.e calçados os pés na preparação do evangelho da paz;

16.tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.

17.Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus,

18.orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos

19.e por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho,

20.pelo qual sou embaixador em cadeias; para que possa falar dele livremente, como me convém falar.

INTRODUÇÃO

Nesta Lição trataremos de um assunto muito importante do ponto de vista missionário: a Janela 10/40. Esta é uma área que vai desde o norte da África, passando pelo Oriente Médio e a Ásia central e oriental, entre os paralelos 10 e 40 ao norte da linha do Equador. Essa área do globo constitui o grande desafio para a igreja neste século. Os países que formam a Janela 10/40 são os seguintes:

Ø  Oriente Médio – 21 países: Arábia Saudita, Argélia, Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Palestina, Jordânia, Kuweit, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Omã, Síria, Sudão, Tunísia e Turquia.

Ø  África – 12 países: Benin, Burkina, Cabo Verde, Chade, Djibuti, Etiópia, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Mali, Níger e Senegal.

Ø  Ásia – 21 países: Afeganistão, Bangladesh, Barein, Butão, Camboja, China, Coréia do Sul, Coréia do Norte, Filipinas, Índia, Japão, Laos, Malásia, Maldivas, Mongólia, Nepal, Paquistão, Sri Lanka, Tailândia, Taiwan (Formosa) e Vietnã.

Ø  Eurásia – 3 países: Cazaquistão, Turcomênia e Tadjiquistão.

Ø  Europa – 4 países: Albânia, Chipre, Gibraltar e Grécia.

As várias características da Janela 10/40 para as quais os crentes devem atentar:

ü  Primeira: Ali vive grande parte da população mundial, e embora essa zona represente apenas 1/3 da superfície da Terra, ela é habitada por quase 2/3 da população mundial.

ü  Segunda: As duas nações mais populosas da Terra estão dentro dela: a Índia e a China, que juntas perfazem quase que a metade da população do mundo.

ü  Terceira: É aí que estão as pessoas que mais precisam da mensagem do Evangelho; representa mais de noventa por cento do povo menos evangelizado da Terra.

ü  Quarta: O islamismo tem imperado nessa parte do globo; é o local do nascimento das principais religiões do mundo: judaísmo, hinduísmo, budismo, cristianismo e islamismo.  É triste, mas vale à pena lembrar que com exceção do cristianismo, todas as outras religiões têm presença forte nessa área.

É válido salientar que, no passado, o cristianismo teve forte influência nesta parte do globo; nasceu lá. As igrejas da Ásia Menor estavam lá, agora está tomado pelo islamismo. Por que isto ocorreu? O grito de socorro do carcereiro de Filipos ainda ecoa de lá – “Que devo fazer para que seja salvo?”.

É na janela 10/40 onde se encontra a maior incidência dos problemas sociais da Terra. A maioria dos povos mais pobres do mundo, cerca de oitenta por cento acha-se nesse espaço do globo, além de serem muito fechados à mensagem do Evangelho. Diante desse quadro, apresentaremos maneiras com que podemos enfrentar esse grande desafio da evangelização mundial.

I. UMA BATALHA ESPIRITUAL CHAMADA DE JANELA 10/40

1. Uma verdadeira batalha espiritual

O texto de Efésios 6:10-20 destaca a existência de uma batalha espiritual na qual os crentes em Cristo estão envolvidos. Esta batalha espiritual sujeita-nos a ataques astutos e cruéis do inimigo, conforme mencionado em Efésios 6:11. Dentro desse contexto, é crucial reconhecer que a obra missionária é um campo onde esta luta espiritual ocorre intensamente. É um cenário de enfrentamento e combate que deve ser guerreado com toda reverência, zelo e temor. Portanto, ao nos engajar nessa batalha espiritual na missão, é vital escolher com sabedoria as ferramentas e estratégias que empregaremos para enfrentá-la.

2. Nessa batalha devemos usar armas espirituais

O apóstolo Paulo nos lembra de que nossa batalha não é contra seres humanos, mas contra forças espirituais malignas no mundo celestial (Ef.6:12). Para combater o inimigo nesta batalha é preciso de armas adequadas – a armadura de Deus (Ef.6:11-17). A saber:

ü  O Cinto da Verdade: Representa viver em verdade e integridade.

ü  A Couraça da Justiça: Simboliza viver uma vida justa e reta.

ü  Os Calçados do Evangelho da Paz: Representam estar preparado para pregar o evangelho e viver em paz.

ü  O Escudo da Fé: Significa confiar em Deus para proteção e defesa contra os ataques do inimigo.

ü  O Capacete da Salvação: Simboliza a esperança e segurança da salvação que temos em Cristo.

ü  A Espada do Espírito: Representa a Palavra de Deus, a Escritura, que é uma arma poderosa contra o mal.

ü  A Oração (Ef.6:18-20): Paulo também enfatiza a importância da oração contínua e vigilante como uma arma crucial na batalha espiritual. Devemos orar uns pelos outros e pela obra missionária, buscando a orientação e proteção de Deus.

Portanto, os missionários devem estar equipados com essa armadura e buscar a orientação divina por meio da oração, para enfrentar os desafios e as artimanhas espirituais que possam surgir durante seu trabalho de disseminar a mensagem do evangelho.

3. Enfrentando a batalha espiritual da Janela 10/40

Essa região é como uma janela simbólica que apresenta complexos desafios; é um campo de batalha espiritual bastante tenso. Ali, satanás tem estabelecido o seu trono, e utilizado de seus instrumentos e armas para destruir qualquer cenário diferente do seu.

A "Janela 10/40" é um local de grande relevância para a missão e evangelização devido à sua concentração de cerca de 67 nações. Essas nações enfrentam extrema pobreza e têm uma forte resistência à propagação do cristianismo. Elas abrigam a maioria dos povos não alcançados, compreendendo quase quatro bilhões de pessoas, ou seja, dois terços da população mundial.

Nessa área, estão concentradas as três maiores religiões não cristãs do mundo: o Islamismo, o Budismo e o Hinduísmo. A situação socioeconômica desafiadora desses países e suas barreiras culturais e políticas tornam o trabalho missionário especialmente difícil. No entanto, essa janela representa uma oportunidade estratégica para levar a mensagem do evangelho em locais onde a necessidade espiritual é imensa.

Portanto, a "Janela 10/40" é uma representação simbólica de uma região geográfica vital para o avanço da missão global, onde a evangelização enfrenta obstáculos, mas onde o potencial de impacto é imenso, abrangendo uma grande parte da população mundial.

II. PRINCIPAIS DESAFIOS DA JANELA 10/40

Como já dissemos anteriormente, a expressão "janela 10/40" se refere a uma área geográfica específica que vai aproximadamente de 10 graus a 40 graus de latitude norte do equador, abrangendo várias nações com populações predominantemente não cristãs. Essa região é frequentemente mencionada no contexto de missões cristãs, pois é considerada uma das áreas mais desafiadoras e estratégicas para a disseminação do cristianismo.

Os principais desafios relacionados à "janela 10/40" incluem:

1. A necessidade humana

A "janela 10/40" engloba muitas nações e regiões com altos índices de pobreza, falta de acesso a cuidados de saúde adequados, educação limitada e condições de vida precárias. Nessa região estão as pessoas mais necessitadas financeiramente da Terra. Ali estão as maiores megalópoles (cidades com mais de um milhão de habitantes). A situação nessas megalópoles é muitas vezes marcada pela pobreza extrema, falta de saneamento adequado, escassez de água potável, desnutrição e outros problemas de saúde. Além disso, conflitos políticos, étnicos e religiosos são comuns em algumas áreas, resultando em violência, deslocamento forçado e trauma psicológico.

É essencial abordar essas questões com compaixão, solidariedade e ações práticas. O envolvimento dos missionários para oferecer ajuda humanitária, serviços de saúde, educação e apoio emocional é vital para mitigar o sofrimento e melhorar a qualidade de vida das pessoas na "janela 10/40".

Certamente, a mensagem do Evangelho de Jesus é uma fonte de esperança, conforto e transformação pessoal. É importante que essa mensagem seja pregada a fim de oferecer a salvação e esperança em Cristo Jesus em meio às adversidades enfrentadas por essa população. O amor, a compaixão e o compromisso são fundamentais para alcançar e impactar positivamente a vida das pessoas nessa região, que não pode permanecer fechada à mensagem do Evangelho de Jesus.

“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef.6:12).

2. O desafio da perseguição

Em várias nações da "janela 10/40", a perseguição aos cristãos é, de fato, um grande desafio. Os cristãos enfrentam diversos tipos de perseguição, incluindo restrições legais, discriminação social, violência física, detenção, tortura e até mesmo a morte em alguns casos, o que torna o trabalho missionário desafiador e perigoso.

Segundo informações do portal da Missão Portas Abertas, alguns países na "Janela 10/40" têm leis que limitam ou proíbem a prática do cristianismo. Estas leis são muitas vezes usadas para perseguir os crentes e restringir a liberdade religiosa, e na maioria dos casos são levados à prisão, tortura e morte. Além disso, a pressão social, muitas vezes impulsionada por familiares, comunidade e governo, pode criar um ambiente hostil para os que decidem seguir a fé cristã.

Estes e outros desafios refletem a complexidade da tarefa de espalhar e consolidar a fé cristã na "janela 10/40. Organizações como a Missão Portas Abertas e outras dedicadas à liberdade religiosa e direitos humanos trabalham para aumentar a conscientização sobre a perseguição religiosa na "Janela 10/40", fornecer apoio prático e espiritual aos afetados e advogar por mudanças nas políticas e práticas que visam garantir a liberdade de religião e crença para todos. A conscientização global sobre essa realidade é crucial para mobilizar esforços internacionais visando a proteção dos direitos humanos e a promoção da tolerância religiosa na "Janela 10/40", e em todo o mundo.

Mas, infelizmente, o que se nota é que está aumentando em muito a oposição ao cristianismo nestes países e até mesmo em países, que décadas atrás, predominava a religião cristã. Em breve, o mundo não tolerará o cristianismo ortodoxo. Hoje mesmo, aqui no Brasil, nos sermões evangelísticos não se pode mais empregar textos da Bíblia que venham de encontro aos movimentos ativistas, os quais se infiltram de uma maneira poderosa nas instituições governamentais. Estamos vivendo tempos difíceis. Os escritores sagrados da Bíblia vaticinaram isto (2Tm.3:1-5); Mt.24:10-12; 1Tm.4:1; 2Pd.2:1; 1João 2:1).

III. ESTRATÉGIAS PARA ALCANÇAR PAÍSES DA JANELA 10/40

1. Orando pela Janela 10/40

É de grande importância a oração pelos cristãos e missionários que enfrentam perseguição nos países da janela 10/40. A oração é uma ferramenta poderosa e essencial para fortalecer e manter de pé os missionários que dedicam suas vidas a levar a mensagem do Evangelho a lugares onde enfrentam adversidades e perseguições.

Orar por mais igrejas mantenedoras e obreiros dispostos a se envolver nessa missão é fundamental para ampliar o impacto do trabalho missionário nesses territórios. Além disso, a oração pode abrir os corações dos crentes para a direção de Deus em suas vidas, levando a descobertas de vocações e chamados para servir de maneiras diferentes. É um momento de reflexão e ação, onde podemos buscar a orientação divina e ser motivados a contribuir para a propagação do evangelho e o bem-estar espiritual dos povos não alcançados.

Que possamos unir nossos corações em oração, pedindo a Deus que dê força, coragem e sabedoria aos missionários, protegendo-os e capacitando-os para levar a luz do Evangelho a lugares onde ela é tão necessária. Oremos também para que mais pessoas sejam inspiradas a se dedicar à missão de alcançar os povos não alcançados, e que possamos fazer a diferença através do nosso compromisso com a oração e a ação.

2. Evangelização por meio da ação social

A evangelização por meio da ação social é uma estratégia eficaz e impactante para levar a mensagem do Evangelho a lugares onde pode haver resistência ou desconfiança em relação à fé cristã. Ela permite que os missionários demonstrem o amor de Cristo de maneira tangível e prática, atendendo às necessidades reais das comunidades e construindo relacionamentos baseados no serviço e na compaixão.

A Bíblia nos ensina sobre a importância de demonstrar amor na prática, não apenas com palavras, mas por meio de ações concretas que beneficiem o próximo (1João 3:17,18; Rm.12:20; Fp.2:4; Tg.1:27; 2:14-17). Esse tipo de abordagem alinha-se com o exemplo de Jesus, que não apenas pregou, mas também curou, alimentou e cuidou das pessoas.

Ao executar um trabalho social por meio de um planejamento bem elaborado, os missionários podem oferecer ajuda em diversas áreas, como educação, saúde, alimentação, habitação e sustento. Isso não apenas supre necessidades físicas, mas também cria oportunidades para compartilhar a mensagem do Evangelho de forma contextualizada e relevante para a vida das pessoas.

Além disso, ao incorporar princípios bíblicos de justiça, compaixão e cuidado ao trabalho social, os missionários podem transmitir valores que estão alinhados com a fé cristã, fortalecendo a aceitação e a receptividade da mensagem do evangelho.

Que possamos continuar a buscar maneiras criativas e eficazes de compartilhar o amor de Cristo por meio de ações sociais que atendam às necessidades práticas das pessoas, contribuindo para a transformação de vidas e comunidades.

3. A ação médica-missionária

A ação médica-missionária é, sem dúvida, uma estratégia poderosa para alcançar os países da Janela 10/40. Ela representa uma abordagem prática para demonstrar o amor de Cristo, atendendo às necessidades de saúde das pessoas e proporcionando cuidados físicos e emocionais em um contexto onde o acesso à assistência médica pode ser limitado.

Certa feita Jesus afirmou que “os sãos não necessitam de médicos, mas sim os doentes" (Mt.9:12). Isto destaca a compreensão de Jesus sobre a importância de atender às necessidades físicas das pessoas como um meio de abrir portas para atender suas necessidades espirituais.

Ao cuidar das enfermidades físicas, os médicos e profissionais de saúde podem criar um ambiente propício para compartilhar o Evangelho e demonstrar o amor de Cristo de maneira tangível. Além dos médicos, outras profissões da área de saúde, como enfermeiros, dentistas, terapeutas e profissionais de saúde mental, são igualmente valiosas para nesta missão. A presença desses profissionais na área da saúde pode não apenas tratar doenças, mas também fornecer educação sobre higiene, prevenção de doenças e promoção da saúde.

Essa estratégia não só contribui para a melhoria da qualidade de vida das pessoas nas regiões da Janela 10/40, mas também abre portas para o testemunho do Evangelho e para a formação de relacionamentos significativos com as comunidades locais. A integração dos cuidados de saúde com a proclamação do Evangelho permite que as pessoas vejam o amor de Cristo em ação e, eventualmente, recebam a mensagem da salvação.

Que Deus continue a abençoar e capacitar os profissionais de saúde que se dedicam à obra médica-missionária, para que possam ser agentes de transformação nas vidas e comunidades das nações da Janela 10/40.

CONCLUSÃO

Sem dúvida, a evangelização dos povos da Janela 10/40 é um desafio hercúleo e requer o envolvimento e a sensibilidade de todas as igrejas locais. Qualquer pessoa que tenha um coração disposto a compartilhar o Evangelho e se dedicar à missão de alcançar essas pessoas pode participar desse esforço.

A conscientização sobre o desafio da evangelização na Janela 10/40 e o compromisso contínuo de orar, contribuir e se envolver de diversas maneiras são cruciais para enfrentar esse desafio e levar a mensagem de esperança e salvação a essa região. O engajamento coletivo e a colaboração são essenciais para alcançar esse objetivo.

A IGREJA E O SUSTENTO MISSIONÁRIO

 

                                            Texto Base: Filipenses 4:10-20
“O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus” (Fp.4:19).

Filipenses 4:

10.Ora, muito me regozijei no Senhor por, finalmente, reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.

11.Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.

12.Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.

13.Posso todas as coisas naquele que me fortalece.

14.Todavia, fizestes bem em tomar parte na minha aflição.

15.E bem sabeis também vós, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente.

16.Porque também, uma e outra vez, me mandastes o necessário à Tessalônica.

17-Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que aumente a vossa conta.

18.Mas bastante tenho recebido e tenho abundância; cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus.

19.O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.

20.Ora, a nosso Deus e Pai seja dada glória para todo sempre. Amém!

INTRODUÇÃO

Nesta Lição trataremos da Igreja e o Sustento Missionário. O apóstolo Paulo, ao escrever a epístola aos Filipenses, expressa profunda gratidão pela generosidade deles no sustento da obra missionária (Fp.4:10-20). Ele reconhece que os filipenses compartilharam de suas tribulações e provações, apoiando-o financeiramente durante seu trabalho missionário (Fp.4:10-14). Esse ato de generosidade não era apenas uma questão material, mas também espiritual, pois contribuía para o avanço do Evangelho.

Em outras passagens das Escrituras, como na Segunda Epístola aos Coríntios, vemos Paulo tratando da questão do sustento financeiro na obra missionária. Ele faz uma comparação interessante entre a igreja de Corinto e outras igrejas, como as da Macedônia (2Co.8:1-5). Os macedônios, assim como os filipenses, deram de maneira generosa, apesar de suas próprias dificuldades financeiras. Por outro lado, os coríntios, que também haviam se comprometido a ajudar, estavam encontrando desafios em cumprir suas promessas. Paulo usa essa comparação para exortar os coríntios a serem igualmente generosos e fieis em seu sustento à obra missionária, demonstrando que a generosidade deve ser um reflexo do amor e da obediência a Deus.

A Igreja precisa cuidar do obreiro, e não apenas da obra. A Igreja demonstra cuidado com o obreiro à medida que lhe dá suporte financeiro para realizar a Obra. Todos os recursos para a realização da obra de Deus já foram providenciados: estão nas mãos dos crentes. Que tenhamos o perfeito entendimento de que investir financeiramente na obra missionária é ajuntar tesouros na eternidade!

I. A IGREJA DE FILIPOS E O SUSTENTO MISSIONÁRIO

1. Paulo e a igreja de Filipos

A relação entre o apóstolo Paulo e a igreja de Filipos é profundamente significativa no contexto do Novo Testamento. A igreja de Filipos foi uma das comunidades cristãs que Paulo fundou durante suas viagens missionárias. A história desse relacionamento é detalhada no livro de Filipenses, uma das epístolas escritas por Paulo.

Paulo e Silas, acompanhados por Timóteo e Lucas, chegaram a Filipos durante sua Segunda Viagem Missionária, por volta do ano 49-50 d.C. (Atos 16:11-40). Eles iniciaram a pregação do Evangelho na cidade e, notavelmente, uma mulher de nome Lídia, vendedora de púrpura e prosélita do judaísmo, foi convertida a Cristo e, posteriormente, o carcereiro da prisão onde foram detidos.

Após a fundação da igreja em Filipos, Paulo manteve uma relação estreita e amorosa com essa igreja; ela se tornou parceira na propagação do Evangelho e contribuiu para o sustento financeiro e emocional de Paulo em suas atividades missionárias. O texto base desta Lição – Filipenses 4:10-20 - mostra que o apóstolo Paulo aceitou a oferta dos crentes da igreja de Filipos, que foi entregue voluntariamente ao apóstolo, de modo que serviu para o seu sustento. De fato, o apóstolo era um missionário que vivia por fé.

É válido salientar que a Igreja de Filipos não apenas enviara dinheiro a Paulo, mas também consolo (2Tm.1:16). Ela não apenas supria as suas necessidades físicas, mas também emocionais e espirituais (Fp.4:14). Os filipenses renovaram sua bondade de dois modos: ajudando o apóstolo financeiramente e partilhando sua aflição. Era uma igreja que contribuía para a obra missionária não apenas por um desencargo de consciência, mas, sobretudo, por um profundo gesto de amor ao missionário.

O pr. Hernandes Dias Lopes afirma que a Igreja de Filipos tinha o coração maior do que o bolso. Eles davam não do que sobejava, mas das suas próprias necessidades. Ofertavam sacrificialmente. Nada tinham, mas possuíam tudo. Olhavam a contribuição não como um peso, mas como uma graça, como um dom imerecido de Deus (2Co.8:1). Não apenas davam com generosidade, mas também com sacrifício (2Co.8:2), pois ofertavam não apenas segundo suas posses, mas voluntariamente ofertavam acima delas (2Co.8:3). Eles ofertavam não apenas para Paulo, o plantador da igreja, mas também para irmãos que jamais tinham visto (2Co.8:4). Eles deram não apenas dinheiro, mas eles mesmos (2Co.8:5).

A igreja de Filipos jamais teve falta de interesse em ajudar o apóstolo; teve, sim, circunstâncias desfavoráveis para fazê-lo. Hoje, muitas igrejas têm oportunidade para ajudar os missionários, mas lhes falta interesse.

2. O privilégio de participar do sustento missionário

A atitude dos filipenses em apoiar a obra missionária serve de inspiração e modelo para a participação ativa e alegre dos membros e obreiros das igrejas locais de hoje no sustento financeiro e no apoio aos missionários e suas famílias. Os filipenses contribuíram voluntariamente e com alegria para o sustento de Paulo e seu ministério (Fp.4:15). Esse exemplo destaca a importância de oferecer nosso apoio financeiro e emocional com um coração grato e generoso.

Além do apoio financeiro, a oração é uma maneira essencial de apoiar os missionários. Interceder em favor deles, de suas famílias e de suas atividades missionárias fortalece o trabalho que estão realizando e os protege espiritualmente (Ef.6:18-19). Ao fazer assim, estamos cumprindo nossa vocação de sermos cooperadores na obra de Deus e de espalhar o amor e a mensagem de Cristo por todo o mundo.

3. Esferas de sustento missionário

O sustento missionário envolve diversas esferas que abrangem o suporte necessário para que os missionários possam cumprir seu chamado e desempenhar seu trabalho de forma eficaz. Essas esferas são fundamentais para garantir que os missionários tenham os recursos necessários para viver e realizar sua missão. Aqui estão algumas esferas de sustento missionário:

a) Sustento Financeiro:

ü  Doações Individuais e da Igreja. Contribuições financeiras de membros de igrejas locais e organizações, incluindo ofertas regulares e doações específicas para a obra missionária.

ü  Apoio de Organizações Missionárias. Organizações missionárias podem prover suporte financeiro para os missionários, incluindo salários, despesas de viagem, saúde e educação.

ü  Parcerias empresariais ou profissionais. Alguns missionários podem estabelecer parcerias com empresas ou profissionais que fornecem suporte financeiro ou recursos para suas atividades missionárias.

b) Apoio Emocional e Espiritual:

ü  Aconselhamento e orientação pastoral. Orientação e apoio emocional fornecido por líderes espirituais e conselheiros para lidar com desafios emocionais, espirituais e relacionais.

ü  Interação com a Comunidade Cristã. Participação ativa na comunidade cristã, compartilhando experiências e recebendo encorajamento e orações.

ü  Redes de apoio e grupos de oração. Participação em grupos de oração e redes de apoio específicos para missionários, que oferecem orações, apoio e comunhão.

c) Apoio Logístico:

ü  Hospedagem e Moradia. Provisão de local seguro e adequado para morar, seja por meio de aluguel, residência fornecida pela organização missionária ou aquisição própria.

ü  Transporte. Fornecimento de veículos ou recursos para deslocamentos necessários durante o trabalho missionário.

ü  Assistência Administrativa. Auxílio com trâmites burocráticos, vistos, documentação e outras questões administrativas.

Estas, dentre várias outras, são as principais esferas do sustento missionário, fundamentais para garantir que os missionários estejam bem equipados e apoiados para cumprir sua missão de forma eficaz e frutífera. A colaboração e o suporte contínuo da Igreja Local e organizações missionárias são cruciais para o êxito da obra missionária.

II. PRINCÍPIOS BÁSICOS ACERCA DO SUSTENTO MISSIONÁRIO PELA IGREJA

1. O custo do sustento financeiro

Antes de se lançar em qualquer projeto missionário, a igreja local deve fazer os cálculos de custos. É fundamental que haja um planejamento financeiro e logístico abrangente. É vital que a igreja local faça uma avaliação minuciosa dos custos envolvidos antes de enviar os missionários para o campo. Esse processo envolve diversos passos e considerações essenciais:

a) Estudo do padrão de vida no país de destino. Antes de tudo, é essencial entender o padrão de vida, os custos de vida e as despesas básicas no país para onde os missionários serão enviados. Isso inclui moradia, alimentação, educação, saúde e outras necessidades básicas.

b) Contrato claro e detalhado. Estabelecer um contrato claro e detalhado entre a igreja local e o missionário é crucial, antes do envio dele. Esse contrato deve documentar todos os acordos, responsabilidades e expectativas, proporcionando clareza e transparência a ambas as partes.

c) Avaliação e revisão periódica. É necessário realizar uma avaliação e revisão periódica do contrato e dos custos associados à obra missionária. Os custos podem mudar ao longo do tempo, e é importante que o suporte financeiro seja ajustado de acordo com as necessidades emergentes.

d) Custos da obra e sustento pessoal. Além dos custos pessoais relacionados ao missionário e sua família, é crucial considerar os custos da própria obra missionária, como materiais, transporte, logística e outras despesas operacionais.

e) Autossustentabilidade a longo prazo. Os custos relatados nos itens anteriores respaldarão a obra missionária até que esta adquira condições de se autossustentar e dar assistência ao obreiro em todas as áreas de sua vida. Isso significa que a comunidade local deve ser capacitada para financiar e manter a obra por conta própria, possibilitando que os missionários se concentrem em outros aspectos da missão.

Enfim, o planejamento financeiro e logístico antes do envio de missionários é essencial para garantir o êxito e a eficiência da obra missionária.

2. Princípios básicos do sustento missionário

Com base no texto bíblico de Filipenses 4:10-20, apresentamos alguns princípios básicos a respeito do sustento missionário. Eles são valiosos e fornecem uma orientação sólida sobre o sustento missionário. Vejamos:

a) Organização e consideração das necessidades dos missionários. O suporte financeiro aos missionários deve ser organizado e estruturado de forma a atender às necessidades específicas no campo missionário. É importante não ignorar as carências e desafios que os missionários enfrentam, garantindo que recebam o apoio necessário para cumprir sua missão de maneira eficaz.

b) Coleta e entrega eficiente do sustento. O sustento deve ser coletado nas igrejas e entregue regularmente aos missionários de maneira eficiente e responsável. Uma gestão cuidadosa na coleta e distribuição é essencial para garantir que os recursos cheguem aos missionários de forma oportuna e adequada.

c) Ofertas voluntárias como expressão de gratidão. O sustento de missões é uma resposta voluntária dos fiéis, expressando sua gratidão a Deus pela salvação. Os fiéis, movidos pelo amor a Deus e ao próximo, contribuem de forma voluntária e generosa para apoiar a proclamação do Evangelho e sustentar os missionários enviados.

d) Suporte além do básico. O suporte financeiro aos missionários não deve ser apenas o básico, mas deve ser amplo e condizente com a natureza do trabalho missionário. Isso significa prover recursos suficientes para que os missionários possam cumprir sua missão de maneira eficaz e frutífera.

Esses princípios extraídos de Filipenses 4:10-20 oferecem uma base sólida para a prática do sustento missionário, destacando a importância da organização, generosidade, gratidão e compromisso contínuo. O apoio financeiro é essencial para o avanço da obra missionária, e seguir esses princípios contribui para uma colaboração eficaz entre as igrejas e os missionários, visando o alcance das nações com a mensagem do Evangelho.

3. Um apoio fiel e permanente

O sustento de missões deve ser contínuo e permanente, garantindo que os missionários tenham uma fonte consistente de recursos ao longo do tempo. Isso ajuda a manter a estabilidade financeira e a permitir que os missionários concentrem sua energia na obra missionária.

Com base na passagem bíblica de Filipenses 4:15,16, é evidente que o apóstolo Paulo valorizava imensamente o suporte constante e fiel dos Filipenses ao seu ministério. Esse suporte não era apenas uma oferta financeira, mas também uma expressão de amor, comunhão e cuidado mútuo entre a igreja local e o missionário. Mas essa sustentação financeira aos missionários precisa ser sistemática, pois as necessidades dos obreiros são diárias. Não é suficiente enviar ofertas esporádicas. A contribuição precisa ser metódica, suficiente e continua. É válido salientar que, caso não haja o cumprimento rigoroso do sustento financeiro, o trabalho missionário pode ser gravemente comprometido.

Portanto, a igreja local tem a responsabilidade de não apenas iniciar o suporte, mas também mantê-lo de forma contínua e consistente ao longo do tempo. Isso é vital para não deixar o obreiro e sua família desamparados no campo de trabalho (Fp.4:16).

III. APRENDENDO A INVESTIR NA OBRA MISSIONÁRIA

1. Igreja de Filipos x Igreja de Corinto

Ao contrário da igreja de Corinto, a igreja de Filipos era um exemplo de generosidade missionária (Fp.4:15-19), pois como vimos, ela enviava oferta para o sustento do apóstolo Paulo. Paulo destaca a diferença na atitude dessas duas igrejas em relação à generosidade missionária, especialmente no contexto do apoio financeiro que foi dado a ele.

Na carta aos Filipenses (Fp.4:15-19), Paulo agradece à igreja de Filipos pela generosidade em enviar ofertas para apoiá-lo em sua missão. Por outro lado, na carta aos Coríntios (1Co.1:4-7; 12:1-31; 2Co.8:7; 12:7), Paulo menciona a abundância dos dons espirituais e conhecimento que a igreja de Corinto possuía, mas também destaca a insensibilidade de alguns membros em relação ao sustento financeiro para a obra missionária. A igreja de Corinto não estava atendendo adequadamente às necessidades financeiras do apóstolo Paulo, o que o levou a receber apoio de outras igrejas, como a de Filipos.

Paulo destaca a importância da contribuição financeira para a obra missionária, citando passagens como Gl.6:6, Rm.15:25-28, 1Tm.5:18 e 1Co.9:9-14. Esses trechos bíblicos enfatizam a importância da generosidade e do suporte financeiro para a obra missionária, mostrando que as contribuições das igrejas eram cruciais para que o apóstolo Paulo pudesse exercer suas atividades missionárias de maneira eficaz.

2. Tendo consciência de nosso dever

Nos ensinamentos do apóstolo Paulo, a ideia é que quando contribuímos para a obra missionária ou para qualquer ação que promova o Reino de Deus, estamos investindo espiritualmente. Esses investimentos não são apenas financeiros, mas também atitudes e ações que refletem nossa fé e obediência a Deus.

Ao contribuir de coração para a obra missionária, crendo que estamos fazendo a vontade de Deus, podemos ter confiança de que Ele suprirá nossas necessidades (Fp.4:19). A generosidade e o suporte às missões são vistos como investimentos que resultarão em bênçãos e recompensas espirituais, é a certeza de que estamos ajuntando tesouros no Céu (Mt.6:20,21).

3. Pessoas financiando a obra divina

Em Lucas 8:1-3 um grupo de mulheres acompanhavam nosso Senhor e o serviam com seus bens, ou seja, sustentava financeiramente o ministério de Jesus e seus discípulos.

Essas mulheres demonstram a importância da contribuição financeira para sustentar o ministério e a obra missionária. Esse modelo de apoio financeiro à obra missionária, seja direta ou indiretamente, é crucial para que a mensagem do Evangelho alcance lugares e pessoas ao redor do mundo.

Nem todos podem estar diretamente no campo missionário, mas podem contribuir financeiramente para sustentar missionários, organizações e projetos que estão envolvidos na missão transcultural. Esse tipo de apoio não apenas auxilia na manutenção das atividades e na subsistência dos missionários, mas também viabiliza a disseminação do Evangelho em regiões onde pode ser escasso ou necessitado.

A contribuição financeira dos crentes é uma forma prática de participar da grande comissão de Jesus de fazer discípulos de todas as nações (Mt.28:19,20). Portanto, seja através da atuação direta no campo missionário ou do suporte financeiro, cada crente pode desempenhar um papel fundamental na expansão da mensagem do Reino de Deus e na promoção da fé cristã ao redor do mundo.

CONCLUSÃO

Para que a obra de Deus seja realizada efetivamente e com êxito, Deus conta com cada um de seus filhos, com todos os seus dons, talentos e recursos. Deus conta com você para entrar no seleto grupo de mantenedores da obra missionária. Isto é um princípio central na fé cristã. A obra missionária não é apenas para alguns poucos, mas uma responsabilidade coletiva de todos os crentes. Portanto, cada um pode ser um elo nessa cadeia de apoio, permitindo que a obra missionária seja realizada de forma eficaz e frutífera, alcançando lugares e pessoas que ainda não ouviram a mensagem do Evangelho. Todos são chamados a fazer a sua parte na extensão do Reino de Deus, seja por meio do sustento financeiro, orações, testemunho pessoal ou outras formas de envolvimento ativo.