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A SABEDORIA SE MANIFESTA NA PRÁTICA

Textos: Tg. 3.13-18


INTRODUÇÃO
É comum às pessoas desta geração buscarem informações, algumas delas ainda se interessam por conhecimento, mas poucas querem realmente sabedoria. No estudo desta semana atentaremos para a verdadeira sabedoria, como demonstração de temor a Deus, demonstrada em obediência. Mostraremos, a princípio, a partir das orientações de Tiago, o que é a verdadeira sabedoria, em seguida, destacaremos que essa se manifesta na prática, e por fim, que é evidência de uma vida cristã autêntica.

1. A VERDADEIRA SABEDORIA
A fonte da verdadeira sabedoria é o próprio Deus, considerando que os homens, pelas suas investigações, são incapazes de obtê-la. Por isso Tiago pergunta: Quem é sábio e tem entendimento? A concepção de sabedoria em Tiago é bastante parecida com aquela do autor dos Provérbios (Pv. 8.1-21). Para esses a sabedoria é muito mais que mero acúmulo de conhecimento, trata-se de uma compreensão da vontade de Deus, e de uma prática condizente com essa revelação. Os gregos antigos se vangloriavam de sua sophia – sabedoria, por isso faltava-lhes humildade. Como diz Paulo, ao escrever aos Romanos, os intelectuais, dizendo-se sábios, tornaram se loucos e trocaram a glória de Deus imortal por imagens (Rm. 1.22,23). Os sábios segundo o mundo precisam ser mais humildas, reconhecerem que necessitam de Deus, e que não sabem de tudo, admitirem que são ignorantes em relação a muitas coisas, principalmente no que tange às de Deus (Sl. 111.10). A prepotência do neoateismo tem distanciado muitas pessoas de Deus, a falta de humildade e senso de ignorância, conduz o ser humano a pensar que é maior que o Criador. Ser ateu significa fechar-se ao mistério, à possibilidade da revelação divina, a assumir-se dogmático em relação à existência de Deus, a acreditar na eternidade da matéria, mesmo sem ter fundamento científico. Há intelectuais que têm muito conhecimento, graduam-se, fazem seus mestrados e doutorados, por causa disso perdem a singeleza de coração. Isso resulta, no contexto da Epístola de Tiago, em soberba, e dificuldade para manter relacionamentos duradouros e saudáveis (Tg. 3.13,14). A razão dessa condição está na fonte dessa sabedoria, que é da terra, não do céu. A verdadeira sabedoria vem do alto, não é uma empreitada humana, tal como foi a torre de Babel (Gn. 11.9).

2. MANIFESTA-SE NA PRÁTICA
Essa sabedoria humana se caracteriza por: 1) ser terrena (Tg. 3.15), portanto é deste mundo (I Co. 1.20,21), proveniente da mera razão humana; 2) ser animal, ou mais propriamente, física (Tg. 3.15), ou natural ( Co. 2.14); e 3) ser demoníaca (Tg. 3.15), por se respaldar nas mentiras do diabo (Rm. 1.18-25), pois ele é o pai da mentira (Jo. 8.44). A verdadeira sabedoria, a que vem do alto, portanto de Deus, é fruto de oração (Tg. 1.15), é recebida quando alguém a busca, e se predispõe a se apropriar dela, é uma dádiva do Senhor (Tg. 1.17), A manifestação concreta dessa sabedoria é o próprio Cristo, nEle repousa a sophia tou theou – a sabedoria de Deus (I Co. 1.13), os tesouros da sabedoria são encontrados nEle (Cl. 2.3). A maneira de conhecermos essa sabedoria é através da Palavra de Deus, pois são as Escrituras que nos tornam sábios para a salvação (II Tm. 3.15). A sabedoria humana se manifesta: 1) por meio de inveja amargurada (Tg. 3.14,16), busca apenas a autopromoção, rouba a glória de Deus (I Co. 1.23-31); 2) um sentimento faccioso (Tg. 3.14,15), é o partidarismo, na busca pela satisfação dos interesses particulares (Fp. 2.3); 3) fundamentada na mentira (Tg. 3.14), se alimenta da vaidade, e não respeita limites para adquirir fama (I Co. 4.5). Mas a verdadeira sabedoria, que se manifesta na prática, é pura (Tg. 3.17), está livre da ambição e dos sentimentos de vangloria; é pacificadora (Tg. 3.17) não semeia contendas entre os irmãos, estimulando a competitividade (Tg. 4.1,2); é ponderada (Tg. 3.17), não se lança precipitadamente, principalmente para tirar vantagem dos mais fracos. A verdadeira sabedoria também é tratável, se deixa persuadir com facilidade, demonstra abertura para o aprendizado. Há pessoas nas igrejas que, assim como procedeu Nabal, não conseguem maturidade espiritual, pois são intratáveis (I Sm. 25.3,17). A sabedoria do alto também é cheia de misericórdia (Tg. 3.17), não lida com as pessoas demonstrando inclemência, muito pelo contrário, sabem que foram alcançados pela graça de Deus, por isso demonstram amor e compaixão. Essa é uma sabedoria que produz frutos dignos de arrependimento, está fundamentada nas virtudes do Espírito (Gl. 5.22), por isso não mostra parcialidade, principalmente em relação aos mais pobres (Tg. 3.17), e não se revela fingida, com hipocrisia, visando apenas benefícios particulares.

3. DA VIDA CRISTÃ AUTÊNTICA
A vida cristã dever ser marcada pela autenticidade, nela não há lugar para fingimentos, ou palavras frívolas. Os fariseus do tempo de Jesus eram pessoas que se pautavam em uma religiosidade aparente (Mt. 23). Eles foram denunciados por Jesus porque não levavam a sério sua crença em Deus, e mais que isso, se gloriavam das suas exterioridades, em detrimento dos valores interiores. Nestes dias, nos quais as igrejas evangélicas buscam apenas aumentar o número dos seus adeptos, carecemos de uma fé cristã autêntica, diferente do fermento dos fariseus e saduceus, que busca crescimento a qualquer custo (Mt. 6.6,7). A vida cristã autêntica é uma escolha, que se fez apesar de tudo e de todos, uma entrega incondicional, uma disposição a confiar na Palavra de Deus (Rm. 11.8-12). Por esse motivo, os cristãos, em todos os tempos, precisam decidir, se viverão a partir da sabedoria da terra ou do céu. As opções que o mundo oferece são as mais diversas, as obras da carne se apresentam como uma alternativa atraente (Gl. 5.17). Mas não estamos determinados a nos conduzir pela natureza pecaminosa, para isso é preciso investir na vida espiritual, na sabedoria praticada, concretizada na disciplina. O hedonismo tem influenciado muitos cristãos a entregarem-se aos desejos pecaminosos. Há aqueles que não fazem mais a diferença entre o que é certo e o que é errado, estão com as mentes cauterizadas (I Tm. 4.1,2). Um pensador disse, expressando a visão deste mundo, que a melhor maneira de vencer uma tentação é entregar-se a ela. Até mesmo os cristãos estão esquecendo a sabedoria do alto, e se voltando para os prazeres como um fim último. As consequências da falta de sabedoria do alto são desastrosas, de acordo com Tiago, resultam em desordem, e em todo tipo de prática vil. Por outro lado, a sabedoria do alto, traz colheita de justiça. Como bem lembrou Paulo aos Gálatas, e bastante apropriado aos cristãos de hoje, aquilo que o homem plantar, isso também ceifará (Gl. 6.7). Deus não se deixa escarnecer, portanto, sejamos cautelosos em relação às sementes que estamos colocando na terra (Pv. 22.8).

CONCLUSÃO
Há cristãos que desprezam a sabedoria de Deus, o autor de Provérbios nos lembra que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria (Pv. 1.7). Salomão, após ter passado pela juventude, e ao se encontrar em idade avançada, lembrou que o melhor é viver para o Criador. Esse é o dever de todo homem e mulher que deseja agradar ao Senhor, e viver autenticamente para Ele (Ec. 12.13). Essa sábia opção, além de satisfazer a Deus, nos faz bem, pois a vontade do Senhor, em Sua sabedoria, não é para o nosso mal, antes para bem (Rm. 12.1,2). PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!


O PODER DA LÍNGUA

Texto: Tg. 3.1-12


•INTRODUÇÃO
O uso inadequado da língua pode resultar em prejuízos irreparáveis. Por isso, o cristão precisa ter cuidado para não se perder ao falar. No estudo desta semana veremos a respeito desse importante assunto. Inicialmente mostraremos o poder da língua, principalmente para a destruição das vidas. Em seguida, nos voltaremos para o perigo de uma língua descontrolado, que leva à ruina. Ao final, apontaremos algumas direções com vistas ao uso correto da língua, com vistas à edificação.

•1. O PODER DA LÍNGUA
As palavras têm o poder de ferir as pessoas, por isso todo cristão deveria medir bem as consequências do que vai dizer. Esse tema é recorrentemente abordado por Salomão nos Provérbios. Em Pv. 6.16-19 encontramos seis pecados que Deus aborrece, e um que Ele abomina, três deles ligados à língua: a língua mentirosa, a testemunha falsa e o que semeia contenda entre os irmãos. Para Tiago, o domínio da língua é uma das manifestações da verdadeira religiosidade. Ninguém pode se considerar autenticamente cristão a menos que seja capaz de dominar a sua língua. Aqueles que estão no magistério cristão, isto é, que foram vocacionados para o ensino, devem ter mais cuidado ainda (Tg. 3.1). Os líderes costumam ser observados nesse particular, e se não vigiarem poderão colocar o ministério a perder por causa de uma língua desenfreada. Há pastores que perdem o controle por qualquer motivo, e ao se exasperarem revelam quem seus sentimentos mais destruidores. Por esse motivo Tiago lembra que aquele que não tropeça na língua é varão perfeito (Tg. 3.2). Não podemos deixar de destacar que a língua tem o poder de dirigir, podemos orientar uma multidão pelo poder da língua (Tg. 3.3,4). Muitos líderes levaram as massas a tomar decisões pelo poder da palavra, como Martin Luther King Jr. E Adolf Hitler. O primeiro usou as palavras em prol dos direitos civis, para o bem da sociedade. O segundo também o usou a língua, conseguiu atingir as massas, mas para propagar ideias destruidoras. Isso mostra que a língua tanto tem o poder de construir quanto destruir, motivar as pessoas quanto menospreza-las. Ainda que essa seja pequena, comparada por Tiago a um freio e leme, é capaz de causar estragos de alta proporção. Como uma fagulha e uma porção de veneno, pode incendiar uma floresta inteira. Um boato na igreja pode destruir uma pessoa, e em alguns casos, toda uma família (Ef. 4.29). Os cristãos devem avaliar criteriosamente as declarações a respeito de um irmão ou irmã, antes de dirigir qualquer julgamento. A língua pode ser: perigosa (Tg. 3.6), indomável (Tg. 3.7). Por outro lado, esse pequeno instrumento também pode ser utilizado para glorificar a Deus, e para abençoar as pessoas.

•2. O DESCONTROLE DA LÍNGUA
Tiago destacou, no início da sua Epístola, que se alguém se considera religioso, mas não refreia a sua língua, engana-se a si mesmo. Sua religião não tem valor algum (Tg. 1.26). O descontrole da língua é um desastre, por isso os que ocupam posição de liderança devem estar atentos (Gl. 6.7). Isso porque, como advertiu o Senhor, a quem muito é dado, mais ainda será exigido (Lc. 12.48). Um líder com uma língua descontrolada é perigoso porque ele pode fazer tropeçar um dos pequeninos do Senhor (Mt. 18.6). Há pastores que utilizam o púlpito para desabafar, alguns deles para verbalizar seus descontroles emocionais. Esses estão ferindo muitos cristãos com suas palavras impensadas, além de desviar as ovelhas do rebanho, ainda preparam a própria ruina (Mt. 7.1,2; Rm. 2.1-3). Jesus lembrou que a boca fala do que o coração está cheio (Mt. 12.34), há pessoas que estão cheias de ódio e ressentimento. Por isso, quando se dirigem aos outros, até mesmo dentro das igrejas, liberam apenas veneno. Lembremos que é do interior do coração que vêm os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, homicídios, adultérios, cobiças, engano, arrogância e insensatez (Mc. 7.21,22). Existem pessoas tóxicas, que não há quem suporte ficar perto delas, não desperdiçam as oportunidades para causar destruição através da língua. Como bem lembra o autor dos Provérbios, essas pessoas estão sendo conduzidas à destruição (Pv. 10.8), pois acomodam sentimentos de violência (Pv. 10.11), elas cavam a própria cova (Pv. 26.27,28), suas conversas é armadilha e desgraça (Pv. 18.7). O uso da língua no ambiente familiar precisa ser bem avaliado, muitos pais estão destruindo a vida dos filhos, dirigindo-lhes palavras de menosprezo. Há pais que adjetivam seus filhos com palavras de menosprezo, resultado em baixa estima, e complexo de inferioridade. Marido e mulher devem ponderar no uso das palavras, os julgamentos precipitados, expressões jocosas, podem destruir o relacionamento conjugal. Ao invés de usar as palavras para destruir, devemos elogiar sempre que possível, reconhecendo o potencial das pessoas.

•3. O USO CORRETO DA LÍNGUA
O domínio da língua deve ser a meta de todo cristão que quer viver uma religiosidade madura. Como os homens aprenderam a domar os animais, devem fazer o mesmo com a língua. E isso somente poderá ser feito pelo poder do Espírito Santo, através da produção do Seu fruto no cristão (Gl. 5.22). Ao longo do tempo, em um processo de “adestramento” espiritual, o cristão aprende a não se enredar por meio do falar (Pv. 12.13). Devemos aprender com Jesus, até mesmo quando somos insultados, a não abrir a boca, a entregar as palavras destruidoras àquele que julga com justiça (I Pe. 2.22,23). Como Davi, devemos orar ao Senhor pedindo que Ele coloque uma guarda à nossa boca (Sl. 141.3). Reconhecemos que há em nós uma natureza corrompida, que precisa ser controlada pelo Espírito (Mt. 7.15-18). Mas quando somos espirituais, dirigidos pelo Espírito, orientados pela Palavra, controlamos os lábios (Tg. 3.12). O cristão deve investir na coerência, na relação entre o que diz e o que faz, não pode haver dubiedade, muito menos contradição, entre o falar e o proceder do cristão (Tg. 5.12). Evidentemente não somos perfeitos, mas não podemos deixar de buscar a perfeição. Não devemos permitir que palavras imorais nos conduzam à impureza, tenhamos cuidado com aqueles que se assentam na roda dos escarnecedores, apenas para falarem impropérios (Mt. 15.18,19). No dia de Juízo daremos conta de toda palavra inútil que tivermos falado, seremos absolvidos ou condenados pelas nossas palavras (Mt. 12.36,37). A língua deve ser um instrumento para o cristão abençoar, não amaldiçoar as pessoas. O uso correto da língua mostra quem de fato somos, afinal somos conhecidos pelos nossos frutos, e um deles é a palavra (Mt. 7.16-20). Quando falamos revelamos quem somos, nossas crenças, posições e interesses. Se investimos em espiritualidade, mostraremos por meios das palavras, que somos de Deus (Ef. 4.29).

•CONCLUSÃO
Com o autor de Provérbios, devemos lembrar sempre que a língua tem um poder terapêutico, portanto, devemos usar a língua para o bem do próximo, nunca para o mal (Pv. 12.18; 15.4). A sabedoria consiste justamente na capacidade de saber distinguir o momento de falar e o de ficar calado (Pv. 10.19). O descontrole deve dar lugar à paciência, para não sermos contados entre os tolos (Ec. 7.8,9). Ao invés de revidar, o melhor mesmo é aceitar a instrução do Senhor, somente assim seremos verdadeiramente sábios (Pv. 19.20). PENSE NISSO! 

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FÉ SE MANIFESTA EM OBRAS


Textos: Tg. 2.14-26

•INTRODUÇÃO
As obras dos cristãos não podem ser incompatíveis com sua fé, na verdade, diante dos homens, a fé somente pode ser demonstrada por meio das obras. No estudo desta semana atentaremos para essa relação necessária na vida cristã. Os teólogos costumam explicá-la utilizando duas palavras: ortodoxia (doutrina correta) e ortopraxia (prática correta). Além dessa relação, destacaremos, nesta lição, que somos sal da terra e luz do mundo, e nos voltaremos para alguns exemplos bíblicos de fé manifesta por meio das obras.

•1. A RELAÇÃO ENTRE FÉ E OBRAS
Em sua Epístola Tiago destaca que há uma relação direta e necessária entre a fé (ortodoxia) e obras (ortopraxia). Existe uma tendência aos extremos no movimento pentecostal, aqueles que defendem que devemos priorizar a fé, e outros, esse ao que me parece maioria, que defende meramente a prática. Mas uma não se sustenta sem a outra, não existe uma prática apropriada a menos que essa esteja alicerçada na sã doutrina (II Tm. 4.3). No texto de Tiago, a fé e as obras devem ser demonstradas em obediência, isso inclui compromisso com Cristo, esse ensinado coaduna-se a posição paulina (Rm. 1.5; Gl. 5.6). Essa posição precisa ser reafirmada constantemente no movimento pentecostal, principalmente porque estamos testemunhando aquilo que Bonhoeffer denominou de graça barata. Para esse mártir alemão, a graça barata é um perigo para a igreja, pois “é um inimigo mortal (...) quer dizer a venda no mercado como qualquer produto (...) dos pecados, as consolações da religião são jogados a preço de queima (...) é a negação da Encarnação, da realidade do Espírito Santo, graça e fruto, figueira sem fruto”. O cristianismo autêntico está em declínio em alguns contextos pentecostal, na ânsia por aumentar seus adeptos, muitos líderes estão fazendo concessões que deveriam ser inegociáveis. A marca da fé cristã continua sendo o amor-agape, sem este não passamos de barulho (I Co. 13), isso pode ser constatado no fato de que muitos lembram Jo. 3.16, mas esquecem do que está escrito em I Jo. 3.16. Além disso, precisamos resgatar, em nossas igrejas, a doutrina do novo nascimento, ao invés de querer transformar nossos encontros em meros espetáculos (Jo. 3.3). Esse cristianismo barato é irrelevante, algumas “igrejas” locais não fazem a menor falta se forem fechadas. Simplesmente porque elas não representam Cristo na terra, na verdade há algumas que prestam desserviço a causa do Reino de Deus. A igreja de Jesus Cristo não pode esquecer que é o Corpo, e deve agir com tal, sendo as mãos do Senhor no auxílio aos necessitados, andando milhas para levar a agradável mensagem de vida eterna (Cl. 1.24).

•2. LUZ DO MUNDO E SAL DA TERRA
A igreja de Jesus, para ser relevante, deve saber que é sal da terra e luz do mundo. Sem assumir essa característica, seremos apenas uma agremiação humana (Mt. 5.13). Como sal a igreja tem a missão de evitar que o mundo se torne insípido. Por esse motivo Jesus não nos tirou do mundo, orou ao Pai para que nos livrasse dos mal (Jo. 17.15). Alguns cristãos querem se voltam para o isolacionismo, usam até a doutrina do arrebatamento para apregoarem um escapismo irresponsável. Mas como cristãos devemos assumir nossa responsabilidade, não apenas denunciando os pecados morais, também os sociais. O mundo não sabe, mas precisa da igreja, ela é a causa do império do mal não está ainda reinando em sua plenitude, pois o Espírito Santo nela habita (II Ts. 2.6,7). Mas há igrejas que se tornaram como o mundo, se venderam aos caprichos deste tempo presente. Como Demas, amam o presente século, e se afastar da missão para a qual foi chamada (II Tm. 4.10). Há igrejas que perderam o brilho, não podem mais dizer que são luz do mundo, tornando-se insípidas, para nada mais prestam, apenas para ser pisadas pelos homens. Uma igreja relevante é luzeiro no mundo, ela dispersa as trevas, e por causa da sua atitude profética, é temida, até mesmo pelas autoridades (Fp. 2.15). Mas uma igreja que se vendeu à corrupção não consegue mais denunciar o pecado, algumas delas estão em conchavo direto com os poderes mundanos. A igreja profética de Jesus Cristo deve se posicionar diante do pecado, não pode se omitir quando o direito dos mais pobres é vituperado, quando leis injustas são promulgadas para a opressão (Is. 10.1). A luz da igreja precisa brilhar, cada vez mais forte, refletindo a imagem dAquele que nos chama para Deus e o próximo (Mt. 22.37-40). Está na hora de abandonarmos a fé meramente intelectiva, isto é, que se baseia em axiomas, mas que não se materializa em obras, dignas de arrependimento (Mt. 3.8). O verbo crer – pisteuo em grego – revela ação, um compromisso com o objeto da crença. Existem cristãos que conhecem bem as doutrinas bíblicas, são verdadeiras enciclopédias ambulantes, mas que não vivem a partir dos princípios exarados nas Escrituras.

•3. EXEMPLOS BÍBLICOS DE FÉ E OBRAS
Tiago destaca alguns exemplos bíblicos de personagens que demonstraram sua fé pelas obras, dentre eles Abraão e Raabe. A fé (gr. pistis) a respeito do qual aborda o apóstolo está em consonância com a galeria da fé de Hebreus 11, que pode muito bem ser traduzida como fidelidade. Existem exemplos bíblicos nesse capítulo que revelam o compromisso daqueles que creem, que se fundamentam não no visível, antes confiam na Palavra de Deus, são esses que agradam a Deus (Hb. 11.1,6). Mesmo diante da perseguição devemos permanecer firmes na Palavra de Deus, cientes que as promessas a nós feitas haverão de se cumprir, o Senhor prometeu e Ele é fiel, passará o céu e a terra, mas Suas palavras não haverão de passar (Mt. 24.35). Abraão foi justificado quando creu, é nesse sentido que o justo vive da fé, tendo ele saído da sua terra, do meio da sua parentela, e seguido em obediência, pelo caminho determinado por Deus (Gn. 12.1; Rm. 4.11-16). Tiago, no contexto da sua Epístola, aborda o aspecto prático da fé de Abraão, que se encontra em Gn. 22.9-12, quando se pôs a sacrificar seu filho Isaque, em obediência ao Senhor (Tg. 2.21-24). O patriarca acreditava que o mesmo Deus que havia lhe dado um filho não permitiria que esse fosse morte, e se isso viesse a acontecer, o Senhor o restauraria à vida (Gn. 22.5,6). Raabe também demonstrou fé através das suas obras, sendo lembrada inclusive na galeria da fé de Hb. 11.31. O reconhecimento da fé de Raabe revela que Deus não faz acepção de pessoas, pois por meio da fé essa prostituta, a fim de preservar a sua vida, protegeu os espias israelitas antes de aquele povo entrar na terra prometida (Js. 2.1-24). Mais interessante ainda é o fato de essa mulher fazer parte da genealogia de Jesus (Mt. 1.5). Não importa os pecados que as pessoas tenham cometido no passado, depois de terem se arrependido e se voltado para o evangelho, a diferença é feita na fidelidade, na disposição para viver e morrer pela causa de Cristo (Mt. 5.11,12).

•CONCLUSÃO
A lógica humana é tendenciosa aos extremos, há aqueles que defendem uma fé meramente intelectiva, mas essa até os demônios têm (Tg. 2.19). Os cristãos autênticos demonstram sua fé em Deus através de ações, até mesmo diante das situações adversas, essa é a verdadeira fidelidade. Portanto, “nós também, pois estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta” (Hb. 12.1). PENSE NISSO!


Deus é Fiel e Justo!

A VERDADEIRA FÉ NÃO FAZ ACEPÇÃO DE PESSOAS

Textos: Tg. 2.1-13


•INTRODUÇÃO
Calvino dizia que a salvação é somente pela fé, mas essa não vem sozinha, vem acompanhada de boas obras. No estudo desta semana veremos a respeito da verdadeira fé, que justamente se manifesta pelas obras, que comprovam a salvação. Destacaremos também que as atitudes dos cristãos são respaldadas no amor, sendo este o grande mandamento. Ao final, veremos que uma das formas de demonstrar essa fé verdadeira é o fato de não fazermos acepções de pessoas, independentemente da sua condição socioeconômica.

•1. A FÉ VERDADEIRA
A palavra fé, no grego do Novo Testamento, é pistis e tem significados diversos, dependendo do contexto. Pode significar o ato de crer em Deus (Mc. 11.22; I Ts. 1.8; I Pe. 1.21; Hb. 6.1). Nas Epístolas de Paulo aos Romanos e Gálatas, o tema central é a justificação por meio da fé, e não pelas obras (Rm. 3.28, 30; 4.5-16; 5.1,2; 9.30-32; Gl. 2.16; 3.13-24; 5.5). Paulo destaca a relação entre fé e obras na justificação. A justificação é recebida pela fé, mas a fé verdadeira resulta em obediência (Rm. 1.5; 16.26; Gl. 5.6; I Ts. 1.3; I Tm. 1.5; Tt. 1.1). As declarações paulinas estão em consonância com a mensagem de Tiago, ressaltando que a fé verdadeira é demonstrada por meio de boas obras (Tg. 2.14-20). A análise comparada dessas passagens de Tiago e Paulo mostrará que elas, ao invés de se contradizerem, se complementam. A fé, em algumas passagens bíblicas, se refere à doutrina cristã (Tg. 2.17; Fp. 1.27; I Tm. 1.13; Tt. 2.2; Jd. 3). É nesse sentido que existe apenas uma esperança, uma fé e um só batismo (Ef. 4.5). Além desses significados, a palavra fé carrega o sentido de convicção, certeza da fé em Jesus Cristo, ou mesmo da operação de um milagre, associada ao dom espiritual (I Co. 12.9). A palavra fé também pode ser traduzida por fidelidade, mais próxima do fruto do Espírito (Gl. 5.22). Essa é a fé de Hb. 11.1,6, que se manifesta através de uma entrega incondicional a Cristo, mesmo diante das situações adversas, e momentos de perseguição (Ap. 14.12). A fé destacada por Tiago em sua Epístola deve ser verdadeira, ou seja concretizada por meio de atitudes. E essas, por sua vez, estão fundamentadas no amor. O amor, conforme ensina Paulo, é o cumprimento dos mandamentos (Rm. 13.8-10), de modo que quem ama não precisa de lei (Gl. 5.23). O evangelho nos libertou da dimensão legal, os preceitos mundanos não têm mais controle sobre nós (Rm. 6.18), considerando que, em Cristo, a justiça do cristão excede a dos fariseus (Mt. 5.20). Isso porque Deus já colocou a Sua lei em nossos corações, ela está agora em nosso íntimo, é por meio desta que nos conduzimos (Jr. 31.33).

•2. MANIFESTADA PELAS OBRAS
A lei dos homens tem como objetivo determinar os limites e conduzir as ações, tendo em vista a propensão para a desobediência. Para alguns estudiosos essa é a lei real, que se fundamenta nos princípios morais (Tg. 2.8). A lei, a partir da qual os cristãos vivem, é proveniente de Deus, não dos homens. Essa é a lei da liberdade, por analogia é representada na saída do povo de Israel do Egito (Ex. 20.2). Os cristãos são livres para servirem a Deus, não dependem mais de imposições humanas. O amor de Cristo nos constrange para a obediência, de modo que, como declarava Agostinho, podemos fazer o que quisermos, ainda que não o faremos, tendo em vista que o amor nos limitará. A lei que impera sobre nós é a da obediência (At. 5.32), o pecado nos escravizava, mas a obediência nos liberta (Hb. 10.16,17). Isso não quer dizer que estamos isentos de pecar, se dissermos que não temos pecado fazemos Deus mentiroso (I Jo. 1.8). Mas podemos descansar na convicção de que temos um Advogado, Jesus Cristo, que nos purifica de todo pecado (I Jo. 2.1). Fato é que todos aqueles que são nascidos de Deus não vivem mais na prática do pecado (I Jo. 3.9). Aqueles que se acostumam com o pecado se tornarão alvo do julgamento divino. O autor da Epístola aos Hebreus dirige uma palavra de advertência àqueles que voltam na caminhada da fé (Hb. 6.1-10), esse estão na trilha da apostasia, que finda em perdição. O juízo de Deus se voltará contra todos aqueles que não levam a sério a mensagem do evangelho, esses serão culpados do vitupério de Cristo. Essa mensagem é oportuna nos dias atuais, marcados pelo desprezo e falta de seriedade em relação à fé cristã. Alguns cristãos estão com a mente cauterizada, por não se espelharem na Palavra de Deus, não conseguem mais perceber suas transgressões (I Tm. 4.2). Sobre esses sobrevirá maior julgamento, pois depois de conhecerem a verdade, dela se distanciaram, como a porca lavada que retorna ao lamaçal (II Pe. 2.22).

•3. NÃO FAZ ACEPÇÃO DE PESSOAS
Existem várias maneiras de demonstrar falta de fé verdadeira, uma delas é a parcialidade, demonstrada na acepção de pessoas. Essa é uma prática social bastante comum, advertida por Deus ainda no Antigo Pacto (Lv. 19.15). O Senhor Deus de Israel identificou-se com os pobres e as viúvas, geralmente esquecidas pela sociedade (Dt. 10.17,18). As glórias humanas podem nos distanciar do valor que as pessoas têm, mas não podemos nos esquecer da glória de Cristo, que se fez pobre, mesmo sendo o próprio Deus (II Co. 8.5). João viu a Sua glória, como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade (Jo. 1.14). Por isso não podemos discriminar os pobres por causa da sua condição socioeconômica. Os ricos comentem três pecados, de acordo com Tg. 2.6: 1) desprezam os pobres; 2) arrastam os pobres para os tribunais; e 3) blasfemam o nome de Cristo. A igreja cristã não pode demonstrar favoritismo, muito menos fazer discriminação entre ricos e pobres. Com Jesus aprendemos a não julgar as pessoas pelas aparências (Jo. 7.24), seja pelo veículo que possui ou roupas que vestes. Ter riqueza não é pecado em si mesmo, na Bíblia temos exemplos de homens piedosos, que foram ricos, tais como Abraão (Gn. 13.2) e Jó (1.3). Mas essa não é uma regra geral, como querem estabelecer os adeptos da famigerada Teologia da Ganância. O mais comum, nas igrejas cristãs, é a pobreza, pois Deus não escolheu os poderosos, antes os mais pobres (I Co. 1.26). Em Cristo todas as barreiras socioeconômicas foram desfeitas, de modo que não existe mais grego nem judeu (Cl. 3.11). Não podemos admitir a acepção de pessoas em nossas comunidades cristãs, as pessoas não devem ser valorizadas pela condição financeira (Tg. 2.2,3). Existem igrejas que segregam as pessoas por motivos diversos, e líderes eclesiásticos que demonstram favoritismo pelos mais ricos. Essa atitude desonra o Senhor, considerando que bem-aventurados são os pobres, porque deles é o reino de Deus (Lc. 6.20).

•CONCLUSÃO
Deus não faz acepção de pessoas, não opta pelos pobres, muito menos pelos ricos. Os homens olham para o exterior das pessoas, mas Deus vê a intenção do coração (I Sm. 16.7). Precisamos ter cuidados para não incorrer no engano de olhar pelas pessoas através das lentes meramente humanas. Isso diferencia a fé verdadeira da falsa, que mostra favoritismo pelas pessoas. Não podemos esquecer que a salvação nos foi dada, por meio da fé em Cristo, para vivemos em novidade de vida, em conformidade com a Palavra de Deus, e não com as doutrinas e pensamentos humanos. PENSE NISSO! 

Deus é Fiel e Justo!