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A SUTILEZA DO MATERIALISMO E DO ATEÍSMO

 

Texto Base: (Rm.1:20).

“Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” 

Romanos 1:

18. Porque do céu se manifesta a ira de Deus Sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça;

19. porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.

20.Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;

21.porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e 0 seu coração insensato se obscureceu.

22.Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.

23.E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos da “sutileza do materialismo e do ateísmo”. São dois pensamentos que o mundo sem Deus, que está no maligno (1João 5:19b), tem privilegiado, e que tem alcançado a adesão de milhões de seres humanos. O materialismo é a posição que se recusa a crer em algo além do estritamente material, que se volta única e exclusivamente para as coisas da natureza, para as coisas desta terra. O ateísmo é a recusa à crença na existência de Deus.

Estes dois pensamentos têm sido terrivelmente agressivos e inimigos da fé cristã. Apesar de serem dois pensamentos distintos, seus princípios norteadores são os mesmos. Logo, pode-se considerar que ambos são como duas faces de uma mesma moeda.

Nos dias difíceis em que estamos vivendo, o materialismo e o ateísmo têm alcançado grande projeção no “modus vivendi” das pessoas, e tem engodado a vida de muitos que dizem ser cristãos. Infelizmente, o materialismo invadiu a vida da igreja, até mesmo sua doutrina e expectativa escatológica, pois a visão da eternidade futura está carregada de cobiça material. Os crentes são encorajados a esperarem as mesmas coisas que buscam aqui, como amplas moradias (mansões), ruas bem pavimentadas com ouro e diamante, e constante lazer e descanso. Precisamos ter cuidado com os ardis de satanás que pertinaz tem se utilizado dessas ferramentas para confundir os fiéis da Igreja de Cristo.

I. COMPREENDENDO O MATERIALISMO E O ATEÍSMO

1. O Materialismo

O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa define “materialismo” como sendo a “doutrina que identifica, na matéria e em seu movimento, a realidade fundamental do universo, com a capacidade de explicação para todos os fenômenos naturais, sociais e mentais”. Portanto, o materialismo caracteriza-se como todo e qualquer pensamento que entende que, no universo, só existe a matéria, ou seja, substância sólida, corpórea. Este pensamento não é novidade na história da humanidade. Os primeiros filósofos ocidentais, na Grécia, voltaram-se para a discussão a respeito do que seria a matéria e não poucos deles viram a realidade como sendo puramente material. Demócrito (460-370 a.C.), por exemplo, apresentou uma teoria em que “supõe a gênese da natureza, e até da alma humana, a partir do movimento, da agregação e da dissociação de porções mínimas e indivisíveis de matéria, os átomos, que não foram criados nem antecedidos por qualquer divindade ou força imaterial”. Para este filósofo, a origem de todas as coisas era fruto dos átomos, partículas materiais que seriam as fontes de todas as coisas que existiam no universo, átomos estes que não teriam sido criados por ninguém. Tudo, inclusive a alma, seria material, portanto, formada destes átomos. O pensamento de Demócrito encontrou grande guarida no mundo grego e, por conseguinte, em todo o mundo conhecido de então, já que Demócrito viveu numa época em que a cultura grega estava se espalhando pelo mundo todo.

O Materialismo sustenta a eternidade da matéria; é propagado que foi dela e nela que todas as coisas existentes tiveram seu início, incluindo a vida. Por conseguinte, o Universo se reduz à matéria e, além dela, nada existe. Então, se Deus não é formado de matéria, segue-se que Deus não existe, segundo a cosmovisão materialista. Propagam também que o homem é simplesmente um animal, ou uma máquina, é um produto de transformação, e que a vida humana está limitada ao tempo entre a fecundação e a morte; a morte é, pois, o ponto final, o fim da linha, ou onde e quando tudo se acaba; não creem, portanto, na alma e no espírito do ser humano, que são eternos.

Quando os materialistas comparam o homem a uma máquina por certo que imaginam que nunca na história a natureza produziu uma máquina. Atrás dela sempre há uma inteligência superior, quer na sua fase de projeto, de fabricação, e de produção. Porém, os materialistas não reconhecem a existência dessa inteligência superior criadora e sustentadora do ser humano.

Coerentes com o princípio da inexistência de Deus, os materialistas rejeitam toda e qualquer manifestação de cunho espiritual ou sobrenatural. Mas, a Bíblia afirma que Deus preexiste a tudo, que Ele é eterno, e que foi Ele quem criou todas as coisas visíveis e invisíveis. Está escrito: “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele” (Col.1:16).

2. O Ateísmo

O Ateísmo é a doutrina que nega a existência de Deus, sobretudo, a de um Deus pessoal conforme revelado na Bíblia. Não existindo Deus, segue-se que não existe o mundo espiritual - céu, inferno, Satanás, anjos, demônios.... Assim, segundo o ateu, qualquer manifestação de cunho espiritual ou sobrenatural deve ser rejeitada. Também a Bíblia Sagrada não é tida como sendo a Palavra de Deus, mas apenas um livro comum.

Considera-se dois tipos de ateu: o prático e o teórico:

- O Ateu prático. Este pode até nem saber que é ateu, e na prática não confessa ser; porém, pela sua maneira de viver, nega a existência de Deus. Ele vive como se Deus não existisse, como se não fosse o seu Criador e o seu Sustentador. Na prática, pouco, ou nada, se difere dos irracionais. 

- O Ateu teórico. Este não é bobo, nem inocente; é apenas louco, ou néscio, aquele referido pelo Salmista Davi, nos Salmos 14:1 e 53:1 – “Disse o néscio no seu coração: não há Deus. Têm-se corrompido e têm cometido abominável iniquidade...” (Salmos 53:1). São, geralmente, filósofos, como Shopenhauer e seu discípulo Friedrich Nietzche, tristemente famoso por ter proclamado a morte de Deus. São dele estas palavras: “que nos importa em nossos dias Deus, a crença em Deus? Deus não é hoje senão uma palavra sem sentido, nem mesmo um conceito”. Ainda, segundo ele, “Deus não é senão uma ilusão do homem inquirindo uma compensação de sua miséria. Sonho mau que leva a um escape fora do mundo e das magnas tarefas humanas”. Para ele, Deus é como uma caricatura do homem, sendo que o homem não foi criado à imagem de Deus, mas, sim, Deus é que foi feito à semelhança do homem. O Cristianismo, segundo ele, é como a mais deletéria das seduções e dos embustes, é a grande mentira e a blasfêmia personificada. Do seu pedestal de orgulho, bestialmente afirmou: “De fato, nós filósofos e espíritos livres, sentimo-nos, à notícia de que o velho Deus está morto, como que iluminados pelos raios de uma nova aurora...”.

Para Friedrich Nietzche, anunciar a morte de Deus era dar ao homem todas as chances de se engrandecer. Ele se orgulhava de debochar do cristianismo e de Deus; dizia-se sábio ao propagar a sua filosofia tresloucada e sem fundamento. Para pessoa dessa estirpe, Paulo chamou de louco (Rm.1:22) – “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos”. Muitos destes “sábios” (sábios?) abraçaram o ateísmo por vaidade, pelo desejo de serem diferentes dos demais mortais, por orgulho, conforme declarou o Salmista – “Porque o ímpio gloria-se do desejo da sua alma, bendiz ao avarento e blasfema do Senhor. Por causa do seu orgulho, o ímpio não investiga; todas as suas cogitações são: não há Deus” (Salmos 10:3,4).

Ao homem vaidoso, orgulhoso, é cômodo dizer-se ateu quando tudo, inclusive a saúde, vai bem. Todavia, ao sentir a proximidade da morte, a realidade é outra. A história nos mostra que sentindo a proximidade da morte, muitos disseram como disse um famoso poeta - “Rasguem meus versos, creiam na eternidade”.

A ignorância de Deus é um fato transitório. Os mais avançados estudos antropológicos não detectaram ainda pessoas que tenham passado pela vida sem nunca haverem tido uma noção de Deus. Isto porque toda a natureza está ordenada pela inteligência divina para que o homem possa descobrir e ver Deus através da própria natureza, conforme afirmou Paulo - “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas” (Rm.1:20).

Portanto, o ateísmo nada mais é que o resultado da cegueira espiritual, de escuridão e obscurecimento que o inimigo implanta na mente dos incrédulos (2Co.4:3,4). O salmista chama o ateu de “néscio”, ou seja, “ignorante”, “sem conhecimento”. Somente quem não tem conhecimento, quem é ignorante é capaz de dizer “não há Deus” (Sl.14:1; 53:1). Por isso, quando vemos o contínuo aumento do pecado no mundo (Mt.24:12), percebemos como tem se intensificado o ateísmo sobre a face da Terra, sendo, aliás, como demonstram as estatísticas e as pesquisas, crescente o número de pessoas que se dizem ateias ou sem qualquer religiosidade no mundo todo, a comprovar como tem operado o espírito do anticristo, o mistério da injustiça nestes dias derradeiros antes da volta de Cristo.

Por fim, o ateísmo, embora se diga uma doutrina que nega a existência de um Deus, nada mais é que um artifício maligno para atacar o único e verdadeiro Deus, uma forma de levar a descrédito a ideia de Deus. O intuito do inimigo não é que o homem não creia em coisa alguma, mas que, ao rejeitar a Deus, aceite adorar o próprio adversário, o que, efetivamente, ocorrerá de forma maiúscula na Grande Tribulação. Por isso, o ateísmo é apenas mais um passo para que a humanidade perdida seja levada a adorar e idolatrar Satanás.

II. RAÍZES DO MATERIALISMO E ATEÍSMO

O Materialismo e o Ateísmo são consequências diretas do pecado e da cegueira espiritual idealizada pelo deus deste século.

1. A consequência do pecado

Segundo a Bíblia Sagrada, o Ateísmo é uma consequência da Queda. A partir da queda, todos os homens nascem caídos, contaminados e corrompidos pelo pecado; todos os seres humanos foram lançados no abismo do pecado (Rm.5:19). O homem tornou-se inimigo de Deus, rendido ao pecado. Com a entrada do pecado no mundo, a incredulidade e a consequente rejeição a Deus tomaram conta do coração humano. Portanto, a queda de Adão foi o maior desastre da História. Dessa queda decorrem todos os desastres subsequentes.

Os efeitos da Queda são universais. Porque estávamos nos lombos de Adão quando ele pecou, tornamo-nos pecadores nele e com ele. Embora o pecado já tivesse ocorrido no mundo angelical com a queda de Lúcifer, na história humana o pecado foi introduzida pela queda de Adão. O pecado é uma conspiração contra Deus; é a transgressão da sua lei, um ato de rebeldia e desobediência a Deus. O pecado não é algo neutro ou inofensivo, é maligníssimo; é um atentado e uma conspiração contra Deus e o seu projeto. O pecado atrai a ira de Deus; por isso, os que vivem no pecado não podem agradar a Deus; antes, permanecem sob sua ira; estão sob sentença de condenação.

Não há desculpa para o ímpio no grande dia do julgamento final, pois, mesmo que nunca tenha ouvido o evangelho da salvação em Cristo Jesus, a criação proclama a glória de Deus (Salmos 19; 29:3-9; 104:1-4; Rm.1:20). Em Romanos 1:18-23, Paulo destaca que Deus pode ser conhecido através das coisas criadas. A natureza é suficiente para mostrar a majestade de Deus. John Stott destaca que a criação é uma manifestação visível do Deus invisível. A criação ou revelação natural fala sobre os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua divindade. Deus deixou sobre sua obra criada as “impressões digitais” de sua glória, que se torna manifesta a todos. Portanto, a Criação revela o Criador, o que deveria conduzir os homens a buscarem e glorificarem a Deus; contudo, isso não acontece porque os homens que se dizem sábios “se tornaram tolos” (Rm.1:22).

Deus criou todas as coisas. O universo não é fruto de geração espontânea; não é resultado de uma explosão cósmica, uma vez que a desordem não produz a ordem nem o caos produz o cosmo; não é consequência de uma evolução de bilhões e bilhões de anos. Antes, é obra de Deus e arauto de Deus. Todo o cosmo é um testemunho eloquente da existência de Deus (Salmos 19:1).

Portanto a revelação natural é suficiente para tornar o homem indesculpável perante Deus (Rm.1:20). Mesmo que a revelação natural não seja suficiente para salvar o homem, é suficiente para responsabilizá-lo. Todos os homens são indesculpáveis perante Deus porque a verdade de Deus tem-se manifestado a eles tanto na luz da consciência como no testemunho da criação (Rm.1:19,20), Os homens não poderão fazer apologia em seu próprio favor. Ninguém poderá dizer a Deus no dia do juízo: “Ah! Eu na sabia que o Senhor existia, não sabia que o Senhor é criador do universo”. Portanto, cai por terra a teoria do índio inocente, dos povos remotos que estão em estado de inocência. Não é esta a teologia de Paulo. Todos os povos são indesculpáveis diante de Deus. Eles pecam contra Deus conscientemente e deliberadamente. Paulo está dizendo também que o Ateísmo é uma grande tolice. Ninguém nasce ateu. Os ateus se fazem assim. O ateísmo não é uma questão intelectual, mas moral.

2. A cegueira espiritual

Outra raiz do Materialismo e do Ateísmo é a cegueira espiritual. As Escrituras mostram que a cegueira espiritual também é causada por Satanás. É exatamente isso o que o apóstolo Paulo diz: “nos quais o deus deste mundo cegou o entendimento dos descrentes, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” (2Co.4:4). O diabo não dorme, não tira férias nem descansa. Ele age diuturnamente buscando obstaculizar a obra da evangelização. Ele age não nas emoções, mas na mente. Ele cega não os olhos, mas o entendimento. Ele torna o evangelho ininteligível para os descrentes e para aqueles que perecem. Assim como os judeus tinham um véu sobre o coração que só era removido pela conversão (2Co.3:15,16), assim também, ainda hoje, o diabo que é o príncipe das trevas (Ef.2:2), mantém os incrédulos sob um manto de trevas para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da gloria de Cristo, o qual é a imagem de Deus. Os que estão perdidos não são capazes de entender a mensagem do evangelho, pois satanás os mantem em trevas.

Em Corinto, muitos se recusavam a aceitar o evangelho, e, para estes, ele permanecia encoberto. A causa disso, porém, não se achava no próprio evangelho, que era suficientemente claro, nem em Cristo, que havia comissionado os apóstolos, mas nos ouvintes que rejeitavam a mensagem de Cristo. William Macdonald ilustra essa verdade dizendo que em nosso universo físico, o sol está sempre brilhando, contudo, nem sempre nós o vemos brilhar. A razão disso é que, algumas vezes, nuvens densas se interpõem entre nós e o sol. Assim acontece com o evangelho. A luz do evangelho está sempre brilhando. Deus está sempre buscando resplandecer sua luz nos corações dos homens. Mas satanás põe várias barreiras entre os incrédulos e Deus. Pode ser a nuvem do orgulho, da rebelião, da injustiça própria, do materialismo, do ateísmo ou centenas de outras coisas. Como foi dito anteriormente, o Materialismo e o Ateísmo nada mais são que o resultado de cegueira espiritual, de escuridão e obscurecimento que o inimigo implanta na mente dos incrédulos.

III. PRESSUPOSTOS DAS DOUTRINAS MATERIALISTAS E ATEÍSTAS

1. Negação da existência de Deus

Diante do que foi dito anteriormente, negar a existência e Deus é uma aberração e uma clara rebelião contra o Criador. Só os ignorantes e os que têm cegueira espiritual negam a existência de Deus cuja evidência é clara em tudo que nos rodeia. Todos os seres humanos têm condição de perceber a existência de Deus, porque Ele criou todas as coisas e a criação manifesta a Sua existência (Sl.19:1-3; Rm.1:19,20). Mas, além da criação, o Senhor se revelou de forma especial ao homem através da Bíblia Sagrada, a sua Palavra.

O homem dominado pelo pecado, cego e completamente tolo, chega a discutir a própria existência de Deus; só que a existência de Deus não precisa ser demonstrada com base na lógica humana. A própria natureza, o corpo humano, cuja complexidade e grandiosidade deixam perplexos a todos, tanto os sábios e eruditos, quanto os simples e humildes, demonstram a sua existência. Entretanto, para as gerações corrompidas pela natureza pecaminosa, o adversário pôde apresentar a questão da existência de Deus, pois, se o homem crer que Deus não existe, terá muita facilitada a sua tarefa da divinização, vez que o ateísmo é a forma mais fácil de justificar as pretensões humanas de senhorio e de determinação do certo e do errado, do bem e do mal. Ao negar a existência de Deus, não resta qualquer ser superior ao homem e, deste modo, é muito mais aceitável a ideia de que o homem pode decidir tudo a seu respeito. As próprias Escrituras informam a existência deste pensamento desde a Antiguidade, vez que a Bíblia chama de “néscios”, isto é, ignorantes, despidos de sabedoria, aqueles que dizem que Deus não existe (Sl.14:1; 53:1).

Os homens buscam, de todas as formas, uma maneira de se provar a existência de Deus por intermédio da razão, mas isto é totalmente dispensável para quem se baseia nas Escrituras, que, já no seu introito, mostra Deus como o Ser que existe, aquele que é o que é (Ex.3:14). Daí porque não haver qualquer sentido em se ficar indagando sobre provas de que Ele exista ou não, pois a Bíblia se contenta em revelar que Deus existe e ponto final (1Co.8:6; 2Co.4:4; Hb.11:5).

Os materialistas e os ateístas tentam se firmar em pressupostos científicos para negarem a existência de Deus e das demais verdades espirituais. Contudo, como bem afirma o pr. José Gonçalves, a negação de Deus por parte do ateu e do materialista não acontece em razão de fatos cientificamente provados, mas porque eles se recusam em reconhecer as evidências apresentadas. As Escrituras deixam claro que “Deus Lho manifestou” (Rm.1:19). Em outras palavras, o ateu depende da não-fé dele, e não da ciência, para tentar provar que Deus não existe, uma vez que Ele já se manifestou claramente.

Embora não seja preocupação das Escrituras trazer argumentos pelos quais possamos conceber a existência de Deus, apresentamos alguns fatores, dentre muitos, que fazem com que percebamos a Sua existência:

a) A criação do mundo. A grandeza da criação de todas as coisas, a imensidão do universo e tudo o que foi criado, tem por finalidade mostrar ao homem a glória de Deus (Sl.19:1). A natureza, dizem os estudiosos da doutrina de Deus, é o primeiro livro escrito por Deus ao homem, de tal maneira que a criação, por si só, é suficiente para revelar Deus ao ser humano e torná-lo sem desculpa diante de uma eventual rejeição ao Seu senhorio (Rm.1:20).

b) A consciência. A consciência dá-nos a demonstração clara e evidente de que existe alguém que está acima de nós, indicando o que é o correto e o que não o é, ou seja, a consciência nos desperta a crer na existência de um ser que comanda todas as coisas e que a todos julgará pelas suas ações. A compreensão que temos de que fizemos algo justo ou injusto, bom ou mau, ao contrário do que dizem muitos “sábios” do nosso tempo, não é resultado puro e simples de nossa educação ou do ambiente em que vivemos, pois, se assim fosse, não haveria o arrependimento ou a convicção interna, muitas vezes não confessada, de que erramos ao tomarmos esta ou aquela atitude, ainda que tal gesto tenha tido a aprovação do ambiente em que vivemos. A consciência é considerada verdadeira “filial” divina em nosso ser; uma verdadeira “lei escrita nos corações” (Rm.2:15), que nos indica a presença de um Ser superior, a dizer o que se deve, ou não, fazer. Este Ser não é outro senão o próprio Deus.

c) Jesus Cristo, o Emanuel, ou seja, Deus conosco (Mt.1:23). Através de Cristo, sabemos quem é Deus (Lc.10:22; Jo.1:16; 14:6,9). Como disse o escritor aos hebreus, o Filho é “o resplendor da sua glória, a expressa imagem da sua pessoa” (Hb.1:3). Por isso, Jesus foi bem claro ao afirmar que quem O conhecia, conhecia o Pai.

f) A experiência pessoal da salvação. Quando somos salvos, Deus vem habitar em nosso interior (Jo.14:23) e, então, notamos que Deus existe e que está disposto a estar conosco para sempre. Sentimos que Deus não está distante de nós; não mais tateamos, mas com Ele mantemos um relacionamento, um permanente diálogo, que nos traz a certeza de que não só Deus existe como também que somos seus filhos (Ef.2:13; Gl.4:6; Mt.6:9).

Portanto, através destes e outros fatores todo ser humano consegue perceber que Deus existe. A Bíblia diz que jamais nenhum ser humano poderá dizer que nunca teve a oportunidade ou a possibilidade de perceber que Deus existia; por isso que não devemos achar que, no julgamento do Trono Branco (o chamado “juízo final”), haverá pessoas que possam apresentar a Deus esta desculpa, pois todo ser humano é capaz de perceber, por sua consciência e pela criação, que Deus existe e que é o Senhor de todas as coisas e a quem, portanto, se deve obediência e submissão.

2. Negação de que o homem é um ser singular

Outro pressuposto utilizado pelos materialistas e ateístas é a negação da singularidade do homem. O homem é o ser mais singular da criação; é a coroa da criação, a imagem e semelhança Deus (Gn.1:26). Quando observamos o relato bíblico da criação, de imediato se percebe que o homem foi criado de forma distinta dos demais seres criados na Terra. Enquanto os demais seres foram criados tão somente pela palavra do Senhor, o homem foi objeto de cuidado especial, tendo Deus deixado bem claro que ele seria um ser diferente, pois seria feito à imagem e semelhança de Deus e que, além disso, seria constituído como superior em relação aos demais.

É por este motivo que não se pode considerar que a estrutura do homem seja idêntica a dos demais seres criados na Terra, como querem pretender as teorias evolucionistas que dominaram as ciências biológicas a partir do século XIX, com as obras de Lamarck e de Darwin, pois há uma distinção fundamental entre o homem e os demais seres. Todos os seres criados na Terra, com exceção do homem, são guiados pelo instinto e, se são dotados de alguma inteligência, esta se dá e se revela apenas por força do adestramento, da repetição, sem qualquer consciência, como ocorre com os primatas ou com outros animais, ao passo que o homem é totalmente diferente, tendo a capacidade de inferir, de criar, de adquirir novos conhecimentos além dos que foram aprendidos e absorvidos pela repetição e observação.

No relato da criação do homem a Bíblia já nos informa que ele seria um ser diferenciado dos seres criados na Terra; ele é o único ser que é tricotômico, que é dotado de espírito, alma e corpo. Esta estrutura é a única que explica por que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, bem assim como teria capacidade de dominar sobre os demais seres. Para os materialistas e ateístas, porém, o ser humano não possui uma alma imortal e, por isso, não passa de um simples produto da cadeia evolutiva. Essa conclusão, porém, é pura explosão de rebelião e de oposição a Deus.

O homem é a síntese da criação terrena; recebeu o fôlego de vida diretamente de Deus. O seu interior (alma e espírito), considerada a sua parte imaterial, é sinal da sua relação especial e peculiar para com o seu Criador. A alma é considerada a sede dos sentimentos, do entendimento e vontade – é a marca da individualidade de cada ser humano; já o espírito é a sede da consciência da existência de uma relação de dependência do homem em relação a Deus – é a ligação do homem com o seu Criador.

IV. RESPONDENDO AO MATERIALISMO E AO ATEÍSMO

1. Afirmando as verdades da Bíblia

Para responder ao Materialismo e ao Ateísmo não existe arma mais eficaz do que a Bíblia Sagrada; Ela é uma das armaduras que o Espírito dispõe à Igreja contra as sutilezas de satanás (Ef.6:17). Jesus quando foi tentado pelo diabo no deserto, Ele usou esta arma (Mt.4:3,4). A todas as investidas de satanás, Jesus respondeu com: “está escrito”. É isto que significa, na guerra espiritual, a “Espada do Espírito”, que é a Palavra de Deus - é você responder as dúvidas, questionamentos, repelir a mentira, as acusações, a culpa, com “está escrito”. Portanto, qualquer resposta ao Materialismo e ao Ateísmo, e a seus derivados, como o Neoateísmo, precisa partir das Escrituras Sagradas; são nelas que encontramos as verdades sobre Deus de uma forma precisa e sem erros. É na Bíblia que aprendemos que Deus é o Criador dos céus e da terra (Gn.1:1,2), é o sustentador e mantenedor do universo (Hb.1:3). Só a Bíblia explica por que existe beleza e feiura, vida e morte, saúde e doença, amor e ódio. Só a Bíblia fornece relato verdadeiro e confiável da origem de todas as entidades básicas da vida e de todo o universo.

Observe que a Bíblia Sagrada - a Espada do Espírito - é arma de ataque. Vencemos os ataques do diabo e triunfamos sobre ele por meio da Palavra. A Palavra é poderosa, viva e eficaz. Moisés quis libertar os israelitas do Egito com a espada do homem carnal, e fracassou; mas quando usou a Espada do Espírito o povo foi liberto. Pedro quis defender Cristo com a espada humana, e fracassou; mas quando brandiu a Espada do Espírito, multidões se renderam a Cristo. Precisamos conhecer bem a Palavra de Deus. Infelizmente, há multidões de crentes mais comprometidos com as mídias sociais do que com a Palavra de Deus. Isso é lamentável!

2. Fazendo uso correto da razão

Deus nos deu a razão para que fôssemos superiores às demais criaturas terrenas. Ela é muito importante e poderosa, porém tem seus limites. A vida, a morte e o universo não podem ser explicados exclusivamente pela razão. Por quê? A mente possui uma capacidade impressionante para processar informações, entretanto, não temos à nossa disposição todos os dados sobre todos os assuntos, principalmente no que tange à espiritualidade. E quando recebemos algum conhecimento nesse sentido, faltam-nos parâmetros de avaliação, pois a nossa lógica está restrita a elementos terrenos. Até no campo natural estamos bastante limitados. A ciência, por mais avançada que esteja, não sabe como funciona o cérebro de uma pulga. É verdade que muitas descobertas úteis e invenções extraordinárias têm sido produzidas, mas tudo isso está localizado dentro de um limite intransponível.

A razão faz parte de nosso ser, contudo, não devemos nos estribar nela para tomar decisões importantes no campo espiritual. Está escrito: “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento” (Pv.3.5). Observe que o sábio recomenda: “não te estribes”; “estribar” significa “firmar-se”, “apoiar-se” em algo. Quando se vai montar num cavalo, coloca-se o pé no estribo, que é o ponto de apoio para se tomar o impulso necessário à montaria. O mesmo equipamento ajuda no equilíbrio do cavaleiro durante a cavalgada.

Qual é o nosso “estribo” na vida? Em que nos firmamos para fazer nossas escolhas, tomar nossas decisões e determinar o nosso destino? Será que a razão humana é suficiente para garantir nosso êxito em todas as áreas? Se nos firmarmos em algo instável, poderemos ser vítimas de uma queda perigosa ou até fatal. A ordem de não se estribar no entendimento não significa que devamos desprezá-lo. Entretanto, é necessário que compreendamos que existe o campo da razão e o campo da fé, embora haja uma considerável interseção entre ambos.

Muitos desprezam a fé em Deus e vivem guiados por sua própria razão; estão firmados no entendimento intelectual como se este fosse totalmente eficaz e confiável para todos os fins. Trata-se de uma forma de antropocentrismo. Segundo o pr. José Gonçalves, o Ateísmo e o Materialismo recorrem ao uso da razão, apoiado na ciência, para fundamentar seus pressupostos. Contudo, convém dizer que aquilo que eles denominam de “ciência”, na verdade, é um cientificismo, ou seja, a ciência usada fora de seus parâmetros e princípios para confirmar uma crença ou ideologia já previamente adotada; isso porque a boa ciência, na verdade, não nega a existência de Deus, mas a confirma.

Fé e razão caminham juntas até certo ponto. Daí se falar em “culto racional” (Rm.12:1) e “razão da esperança” (1Pd.3:15), passíveis de explicação e compreensão (Pv.1:2; 1:6; 2:5; 2:9; 14:8). Nossa fé não dependerá da razão, mas não será necessariamente contrária a ela. Vamos além da razão, mas nem sempre estaremos contra a razão. O bom senso não pode ser abandonado, exceto em situações necessárias, quando se faz algo aparentemente absurdo por causa de uma ordem de Deus. Foi o caso de Noé construindo a arca. Em casos extremos como esse, é imprescindível uma ordem direta de Deus, de modo que não haja nenhuma dúvida. Entretanto, algumas pessoas fazem loucuras em nome de Jesus sem que Ele lhas tenha mandado; nesse caso, a razão e a fé foram abandonadas e a presunção tomou o seu lugar. Precisamos, sempre que possível, conciliar a fé e a razão; se abandonarmos uma das duas, correremos em direção ao fanatismo ou ao racionalismo. Devemos usar nossa fé e também a nossa razão quando expressamos nossa confiança em Deus.

CONCLUSÃO

Os defensores do Materialismo, do Ateísmo e do Neoateismo dizem que se valem de argumentos científicos para negar a fé e a existência de Deus; porém, o que se observa é que suas teses e argumentos são de natureza meramente ideológica, e não cientifica; eles adotam o cientificismo, um discurso que está estreitamente ligado ao materialismo filosófico. Para eles, a realidade última do universo é a matéria. Assim, o que não passar pelo crivo dos supostos argumentos científicos deve ser rejeitado. Segundo o pr. José Gonçalves, o fato é que a ciência não refuta Deus, mas antes confirma a sua existência. A negação desse fato não se baseia em provas científicas, mas numa simples incredulidade que se recusa a admitir as evidências que demonstram a existência de um Criador. A todos que cristãos dizem ser precisam estar revestidos das armaduras de Deus para resistir as sutilezas do Materialismo, do Ateísmo e do Neoateismo, que têm se fortalecido nestes últimos tempos, e que tem procurado espreitar a Igreja de Cristo.

A SUTILEZA DA NORMALIZAÇÃO DO DIVÓRCIO


 Texto Base: Mateus 19:1-9
 “Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem” (Mt.19:6).

Mateus 19:

1.E aconteceu que, concluindo Jesus esses discursos, saiu da Galileia e dirigiu-se aos confins da Judéia, além do Jordão.

2.E seguiram-no muitas gentes e curou-as ali.

3.Então, chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?

4.Ele, porém, respondendo, disse-Lhes: Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea

5.e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne?

6.Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem.

7.Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la?

8.Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossa mulher, mas, ao princípio, não foi assim.

9.Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.

INTRODUÇÃO

Dando continuidade ao estudo sobre “os ataques contra a Igreja de Cristo”, estudaremos nesta Aula a respeito da “sutileza da normalização do divórcio”. O divórcio é um tema que, desde o tempo da lei de Moisés, tem despertado muitas discussões no meio do povo de Deus. Entretanto, o cristão não tem motivos para se embaraçar com este assunto, que foi claramente tratado por Jesus. Embora não seja desejado por Deus, há situações em que a Bíblia autoriza o divórcio, exatamente porque acima da relação familiar está a necessidade de mantermos nossa comunhão com o Senhor. Nesta Aula faremos uma análise sobre o divórcio no contexto da cultura bíblica e contemporânea; tomaremos como padrão aquilo que as Escrituras Sagradas ensinam sobre esse assunto.

I. O DIVORCIO NO CONTEXTO BÍBLICO

1. O divórcio no contexto do Antigo Testamento

No Antigo Testamento, o divórcio, em certos casos, apesar da reprovação de Deus (Ml.2:16), era previsto (Dt.24:1-4). A lei de Moisés, repetindo disposições de outras legislações do seu tempo, previa o divórcio, ainda que, para os juristas, a previsão da lei de Moisés mais propriamente era a do repúdio, ou seja, autorização para que o marido (e só o marido) dispensasse a sua mulher, liberando-a para um novo casamento, algo que ainda existe nos países islâmicos na atualidade.

Como se sabe, uma das consequências do pecado foi a desigualdade de sexo, ou seja, estabeleceu-se na ordem social dos homens uma diferença entre o homem e a mulher (Gn.3:16), diferença que persiste até hoje, em todos os países, em todas as épocas, algo que somente será eliminado no reino milenial de Cristo. Ora, esta diferenciação, com a supremacia do homem sobre a mulher, criou, entre outras coisas, o instituto do repúdio, pelo qual o homem poderia descartar a mulher e, assim, liberar-se para casar-se com outra. Foi por isso que Jesus afirmou que a presença do repúdio na lei de Moisés não era uma ordenação divina, mas, bem ao contrário, consequência da dureza dos corações dos seres humanos pecadores (Mt.19:8). Assim, de pronto já se verifica que o divórcio não se encontra previsto no plano originário para a raça humana, mas é uma realidade tolerada por Deus, pois é fruto da consequência do pecado.

Na lei de Moisés, como em toda legislação antiga (e até hoje entre os islâmicos), o divórcio (ou melhor, repúdio) era prerrogativa exclusiva do marido e dependia unicamente de sua vontade. O texto bíblico afirma que, para repudiar a mulher, bastava ao homem “não achar graça em seus olhos” ou “nela achar coisa feia” (Dt.24:1). O texto não especifica o que significa essa expressão; isso deu margem para uma série de debates pelas escolas rabínicas, que a interpretavam de diferentes modos. No entanto, fica claro que não se tratava do adultério, que no tempo de Moisés era punido com a morte (Dt.22:22). Depreende-se, portanto, que não se exigia qualquer motivo senão a vontade do marido em repudiar sua mulher. Esta situação foi confirmada pelos escribas e rabinos nos séculos posteriores, que sempre deram amplo espaço para o arbítrio masculino neste assunto. A lei de Moisés apenas exigia que o repúdio se desse por escrito (daí a expressão “carta de divórcio” ou “carta de repúdio”) – Dt.24:1 – bem como proibia que o casal assim desfeito se reconstituísse (Dt.24:4). Contudo, após o divórcio, a mulher poderia se casar com outro homem e que, nesse caso, ela não estaria cometendo adultério. Em outras palavras, em tal circunstância, o seu segundo casamento era legítimo. Mas, seu primeiro marido, de quem ela havia se divorciado, não poderia se casar novamente com ela.

Outro fator a ser observado no Antigo Testamento é que o homem que tivesse acusado falsamente a mulher de pecado sexual antes do casamento, não poderia repudiar a mulher alvo da acusação (Dt.22:13-19), assim como o homem que tivesse desvirginado uma jovem e fosse compelido a se casar pelo pai da moça, não poderia jamais repudiar a mulher (Ex.22:16,17; Dt.22:28,29). Verifica-se, portanto, pela lei de Moisés, que a perda do direito de repudiar a mulher era uma penalidade ao homem.

2. O divórcio no contexto do Novo Testamento

No contexto do Novo Testamento, o divórcio só é permitido em duas circunstâncias – adultério e abandono (Mateus 5:32; 19:9; 1Corintios 7:15). Nos dias de Jesus, havia grande discussão entre os rabinos a respeito do divórcio, pois se entendia que a posição assumida pela mulher no instituto do repúdio era indigna, e havia uma certa incoerência entre as regras éticas sublimes da lei e as regras a respeito do divórcio. No Sermão do Monte, onde se contém uma síntese de Sua doutrina, Jesus foi bem claro ao mostrar que o divórcio não se encontra no plano de Deus para o ser humano, mas que é consequência do pecado, e como a presença do pecado é, ainda, uma realidade na sociedade humana, devemos saber conviver com o problema do divórcio.

Jesus deixa claro que o divórcio não é proibido, embora não seja algo planejado por Deus; é uma realidade que temos de enfrentar. Ao tratar do assunto, Jesus afirmou que, ao contrário do que dizia a lei de Moisés, que permitia o repúdio da mulher por qualquer motivo, dependendo única e exclusivamente da vontade do marido, o divórcio deveria ser visto sob um outro prisma, qual seja, o do relacionamento do cônjuge com Deus. Deste modo, só se admitiria o divórcio na situação limite em que o cônjuge deveria optar entre a fidelidade a Deus e a fidelidade assumida no casamento. Daí porque ter Jesus considerado que o único motivo que justificaria o divórcio seria a prostituição (Mt.5:32). Observe que a Bíblia fala em “prostituição”, na língua original “porneia”, palavra que se refere a toda espécie de impureza sexual (de onde vem, por exemplo, a palavra pornografia).

Jesus Se referiu a “prostituição” como único motivo que justificaria o divórcio; ou seja, sempre que houver impureza sexual, sempre que um dos cônjuges estiver usando seu corpo para o pecado, sem qualquer respeito aos mandamentos divinos concernentes à ética sexual, está o cônjuge fiel a Deus autorizado pela Bíblia a se divorciar, uma vez que está em xeque a sua própria fidelidade a Deus, pois quem se une a uma meretriz (e aqui meretriz deve ser entendida como qualquer pessoa que faz de seu corpo instrumento de pecados sexuais), faz-se um só corpo com ela, estabelece uma comunhão com os pecados cometidos por essa pessoa, e é sabido que não há comunhão entre a luz e as trevas (1Co.6:15-20; 1Jo.1:5-7; Jo.3:19-21; 2Co.6:11-18).

Deste modo, nos evangelhos, embora vejamos que não se encontra no propósito divino o divórcio, ele é visto por Jesus como uma realidade neste mundo contaminado pelo pecado. Entretanto, deve ser enfatizado que mesmo Jesus reconhecendo a validade de um novo casamento em razão de traição, Ele não estimulou a prática do divórcio nem tampouco a ordenou. Há sempre a possibilidade para o perdão e a reconciliação de uma relação que foi quebrada por uma das partes.

Outra circunstância que justifica o divórcio é o abandono do cônjuge, conforme 1Corintios 7:15. Havia uma certa preocupação dos cristãos de Corinto em não repetir os costumes licenciosos e permissivos então vigentes na sociedade helenística daquele tempo, por isso questionou a Paulo sobre o casamento. Esta preocupação dos crentes de Corinto já nos mostra que um cristão deve ter um comportamento diferente, em relação a esse assunto, do comportamento mantido pelo mundo, comportamento que é caracterizado pela total banalização do casamento, que é uma das características do novo modelo cultural nestes tempos pós-modernos (Mt.24:37-39; Hb.13:4).

Conforme entende o pastor Caramuru Afonso Francisco, neste ensinamento aos crentes de Corinto, Paulo trata da questão dos casamentos mistos, ou seja, dos casamentos realizados antes da conversão, em que um dos cônjuges é crente e o outro se recusa a aceitar a fé, impondo uma situação-limite entre a comunhão com Deus e a comunhão com o cônjuge. Temos, aqui, portanto, uma situação em que o casamento é colocado em xeque por causa da vida de comunhão com Cristo. O ensinamento de Paulo é no sentido de que o cônjuge crente deve preservar o casamento e tentar conquistar seu cônjuge para Cristo, mas que, em havendo uma situação-limite entre a fé e o casamento, havendo o abandono, o cônjuge crente deve consentir com a dissolução do vínculo matrimonial, ficando livre para se casar novamente, contanto que seja no Senhor (1Co.7:12-17), ou seja, com uma pessoa temente a Deus. Salvo nesta hipótese, não é permitido o divórcio, embora tolere a separação, mantido o vínculo matrimonial (1Co.7:10,11).

Em suma, combinando o ensino de Jesus com o de Paulo, percebe-se que há apenas dois motivos legítimos para o divórcio: (a) o adultério e (b) o abandono por um cônjuge descrente, quando todas as tentativas razoáveis de reconciliação falharam. Portanto, tanto o divórcio quanto o novo casamento são permitidos quando o cônjuge de uma pessoa cometeu adultério ou abandonou irreparavelmente o casamento.

É bom dizer aqui que, quando um homem, que se diz crente, espanca a sua esposa e demonstra através de atos que não a ama, isto é caracterizado abandono, pois ele está agindo pior do que o ímpio que não conhece a Bíblia e as suas recomendações com relação ao casamento. Sendo assim, se esse homem espancador não abandonar seus atos nefastos e não mudar seu modo de agir com a esposa como manda as Escrituras Sagradas, estará motivando à dissolução desse casamento. A recomendação do apóstolo Paulo ecoa no meio das famílias: “não deis lugar ao diabo” (Ef.4:27).

É bom enfatizar que um casamento necessita de companheirismo entre marido e mulher, o que exige comunicação contínua entre os cônjuges e extrema franqueza. Não podem os cônjuges vacilar e iniciar uma vida sem diálogo, uma vida de afastamento, que pode ser fatal para o relacionamento. A vida construída em comum não dispensa a comunicação entre os cônjuges. Aliás, “comunicação” é a “ação de tornar comum”, e como poderemos construir uma vida em comum se marido e mulher não agirem em mútuo acordo? Como disse o profeta Amós: andarão dois juntos se não estiverem de acordo? É preciso que haja um compartilhamento, uma cumplicidade entre marido e mulher, sem o que o casamento não poderá se desenvolver nem prosseguir. O casamento deve ser um ambiente de solidariedade, de partilha, onde “se celebre a partilha do abraço e do pão”. Pense nisso!

II. A SUTILEZA DA NORMALIZAÇÃO DO DIVÓRCIO

1. O divórcio no seu aspecto legal

O divórcio é o rompimento legal e definitivo do vínculo de casamento civil. No Brasil o divórcio só foi legalizado em 26 de dezembro de 1977, com a Lei do Divórcio (Lei 6.515/1977), fruto de uma emenda constitucional proposta pelos senadores Nelson Carneiro (MDB-RJ) e Acciolly Filho (Arena-PR); ela alterava o trecho da Carta que impedia a dissolução do vínculo matrimonial. Foi essa mudança que abriu caminho para a Lei do divórcio no Brasil.

Antes da aprovação dessa lei, o casamento era indissolúvel. Aos maridos e esposas em conflitos, e que desejam a separação, só restava o desquite, que encerrava a sociedade conjugal, com a separação de corpos e de bens, mas não extinguia o vínculo matrimonial. Assim, pessoas desquitadas não podiam se casar novamente. Quando voltavam a se unir a alguém, a união não tinha respaldo legal, e os filhos eram considerados ilegítimos, como os gerados em relacionamentos extraconjugais da época. Além de não terem amparo da legislação, esses casais que viviam “em concubinato”, segundo o termo jurídico, sofriam com preconceito, especialmente as mulheres. A partir da Constituição de 1988, passou-se a permitir divorciar-se e recasar quantas vezes fosse preciso. Hoje se troca de cônjuge como se troca de roupa. Mas para aqueles que têm a Bíblia como regra de fé e prática, há apenas duas justificativas para o divórcio, as quais foram mencionadas no item anterior. A Bíblia é a constituição da Igreja, e é imutável.

2. O divórcio no seu aspecto moral

A lei do divórcio está aí; a pessoa pode se divorciar quantas vezes quiser. Se quiser, pode trocar a esposa por uma mais jovem ou abandonar o marido por um mais rico e famoso, e outras atitudes do gênero. No mundo sem Deus, estes comportamentos são práticas consideradas normais, e são amparadas legalmente pelo Estado brasileiro. Mas o cristão verdadeiro, que tem a Bíblia como regra de fé e prática, não deve agir dessa maneira, pois esse tipo de comportamento não se enquadra dentro do aspecto da moralidade cristã (Mt.19:4-6).

A Bíblia Sagrada sobrepõe a qualquer constituição humana, no aspecto espiritual e moral, e ela não permite que os súditos do Reino de Deus tenham uma vida devassa, mesmo que o Estado dê total legalidade ao caso. Se no meio cristão as pessoas querem agir como age as pessoas do mundo, trocando os cônjuges por qualquer motivo, o problema é delas; são elas que vão prestar conta com Deus; mas jamais podem alegar que não sabiam que tudo isso a Bíblia proíbe.

Outra questão diz respeito aos pastores. Pode um pastor que sofreu um processo de divórcio continuar exercendo o seu ministério pastoral? Depende. Se a razão que motivou esse divórcio for bíblica (Mt.19:9 e 1Co.7:15), então não vejo nenhum problema; caso contrário, esse pastor não terá nenhuma moral para exercer liderança ministerial na Igreja. Como ele irã ministrar um casamento, uma reunião de família ou um aconselhamento? Certamente não terá moral nenhuma. Pode ser até legal, mas jamais moral. O divórcio precisa ocorrer na esfera legal, e, ao mesmo tempo, na esfera moral.

III. O DIVÓRCIO E A PRÁTICA PASTORAL

1. A pessoa do divorciado

O divórcio é dramático para toda a família, principalmente quando há filhos gerados no casamento desfeito. Sequelas surgirão; mal-estar social entre os divorciados, principalmente dentro da igreja local, será uma realidade. Isso certamente abalará o crente divorciado. Há aqueles que quando se divorciam abandonam a congregação, se afastam, mas é nessa hora que eles mais precisam de Deus. O crente divorciado precisa fazer uma avaliação do porquê do divórcio, corrigir erros, ou até quem sabe pedir perdão. Mas o que ele precisa saber é que Deus o ama, e que sempre o dará oportunidade de ser feliz. É por isso que Deus é misericordioso e cheio de graça.

É notório que a igreja tem faltado com o seu dever de tratar dos problemas que envolvem os cônjuges de sua comunidade, bem assim de cuidar dos divórcios que têm ocorrido em seu interior. Embora não partilhemos do entendimento de que o casamento seja um sacramento, é evidente que a igreja tem participação na construção das novas famílias em seu interior, tanto que se realizam cultos para que os cônjuges assumam compromissos perante a igreja em razão do casamento que está sendo realizado, buscando a bênção de Deus e o reconhecimento da igreja para sua união. Se assim é, então, no momento da dissolução do casamento, a igreja também deve ser ouvida a fim de que os cônjuges possam apresentar o divórcio à comunidade, bem como assumir compromissos solenes diante desta dissolução perante a igreja e serem ajudados espiritualmente nesta nova situação social.

2. O divorciado como cristão

A sutileza da normalização do divórcio tem sorrateiramente penetrado nas famílias que são membros das igrejas locais, e talvez seja esse um dos principais desafios pastorais da atualidade. Veja uma situação que sempre ocorreu e ocorre, e que se intensificou nestes tempos pós-modernos de extensão do novo modelo cultural e da banalização do casamento -muitos que aceitam a Cristo passaram por processo de divórcio, e não necessariamente motivadas pelas duas razões bíblicas aqui mencionadas. E aí? Como os pastores se comportarão diante deste quadro? Na Igreja de Corinto, certamente, isso era uma realidade recorrente. No capítulo sete de 1Corintios, Paulo mostra que a igreja deve desconsiderar a vida antes da conversão da pessoa, pois ela não tinha conhecimento da salvação, e não devemos levar em conta os tempos da ignorância, já que nem Deus os considera (At.17:30).

Infelizmente, muitas igrejas locais não têm se comportado como mandam as Escrituras, exigindo daqueles que se convertem já divorciados que se reconciliem com seus antigos cônjuges, desconsiderando até, em muitos casos, que já há situações de fato irreversíveis, com constituição de novas famílias por ambos os ex-cônjuges. Se tudo isso ocorreu antes da conversão, deve ser totalmente desconsiderado pela igreja, que deverá cuidar para que, doravante, o novo convertido possa estabelecer uma vida familiar de acordo com os ditames da Palavra de Deus.

Outra situação que sempre ocorre: apenas um dos cônjuges se dispõe seguir a Cristo como único Senhor e Salvador, e por causa disso foi abandonado pelo cônjuge descrente por abraçar essa decisão. E aí? Como o pastor deve proceder? Para essa situação, o apóstolo Paulo já explicou em 1Corintios, capítulo 7. O que o líder da igreja deve fazer é ensinar o novo convertido a respeito do que ensina a Bíblia Sagrada e orientá-lo no sentido de conquistar seu cônjuge para Cristo; mas em havendo a situação-limite, aceitar eventual divórcio, visto que ele é uma demonstração da verdadeira fidelidade do crente a seu Senhor e da dureza do coração do cônjuge descrente.

Enfim, muitas são as situações; e, como afirma o pr. José Gonçalves, “cada situação deve ser analisada com cuidado, de forma que o divorciado não deixe de ser visto como alguém amado por Deus. Contudo, que esse amor não sirva de justificativa para anular a justiça de Deus que exige uma vida que se orienta por sua Palavra”. Que assim seja!

CONCLUSÃO

O casamento não é um contrato - algo precário e descartável -, mas uma aliança entre um homem e uma mulher, diante de Deus; é uma instituição divina, que reflete o ideal de Deus, e que nunca devia ser dissolvido. Mas, por causa do pecado, isso ocorre, desde que obedecido os quesitos exarados na Palavra de Deus, aqui apresentados. Influenciados por um modelo cultural perverso e infame, muitos cristãos na atualidade têm considerado o divórcio com “normalidade”, todavia, o divórcio nunca deve ser visto pela Igreja como uma normalidade, mesmo que satanás e os seus sistemas digam o contrário.

A SUTILEZA DA IMORALIDADE SEXUAL

 

Texto Base: 1 Coríntios 6.15-20; Romanos 1.26-28

“Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo” (1Co.6:18).

1 Coríntios 6:

15. Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo.

16. Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne.

17. Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito.

18. Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo.

19. Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?

20. Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.

Romanos 1:

26. Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.

27. E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.

28. E, como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém;

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos do pecado da imoralidade sexual. No Novo Testamento, a palavra grega “porneia” é a mais frequentemente traduzida como “imoralidade sexual”; é também traduzida como “prostituição”, “fornicação” e “idolatria”; significa “renúncia à pureza sexual”, e é usado principalmente para relações sexuais antes do casamento. Inclui também o homossexualismo e a bestialidade. Dessa palavra grega obtemos a palavra inglesa pornografia, derivada do conceito de “venda”. A imoralidade sexual, portanto, é a “venda” da pureza sexual e envolve qualquer tipo de expressão sexual fora dos limites de um relacionamento matrimonial biblicamente definido (Mt.19:4,5). A geração de Moisés cometeu vários pecados, dentre eles estava a imoralidade sexual (1Co.10:8). Os israelitas se misturaram com as mulheres moabitas que os levaram à prostituição, e também a adorar os deuses dos moabitas. Na Bíblia, há uma estreita conexão entre prostituição e idolatria - onde se vê idolatria, aí também a prostituição está presente; onde se vê prostituição, aí também a idolatria aparece. Devemos nos precaver, pois nesta área o inimigo de Deus tem utilizado dos seus ardis para destruir muitos daqueles que cristãos dizem ser. Oremos e vigemos para que não caiamos em tentação.

I. A REVOLUÇÃO SEXUAL

1. Um novo paradigma para a sexualidade

A revolução sexual trouxe um novo paradigma à sexua­lidade moderna. Presenciamos hoje uma explosão sexual nunca vista na história da humanidade. Em tudo que se vê e ouve – na TV, no Rádio, nas mídias sociais, na internet (principalmente nesta), o erotismo está presente de uma forma dominadora e conquistadora. Os valores morais judaico-cristãos foram severamente abalados, e isto tem perturbado muitas pessoas que se dizem cristãos, em todo o orbe evangélico. O verdadeiro cristão tem a Bíblia sagrada como regra de fé e prática, cujos ditames são imutáveis. O conselho dado a Igreja em seu nascedouro - “não pratiquemos a imoralidade sexual...” (1Co.6:18; 10:8) – continua em pleno vigor. A exortação do apóstolo Paulo, afirmando que os praticantes da imoralidade sexual não vão morar no Céu (1Co.6:8), continua inalterada. Portanto, para a Igreja, a sexualidade humana continua sendo vista como algo sagrado e que deve ser exercida dentro dos parâmetros estabelecidos pela Bíblia Sagrada; ou seja, as relações sexuais devem ser heterossexual monogâmicas, e dentro do casamento entre um homem e uma mulher, conforme Deus instituiu. Satanás, com todos as suas sutilezas, tem procurado debelar este paradigma, mas o crente em Cristo não deve cair nesta arapuca de satanás. A facilidade de cair no erro é muito grande, muito mais do que antes da revolução sexual ocorrido nos anos de 1960; por isso, é necessário um hercúleo esforço para suportar a tentação e os torpedos do inimigo de nossas almas. Com a ajuda do Espírito Santo teremos vitória. Vigiemos, pois o Senhor não tarda a vir!

2. A quebra de um “tabu”

Como eu disse, estamos vivendo uma explosão sexual nunca vista, e isto é fruto de uma ideologia cultural que há anos vem sendo construída em todo o mundo, com mais força no Ocidente. Muitos movimentos contestadores da moral judaico-cristã consideram que a sexualidade, conforme defendida pelo Cristianismo, é um tabu a ser quebrado; parece que isto está funcionando, haja vista o que vem ocorrendo com muitos que se dizem cristãos.

A visão de que o sexo é algo sagrado para ser vivenciado na esfera do casamento perde força a cada dia, infelizmente. O que era uma prática pecaminosa no passado passou a ser aceito por muitos como um comportamento tolerado e até mesmo permitido. Como afirma o pr. José Gonçalves, ao mesmo tempo em que se forma como um novo paradigma para a sexualidade humana, esse modelo cultural desconstrói os valores morais cristãos; seus efeitos não são vistos apenas na cultura secular, que já se rendeu por completo a seus apelos, mas também tem causado grande impacto e influenciado de forma drástica a igreja evangélica.

É inegável que a forma como se define o certo e o errado em relação ao comportamento sexual mudou de forma drástica nos últimos anos. Assim, a ideia de que o sexo é algo sagrado para ser experimentado somente na esfera do casamento, como defini a moral cristã, passou a ser duramente contestada a partir da revolução sexual de 1960. Cada vez mais, práticas que fugiam da forma tradicional de expressar a sexualidade ganharam aprovação popular. O sexo livre, praticado fora da esfera do casamento, o relacionamento extraconjugal e a homossexualidade tornaram-se práticas cada vez mais normais dentro desse novo paradigma cultural. Isto é muito preocupante!

Satanás está ganhando terreno ao liberalismo anárquico e vulgar da prática sexual; isto é visivelmente notado e incentivado nos meios de comunicação escrito e falado, principalmente nas mídias sociais. Segundo o pr. José Gonçalves, está ficando cada vez mais frequente pastores aconselharem jovens que romperam os limites da castidade envolvendo-se em relações íntimas antes do casamento. Infelizmente, muitos líderes de igrejas ditas evangélicas, sentindo a pressão social e cultural, passaram a fazer concessões a essa nova modalidade cultural; porém, Deus não mudou nem a Sua Palavra. Logo, se um líder faz concessão a este novo modelo cultural arquitetado por Satanás, certamente, este líder, segundo a Bíblia Sagrada, não terá um fim agradável; para estes líderes, o Senhor não poderá dizer: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt.25:21).

Veja, a seguir, um breve relato sobre a vida e sexualidade humana, por Nancy Pearcey:

“A vida humana e a sexualidade tornaram-se as questões morais divisoras de águas de nossa época. Todos os dias, o ciclo de 24 horas de notícias relata o avanço de uma revolução moral secular em áreas como sexualidade, aborto, suicídio assistido, homossexualidade e transgenerismo. A nova ortodoxia secular está sendo imposta por intermédio de quase todas as grandes instituições sociais: academia, mídia, escolas públicas, Hollywood, corporações privadas e a lei. […] Aqueles que discordam do éthos secular corrente apelam ao direito à liberdade religiosa. Já o presidente da Comissão de Direitos Civis dos Estados Unidos escreveu com desdém que a expressão “liberdade religiosa” não representará nada, a não ser hipocrisia, enquanto permanecer com o código para a dis­criminação, intolerância, racismo, sexismo, homofobia, islamofobia, supremacia cristã ou qualquer outra forma de intolerância. Observe que a expressão ‘liberdade religiosa’ é colocada entre aspas, como se fosse um direito ilegítimo, e não um direito fundamental em uma sociedade livre. O próximo passo será negar aos cidadãos a sua liberdade religiosa – e isso já começou. Aqueles que resistem à revolução moral secular têm per­dido empregos, negócios e posições de ensino” (PEARCEY, Nancy. Ama o teu Corpo: Contrapondo a cultura que fragmenta o ser humano criado à imagem de Deus.1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2021, pp.11,12).

II. AS PRINCIPAIS DISTORÇÕES DA SEXUALIDADE SADIA

1. A prática da fornicação

Já estudamos sobre isso muitas vezes e advertido que a formicação é um pecado abominável. Este tipo de abominação faz parte do rol impeditivo da pessoa ir morar no Céu (Ap.21:8). Infelizmente, o advento das redes sociais, principalmente o subproduto mídia social, tem contribuído drasticamente para a multiplicação e a contumácia deste pecado. Com a maior interação com as mídias sociais, não há dúvida de que a tentação de se expor no ambiente virtual é muito maior; e aquilo que é mostrado e visto apenas no ambiente virtual logo se transforma numa prática física do mundo real – a fornicação, que é a prática do sexo entre solteiros ou entre casado e solteiro (Enc. Bíblica Boyer). 

As Escrituras Sagradas são bem claras ao afirmar que os fornicários não herdarão o reino dos Céus (At.15:29; Ef.5:5; 1Tm.1:10; Hb.12:16; Ap.21:8). O sexo foi estabelecido por Deus, mas tem momento certo para ser exercido: o casamento. Somente no casamento se pode praticar o sexo lícito, sendo totalmente contrária à Palavra de Deus qualquer outra conduta que não seja esta. É com tristeza, aliás, que vemos, cada vez mais, uma tolerância de muitos na igreja com relação a este princípio bíblico, permitindo-se o sexo antes do casamento entre “pessoas já comprometidas”, como se isto fosse possível.

As bases do casamento são lançadas no namoro e alicerçadas no noivado. Se essas bases forem lançadas sobre a desobediência a Deus, na prática da fornicação, estão correndo sério risco de não terem a bênção de Deus; não adiantará uma cerimônia pomposa, com dezenas de testemunhas, vestido de noiva com véu e grinalda, com modelo personalizado, nem uma recepção no melhor clube da cidade. Ter a bênção de Deus no casamento é de suma importância. Pense nisso!

2. Adultério: Não é crime, mas é pecado

Adultério é a relação sexual entre uma pessoa casada e quem não é seu cônjuge; é grave pecado, que na lei de Moisés era duramente apenado (Lv.20:10; Dt.22:22). Hoje, no Brasil, não é considerado mais um crime, contudo, à luz da Bíblia não deixou de ser um pecado. A Bíblia Sagrada reprova veementemente a prática do adultério.

Aquele que pratica adultério quebra pelo menos cinco dos Dez Mandamentos. Primeiro: "não terás outros deuses diante de mim" - quem adultera está dizendo que existe um relacionamento mais importante do que o relacionamento com Deus. Segundo: "não dirás falso testemunho contra o teu próximo" - além de quebrar os votos matrimoniais, o adúltero geralmente engana para encobrir o seu pecado. Terceiro: "não furtarás" - quando Davi pecou com Bate-Seba, o profeta Natã o acusou, principalmente, de roubar a mulher do próximo. Quarto: "não cobiçará" - o adultério começa com a cobiça. Quinto: "não adulterarás". Este é um mandamento que consiste em uma proibição absoluta, sem nenhuma concessão. Isto vigora tanto para o homem como para a mulher (Lv.20:10). A finalidade precípua é proteger o matrimônio, instituição sagrada instituída por Deus.

Diante destes pormenores, percebe-se que o adultério é um pecado muito sério. É válido ressaltar que a sexualidade, dentro dos padrões morais exarados nas Escrituras Sagradas, é santa. Deus criou o homem sexuado - “macho e fêmea os criou” (Gn.1:27). Deste modo, a atividade sexual não é algo pecaminoso nem estranho ao ser humano; muito pelo contrário, é algo que decorre da própria natureza humana. O que Deus proíbe é o sexo ilícito, que tem sido um dos grandes problemas do ser humano ao longo da sua existência, e principalmente nestes últimos tempos de depravação cultural em que o erotismo tem se apresentado de forma explicita e libertina.

Atualmente, o mundo vê o adultério como algo normal, natural e até esperado no casamento (recente pesquisa feita no Brasil demonstrou que dois terços das pessoas esperam ser traídas por seu cônjuge e entendem ser isto natural e compreensível); entretanto, o adultério é abominável aos olhos de Deus, tanto que seu alcance foi ampliado por Jesus no sermão do monte (Mt.5:27-30). Sua prática é considerada loucura pela Palavra de Deus (Pv.6:32-35).

3. Homossexualidade: Uma con­tradição da ordem natural

Os cristãos que têm a Bíblia como sua única regra de fé e prática compreendem a homossexualidade como um comportamento adquirido, e não como um determinismo biológico. A homossexualidade não tem base biológica ou genética. Por mais de 30 anos, cientistas cuidadosos têm se recusado a afirmar que a homossexualidade tem origem biológica, por uma simples razão: falta de evidências comprobatórias. O Dr. John Money, por exemplo, principal pesquisador de sexo da Universidade Johns Hopkins, relatou: “Nenhuma diferença de cromossomos foi encontrada entre sujeitos homossexuais e controles heterossexuais”, e “com base no conhecimento que temos até aqui, não existe fundamento no qual possa se justificar a hipótese de que homossexuais ou bissexuais de qualquer grau ou tipo tenham cromossomos diferentes dos heterossexuais”.

Os relatos de Gênesis (Gn.1:27; 2:18,21-24) e Mateus 19:4-6 ensinam que Deus criou a humanidade de uma maneira específica (macho e fêmea) e com propósitos específicos relativos ao casamento, unidade sexual e procriação subentendida. Homens e mulheres não são o produto cego de uma evolução ao acaso em que, literalmente, nada é normativo e os indivíduos são livres para escolher sua própria moralidade ou sexualidade. Os homens devem prestar contas a Deus, que os criou; eles não são o produto de uma natureza impessoal que não se importa com o estilo de vida deles.

Abaixo estão cinco razões pelas quais o relato da criação é decisivo para qualquer discussão bíblica sobre a homossexualidade.

a) A aceitação da homossexualidade viola a ordem e a essência da própria criação humana. Deus declarou que não era bom que o homem estivesse só (Gn.2:18). Para remediar essa situação, Ele criou a mulher como complemento divino e contrapartida da masculinidade. A comunhão sexual íntima foi pretendida somente para o homem com a mulher. Isso quer dizer que a homossexualidade distorce e desordena as intenções de Deus na criação, e que a prática da homossexualidade contradiz o padrão da heterossexualidade em seu nível mais básico. O estilo de vida homossexual nega e desafia as polaridades do sexo de tal maneira que nem mesmo comportamentos heterossexuais, tais como fornicação e adultério, o conseguem.

b) Os homossexuais não podem obedecer ao mandamento de Deus quanto à procriação. Em Gênesis 1:28, Deus ordenou a Adão, a Eva e seus descendentes: "sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra". Se Adão tivesse decidido ser homossexual, ninguém jamais teria nascido.

c) A homossexualidade constitui uma rebelião consciente contra a ordem divinamente criada. De acordo com Romanos 1:32 e outras passagens bíblicas, os homossexuais sabem que seu comportamento é pecaminoso. A escolha contínua da prática de tal libertinagem é, portanto, uma rebelião intencional contra Deus e a ordem da criação.

d) A Bíblia está repleta de premissas do relato da criação. Se a homossexualidade fosse de alguma maneira legítima, as Escrituras não assumiriam uma inclinação heterossexual, mas incluiriam a opção homossexual. Se Deus tivesse a intenção de que o homem fosse bissexual, ou homossexual, ou se Ele tivesse criado o homem andrógino, o fato de criá-lo dessa maneira seria evidente em outros relatos das Escrituras relacionados à natureza do homem. Mas, o único padrão mantido e defendido é o heterossexual. Do primeiro capítulo de Gênesis até o livro de Apocalipse, o significado duplo de expressão sexual-genital – a saber, procriação e união – é claramente manifesto. Deus é descrito como o noivo fiel, e Israel, como a noiva fiel, indicando que o amor heterossexual pode ser a base para se expressar o mistério de Deus em amar a raça humana. Além disso, o autor de Efésios reitera a mesma verdade revelada sobre a sexualidade humana, no contexto da sublime comparação em que o marido é comparado a Cristo e a mulher à Igreja. Quando o autor deseja descrever o amor que Cristo tem pela Sua Igreja, ele se volta para o amor heterossexual do marido e da mulher (Ef.5:25,28). Em outras palavras, as Escrituras estão impregnadas com premissas concernentes à adequação da heterossexualidade; por comparação, a homossexualidade está claramente ausente, exceto quando se trata de condenação.

e) A homossexualidade distorce a imagem de Deus. Gênesis 1:27 ensina claramente que a imagem de Deus compreende tanto macho e fêmea – uma complementaridade que é eterna e existirá para sempre. Afirmar que a homossexualidade é bíblica e normal é distorcer a imagem de Deus e, consequentemente, insultar a natureza e o próprio Ser de Deus. Ao entendermos o propósito divino da criação e o fato de que a criação reflete o próprio Ser de Deus, podemos entender mais claramente as razões para as condenações bíblicas da homossexualidade e porque elas são tão rígidas.

Portanto, os cristãos conservadores, que amam a Palavra de Deus, entendem que a reprovação da prática homossexual se dá por conta de esta ser contrária a ordem natural da criação, conforme registrada na Bíblia, e não um fruto de preconceito (Gn.1-2; Rm.1:26; 1Co.6:9,10; 1Tm.1:10).

III. O PADRÃO BÍBLICO PARA UMA SEXUALIDADE SADIA

1. O sexo atende uma necessidade da criação

O sexo é a forma natural pela qual os homens se reproduzem, cumprindo o princípio ético da procriação (Gn.1:28) - “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a....”. A intenção divina era dotar o homem não só de domínio sobre a criação na terra, mas também de capacidade de reprodução (Gn.1:28), e isto exigia a criação da mulher. Sem a providência divina de criação da mulher e, por conseguinte, da família, o homem não teria condições sequer de dominar o restante da natureza, pois, acometido que estava de um sentimento de solidão, não teria condições psicológicas para se impor frente aos demais seres. Sem o matrimônio, seria impossível que o homem frutificasse e se multiplicasse sobre a face da Terra e, por conseguinte, que o homem pudesse dominar sobre a criação que estava na Terra.

2. O sexo como complementação e satisfação

O sexo não é visto apenas com fim de procriação, como alguns defendem erroneamente, sem respaldo bíblico. Em Pv.5:18,19 está escrito que o prazer é algo próprio do sexo e que não é pecado a busca de satisfação entre homem e mulher. O sexo dá prazer de forma natural, de modo que não devemos ter de buscar e sentir satisfação na atividade sexual, pois é algo que lhe é próprio. O que se condena é o abuso, o domínio do homem pelo instinto sexual, de forma egoística e descontrolada, o que não se permite nem mesmo entre casados, pois isto revelará um desequilíbrio, sendo certo que a temperança, o domínio próprio, é uma das qualidades do fruto do Espírito Santo (Gl.5:22), enquanto que a lascívia e a impureza são obras da carne (Gl.5:19). 

Deus fez o sexo e ele é algo bom, prazeroso, saudável e divino. Mas Deus estabeleceu um princípio: a relação sexual só pode ser expressa no casamento; fora dele é pecado, é desobediência, é quebra de princípio de Deus para com o homem, sendo ele cristão ou não. Vivendo essa prática fora do casamento, certamente o homem cairá em desgraça e maldição.

Quantas pessoas são feridas e marcadas por toda a sua vida na área sexual. Cada vez que alguém se rende às tentações para, de forma ilícita, explorar os desejos sexuais que Deus determinou para nosso próprio bem, está desobedecendo a Deus. Quantas moças cedem para seus namorados só porque eles ameaçam terminar um relacionamento que nunca foi de Deus. Quantos rapazes, só para provar aos seus amigos que ele é macho, passam a ter uma vida sexual fora dos limites de Deus. Se as nossas respostas para o mundo não forem realmente guiadas pelo Senhor de acordo com o propósito dEle, não seremos pessoas diferentes dos ímpios. Precisamos apreender que sexo é bom, foi Deus quem o criou, não é impuro ou maligno; pelo contrário, é divino. Porém, não devemos esquecer que o sexo deve ser praticado apenas dentro do casamento.

3. O pastoreio cristão e a prática ho­mossexual

O modelo divino para o ser humano é a heterossexualidade (cf. Gn.1:27; 5:1-2; 2:22-24; Mt.19:4). O “macho”, a Bíblia chama de “homem”; a “fêmea”, a Bíblia chama de “mulher”. O macho - o homem - é chamado de um ser do sexo masculino; a fêmea - a mulher - é chamada de um ser do sexo feminino. Para a Bíblia, ou a criatura é homem, ou, então, é mulher. Não existe a “coluna do meio”. Um homem e uma mulher, biblicamente, formam um casal. Quando Paulo diz que cada um tenha a sua esposa e cada uma tenha o seu marido (1Co.7:2), fica clara a ideia de uma relação heterossexual.

Embora a união homossexual fosse algo comum no tempo de Paulo, ele define essa prática como uma paixão infame, um erro, uma disposição mental reprovável, uma abominação para Deus.

A relação homossexual pode chegar a ser aprovada pelas leis dos homens, por causa da corrupção dos costumes, mas jamais será chancelada pelas leis de Deus. Uma decisão não é ética apenas por ser legal. Ainda que a relação homossexual se torne legal pelas leis dos homens, jamais será aprovada por Deus, pois fere frontalmente a Sua Lei. A Bíblia sempre condenou o homossexualismo voluntário, atitude que é típica dos rebeldes e pecadores, como demonstra a Palavra de Deus, inequivocamente, em diversas passagens (cf. Lv.18:22; 20:13; Dt.23:17; 1Rs.14:24; 15:12; 22:47; Rm.1:24,27; 1Co.6:10; Gl.5:19; 1Tm.1:10; Ap.21:8).

Contudo, o homossexual não pode deixar de ser considerado como criatura de Deus e carente da Sua misericórdia. Se a pessoa homossexual se arrepender das suas práticas abomináveis e seguir a Cristo de todo o seu coração, não há dúvida, Deus a perdoará e essa pessoa será salva, pois o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado.

Portanto, a igreja local não deve rejeitar o homossexual como não deve rejeitar as demais pessoas que agem de forma contrária aos valores cristãos. Veja que, não obstante à antipatia dos israelitas com relação aos publicanos e prostitutas, Jesus tratou-os de forma amorosa e com empatia. Que eram pecadores, sim, eles eram, porém, mesmo assim o Senhor viu neles potenciais filhos de Deus que careciam de arrependimento (Lc.5:30-32; João 8:3-11). Deus amou o mundo inteiro (João 3:16) e quer que todos sejam salvos (1Tm.2:4). Quem somos nós para rejeitar qualquer ser humano?

CONCLUSÃO

A sexualidade é o desígnio de Deus, e Seu sagrado presente de casamento para os seres humanos. Só ele pode definir os parâmetros para seu uso. A Bíblia deixa claro que o sexo foi criado para ser desfrutado entre um homem e uma mulher que estão em um casamento de aliança até que um deles morra (Mt.19:6). Qualquer expressão fora desses parâmetros constitui abuso do dom de Deus; abuso é o uso de pessoas ou coisas de maneiras que não foram projetadas para serem usadas; a Bíblia chama isso de pecado. Adultério, sexo antes do casamento, pornografia e relações homossexuais estão todos fora do desígnio de Deus, o que os faz pecar.