A VIDA DO NOVO CONVERTIDO

Textos: II Co. 5.17 – II Co. 5.17; Tt. 2.11-13; 3.3-8
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OBJETIVO: Refletir sobre a vida do novo convertido, enquanto nova criatura, que, a partir do novo nascimento, passa a viver em plena comunhão com Deus, reconhecendo o Senhorio de Cristo.

INTRODUÇÃO: O novo nascimento, ou o nascimento de cima, conforme expresso por Jesus a Nicodemos em Jo. 3.3, é condição para ver o Reino de Deus. O cristão recém-nascido na igreja é comumente denominado de novo convertido. No estudo desta semana veremos a respeito desse primeiro passo na caminhada cristã. A princípio, atentaremos para a posição de nova criatura em Cristo, em seguida, para a vida dessa nova criatura, e, ao final, para a condição do novo convertido.

1. NOVO CONVERTIDO, NOVA CRIATURA: A doutrina do novo nascimento, ou o nascimento de cima, se tornou amplamente impopular nas igrejas cristã, especialmente entre o movimento pseudopentecostal (comumente chamado de neopentecostal). Essa, no entanto, é uma revelação bíblica, expressa pelo Senhor Jesus, quando condicionou a entrada no Reino de Deus ao novo nascimento. Em II Co. 5.17 Paulo reforça esse ensinamento ao dizer que, “se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. A nova criatura, kaine ktisis em grego, é uma realidade que não está restrita aos primeiros dias de fé, mas ao fato de o ser humano, em Cristo, ter assumido uma nova posição. O versículo 17 está em conexão com o 16, por esse motivo, há um elemento de relação gramatical: “assim que”. Para Paulo, o fato de Jesus ter morrido e ressuscitado ensejou a construção de outra dimensão, isto é, a vivemos sempre de bom ânimo (II Co. 5.6), não mais pelo que vemos, mas pela fé (II Co. 5.7), na expectativa do tribunal de Cristo, quando as obras dos crentes serão julgadas (II Co. 5.10); constrangidos pelo amor de Cristo (II Co. 5.14), por isso, “as coisas velhas já passaram”. É nesse contexto que, diz Paulo aos Gálatas, “Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura” (Gl. 6.15) e os que andam assim, “paz e misericórdia” (Gl. 6.16). Isso porque fomos criados em Cristo Jesus (Ef. 2.10), para tanto, revestidos do novo homem, a fim de sermos segundo a imagem daquele que o criou (Cl. 3.10).

2. A VIDA DA NOVA CRIATURA: O motivo para essa nova realidade é que a graça de Deus, isto é, Seu favor imerecido, se manifestou em Cristo, a fim de trazer salvação à humanidade (Tt. 2.11). Paulo diz, em Cl. 1.26-28: “O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória; a quem anunciamos, admoestando a todo o homem, e ensinando a todo o homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo o homem perfeito em Jesus Cristo”. Porque Cristo se manifestou, em graça, a bendita esperança da nova criatura é a revelação gloriosa do “grande Deus e nosso Senhor” (Tt. 2.13). Enquanto essa não acontece, devamos permanecer nos ensinamentos do Mestre, sendo educado, nos cultos de instrução, nos estudos bíblicos, na Escola Bíblica Dominical, a fim de que vivamos, “renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas”, a presença do aoristo grego, nessa declaração, intensifica o caráter dessa decisão, que deva ser definitiva, sem fazer concessão ao pecado, negando peremptoriamente em palavras e obras a impiedade, asebeia em grego que pode também significar a irreverência em relação às coisas de Deus e as concupiscências mundanas, tas kosmikas epithumias em grego, os desejos desenfreados que governam as vidas daqueles que estão distanciados de Deus. Neste presente século, vivamos não mais para nós mesmos, para Aquele que por nós morreu e ressuscitou (II Co. 5. 15), do seguinte modo: sobriamente (sophronos) – com a mente sã, moderada, discretamente; justamente (dikaios) – honestamente, retamente; e piamente (eusebos) – em disciplina espiritual. A esse respeito diz o Apóstolo aos Romanos, aplicável a todos os crentes atuais, sejam novos ou velhos convertidos: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm. 12.1,2).

3. A CONDIÇÃO DA NOVA CRIATURA: Anteriormente éramos “insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros” (Tt. 3.3). Felizmente apareceu um “mas” em nossas vidas, uma conjunção adversativa, um “porém”, isso aconteceu “quando apareceu a benignidade e o amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens”. A manifestação de Cristo traz uma implicação ético-existencial para a nova criatura, essa não pode mais continuar vivendo como antigamente, cometendo os mesmos pecados de outrora. Não fomos salvos pelas obras próprias, pois a salvação é pela graça, por meio da fé (Ef. 2.8,9), no entanto, depois de salvos, devemos praticar boas obras, as quais Deus mesmo preparou para que andássemos nelas (Ef. 2.8,10), a maioria dos cristãos lembram bem dos versículos 8 e 9 do capítulo 2 da Epístola de Paulo aos Efésios, mas esquecem do importante versículo 10. As obras não conduzem à salvação, mas devam acompanhar a salvação, elas manifestam, perante a sociedade, que de fato somos nascidos de Deus (I Jo. 5.1,4,18). Afinal, conforme expressou Tiago, a fé sem as obras é morta (Tg. 2.14-26), é por meio delas que as pessoas que nos cercam podem ver que pertencemos a Deus. Essa não é uma palavra de homens, mas de Deus, portanto, “fiel e digna de aceitação” (I Tm. 4.9), portanto, devemos dizer “amém”, a Palavra de Deus é inspirada pelo Espírito, é a partir dela que a nova criatura pauta a sua vida, ela é “proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (II Tm. 3.16,17).

CONCLUSÃO: Aplicar-se às boas obras deva ser a meta principal de todo cristão, novo ou antigo convertido, o motivo, diz o Apóstolo, é que estas coisas são “boas e proveitosas” (Tt. 3.8), os temos gregos são kalos, que quer dizer excelentes, nobres e ophelimos, lucrativas. Nesse tempo em que as pessoas somente pensam no ter, o desafio do cristão é o ser, buscar a vontade de Deus, vivendo a partir dos princípios do Reino de Deus, distintos dos valores dessa era presente. Os que são novas criaturas em Cristo, portanto, vivem a partir de uma nova realidade, as coisas velhas se passaram tudo se fez novo. A partir de então, seu olhar sobre o mundo e suas atitudes em relação à vida devem estar em conformidade com aqueles que são súditos do Reino de Deus. PENSE NISSO!
 
Deus é Fiel e Justo!

A MENSAGEM DO REINO DE DEUS

Textos: Mc. 1.15 – Mc. 1.14,15; Mt. 5.3-12; Rm. 14.17
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OBJETIVO: Mostrar que o comportamento do cristão dever ser pautado pela mensagem do Reino de Deus.

INTRODUÇÃO: O Reino de Deus se revela em Cristo, uma Pessoa, o próprio Rei. Mas para ser súdito desse Reino é preciso conhecer e obedecer a Sua mensagem. Por isso, no estudo desta semana, veremos a respeito dos ensinamentos essenciais àqueles que fazem parte do Reino de Deus. A princípio, destacaremos que esse é um Reino espiritual, em seguida, abordaremos a mensagem desse Reino, e por fim, o significado espiritual desse Reino para os cristãos de todos os tempos.

1. O REINO DE DEUS É ESPIRITUAL: Ao longo da história, a igreja confundiu-se sempre que acreditou que o Reino de Deus era material. No Século IV, por ocasião da constantinização do cristianismo, e por conseguinte, do romanismo, alguns cristãos se empolgaram com a implantação da religião cristã através do Império. O resultado consta nos anais da história e entristecem a todos aqueles que amam a verdade do Evangelho de Cristo. A igreja que deveria influenciar o mundo, como sal da terra e luz do mundo (Mt. 5.13-16), deixou-se conduzir pelos benefícios estatais, e, por fim, redeu-se totalmente às barganhas do poder temporal. Jesus sabia muito bem que a relação igreja-estado precisa ser bem demarcada. A igreja precisa influenciar o Estado, mas não pode confundir-se com ele. O Estado sempre terá interesse de ter domínio sobre a Igreja, a fim de diminuir sua força profética. Por esse motivo o Senhor declarou para Pilatos: “O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas, agora, o meu Reino não é daqui” (Jo. 18.36). Os valores do Reino de Cristo não se afinam com aqueles apresentados pela política secular. Os políticos agem por meio da barganha, ao invés de se comprometerem com o próximo (Lc. 9.57-62). Os políticos não amam pessoas, vêem apenas potenciais eleitores, tudo fazem na expectativa do retorno, de receberem um voto em troca, não há graça, pois não existe favor imerecido, não há possibilidade para o perdão (Mt. 18.26,27). Os políticos tudo fazem para aparecer, dependem da projeção pessoal (Mt. 20.20-28), da visibilidade que dão ao que produzem, caso contrário, não conseguirão votos, por isso, não são humildes, uma das características dos cidadãos do Reino de Cristo (Mt. 18.4). O Reino de Deus é um governo espiritual, nada tem a ver com os governos humanos. Mesmo assim, devemos contribuir com a sociedade na qual estamos inseridos, e orar pelos representantes democraticamente eleitos (I Tm. 2.1,2), e quando for o caso, nos opormos quando ferirem aos princípios do Reino (At. 5.29), não apenas no tocante à agenda moral, mas também à social, esta geralmente esquecida pelos cristãos.

2. A MENSAGEM DO REINO DE DEUS: Não podemos apartar o Reino da mensagem do Rei Jesus, a Pessoa de Cristo é fundamental à constituição do Reino, mas não podemos desprezar Seus ensinamentos, caso contrário, reduziremos a fé cristã a puro subjetivismo e experiencialismo religioso. Os princípios do Reino de Deus estão registrados nas páginas dos evangelhos, especialmente no Sermão do Monte, nos capítulos 5 a 7 do Evangelho segundo Mateus. No capítulo 5, versículos 3 a 12 o Senhor Jesus destaca algumas características dos súditos do Reino: 
 
1) Pobreza de espírito – a riqueza é um empecilho para entrar no Reino de Deus (Mt. 19.16,17), mas existem aqueles que são ricos, mesmo sendo pobres, isto é, estão imbuídos do espírito de grandeza, não têm humildade para reconhecerem a necessidade de Cristo; 
2) Choro pela condição – para entrar no Reino, é preciso reconhecer a condição espiritual na qual se encontra nascer de novo (Jo 3.3), chorar diante de Deus, arrepender-se dos pecados, receber o consolo através do perdão; 
3) Mansidão – esse é um dos aspectos do fruto do Espírito (Gl. 5.22), diz respeito à disposição espiritual para reder-se a Deus, não buscar represálias pela força humana, estar disposto a perdoar aqueles que causam dano, Jesus é o grande exemplo, Ele disse ser manso e humilde de coração (Mt. 11.29); 
4) Famintos e sedentos de justiça – no mundo campeia a injustiça, as pessoas agem em conformidade com seus interesses egoístas. O pobre é menosprezado, suas necessidades são desconsideradas, os súditos do Reino de Deus não podem compactuar com tais atitudes, deve clamar por justiça (Tg. 5.4), mas não podem esquecer que também são pecadores, carentes da justificação de Deus em Cristo, para salvação dos pecados (Rm. 3.24-26); 
5) Misericordioso – disposição para não levar em conta a ofensa do outro, deixando de tratá-lo como merece (Cl. 3.13; Ef. 4.32), antes demonstrando misericórdia, lembrando que devemos perdoar, pois também fomos perdoados (Lc. 6.37; Tg. 5.9); 
6) Pureza de coração – a justificação através do sacrifício vicário de Cristo é a base para a pureza de coração, ninguém pode ser santo, a menos que tenha sido justificado (Hb. 9.14; I Jô. 1.6,7), mas isso não deva isentar o súdito do Reino da busca pela santificação (Gl. 5.16; Hb. 12.14); 
7) Pacificadores – os súditos do Reino não promovem a guerra, nem mesmo as chamadas guerras “justas”, agem sempre com vistas à pacificação, pois nosso Deus é de Paz (Hb. 13.20) que em Cristo nos reconciliou com Ele mesmo (II Co. 5.19,20) e nos dá a Sua paz, que o mundo desconhece (Jo. 14.27), e que é aspecto do fruto do Espírito (Gl.s 5.22); 8) perseguidos – os súditos do Reino não temem a perseguição, pois sabem que essa é uma consequência do discipulado (Jo. 7.7; 15.19; II Tm. 3.12), mas não devem desanimar (I Pe. 3.14), antes alegrarem-se, certos do galardão nos céus (Mt. 5.12).

3. O SIGNIFICADO DO REINO DE DEUS: Vemos, desde o estudo passada, várias definições de Reino, mas cabe ainda perguntar: O que é o Reino de Deus, e mais importante ainda: qual o significado do Reino de Deus? Paulo responde em Rm. 14.17: “Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. Esse versículo precisa ser compreendido no contexto da passagem, na qual o Apóstolo trata sobre a liberdade cristã diante das censuras entre os crentes do primeiro século, sobre o que poderiam ou deveriam deixar de comer. Ele destaca, como em I Co. 8.8, que o que comemos ou deixamos de comer não nos caracteriza como partícipes e súditos do Reino de Deus. Na verdade, algumas práticas religiosas e legalistas existentes em algumas igrejas, apenas servem para desvirtuar o verdadeiro significado da fé cristã (Hb. 9.10; 13.9), em alguns casos, servem apenas para a ostentação humana, pura carnalidade (Cl. 2.21-23). O significado do Reino de Deus é: 
 
1) Justiça – o pecador recebe a justificação em Cristo quando se arrepende dos seus pecados (Rm. 3.21-25; 5.1; 8.33,34). É o Espírito Santo, por meio da Palavra, que convence o homem e a mulher do pecado, da justiça e do juízo (Jo. 16.8). A justiça dos homens é falha, muitos veredictos são dados contra os mais pobres e necessitados, para beneficiarem os poderosos; 
2) Paz – em virtude da justiça de Deus, podemos ter a paz que excede a todo e qualquer entendimento (Fp. 4.7), antes estávamos distanciados de Deus, por causa dos pecados, mas Ele, pela Sua graça, nos atraiu para Si (Rm. 5.1-3), resultante dessa paz, podemos, agora, ter paz uns com os outros (Rm. 12.18; Hb. 12.14) e com nós mesmos (Cl. 3.15);
3) Alegria – o fundamento da alegria, tal como o da paz, é o Espírito Santo, produzindo o Seu fruto em nós (Gl. 5.22), tal fruto é cultiva a partir do relacionamento com o Pai (II Pe. 3.1; 4.4,10). Mesmo em meio às provações, na Prisão em Roma, Paulo escreveu uma Epístola aos Filipenses, comumente denominada de Carta da Alegria, apesar de tudo, Ele se regozijava no Senhor (Fp. 4.4).

CONCLUSÃO: Os súditos do Reino de Deus precisam estar atentos à mensagem do Reino, cuidando para que essa não se transforme em meras exterioridades. O Reino de Deus não é uma religiosidade fundamentada na aparência, não é constituída pelo poder mundano. O Reino de Deus é Espiritual, portanto, deve ser assumido como tal. Todos aqueles que são cidadãos do Reino de Deus passaram pela experiência do novo nascimento e vivem como filhos de Deus, em justiça, paz e alegria, sendo, por esse motivo, bem-aventurados, isto é, mais do que felizes, mesmo em meio às perseguições. PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!