Objetivo: Refletir a respeito da morte vicária de Cristo, por meio da qual, fomos libertos das culpas e do castigo do pecado.
INTRODUÇÃO: A morte de Cristo teve um significado vicário para todos aqueles que O recebem como Salvador. Ciente da importância de tal sacrifício estudaremos, algumas profecias que fazem alusão a esse momento, sua realização plena em Cristo, bem como suas implicações reais para a vida cristã.
1. PROFETIZADA NO ANTIGO TESTAMENTO: A morte de Cristo, em sacrifício pela humanidade, fora, várias vezes, profetizada no Antigo Testamento. Uma dessas se encontra em Is.53.4, assim diz o texto sagrado:“Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido”. Atentemos para alguns detalhes dessa passagem:
1) Verdadeiramente – eis aqui um fato incontestável, seu sacrifício não foi uma fraude;
2) Ele tomou sobre si mesmo – não se tratou de algo imposto, mas em uma disposição voluntária para o sacrifício (Mt. 8.17);
3) Levou sobre si – essa é a demonstração ativa do ato vicário, substitutivo (Is. 53.5,6,8,12), por nós (Is. 63.9; Hb. 4.15);
4) as nossas enfermidades – cuidemos para não absolutizar a relação entre pecado e enfermidade (Jo. 9.2,3), mas não podemos descartá-la por completo (Is. 33.24; Sl. 103.3; Mt. 9.2; Jo. 5.14; Tg. 5.15);
5) Ferido de Deus e oprimido – não pelos seus pecados, pois ele não os teve (Hb. 4.15; 9.28), mas pelos nossos (I Pe. 2.24). Outras passagens bíblicas vaticinam, direta ou indiretamente, a morte de Cristo são: Sl. 22; Is. 52.12; Sl. 69.21; Zc. 12.10; Sl. 22.18; e Sl. 34.20.
2. A MORTE VICÁRIA DE CRISTO: A palavra “vicário”, de acordo com o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, vem do latim “vicarius” e significa “o que faz às vezes de outro ou de outra coisa” ou “o que substitui outra coisa ou pessoa”. Essa definição se coaduna, perfeitamente, com a explicação bíblica e teológica que costumamos dar à morte expiatória de Cristo no Calvário. Alguns textos bíblicos consolidam a fé no sacrifício vicário, isto é, substitutivo da morte de Jesus. Em Rm. 3.25 e 5.6, Paulo diz que, pelo sangue de Cristo, Deus propôs propiciação pelos nossos pecados a fim de que fôssemos reconciliados com Ele. Ainda em Ef. 1.7 e 5.2, fora escrito, pelo mesmo apóstolo, que Jesus ofereceu a si mesmo, como oferta agradável a Deus, pelos nossos pecados. Em C.l 1.14,20,22 é dito que temos paz pelo sangue da cruz. Em I Tm. 2.6 e Tt. 2.14, sabemos que Cristo a si mesmo se deu em resgate por nós para nos remir de toda iniqüidade. O autor da Epístola aos Hebreus reforça essa doutrina, Hb. 9.27 e 10.10, dizendo que Cristo é a oferta que tira os pecados de muitos. A morte de Cristo, no entanto, ocorreu não por um mero capricho divino, mas por causa da Sua santidade e da gravidade do pecado, cuja conseqüência é a manifestação da ira de Deus (Rm. 1.18,24,26,28), a qual, permanece sobre aqueles que não receberam, pela fé, o Cristo crucificado (Jo. 3.36).
3. EFEITOS DA MORTE DE CRISTO: Quando recebemos a morte de Cristo, Seu sacrifício vicário, nós tornamos aceitos nEle, que é o Amado do Pai (Ef. 1.6). A justiça dEle nos é imputada, de modo que somos justificados, já que essa é lançada em nossa conta (Rm. 3.21). Em prosseguimento a isso, somos levados à santificação e ao desenvolvimento do caráter de Cristo por meio da produção do fruto do Espírito (Gl. 5.22,23). A morte de Cristo torna o relacionamento com Deus algo possível e real, não mais circunscrito às exigências da Lei, cujo ministério é o da condenação, mas, conforme nos instrui Paulo, em Cl. 3, para uma vida modificada em união com Aquele que não só morreu, mas também ressuscitou de entre os mortos (Cl. 1.20; I Co. 15.25-28; Jo. 7.38; 16.7; 14.16; At. 2.33; Gl. 3.13,14). Agora, temos o perdão de Deus, a purificação do pecado (Rm. 3.25; 4.7; At. 2.38; 3.19; I Jo. 1.2-2.2). E, por fim, a esperança da redenção total, quando o que é corruptível se revestirá da incorruptibilidade (I Co. 15.53,54) e a trombeta soar, e, enfim, mortos e vivos subirão para o encontro com o Senhor nos ares (I Ts. 5.13-18).
CONCLUSÃO: É por meio do Espírito Santo (Rm. 8.29) que a morte de Cristo adquire uma caráter real na vida daqueles que crêem. Assim, do prisma individual, a menos que haja conversão, o sacrifício de Jesus não terá o devido efeito na vida dos pecadores. Paulo esclarece em Rm. 5.9,10 que a morte de Cristo tem, de fato, um caráter substitutivo, todavia, faz-se necessário que essa justificação, por meio de Sua morte, seja operada pelo Santo Espírito (II Cr. 3.18). Portanto, sejamos cautelosos para não levar Cristo ao vitupério, deixando de atentar para essa tão grande salvação (Hb. 2.3), sem a qual, estaríamos fadados à condenação eterna (Jo. 3.16; Rm. 3.23; 6.23). PENSE NISSO!