Textos: II Sm. 12.13 - Sl. 51.1-4; 7-12; 17
irmaoteinho@hotmail.com
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OBJETIVO: Mostrar que o caminho da restauração passa pelo arrependimento e confissão do erro cometido e abandono da prática.
INTRODUÇÃO: Em prosseguimento ao episódio da aula passada, quando Davi é confrontado pelo profeta Natã, estudaremos, esta semana, a respeito do processo de arrependimento e confissão do rei de Israel. A princípio, discutiremos a respeito da resposta imediata de Davi à Palavra de Deus. Em seguida, analisaremos o Salmo 51, no qual Davi expressa seu quebrantamento. Ao final, meditaremos a respeito do papel do arrependimento e da confissão na vida cristã.
1. DAVI RECONHECE SEU PECADO: Davi finalmente se identificou com o enfrentamento profético de Natã (I Sm. 12.5,6). Viu em si mesmo a realidade do pecado, não pode mais se eximir da culpa. Ao invés de encontrar explicações descabidas a fim de preservar sua imagem, Davi se humilhou na presença de Deus. Mesmo sendo rei, Davi confessa a culpa diante do profeta, reconhecendo ser esse o porta-voz de Deus. Tal ato poderia, do ponto de vista político, ser considerado um suicídio. Mesmo assim Davi não estava colocando o trono acima do seu relacionamento com Deus. Confessou seu pecado assumindo que a Palavra de Deus deveria estar acima de sua atuação no reinado. Diante de tal atitude, o profeta complementa: o Senhor te perdoou o teu pecado; não morrerás. Nesse particular observamos uma nítida diferença entre Davi e Saul. Este, ao invés daquele, jamais assumiu seus erros. Essa teria sido uma das causas da sua rejeição pelo Senhor. Uma das expressões marcantes do reconhecimento do pecado de Davi se encontra no Salmo 32. Nesse Salmo o rei transborda de alegria ao saber do perdão de Deus no lugar da culpa, e da restauração da comunhão após a angústia da convicção do pecado. Ao invés da morte Davi desfrutou da vida que o Senhor pode dar a alma ressequida pelo pecado. O perdão do Senhor não o isenta das conseqüências do seu ato, concretizada no vaticínio da morte do seu filho com Bate-Sabe (I Sm. 12.13-15).
2. UM SALMO DE ARREPENDIMENTO: O Salmo 51 fora proferido por Davi por ocasião do reconhecimento do seu pecado. Nesse salmo Davi suplica o perdão e a misericórdia de Deus por causa das suas transgressões. O rei de Israel pede ao Senhor que o lave dos seus pecados e o purifique das suas iniqüidades (v. 2). Ele reconhece, isto é, tem a percepção da gravidade dos seus erros, por isso, roga a Deus que retire o peso do pecado, pois eles estão sempre diante dele, não saem da sua mente (v. 3). Ainda que o pecado de Davi tenha causado males às pessoas, seu pecado, na verdade, foi contra Deus. Ele assume que procedeu com maldade perante Deus, pois ninguém pode escapar da visão do Senhor. Mas nem tudo está perdido, já que Davi pode ser justificado pelo falar de Deus (v. 4). A causa do pecado de Davi está na sua própria constituição. Ele diz que nasceu em pecado e que sua mãe também em pecado o concebeu (v. 5). Davi sabe que Deus ama a verdade que vem do íntimo, sem fingimento, e isso faz com que o rei abra seu coração (Rm. 2.29). A purificação do pecado é efetuada pelo Senhor, que o torna mais alvo do que a neve (v. 7). O pecado, conforme estudamos na lição anterior, acarreta em males físicos. O salmista ora para que o Senhor restitua sua alegria e os ossos que foram esmagados (v. 8). Diante da santidade de Deus e da realidade do pecado humano, Davi suplica ao Senhor que esconda o Seu rosto dos seus pecados (v. 9). Em seguida, implora por um coração purificado e um espírito renovado, isto é, uma nova condição espiritual (v. 10). O rei sequer exige que permaneça no trono, mas que o Senhor não retire dele o Espírito (v. 11). O pecado acarreta tristeza, resulta em angústia, por isso pede que Deus restitua a alegria da salvação (v. 12). E depois que encontrar a alegria, ele ensinará aos transgressores o caminho da justiça de Deus (v. 13). Davi sabe que cometeu um crime ao matar Urias e, por essa razão, pede que seja livre dos crimes de sangue (v. 14). O pecado cala o homem, tira-lhe o regozijo de cantar louvores a Deus. Somente o Senhor pode, através do perdão, colocar um cântico novo na boca do pecador (v. 15). De nada adiantam os sacrifícios rituais, a menos que sejam cumpridos em sincero arrependimento (v. 16). O pecado não pode oferecer algo mais valioso a Deus que um coração quebrantado, sinceramente contrito (v. 17). O rei está preocupado que os seus pecados tragam mazelas ao seu povo (v. 18), então, promete que, ao ser perdoado, não apenas ele, mas todo o povo celebrará a Deus com sacrifícios de justiça (v. 19).
3. A RESTAURAÇÃO ESPIRITUAL DE DAVI: Os textos de II Sm. 12 e os salmos 32 e 51 revelam como Davi reagiu diante da revelação do seu pecado. Em II Sm. 12.13 está escrito que o rei disse: “pequei contra o Senhor”. Esse é o caminho da restauração espiritual de todo aquele que quer prosseguir nos caminhos do Senhor. Ao ser confrontado pela Palavra de Deus (Hb. 4.12,13), o cristão deve adotar uma atitude de submissão (Rm. 10.17; I Ts. 1.6). O pecado é uma dura realidade e o seu pagamento é a morte espiritual, mas a vida eterna está em Cristo Jesus (Rm. 6.23). O cristão é pecador, ainda que não viva no pecado (I Jo. 1.8; 3.8), mas se houver arrependimento e confessar os seus pecados, encontrará a misericórdia divina (Pv. 28.13). Temos um Advogado perante o Pai, Jesus Cristo, o Justo, portanto, “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” (I Jo. 1.8). E tem mais boas notícias: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo” (I Jo. 2.1,2)..
CONCLUSÃO: O pecado traz conseqüências drásticas às vidas das pessoas. Mas nem tudo está perdido, pois Deus é especialista em transformar tragédias em comédias. Há muitos casos registrados na Bíblia de pecadores que foram perdoados por Deus. Nem tudo está perdido para aqueles que fraquejaram durante a caminhada. Há esperança para os que se arrependem e que buscam ao Senhor com coração sincero, orando as palavras do Salmo 51. Reconhecem, com Davi, que pecaram contra o Senhor e são carentes da Sua misericórdia. Deus não apenas trata o pecador arrependido com graça – dando-lhe o que não merece (perdão) – mas também com misericórdia – deixando de dar-lhe o que merece (condenação). Ao Deus que contempla os arrependidos e perdoa os seus pecados seja a honra e glória pelos séculos dos séculos. PENSE NISSO!
Deus é Fiel e Justo!