Textos: Mc. 11.5 – Lc. 17.20,21; Mt. 18.1-5; Mc. 10.42-45
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OBJETIVO: Destacar a importância da Igreja do Senhor Jesus manifestar o Reino de Deus neste mundo, através da proclamação do Evangelho de Cristo.
INTRODUÇÃO: A Igreja não é o Reino de Deus, mas exerce papel preponderante neste. Por isso, no estudo desta semana, destacaremos a relevância da Igreja na manifestação do Reino de Deus neste mundo. A princípio, faremos uma análise da Igreja e sua relação com Israel e o Reino de Deus. Em seguida, apontaremos o papel representativo da Igreja no Reino de Deus. E por fim, apresentaremos alguns aspectos éticos do Reino de Deus.
1. ISRAEL, A IGREJA E O REINO DE DEUS: No meio teológico há uma confusão entre o Reino de Deus, Israel e a Igreja. Isso acontece porque a Escritura não apresenta explicitamente essa relação. Conforme estudamos anteriormente, e com base no Novo Testamento, o Reino de Deus é a obra redentora de Deus ativa na história para derrotar seus inimigos e trazer aos homens as bênçãos do reinado divino. Inicialmente o Reino foi disponibilizado a Israel. Quando Jesus enviou Seus discípulos, os orientou para que fossem antes “às ovelhas perdidas de Israel” (Mt. 10.6). Mas aqueles que ouviram a mensagem do Rei a rejeitaram, por isso, no dia do juízo haverá menor rigor para Sodoma do que para aquela geração (Mt. 11.24). Por conseguinte, o convite de Jesus foi estendido a todos, a fim de que venham até Ele, todos que os que estão cansados e sobrecarregados (Mt. 11.28,29). Os Judeus queriam um reino político, por meio do qual poderiam vencer seus inimigos, mas Jesus negou-se a ser coroado (Jo. 6.15), e ofereceu-lhes, ao invés de um reino terreno, o pão espiritual (Jo. 6.52-57). Em Mt. 16 está registrado o propósito do Senhor ao formar um novo povo de Deus, a Igreja. A mensagem do Reino de Deus pode ser confundida, não por acaso, ainda nos tempos de Jesus, já que “muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo” (Jo. 6.66), certamente porque esperavam um reino terreno imediato. Apenas alguns poucos, conforme expresso por Pedro: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt. 16.16). A igreja recebeu as chaves do Reino, por isso, “o que ligar na terra terá sido ligado nos céus, e o que você desligar na terra terá sido desligado nos céus” (Mt. 16.18,19). A parábola de Mt. 21.33-42 revela com clareza que Deus confiara sua vinha a Israel, mas que o “Reino de Deus será tirado de vocês e será dado a um povo que dê os frutos do Reino” (v. 43). Por esse motivo Pedro destacou que esse novo povo, a Igreja, é “geração eleita, sacerdócio real, nação santa” (I Pe. 2.9), isso porque, agora, “os que são da fé são filhos de Abraão” (Gl. 3.7).
2. IGREJA, REPRESENTANTE DO REINO: O Reino de Deus impera atualmente por intermédio da Igreja de Jesus Cristo, a ela compete à tarefa de pregar o evangelho do Reino no mundo, por esse motivo Felipe foi para Samaria, a fim de pregar as “boas novas do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo” (At. 8.12) e Paulo para Roma onde pregou primeiro aos judeus e, depois, aos gentios, o Reino de Deus (At. 28.23,31). Os que crêem nessa mensagem são libertos do domínio das trevas e transportados para o Reino do Filho amado de Deus (Cl. 1.13). Assim, ainda que a Igreja não seja o Reino de Deus, o Reino de Deus cria a Igreja e opera no mundo por meio dela, de modo que o Reino de Deus é proclamado pela Igreja. A igreja nada tem a ver com Israel, pois essa teve o seu início no dia de Pentecostes (At. 2; I Co. 12.13). Essa mesma Igreja que deve influenciar a sociedade através da pregação da Palavra de Deus, ela não pode se escusar da responsabilidade de transformar a história, como sal da terra e luz do mundo (Mt. 5.13-16). O mundo precisa que a Igreja seja igreja, mas, infelizmente, existem “igrejas” que preferem ser como o mundo. Cada cristão, nesse contexto, é chamado para representar Cristo ao mundo, tendo, assim, autoridade delegada (II Co. 5.19,20; Mt. 28.19). É importante lembrar ainda que em Gn. 1.28, no tange à Comissão Cultural, Deus chamou Adão para ser Seu representante para multiplicação e para difundir os princípios do reino de Deus sobre a terra. A Igreja precisa estender seus horizontes a fim de influenciar o mundo, para tanto, ela deve ocupar espaços na sociedade, os membros da Igreja devam ser exemplo no padrão bíblico de família, no trabalho honesto, nos princípios econômicos, na execução de leis, na produção científica, na literatura, na música, no cinema e nas artes em geral. Vários cristãos deixaram suas marcas na sociedade, esses servem de exemplo: Martin Luther King Jr. (política), Johannes Sebastian Bach (música), John Donne (literatura), C. S. Lewis (literatura), Jacques Ellul (sociologia), Francis Collins (ciência), Soren Kierkegaard (filosofia), entre muitos outros.
3. O MAIOR E O MENOR NO REINO DE DEUS: Nos reinos (ou governos) terrenos predominam a competitividade, por isso, todos querem ser o maior, ninguém quer ser o menor. O vereador almeja o senado, o prefeito a presidência da república, mesmo na instituição eclesiástica, o diácono aguarda ansiosamente pelo dia em que será consagrado a pastor. Mas no Reino de Deus não é assim, não há espaço para orgulho ou ambição (Mc. 9.33-37). Jesus percebeu imediatamente o perigo da busca pela grandeza, tendo por base o reino dos homens. Por isso, ensinou aos seus discípulos sobre humildade e simplicidade, enquanto características fundamentais dos súditos do Reino de Deus (Mt. 18.2,4). No reino dos homens vale mais quem acumula riquezas materiais, no Reino de Deus vale mais quem é mais humilde, quem se entrega à simplicidade. Por isso, quem quiser ser o maior deva ser identificado com uma criança, não pela condição moral, isto é, sua pureza, mas pelo pouco valor que se costumava dar a essas na sociedade antiga (Mt. 19.13-15). O maior no Reino de Deus é o servo de todos (Lc. 22.26,27), esse é o verdadeiro sentido da palavra “ministro”, todo súdito do Reino é um diácono, na expressão da palavra grega. O próprio Cristo é o maior exemplo de humildade, pois assumiu a condição humana para sacrificar-se pelos nossos pecados (Fp. 2.5-11). O padrão de servidão de Jesus, como modelo para o súdito do Reino de Deus, pode ser destacado a partir das seguintes características:
1) Humildade – Jesus deu o maior exemplo de serventia, lavando os pés dos Seus discípulos, ordenando-lhes que fizessem o mesmo (Jo. 13.12-17);
2) Simplicidade – Jesus orientou aos Seus discípulos para que esses não estivessem demasiadamente preocupados com cargos e posições (Mt. 20.20.27);
3) Prudência – Jesus avaliava as circunstâncias antes de agir, ele pensava antes de tomar decisões (Mt. 10.16);
4) Diligência – Jesus não perdia tempo, Ele fazia o que devia ser feito, sabia escolher as prioridades (Jo. 4.34; 9.4);
5) Amor – Jesus amou aos Seus discípulos incondicionalmente, permanecendo ao lado deles até o fim (Jo. 13.1; Gl. 5.13);
6) Sacrifício – Jesus sacrificou seus interesses em prol dos outros, essa era a Sua missão (Lc. 9.51-56);
7) Misericórdia – Jesus foi misericordioso com os pecadores, tornando-os filhos de Abraão (Lc. 19.1-10); 8) Obediência – Jesus não fazia a Sua vontade, Seu propósito era obedecer à vontade do Pai (Mt. 26.42; Lc. 2.47; Hb. 5.8);
9) Paciência – Jesus sabia o momento certo de agir. Ele usou a expressão “não é chegada a minha hora” para demonstrar essa característica (Jo. 2.4);
10) Dependência – Jesus dependeu do Espírito Santo para realizar grandes feitos para Deus (Lc 4.18).
CONCLUSÃO: A igreja faz parte do Reino de Deus, na verdade, esta é representante do Reino de Deus na terra. Essa revelação é um privilégio, mas, ao mesmo tempo, uma responsabilidade. Assim como Cristo foi enviado pelo Pai, nos somos enviado por Ele como embaixadores (Jo. 20.21) para manifestar Seu plano e propósito visível e invisível (Mt. 13.11; Ef. 1.9; 3.9-11). Tal responsabilidade nos conclama a um padrão de justiça que exceda a dos escribas e fariseus (Mt. 5.20), tendo Jesus, o Senhor do Reino, como modelo a ser seguido (I Co. 11.1). PENSE NISSO!
Deus é Fiel e Justo!