Textos: Ne. 6.1-9 - Ne. 8.2,3
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OBJETIVO: Mostrar que o genuíno ensino da Palavra de Deus é capaz de produzir um verdadeiro avivamento. 
INTRODUÇÃO: O  templo havia sido reconstruído, os muros reerguidos, mas faltava o  principal, um genuíno avivamento. No estudo desta semana veremos a respeito  do avivamento verdadeiro que aconteceu nos tempos de Esdras e Neemias. A  princípio definiremos avivamento no contexto geral da Bíblia, a Palavra  de Deus. Em seguida, comentaremos o texto de Neemias 8, no qual está  registrado esse grandioso avivamento. Ao final, convocaremos a igreja do  Senhor para experimentar um avivamento genuíno, respaldado e conduzido  pela Palavra de Deus.
1. AVIVAMENTO, DEFINIÇÕES BÍBLICO-TEOLÓGICAS: Nos  dicionários de Língua Portuguesa, o termo avivamento vem do verbo  “avivar”, que significa: “tornar mais vivo, estimular, tornar mais  nítido, ativo e intenso” (Aurélio). O avivamento deva ser uma condição  perene na igreja cristã, talvez, por isso, não exista essa palavra nem  no Antigo quanto no Novo Testamento, apenas termos correlacionados.  Encontramos na Bíblia apenas o verbo “avivar”, usado com muita  freqüência. Em I Rs. 17.22 a palavra hebraica é shub,  que se refere ao ato de fazer voltar à vida algo que se encontrava  morto ou simplesmente, renovar ou restaurar. Na célebre oração de pedido  de avivamento de Hc. 3.2, a palavra hebraica é chaiah, cujo  significado é viver, ter vida, permanecer vivo, sustentar a vida, viver  prosperamente, viver para sempre, reviver, estar vivo, ter a vida ou a  saúde recuperada. Existem dois outros textos clássicos em hebraico que  se referem a esse ato, ambos com a palavra chaiah, são Sl. 85.6  (avivamento corporativo) e Is. 57.15 (avivamento pessoal). As  características de um avivamento genuinamente bíblico são as seguintes: 
1) Percepção da presença de Deus – isso é claramente revelado em At. 2 e  em Hc. 3.2 onde o profeta reconhece “Deus veio”, é uma experiência  marcante; 
2) Disposição incomum para ouvir a Deus – devemos lembrar que o  avivamento é uma resposta de fé, e essa, vem pelo ouvir a Palavra de  Deus (Rm. 10.17); 3) convicção profunda do próprio pecado – vejamos o  que aconteceu com o profeta Isaias, diante da manifestação do poder de  Deus (Is. 6.3-5); 
4) Quebrantamento que leva à obediência em alegria  (Nm. 8.17,18).
2. NEEMIAS E AS MARCAS DO VERDADEIRO AVIVAMENTO: Sem  a consideração à Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus, não há genuíno  avivamento. Ao longo da história da igreja, especialmente no período da  Reforma Protestante, o avivamento ocorreu em decorrência da atenção  devotada às Escrituras. Nos tempos de Neemias, a Torah havia sido  abandonado, o povo se distanciou da revelação do Senhor. Nos dias atuais  enfrentamos os mesmos desafios, face ao liberalismo teológico, que nega  a revelação sobrenatural de Deus, e das tradições humanas, que se  colocam acima da Palavra, é preciso retorna à Palavra. Em Neemias,  capítulo 8, compreendemos a natureza de um avivamento genuíno, que se  sustenta pela exposição da Bíblia. Deus moveu o povo para reunir-se e  ouvir a Palavra (Ne. 8.1), todos: homens, mulheres e crianças, buscaram  as Escrituras (Ne. 8.2), com o propósito exclusivo de crescerem por meio  da exposição bíblica. Esdras, o expositor, demonstrou-se completamente  comprometido com as Escrituras (Ne. 8.4,5; Ed. 7.10). O povo, ao  contrário do acontece em muitos arraiais cristão atualmente, estava  de ouvidos atentos, mente aguçada, reverente, e em adoração diante da  Palavra (Ne. 8.3-8). O tipo de pregação priorizado por Esdras foi a  expositiva, também seguida pelos Reformadores. Primeiramente o texto foi  lido (Ne. 8.3-5), em seguida ele foi explicado (Ne. 8.7,8), e depois  aplicado (Ne. 8.9-12). Essa é uma grande lição para os pregadores  modernos, que utilizam o texto bíblico ao seu bel prazer, não para  dizerem o que o texto diz, mas para usarem o texto para dizerem o que  querem. A pregação expositiva da Palavra de Deus atinge a mente (Ne.  8.8), a emoção (Ne. 8.9-12) e demanda decisão, vontade de obedecer (Ne.  8.11,12). O avivamento genuíno começa pela liderança, é ela que precisa  tomar a iniciativa de buscar a Palavra de Deus (Ne. 8.13-15), os  liderados, a partir da motivação da liderança, é orientada a se voltar  para a Bíblia (Ne. 8.16-18). 
3. A IGREJA DEVE BUSCAR UM GENUÍNO AVIVAMENTO: A  igreja cristã brasileira tem crescido bastante nessas últimas  décadas, mas esse avanço não representa um genuíno avivamento. Isso  porque ao invés de buscar a Palavra de Deus, muitos estão  fundamentados no emocionalismo, em interesses pessoais, não há  compromisso com as Escrituras. A pregação está desaparecendo dos  púlpitos, os shows estão predominando durante as horas separadas para a  união entre os crentes. Moldados em uma cultura da  superficialidade, não conseguem permanecer atentos por meia hora para  ouvir a exposição da Palavra de Deus. Para não perderem os seus fiéis, a  liderança tem feito uma série de concessões. As celebrações mais parecem  espetáculos de circo, cheio de iluminações e marabalismos. Essa  espetacularização de celebrações reflete uma ausência de espiritualidade  genuína. Os pregadores, a fim de agradarem a platéia, dizem tão somente o  que as pessoas querem ouvir. Aqueles que têm compromisso com a Palavra  de Deus são descartados em favor dos marqueteiros da fé, que usam e  abusam da mídia para se projetarem. Esses não têm conhecimento  bíblico-teológico, ouvi-los, na maioria das vezes, é um exercício de  paciência. Precisamos aprender a valorizar as coisas simples, o  ensinamento da Palavra de Deus, com o foco na mensagem, não no currículo  dos mensageiros. Teremos um avivamento genuíno no Brasil quando a  igreja cristã ouvir a voz de Deus e decidir obedecer a Sua palavra.  Precisamos voltar a chorar pelos nossos pecados, sentir a miséria  daqueles padecem necessidade, valorizar as pessoas pelo que são, não  pelo que têm, imitar o exemplo daqueles que servem ao Senhor com  sinceridade.
CONCLUSÃO: O  texto de Neemias 8 nos direciona para buscar um avivamento genuíno: 
1)  Esdras reuniu a todos, não apenas alguns, contanto que fossem capazes de  entender aquilo que haveria de ser exposto (v. 2), mas antes, ele  direcionou o povo à oração, quando todo povo disse “amém” (v. 6). Ele  leu com distinção, isto é, de modo que todos pudessem ouvir com nitidez.  Em seguida, após essa leitura com clareza, ela expunha o sentido para  que as pessoas compreendessem (v. 8); 
2) Como resultado da leitura e  exposição da Palavra, o povo entristeceu-se e sentiu vergonha dos seus  pecados diante de Deus, o clamor foi tal que Esdras e Neemias precisaram  instruir o povo a que se regozijassem perante o Senhor;  
3) O povo,  então, tomou a decisão de obedecer a Palavra de Deus (v. 17), e, após  ouvir os ensinamentos do Senhor, “houve muita alegria” (v. 18). Esse é o  percurso bíblico do verdadeiro avivamento, parte da leitura e exposição  da Bíblia, sob a oração, debaixo da unção do Espírito Santo. Que Deus  avive sua obra nos meio do Seu povo! PENSE NISSO!
Deus é Fiel e Justo!



