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LIDERANÇA EM TEMPOS DE CRISE

Textos: Ne. 2.20 – Ne. 2.11-18
e-mail: teinho@teinho.com
Twitter: @cdkm

OBJETIVO: Mostrar que na expansão e consolidação do Reino de Deus é imprescindível que ajamos com sabedoria, coragem, entusiasmo e fé.

INTRODUÇÃO: Nos momentos de crise os líderes chamados por Deus fazem à diferença. No estudo desta semana veremos a respeito da atuação de Neemias diante dos seus liderados. A princípio, veremos que Neemias se posicionou como um servo de Deus. Em seguida, atentaremos para o exercício da liderança em tempos difíceis. E por fim, destacaremos a necessidade de ousadia para realizar reformas em momentos de crise.

1. NEEMIAS, O LÍDER-SERVO: Como servo do Deus dos céus, Neemias demonstra praticidade na realização da vontade do Soberano. Mas antes, o servo do Senhor aguardou o momento certo para tomar as decisões necessárias. Ele ora a Deus para que tenha a oportunidade de adentrar a presença do rei, e para que obtenha êxito em seu intento (Ne. 1.11). Ele demonstra saber esperar e essa é uma lição para todo aquele que exerce a liderança. O tempo da espera não é tempo perdido, mas de reflexão, a fim de evitar atitudes precipitadas (Ne. 2.1). Neemias também revela confiança, ainda que tenha inicialmente temido ao rei, Ele ousou e teve coragem de dizer o que estava em seu coração (Ne. 2.2,3). Mas antes de responder à preocupação do rei, Neemias orou a Deus, ele sabia que de nada adianta tomar decisões se essas não tiverem a aprovação do Senhor (Ne. 2.4,5). Depois de ter orado e aberto seu coração perante o rei, Neemias planejou o que devera ser feito. Ele demonstrou que tinha conhecimento da situação e não estava apenas especulando (Ne. 2.6). Diante da indagação do rei a respeito da situação, Neemias solicitou sua proteção e a provisão para realizar o trabalho (Ne. 2.7). O rei atendeu ao seu pedido, não porque fosse bom, mas porque a mão graciosa de Deus estava no comando (Ne. 2.8). Neemias era servo de Deus, por isso deu glória ao Senhor por haver concretizado seus intentos.

2. LIDERANÇA NA CRISE: Algumas pessoas são chamadas por Deus para liderarem em tempos de crise. Neemias foi um dos tais. Homens e mulheres vocacionadas por Deus para tempos de crise olham para além das circunstâncias. Líderes dessa natureza não surgem de uma hora para outra, é resultado de um processo de formação. Deus preparou Neemias para aquele momento, ele próprio tinha consciência do seu chamado especial para a reconstrução de Jerusalém. Antes de agir, ele chora (demonstra sensibilidade), ora (busca a orientação de Deus) e jejua (demonstra dependência de Deus). Neemias sabia avaliar as circunstâncias e percebeu que a reconstrução da cidade dependia de uma decisão política. Isso porque o rei Artaxerxes havia decretado a parada do serviço de reconstrução (Ed. 4.21). A atuação política de Neemias precisa ser contextualizada e avaliada nos dias atuais. Ele não intercedeu ao rei para pedir algo a seu favor, mas para o bem do seu povo, a fim de que a nação saísse da miséria e do opróbrio. Ciente dessa condição, Neemias planejou as condições para a realização da obra de Deus, avaliou condições físicas, pois a viagem demoraria quatro meses, por isso, ele esperou três dias (Ne. 2.11). Os obreiros do Senhor precisam estar atentos às suas limitações físicas, para tanto, devem atentar para uma alimentação equilibrada, evitar excessos físicos, e principalmente, não sacrificar as horas de sono. Depois do tempo de refrigério, Neemias partiu em busca da realização do projeto de Deus. Ele apercebeu-se da oposição que teria para o desenvolvimento do trabalho (Ne. 2.10,12). Reconhecer a verdadeira oposição é fundamental, muitos líderes criam seus opositores, e, às vezes, vêem oposição onde não há. Quem pensa diferente necessariamente não está contra a realização da obra de Deus. Líderes que atuam em tempo de crise devem aprender a tirar proveito daqueles que pensam de modo distinto. Esse critério deva ser avaliado na separação de obreiros para atuarem no serviço cristão. Jesus soube lidar com a diferença em seu corpo apostólico, e principalmente, tirar proveito das peculiaridades de cada um dos seus discípulos. Neemias fez com que seus liderados percebessem que os problemas não eram dos outros, mas também deles, que não apenas a nação estava com problemas, que eles próprios eram a nação (Ne. 2.17). Em seguida, inspirou a confiança neles, para isso, revelou-lhes que Deus o havia comissionado para uma tarefa, e que esse mesmo Deus estaria com eles nesse processo (Ne. 2.18). Ele sabia que enfrentaria oposição, e que seus liderados deveriam saber conviver com essa realidade e saber como responder àqueles que se voltam contra a obra de Deus (Ne. 2.19,20): identificando quem são eles e avaliando suas reais motivações.

3. REFORMAS EM TEMPOS DE CRISE: A reforma era uma necessidade diante da condição de pobreza, desânimo e oposição na qual a nação se encontrava. Na Idade Média, os reformadores perceberam a carência de mudança nos ditames da igreja cristã. Lutero e Calvino foram instrumentos de Deus a fim de que a Igreja retornasse às Escrituras. Sem entusiasmo, a obra dificilmente será realizada, sem paixão ninguém faz coisa alguma no reino de Deus (Jr. 20.9). Paulo revelou esse entusiasmo ao declarar: “Em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (At. 20.24). Mas para que a reforma seja realizada de acordo com a vontade de Deus, é preciso: 
 
1) Avaliar antes de agir (Ne. 2.11), isso dará oportunidade de analisar as condições; 
2) Investigar antes de motivar (Ne. 2.12), todo trabalho exige sacrifício, e as pessoas devem estar cientes desse; 
3) Saber calar antes de falar (Ne. 2.12,16), o silêncio é precioso, principalmente diante dos opositores;
4) Diagnosticar a natureza dos problemas (Ne. 2.17), se não identificarmos os problemas, é possível que resolvamos não-problemas e criemos problemas onde não existem. 
 
Além do mais, toda reforma bem sucedida acontece no processo de cooperação. Nesse sentido, a motivação correta deva ser apresentada, no caso de Neemias, o patriotismo justificava as atitudes. O líder deva dar o exemplo, caso contrário, não servirá de inspiração. Ao invés de dizer “vá e construam”, Neemias disse “venham e construamos”. A motivação para a concretização da obra deve estar respaldada pela Palavra de Deus. O Senhor é o Motivo de pelejarmos com integridade e coragem. A benção de Deus é o fundamento para a restauração da Sua obra (Ne. 2.20).

CONCLUSÃO: As crises são inevitáveis, cedo ou tarde, toda obra enfrentará dificuldades. A forma como lidamos com as crises é que faz toda diferença. Diante delas, os líderes chamados por Deus se revelam. Aqueles vocacionados por Deus para enfrentar as crises devem agir com sabedoria, coragem, entusiasmo e fé. Uma demonstração dessas características está na disposição para avaliar as circunstâncias, a disposição para agir diante das adversidades, a motivação correta que seja capaz de inspirar outros e, sobretudo, a confiança em Deus para realizar o que está além da nossa capacidade. PENSE NISSO!
 
Deus é Fiel e Justo!