Textos: Rm. 9.20 – Lc. 12.13-21
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INTRODUÇÃO: Testemunhamos,  nessas últimas décadas, a expansão de um movimento teológico denominado  de Teologia da Prosperidade. Vamos estudar a partir de agora a  respeito da prosperidade, em uma perspectiva bíblica,  diferentemente daquela apregoada por essa que poderia muito bem ser  referida como Teologia da Ganância. No estudo desta semana, definiremos esse  movimento, em seguida, apontaremos seus fundamentos, e, ao final,  destacaremos alguns dos seus ensinamentos.
1. TEOLOGIA DA PROSPERIDADE: CONTEXTUALIZAÇÃO: A  teologia, em si mesma, não é negativa, na verdade, todo discurso sobre  Deus é uma teologia, é justamente essa a etimologia da palavra: Theos –  Deus, e Logia – Discurso, portanto, toda discussão que trata a respeito  de Deus, seja ela bíblica ou não é uma teologia. Em sentido amplo,  qualquer pessoa pode muito bem ser considerado teóloga ou teólogo. Uma  teologia bíblica, isto é, fundamentada na revelação, consoante ao  exposto na Escritura, pode contribuir para a edificação da igreja. A  teologia serve à evangelização e às missões, a fim de que possamos levar  corretamente a mensagem da salvação, à apologética, a fim de confrontar  os ensinamentos contrários à Palavra de Deus, à edificação do Corpo de  Cristo, na medida em que esse cresce na doutrina, no conhecimento e na  graça do Senhor Jesus. Mas nem toda teologia é bíblica, existem muitos  movimentos teológicos heterodoxos, que não se coadunam com os princípios  bíblicos. A teologia bíblica parte do pressuposto de que Deus se  revelou (Hb. 1.1,2) e que o Verbo se fez carne (Jo. 1.1,14), por esse  motivo, podemos conhecê-LO. Para tanto, precisamos reconhecer que a  Bíblia não é de particular interpretação (II Pe. 1.20) e que não pode  ser lida sem que se atente para determinados princípios hermenêuticos. A  Teologia da Prosperidade (ou Teologia da Ganância) utiliza a Bíblia  para reforçar os interesses dos líderes, por isso, não se trata de uma  teologia exegética (que busca o sentido no texto), mas eisegética (que  leva o sentido para o texto). A Teologia da Prosperidade utiliza textos  isolados e descontextualizados da Bíblia para defender que os filhos do  Rei não podem passar por sofrimento ou privação financeira. Seus adeptos  argumentam que os sofredores e os pobres são infiéis, e que não estão  determinando ou requerendo de Deus o que lhes é de direito. A  espiritualidade do cristão costuma ser atrelada aos bens materiais que  consegue adquirir, por outro lado, a ausência deles costuma ser  associada à infidelidade na doação de ofertas, na maioria das vezes,  exigidas acima da capacidade financeiras das pessoas que frequentam suas  igrejas.
2. OS FUNDAMENTOS DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE: O  avô da Teologia da Prosperidade foi Emanuel Swedenborg (1688-1772), um  importante cientista sueco. Em 1973 ele publicou um livro intitulado  Infinite [Infinito], posterioremente, lançou outro com o título de  Heavenly Secrets [Segredos Celestiais], no qual advoga ser o único  revelador do Senhor. Ele defendia que havia dialogado um ano com  Paulo e conversado várias vezes com Lutero, como se isso não fosse  bastante, que havia estado com Moisés. Muitos dos seus escritos foram  distribuídos e amplamente lidos nos Estados Unidos, e acabaram  influenciando pessoas como Ralph Waldo Trine, Warren Felt Evans e outros  que fundaram o movimento Novo Pensamento. O mentor intelectual desse  movimento foi Phineas Quimby (1802-1866), que, através da hipnose,  desenvolveu a ideia de curas através da mente. A base da sua teoria era a  de que a mente tem poder e habilidade para criar e influenciar, desse  argumento surgiria a Confissão Positiva, isto é, a teologia da  determinação, e a crença de que as palavras têm poder para realizar o  que bem se deseja. Um dos seguidores de Quimby foi Warren Felt Evans  (1817-1889), que se tornou o escritor responsável pela divulgação da  ideias de Quimby através dos seus livros. O mais representativo escritor  desse movimento, no entanto, seria Ralph Waldo Trine (1866-1958),  através do qual o Novo Pensamento adquiriu popularidade. Alguns cristãos  acabaram incorporando à doutrina bíblica aos pressupostos do Novo  Pensamento, dentre eles, Norman Vicent Peale (1898-1993), pastor da  Marble Collegiate Church, em Nova Iorque. Ele ficou conhecido pelo seu  livro The Power of Positive Thinking [O Poder do Pensamento Positivo].  Mas a Teologia da Prosperidade, como a conhecemos atualmente, ganhou  força através do Pastor E. W. Kenyon (1867-1948), sendo esse o  responsável pela relação entre o Novo Pensamento e a Teologia  da  Prosperidade. Ele aderiu à Confissão Positiva, colocou o ser humano em  posição elevada e passou a defender a Teologia da Prosperidade e da  Saúde. Posteriormente, Kenneth Hagin (1917-2003) assumiu o posto de  principal evangelista da Teologia da Prosperidade. Ele é o pai do  movimento Palavra da Fé, movimento difundido no Brasil, por vários  líderes eclesiásiticos, entre eles Valnice Milhomens. Alguns líderes  neopentecostais (ou pseudopentecostais) aderiram a esse movimento, os quais,  através da utilização da mídia, principalmente a televisiva,  massificaram a Teologia da Prosperidade no país. 
3. OS ENSINAMENTOS DA TEOLOGIA DA PROSPERIDADE: A  Teologia da Prosperidade, conforme se depreende desse relato histórico,  foi importada dos Estados Unidos, e ainda é bastante popular naquele  país. Atualmente é defendida por líderes como Joel Osteen, T. D. Jakes e  Joyce Meyer. Muitas pessoas assistem pela TV os ensinamentos dessa  teologia, mas não sabem o quanto ela destoa da ortodoxia bíblica.  Trata-se também de um movimento bastante heterogêneo, isso porque cada  pastor-celebridade apresenta determinadas especificidades em relação ao  movimento. Os lideres da Teologia da Prosperidade costumam, em geral,  têm uma visão deturpada de Deus. Alguns deles negam a doutrina da  trindade, outros exageram, tal como Benny Hinn, que, a partir de uma  suposta revelação, passou a defender que cada pessoa da divindade é  triuna, resultando em nove pessoas distintas. A visão predominante de  Deus na Teologia da Prosperidade é a de uma divindade sem soberania,  isso porque seus líderes colocam o ser humano em primazia. Para eles o  poder não está em Deus, mas no próprio ser humano, este, através do  poder da confissão positiva, deve determinar, obrigar Deus a fazer o que  deseja. A Teologia da Prosperidade acaba por supervalorizar o ser  humano em detrimento de Deus. Ela inverte o papel do Criador e da  Criatura, os seres humanos, e não Deus, é o centro do universo. Alguns  deles, como Paul Crouch e Kenneth Copeland, advogam que o ser humano é  deus ou que têm um deus dentro de si. A ênfase é posta na saúde e na  riqueza, como explicita Oral Roberts,  em um de seus livros, que Jesus  nunca foi pobre, e, por conseguinte, nenhum cristão pode aceitar a  pobreza. Robert Tilton vai mais além, argumentando que ser pobre é  pecado, já que Deus promete prosperidade. Para incentivar os adeptos a  alcançarem a prosperidade, eles os desafiam a darem bastante, às vezes,  tudo o que têm, com promessas de que serão recompensados por Deus, em  uma espécie de barganha. A visão de salvação deles também é equivocada,  tendo em vista que o pecado é a pobreza, a redenção acontece quando  alguém consegue enriquecer, negando, assim, a condição de pecado  apresentada na Bíblia, e a necessidade de um Salvador. A morte de Jesus  perde a razão de ser, por esse motivo, pouco se fala em arrependimento e  novo nascimento, bem como em ser uma nova criatura. 
CONCLUSÃO: A  Teologia da Prosperidade ou da Ganância tem causado estragos ao  movimento cristão brasileiro. Isso porque muitos se fizeram pastores,  outros por acharem pouco, se dizem reverendos, bispos, apóstolos e do jeito que vai teremos dentroo em breve um vice-deus,  com o objetivo de  extorquir os incautos. A idolalatria às personalidades tanto no meio evangelico com no católico se tornou uma prática  recorrente, as mesmas caras estão sempre na televisão, fazendo apelos,  determinando e prometendo saúde e prosperidade. Eles negam a mensagem da  cruz de Cristo, e, com ela, a possibilidade do cristão sofrer. A  generalização da mídia acaba causando deturpações, pois as pessoas  pensam que todos os cristãos são iguais. Oramos ao Soberano Deus para  que, através dos próximas estudos, possamos assumir uma posição  apologética contra essa famigerada teologia, que nada tem de bíblica e  que se opõe ao genuíno evangelho de Jesus de Cristo. PENSE NISSO!
Deus é Fiel e Justo! 



