Textos: Ne. 13.7-12; At. 20.7-12
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OBJETIVO: Mostrar que o domingo, como dia de adoração e serviço, é o referencial mínimo que o cristão deve consagrar ao Senhor.
INTRODUÇÃO: A restauração da obra de Deus, nos tempos de Neemias, envolveu o retorno ao uso apropriado do Dia do Senhor. Isso porque muitos judeus, conforme veremos no estudo desta semana, utilizaram indevidamente o Sabat. Para iniciar o estudo, explicaremos o que é bíblico-teologicamente, o dia do Senhor, em seguida, mostraremos o que acontece quando o dia do Senhor é profanado, e por fim, destacaremos a relevância da adoração e serviço no dia do Senhor.
1. SÁBADO/DOMINGO, O DIA DO SENHOR: O Dia do Senhor, sabat, em hebraico, que significa “dia de descanso do trabalho” é um marco desde o Paraíso, quando o homem se encontrava ainda na inocência (Gn. 2.2). Esse dia foi separado para que o homem descansasse do seu labor, e pudesse refazer as suas forças. Em Ex. 20.11, o povo israelita recebeu a incumbência de lembrar do sabat do Senhor para o santificar. A Lei de Moisés apresenta regulamentos específicos para a observância do Sabat (Ex. 35.2,3; Lv. 23.3; 26.34). Ao longo do tempo os israelitas foram instruídos a considerarem o Dia do Senhor (Is. 56.2-7; 58.13,14; Jr. 17.20-22; Ne. 13.19). Mas os próprios israelitas perverteram religiosamente o sabat, impondo tradições humanas. O Senhor Jesus orientou quanto ao uso correto do sabat, destacando sua natureza e propósito (Mt. 12.10-13; Mc. 2.27; Lc. 13.10-17). O princípio da observância do Dia do Senhor permanece e é universal, tendo em vista as necessidades do ser humano que exigem o descanso. O homem precisa do sabat, ainda que esse tenha sido cada vez mais negado, em virtude da ganância desenfreada da era industrial. O Domingo, primeiro dia da semana, passou a ser observado como o Dia do Senhor. Isso porque o próprio Jesus assim o direcionou, tendo em vista que Ele tem autoridade (Mc. 2.23-28) e é o Senhor do sabat (Jo. 1.3; Hb. 1.10). O antigo sabat era um pacto específico para Israel, e apontava para o ato da criação, agora, em Cristo, o novo sabat está relacionado à redenção. Os primeiros cristãos, conforme nos relata os escritores bíblicos e os pais da igreja, foram direcionados pelo Senhor para o serviço no Domingo, por causa da ressurreição do Senhor, que aconteceu nesse dia (Mt. 28.1; Mc. 16.2; Lc. 24.1; Jo. 20.1). Após a ressurreição, Jesus apareceu aos seus discípulos sempre no Domingo (Mt. 28.9; Lc. 24.34; Jo. 20.19-23, 26). A descida do Espírito Santo, no dia de Pentecoste, também ocorreu no Domingo, o Dia do Senhor (At. 2.1), conduzindo os discípulos do Senhor a seguir o exemplo ao longo da história (At. 20.3-7; I Co. 16.1,2).
2. QUANDO O DIA DO SENHOR É PROFANADO: Tenhamos cuidado com a tradição dos tírios que mercadejam no Dia do Senhor, como aconteceu em Ne. 13.16, justamente em Jerusalém. O povo, que anteriormente se dirigiam ao Templo, para adorar ao Senhor, agora iam somente para comercializar. Nos nossos dias, marcados pelo consumismo, os shoppings estão cheios aos domingos, enquanto que os templos estão ficando cada vez mais vazios. Há crentes que preferem ir à praia, aos domingos, do que ir para o templo, freqüentar a Escola Bíblica. Não que isso deva ser tomado dogmaticamente, é possível que, uma vez ou outra, o cristão se ausente da igreja, para ter um momento de lazer com a família. Mas deixar de freqüentar o templo, e de se congregar com os irmãos, é falta de espiritualidade. Não pensemos que isso é uma mera obrigatoriedade, uma exigência legalista da igreja institucionalizada. Quanto mais insensíveis nos tornamos às coisas espirituais, mais nos devotamos ao secularismo. A desconsideração do Dia do Senhor é apenas um indício do distanciamento espiritual que acontece no íntimo do ser humano. Nos tempos de Jeremias, a descaso em relação ao sabat tinha a ver com a idolatria, a profanação não apenas no Dia, mas do próprio Senhor (Jr. 17.19-27). Justamente por esse motivo o povo judeu foi conduzido ao cativeiro babilônico. Neemias, ciente do perigo espiritual que o povo corria, repreendeu os mercadores, para que esses não profanassem o Dia do Senhor (Ne. 13.21). O materialismo não poderia ser o fundamento das relações humanas, como também não pode acontecer atualmente. A busca desenfreada pelo dinheiro não pode ser a razão da existência humana. O deus mercado, chamado de Mamom por Jesus, não pode tomar o lugar de Deus (Mt. 6.24).
3. ADORAÇÃO E SERVIÇO NO DIA DO SENHOR: Nos dias de Neemias, como aconteceu em outros momentos da história de Israel, o povo de Judá profanou o Dia do Senhor. O comércio e o trabalho foram vistos, nesse dia, como algo normal (Ne. 13.15-17). Eles deixaram de atentar para o pacto do Senhor com Israel, a fim de que separassem o Dia Santo do Senhor (Ex. 16.23-29), no qual era terminantemente proibido trabalhar (Ex. 35.3; Nm. 15.32). A guarda do sabat era um marco, tratava-se de um sinal, uma aliança entre Deus e o Seu povo (Ez. 20.12,20). O secularismo fez com que os judeus não se apercebessem da importância de observar o sabat. O lucro tornou-se o fundamento daquelas pessoas, o que acontece também nos dias de hoje. As pessoas não respeitam mais os limites do corpo, trabalham exaustivamente, sem parar para o descanso. Os empresários, cada vez mais gananciosos, usurpam os direitos dos trabalhadores, fazendo com que esses cumpram jornadas acima das suas possibilidades. A ausência do culto ao Senhor, no Domingo, é um forte indício de fraqueza espiritual. Espera-se que os cristãos, pelo menos nesse dia, estejam no culto, para a adoração e serviço ao Senhor. Os desigrejados estão apregoando cultuar a Deus em casa, ou via internet, mas isso não substitui o contato presencial, na congregação, na comunhão do Corpo de Cristo (Hb. 10.25). Jamais encontraremos igrejas perfeitas aqui na terra, muito menos líderes que não sejam atraídos por algum tipo de pecado, mas isso não deva justificar a ausência no culto ao Senhor. A igreja está repleta de pessoas imperfeitas, a normalidade é justamente a anormalidade, por isso, estar no templo, com os irmãos e irmãs, no Dia do Senhor, é uma possibilidade exercitar a graça e de edificação mútua.
CONCLUSÃO: Em tempos de crise espiritual o povo se distancia do templo e deixa de congregar. Os interesses econômicos se sobrepõem aos espirituais, contribuindo para uma cultura do consumo e do entretenimento. Precisamos resgatar o interesse pelos valores espirituais, para tanto, a comunhão é fundamental, estar com o Senhor, no Dia do Senhor, com os servos do Senhor é o caminho para a edificação. Não adotamos uma postura legalista em relação ao Domingo, como faziam os fariseus, por outro lado, não podemos desconsiderar esse dia como uma oportunidade para nos congregar e crescermos espiritualmente. PENSE NISSO!
Deus é Fiel e Justo!