SISTEMA DE RÁDIO

  Sempre insista, nunca desista. A vitória é nosso em nome de Jesus!  

AS BENÇÃOS DE ISRAEL E O QUE CABE À IGREJA

Textos: Ef. 1.3 – Gl. 3.2-9


INTRODUÇÃO: Um dos maiores equívocos na interpretação bíblica é confundir as bênçãos do Antigo Pacto atribuindo-as ao povo do Novo Pacto. Existem bênçãos que cabem a Israel, e que são especificamente para esse, enquanto que outras são para a Igreja. No estudo desta semana veremos a respeito dessas bênçãos, com o princípio exegético de diferenciar entre àquelas que cabem a Israel e à Igreja.

BENÇÃOS NA BÍBLIA: No Antigo Testamento, as bênçãos – beraka em hebraico – indicam o ato de pronunciar coisas boas em direção a outrem (Gn. 27.38). Deus é a fonte da benção, pois Ele abençoou a Adão, Noé e Abrão (Gn. 12.2-3), Sara (Gn. 17.16), Ismael (Gn. 17.20), Isaque (Gn. 25.11), Labão (Gn. 30.27), Jacó (Gn. 32.29), o povo de Israel (Dt. 2.7), Sansão (Jz. 13.24), Jó (Jó. 42.12), o justo (Sl. 5.13) e todos aqueles que O temem (Sl. 115.13). Outras pessoas podem ser agentes das bênçãos de Deus, tal como o foi Isaque (Gn. 27.27), Jacó (Gn. 49.28), Moisés (Ex. 39.43), Arão (Lv. 9.22), Josué (Js. 14.13), Eli (I Sm. 2.20) e Esdras (Ne. 8.6). A maior benção para Israel, no Antigo Pacto, era a presença de Deus (Ne. 6.24-26). Mas a benção, para esse povo, estava condicionada à obediência (Dt. 7. 12-15; 28.1-68). As bênçãos de Deus para Israel incluíam: posteridade (Gn. 1.18; 9.1; 12.2.; 22.17; 26.4; 28.3; Dt. 7.13; Js. 17.14; Sl. 107.38), a posse da terra, bem como outros tipos de prosperidade material (Gn. 24.35; 26.3; 39.5; Dt. 2.7; 12.7; 15.4). As bênçãos de Deus foram prometidas a Abrão, neles seriam benditas todas as nações da terra (Gn. 12.1-3). Tais bênçãos trazem justiça (Sl. 24.5), vida (Sl. 133.3) e salvação (Sl. 3.8). No Novo Testamento, as bênçãos – eulogia em grego – em seu sentido geral – significa falar bem a alguém (Rm. 16.18). No sentido do Antigo Testamento, as bênçãos são recebidas de Deus (Rm. 15.29) tanto na esfera natural (Hb. 6.7) quanto sobrenatural (I Pe. 3.9). A maior benção da Igreja é a salvação (Gl. 3.14; Ef. 1.3) que pode ser rejeitada, tal como fez Esaú (Hb. 12.12-17). Quando Jesus ascendeu ao céu, Ele nos abençoou com a salvação (At. 3.26; Gl. 3.9). Paulo diz que em Cristo Deus nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais (Ef. 1.3,4).

AS BÊNÇÃOS PARA ISRAEL: As bênçãos de Deus para Israel faziam parte do Pacto que o Senhor tinha com essa nação, tendo em vista que Ele prometeu fazer de Abraão uma grande nação (Gn. 12.2) e dar a terra de Canaã por herança à sua posteridade (Gn. 17.8). Essa percepção de Israel enquanto nação é muito importante para a interpretação dos textos bíblicos que fazem alusão à prosperidade desse povo. Essa é uma benção prometida com exclusividade a Israel, que não cabe à Igreja (Dt. 28.8). O texto de I Cr. 7.14: “e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra tem sido indevidamente aplicado à Igreja, e o pior, a determinadas nações. O tratamento de Deus não é mais com uma nação ou com um povo geograficamente constituído. A nação escolhida por Deus, para ser testemunha da Sua revelação no Antigo Pacto, é Israel (Dt. 28.10). No futuro, por ocasião do Milênio (Ap. 20.1-10), Israel receberá as bênçãos que lhe compete e que ainda não se cumpriram. Esse será um tempo de abundância para esse povo e de prosperidade em todos os sentidos. Israel desfrutará de paz com as nações (Is. 9.6; Mq. 4.3-4; Lc. 2.13-14); a terra da palestina será ampliada (Is. 26.25), a topografia será alterada (Zc. 14.4), as chuvas cairão trazendo bençãos (Is. 41.18; Ez. 34.26; Jl. 2.23); as fontes e mananciais de águas serão abundantes (Ez. 47.1-11); Zc. 14.8), a terra produzirá muito (Is. 32.15; 35.1; Ez. 47.12; Am. 9.13), haverá paz e justiça em plenitude (Is. 32.16,17), até na criação (Is. 11.6-9; 65.25; Rm. 8.19-21). Essas são as bençãos que competem a Israel, mas não agora, pois tudo isso se concretizará no futuro, no reinado de Cristo (At. 14.22; I Co. 6:9-10; I Ts. 2.12; Tg. 2.5; II Pe. 1.11; II Tm. 4.1; Ap. 12.10).

AS BÊNÇÃOS PARA A IGREJA: 
Deus não trata, atualmente, com nações, isto é, com um povo delimitado por fronteiras geográficas. O povo de Deus, hoje, é a Igreja, a quem Pedro se refere como: “a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (I Pe. 2.9). As bençãos que competem à Igreja, por conseguinte, são diferentes daqueles que competem a Israel. A temporalidade era uma das marcas da benção de Deus para Israel. A Igreja do Senhor desfruta, neste tempo, de bençãos eternas, superiores as promessas dadas a Israel (Hb. 8.13; 10.34). As bençãos de Deus para a Igreja são plenas, espirituais, transcendem as de Israel, cujo foco estava na prosperidade material (II Co. 3.1-11). As bençãos do Novo Pacto incluem: a justificação (Gl. 2.16,21), o Espírito Santo (Gl. 3.2); a herança espiritual de ser filho de Deus (Rm. 8.14), a vida eterna (Rm. 8.2; Gl. 3.21) e a liberdade plena (Gl. 4.8-10; 5.1). As bençãos para a Igreja repousam na tensão entre o já e o ainda não (I Jo.3.1,2). Por isso, sabemos que o nosso tesouro não está na terra (Mt. 6.21), mas no céu, donde esperamos o Senhor Jesus Cristo (Fp.3.2). Por isso, precisamos permanecer nEle (Jo. 15.7), e, ao orar – não determinar – façamos com humildade, tendo o cuidado para não pedir mal, para esbanjar em deleites carnais (Tg. 4.3), levando em consideração a vontade soberana de Deus (I Jo. 5.14).

CONCLUSÃO: 
Alguns estudiosos da Bíblia interpretam indevidamente Gl. 6.16, argumentando que a Igreja se tornou o Israel de Deus, e que, por isso, tem parte nas bênçãos materiais a ele prometidas. Uma análise criteriosa dos textos bíblicos, alusivos a Israel e a Igreja, no Antigo e no Novo Testamento, a partir dos princípios hermenêuticos, mostrará que existem bênçãos distintas para Israel e para a Igreja. O equívoco do movimento pseudopentecostal é confundir essas competências e reivindicar o que Deus, definitivamente, não prometeu à Igreja. PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!