Textos: II Co. 9.6 – Rm. 10.8-14
INTRODUÇÃO: A prosperidade material tem seus propósitos, as pessoas querem possuir muito dinheiro por razões diversas. No estudo desta semana, faremos a distinção entre a verdadeira e a falsa prosperidade. É fundamental sabermos distinguir, nesses dias voltados ao consumismo, o que significa ser realmente próspero e suas implicações. Ao final do estudo, destacaremos que a verdadeira prosperidade não conduz à ostentação, mas ao serviço a Deus e ao próximo.
1. A FALSA PROSPERIDADE: Nos dias atuais, marcados pelo materialismo e consumismo, as pessoas querem ter cada vez mais. Testemunhamos a crise do ser, as pessoas valorizam cada vez menos o que as pessoas realmente são. A partir de tal cosmovisão, costuma-se avaliar as pessoas não pelo que elas são, mas pelo que conseguem acumular. As pessoas são julgadas pelo local onde conseguem morar, pelos restaurantes que pode frequentar, pelos amigos que é capaz de ter e pela marca de veículo que dirigem. Esses objetos têm valor na sociedade e as pessoas, nessa conjuntura, são vistas através dos aparatos que utilizam. Essa é uma percepção equivocada de prosperidade, tendo em vista que, na maioria dos casos, as pessoas que muito têm são as mais tristes. As pessoas mais ricas costumam ser as mais fúteis, gastam boa parte do seu dinheiro em supérfluos. Elas, em sua grande parte, não demonstram interesse pelas verdades espirituais, já que o dinheiro costuma ocupar lugar central em suas existências. Na maioria dos casos, os ricos somente conseguem ver cifras, são incapazes de vislumbrar o valor da arte. Eles não conseguem sequer entender um filme com um enredo complexo ou um livro que exija maior reflexão. A riqueza costuma transformar as pessoas em escravas de uma lógica que lhes nega a criatividade. Como resultado, se alimentam de modismos, passam a viver em função da ostentação, e mais que isso, acabam se tornando insensíveis em relação às realidades sociais. Justificam que os pobres são assim porque merecem, ou porque nada fazem para mudar o quadro em que se encontram. Como resultando, não se interessam pela causa dos mais necessitados, vivem em um mundo a parte, distante das carências dos outros. É raro encontrar um rico que invista em filantropia, a menos que receba algum incentivo fiscal. O receio de ficar pobre, para eles, é uma neurose, por isso, a obsessão pela riqueza os consome. Ter cada vez mais, nesse contexto, se torna uma paranoia, o acúmulo se torna um fim em si mesmo.
2. A VERDADEIRA PROSPERIDADE: A verdadeira prosperidade não está centrada no ter, mas no ser, uma pessoa próspera não tem o dinheiro como valor maior em sua existência. Evidentemente este é necessário a fim de suprir algumas necessidades fundamentais, não podemos nos eximir da realidade do consumo. Principalmente em uma sociedade que vende tudo, especialmente quando o Estado não consegue garantir direitos básicos como educação, saúde e segurança de qualidade. Aqueles que podem pagar estudam nas melhores escolas, tem os planos de saúde com maiores coberturas, moram em lugares privilegiados. Por outro lado, os mais pobres dependem de um serviço público precário, resultante inclusive de uma política que tem como objetivo o sucateamento a fim de que algumas pessoas se beneficiem dessa precarieadade. A verdadeira prosperidade, no entanto, não é ter muito, mas ser, e principalmente, ser para Deus, pois somente nEle encontramos a realização plena. O encontro com Deus concretiza no ser humano a verdadeira riqueza, somente Ele nos é suficiente, ainda que tudo nos falte (Sl. 23). Na medida em que a riqueza toma conta das igrejas cristã, os mesmos se tornam menos cristãos e mais adeptos do materialismo e consumismo, por conseguinte, menos espirituais. As músicas cristãs atuais já não falam mais dos tempos em que os cristãos eram pobres, que eram humilhados por aqueles que tinham riqueza material. Isso porque os bens materiais se tornaram o propósito de muitos cristãos. Hoje queremos mostrar ao mundo, e principalmente aos políticos, que somos influentes, que temos as igrejas mais suntuosos, que agora estamos repletos de prata e ouro. O estilo de vida dos cristãos em nada se diferencia dos não critãos. Eles valorizam as mesmas coisas, querem usufruir das mesmas coisas que os ricos possuem, e justificam dizendo que são filhos do Rei, e que devem determinar e “tomar posse da benção". Os ricos que amontoam apenas para si mesmos, estão preparando o combustível para a destruição deles mesmos (Tg. 5.3).
3. O PROPÓSITO DA PROSPERIDADE: A Teologia da Ganância se instaurou no Brasil com facilidade porque, diferentemente de alguns países, os cristãos não se envergonham de possuírem bastante enquanto outros padecem necessidade. Neste país as pessoas aplaudem os jogadores de futebol que fazem fortuna e ostentam seu dinheiro adquirindo carros luxuosos e iates para se ladearem de mulheres “atraentes”. Enquanto isso, os professores trabalham em condições precárias, recebendo míseros salários. A cultura da ostentação tem a ver com uma falsa percepção do que seja prosperidade e o seu propósito. Ter prosperidade financeira não deve ser motivo de ostentação, mesmo os que muito têm precisam aprender a viver com simplicidade. O ter não pode substituir o ser, além disso, o dinheiro precisa ser investido apropriadamente. Paulo orienta aos cristãos da Galácia para que esses se lembrem dos pobres (Gl. 2.10), bem como os de Corinto (II Co. 9.1-3). Evidentemente os cristãos vivem em sociedade e precisam arcar com as despesas normais do cotidiano, é preciso ter cuidado para honrar compromissos, e antes de tudo, evitar endividamento desnecessário. Para tanto, recomendamos cautela para avaliar se o dinheiro não está sendo investido indevidamente (Is. 55.1,2). A compra de moradias luxuosas, carros vultosos não é compatível com o estilo de vida de um cristão. Até mesmo o modo de vestir deva ser levado em consideração, ternos e vestidos de alto custo, apenas por causa da marca, e a fim de agradar a alguns, pode se tornar pecado. Pessoas que investem demasiadamente no exterior, na maioria das vezes, ocultam uma ausência de conteúdo, e muita superficialidade, é uma forma de compensação. O cristão não pode viver de aparências, deve valorizar o ser, e menos o ter. Além disso, sempre vale a pena repetir que ter dinheiro é uma grande responsabilidade. Depois de supridas as necessidades básicas, o investimento deva ser na necessidade das pessoas, incluindo os de casa (II Co. 8.6,7), sem esquecer que o homem bondoso faz o bem a si mesmo (Pv. 11.17).
CONCLUSÃO: A verdadeira prosperidade não leva a pessoa à ostentação, antes a responsabilizar-se pelo Reino de Deus (Mt. 6.33). Algumas igrejas supostamente cristãs, contaminadas pela ganância, estão incitando seus membros ao consumismo e à ostentação. Os fariseus dos tempos de Jesus davam esmola com uma mão e tocavam trombeta com outra (Mt. 6.2-4), Ananias e Safira quiseram usar o dinheiro que tinham para a ostentação (At. 5.1-11). A Palavra de Deus, porém, nos instrui a fazer boas obras, não para a salvação, mas porque já somos salvos (Ef. 2.8-10), em observância à Palavra do Senhor: “Mais bem-aventurado é dar que receber” (At. 20.35). PENSE NISSO!
Deus é Fiel e Justo!