Textos: Jr. 23.5 – Zc. 1.1; 8.1-23
INTRODUÇÃO: Jesus é o Messias Prometido para Israel, ainda que este povo, no tempo em que Ele veio à palestina, não o reconheceu como tal (Jo. 1.11). Mas há esperança para esse povo, pois o Senhor, o Messias Prometido, virá, para estabelecer o Seu reino. No estudo desta semana, a partir da profecia de Zacarias, destacaremos a natureza messiânica de Cristo. A princípio, apontaremos os aspectos contextuais, em seguida, a mensagem de Zacarias, e ao final, sua aplicação para os dias atuais.
1. ASPECTOS CONTEXTUAIS: Zacarias, cujo nome significa “Deus se lembra”, é reconhecido como “o profeta da esperança”. Ele profetizou por volta de 520 a 480 a. C., com o propósito de dar esperança ao povo em relação à libertação futura que o Senhor daria através do Seu Messias. A mensagem é destinada aos judeus que retornaram do exílio babilônico para reconstruir o Templo. Ageu e Zacarias conscientizaram o povo de Deus a prosseguirem com o trabalho de reconstrução, encorajando-o a assumir a responsabilidade. Ele foi chamado ainda jovem para o ministério profético, pela sua genealogia, é possível afirmar que era membro de uma família sacerdotal. Quando mais velho, após o retorno do cativeiro, substituiu seu avô Ido, como patriarca da família (Ne. 12.16). O versículo-chave do seu livro se encontra em Zc. 9.9,10: "Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre e montado sobre um jumento, sobre um as ninho, filho de jumenta. E destruirei os carros de Efraim e os cavalos de Jerusalém, e o arco de guerra será destruído; e ele anunciará paz às nações; e o seu domínio se estenderá de um mar a outro mar e desde o rio até as extremidades da terra”. Entre os profetas menores, este é o que mais tem cunho apocalíptico e enfoca com maior propriedade o reinado messiânico. Seu livro contem uma série de visões a fim de revelar a vitória definitiva de Deus. Dentre os temas messiânicos destacamos: solidão e humildade (Zc. 6.12), traição (Zc. 11.12,13), divindade (Zc. 3.4; 13.7), sacerdócio (Zc. 6.13), e reinado (Zc. 6.13; 9.9; 14.9,16). O livro pode assim ser dividido: chamado ao arrependimento (Zc. 1.1-6); chamado ao retorno (Zc. 1.7-6.15) e o retorno de Deus (Zc. 6.9-14.21).
2. A MENSAGEM DE ZACARIAS: Zacarias conclama o povo ao arrependimento, exortando-o a dar prioridade a Deus, consoante à mensagem de Ageu (Zc. 1.1-6). A mensagem é apresentada a partir de oito visões, as primeiras relacionadas ao futuro de Jerusalém. O povo desfrutará de paz, bonança do Senhor estará sobre ele (Zc. 1.7-17). Mas no futuro o povo passará por aflição, decorrentes dos chifres e demolidores. Essa mensagem é alusiva à visão de Daniel sobre os quatro reinos mundiais que surgirão diante da chegada do Messias (Zc. 1.18-21). Mas um construtor edificará a Nova Jerusalém, a qual Deus reconstruirá no final da história (Zc. 2.1-13). Zacarias vê o sumo sacerdote com vestes sujas, diante do Anjo do Senhor (Zc. 3.1-3), que receberá vestes limpas do Senhor. Isso diz respeito à purificação do pecado através da chegada do Messias (Zc. 3.4-10). Ele também vê árvores que representam funções reais e sacerdotais. A pessoa do Messias unificará essas duas funções, pois será tanto Rei quanto Sacerdote (Zc. 4.1-14). Há também um rolo, que representa a maldição de Deus sobre o pecado (Zc. 5.1-4). O pecado será removido, Babilônia terá o seu fim, e com ela a história humana (ZC. 5.5-11). Em outra visão dois carros são erguidos de dois montes, os quais devem percorrer toda terra, trata-se da chegada do juízo de Deus (Zc. 6.1-8). Na oitava visão Zacarias contempla uma coroa, representando o triunfo do Messias, que edificará o Templo do Senhor (Zc. 6.9-15). O povo questiona em Betel a respeito do jejum, como consequência da queda do Templo de Salomão (Zc. 7.1-3). Em tom de censura Deus repreende a tristeza do povo (Zc. 7.4-7) e critica as práticas rituais meramente religiosas (Zc. 7.8-14). Nem tudo está perdido, há esperança no futuro, pois Jerusalém voltará a ser o centro, as nações a ela se dirigirão a fim de suplicar o favor do Senhor (8.1-23). Deus cumprirá Suas promessas em relação ao Seu povo, defenderá Jerusalém do ataque das nações (Zc. 9. 1-8), conquistará os inimigos (Zc. 9.11-10.1), julgará os líderes irresponsáveis (Zc.10.2-12), o reinado messiânico será estabelecido (Zc. 11.1-3), o povo finalmente será unificado (Zc. 11.4.-14), enquanto esse dia não chega, líderes insensatos continuarão enganando o povo (Zc. 11.15-17). Quando a história humana terminar, e o Reino de Deus for plenamente estabelecido, o nome de Yahweh terá prioridade (Zc. 12.10-13.9). Israel se voltará para o Senhor, para Aquele a quem transpassaram, pois não terão outra escapatória diante das nações (Zc. 14.1,2). O Senhor aparecerá com as suas hostes angelicais, isso abaterá o monte das Oliveiras (Zc. 14.3-8). Ele estabelecerá Seu reino (Zc. 14.12-15), os sobreviventes das nações farão um pacto com o Senhor (Zc. 14.16-19), todo o povo será “Santo ao Senhor” (Zc. 14.20,21).
3. PARA HOJE: O povo de Israel, como alguns cristãos da igreja, anda distante do Senhor, desgarrado como ovelhas que se afastaram do Seu Pastor (I Pe. 2.25). O Deus de Israel não se esqueceu do Seu povo, Ele se revelou de muitas formas ao longo da história, nesses últimos tempos através de Cristo (Hb. 1.1). A igreja precisa dar ouvidos ao que o Espírito diz, Sua voz pode ser escutada através da mensagem de Jesus (Ap. 1.20). Ele conduz a história da Sua igreja, para tanto, essa precisa segui-lo (Lc. 9.23), a fim de desfrutar da Sua precisa constante (Mt. 28.20). Ao lado de Jesus a igreja é poderosa, não com armas humanas, mas celestiais, para destruir as forças satânicas (II Co. 10.4,5). Ele é o Senhor da igreja, não apenas na eternidade, mas já, é a glória que ilumina sua atuação (Ap. 21.23,24). No futuro, Cristo virá como messias, para reinar entre as nações, mas hoje Ele já reina na igreja (Ap. 19.7,8). Ele intervém por ela, pois é Seu Sumo Sacerdote, que não precisa mais oferecer sacrifícios, pois o Seu foi perfeito (Hb. 7.26,27; 10.12,14). Por causa do Seu sacrifício, o Espírito do Senhor está à disposição de todos aqueles que se voltam para Cristo (Jo. 14.16,17; 15.26; 16.7-15). Um novo templo foi construído, Cristo é a pedra fundamental dessa edificação (Ef. 2.21). No futuro Ele virá, o Rei de Sião se manifestará, se cumprirão as profecias a Ele alusivas (Mt. 21.5; Jo. 12.15), como Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap. 19.11-16). Ele vencerá os poderes satânicos, o império do anticristo, que será instalado durante a Tribulação (II Ts. 2.1-12; . 2.18-27; 4.1-3; II Jo. 7).
CONCLUSÃO: No futuro a ira de Deus será derramada, inclusive sobre Jerusalém (Ap. 14.9,10; 16.19). Mas o destino de Israel, o povo de Deus, continua debaixo do controle divino (Rm. 11.26). Há esperança, pois após a batalha final, Jesus restituirá o reino a Israel (At. 1.11). Todo domínio humano terá o seu fim, o reino de Deus finalmente triunfará (I Co. 15.24). Antecipando esse tempo, que será de santidade, a igreja deve já viver em conformidade com a vontade do Senhor, sendo santa como Ele é Santo (I Pe. 1.15), pois sem santidade ninguém verá o Senhor (Hb. 12.14). PENSE NISSO!
Deus é Fiel e Justo!