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A FAMÍLIA E A IGREJA

Textos: Sl. 122.1 – Rm. 1.1-24



INTRODUÇÃO: No estudo desta semana veremos a importância da integração da família cristã dentro dessa família maior. Ao final, destacaremos aspectos práticos a fim de envolver todos os membros da família no contexto da igreja. Esperamos, com este estudo, despertar uma geração de desigrejados que não quer mais envolvimento, principalmente responsabilidades com a igreja local.

1. JESUS E A SUA IGREJA: A igreja é composta por pessoas que foram salvas através do sacrifício de Jesus Cristo. A palavra igreja vem do grego ekklesia significa assembleia, comunidade. Em sua formação gramatical, vem de klesia (chamados) e ek (para), dando ideia de pessoas que foram chamadas por Deus. Não podemos desprezar a igreja porque Cristo demonstrou Seu amor por ela (Ef. 5.25), derramando Seu próprio sangue (At. 20.28). Cristo está trabalhando para apresentar uma igreja santa perante o Pai (Ef. 5.25-27). Ele é o edificador da igreja, a Rocha que a sustenta, Sua pedra fundamental (Mt. 16.18; I Pe. 2.4,5). Ele é o Cabeça da Igreja, isto é, a suprema autoridade, a revelação de Deus, tem a última palavra (Ef. 1.22). Sendo Ele a Cabeça, a Igreja é o Seu corpo, espera-se, portanto, que esta dê continuidade à obra que Ele mesmo iniciou (Ef. 1.23; 5.23). A igreja de Jesus Cristo existe para cumprir um propósito, estabelecido desde a fundação do mundo (Ef. 3.10-11). A revelação de Deus, manifesta em Cristo, é dispensada à Igreja, que deve levar até aos confins da terra (At. 1.8). Por isso mesmo é a igreja, e não qualquer outras instituição humana, a coluna da verdade de Deus, ela extrai, da Palavra, os fundamentos a partir dos quais vive (I Tm. 2.15). A relação de Cristo com Sua igreja foi de sacrifício, Ele mesmo se entregou por Ela (Ef. 5.25). Espera-se, de igual modo, que a igreja dê continuidade ao sacrifício de Cristo, que complete Seus sofrimentos de Cristo, não para salvação, mas como marca do verdadeiro discipulado (Mt. 16.24; Cl. 1.24). Mas esse propósito unificador da igreja, por isso vivem em contendas (I Co. 1.10). Jesus espera que sua igreja seja uma, assim como Ele e o Pai são um (Jo. 17.1).

2. IGREJA, FAMÍLIA DE DEUS: Somos filhos de Deus, a Ele nos dirigimos como Aba, Pai (Rm. 8.18; Gl. 4.1-7; I Jo. 5.19), isso mostra a importância da metáfora familiar na constituição da igreja. Como membros da família de Deus, temos profunda intimidade com o Pai (Rm. 8.15), Jesus Cristo é nosso irmão mais velho (Rm. 8.29), fomos adotados pelo Pai em Cristo (Gl. 4.1-7), não somos mais escravos (Rm. 8.15). Por conseguinte, nos tornamos coerdeiros de Deus em Cristo (Rm. 8.17), participando da Sua morte e ressurreição (Rm. 8.11-13), do Seu Espírito Santo (Rm. 8.14,15), feitos a imagem de Deus (Rm. 8.29), nascidos de Deus (I Jo. 5.4). Essa filiação implica em responsabilidade, pois devemos viver em obediência, em conformidade com o caráter do Pai (Ef. 5.1; I Pe. 1.14-17). A metáfora familiar para se referir à igreja é bastante comum nos escritos de Paulo. Em I Tm. 1.2,18 o Apóstolo chama Timóteo, seu cooperador, de filho na fé. E orienta para que o jovem pastor de Éfeso tratasse os mais velhos, na igreja, como pais e mães (I Tm. 5.4,5). Por isso, os membros da igreja devem ser tratados como partes de uma mesma família (I Tm. 5.1,2), mostrando cuidado um com o outro (I Tm. 5,5,16). A relação da família com a igreja é revelada por Paulo em I Tm. 3.4.,5, colocando a governabilidade daquela como critério para o ministério pastoral. A família cristã, por conseguinte, é uma extensão da igreja, não há como a igreja ter saúde se as famílias tiverem problemas. O marido e a mulher devem viver em conformidade com a Palavra de Deus, em amor (Ef. 5.22,23). No contexto do lar, bem como na igreja, o amor-agape deve ser a base dos relacionamentos. Sem o amor-agape, a igreja, e também a família, não passará de barulho, mera formalidade (I Co. 13.1,2).

3. ENVOLVENDO A FAMÍLIA NA IGREJA: O envolvimento da família na igreja local é uma necessidade, não apenas para a continuidade da congregação, mas também para os próprios membros da família. Estamos nos deparando, nesses dias, com um movimento contrário à igreja. Tais grupos argumentam que a igreja, em sua institucionalização, nada tem de Bíblica. É bem verdade que a institucionalização extremada da igreja pode resultar em engessamento. Mas a alternativa é a do equilíbrio, não devemos incentivar o desprezo pela congregação, como é costume de alguns (Hb. 10.25). Os desigrejados pensam que estão contribuindo ao criticar a igreja. Mas na verdade estão retirando muitos do caminho da fé cristã. As crianças, e principalmente os mais jovens, estão sofrendo com esse movimento que critica a igreja. Ao invés de descartar a igreja em sua essência, devemos investir recursos e tempo, para melhorar o convívio em tal contexto. As igrejas devem fazer todo possível para que as famílias se integrem aos trabalhos congregacionais.  Uma igreja com saúde busca, prioritariamente, a construção de relações duradouras entre as pessoas. Muitas igrejas locais estão perdendo a graça, literalmente, porque se tornaram ambientes de opressão. O amor, que é a vida da igreja, não é mais cultivado, as pessoas querem apenas cargos, ao invés de servirem uns aos outros (Cl. 3.22). A igreja local precisa ser um espaço no qual as pessoas possam se relacionar, não apenas tirar vantagens, mas contribuírem com sua edificação, não apenas física, também espiritual. Há igrejas que, tal como a de Laodiceia, têm templos suntuosos, bastante confortáveis, mas que as pessoas não se sentem parte de uma mesma família (Ap. 3.17). Não podemos esquecer que a igreja somos nós, por isso, ela será o que cada membro for. As famílias precisam ir à igreja, não apenas por obrigação, mas para adorar a Deus, e servirem uns aos outros em amor. A liderança cristã deve investir para que o ambiente eclesiástico seja agradável, mas sem abrir mão dos princípios bíblicos, sobretudo do seu papel fundamental, proclamar a verdade do evangelho de Jesus Cristo.

CONCLUSÃO: No Sl. 122 o salmista expressa sua alegria ao ser convido para ir ao Templo, a Casa do Senhor. Nós, os cristãos, não dependemos mais de um espaço físico determinado para adorarmos a Deus, pois Ele busca adoradores, que o façam em espírito e em verdade (Jo. 4.24). Isso, no entanto, não deve ser argumento para as pessoas se distanciarem do templos, que continuam sendo ambiente de adoração, principalmente de exposição das Escrituras. A família cristã pode resgatar o mesmo princípio do salmista, e se alegrar pela oportunidade de ir ao Templo, considerando que, ali, se relacionará com outros cristãos (I Co. 12.12-19), poderá orar coletivamente (Mt. 18.20), e crescer na doutrina de Deus (I Co. 14.26). PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!