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UM LIBERTADOR ESCOLHIDO POR DEUS

Texto: Ex. 3.14 – Ex. 3.1-9



INTRODUÇÃO

No estudo desta semana veremos a respeito do preparo, chamado e envio de Moisés, o libertador escolhido por Deus para retirar os israelitas do Egito. Inicialmente mostraremos como Moisés foi preparado para exercer suas funções diante do Faraó. Em seguida, refletiremos a respeito do seu chamado, quando viu a sarça ardente e ouviu a voz de Deus. Ao final, aprenderemos sobre seu envio para libertar o povo de Israel do cativeiro. Ao mesmo tempo refletiremos a respeito do chamado de Deus para todos aqueles que exercem o ministério cristão.

1. PREPARO DO LIBERTADOR

A vida de Moisés pode ser dividida em três partes, cada uma delas com um total de 40 anos. Na primeira etapa da sua vida, ele trabalhou para o governo egípcio, talvez para se tornar um Faraó (At. 7.23). Moisés teve acesso aos centros de excelência no que tange à educação no Egito. Estevão, em seu sermão diante dos judeus, declara que Moisés fora educado em toda a ciência dos egípcios, sendo poderosos não apenas em palavras, mas também em obras (At. 7.22). É digno de destaque que a educação no Egito era extremamente desenvolvida para a sua época. Naquele tempo, graças ao conhecimento astronomia, eles desenvolveram um calendário bastante preciso. A engenharia egípcia contribuiu para a construção de maravilhas ainda admiradas atualmente, tais como as pirâmides. A medicina também era bastante desenvolvida, a arte de embalsamar os mortos é reconhecida ainda hoje. Como Moisés, os cristãos devem buscar preparo educacional, o estudo acadêmico pode ser usado por Deus para a atuação no ministério. Os conhecimentos de Moisés não foram desprezados pelo Senhor. Nada há de errado em estudar, buscar uma formação acadêmica, contanto que tal conhecimento permaneça cativo de Cristo (II Co. 10.4,5). Os jovens cristãos precisam se dedicar aos estudos, devem entrar na faculdade, mas precisam investir na vida espiritual, para não se deixarem dominar pela filosofia ateísta, predominante nesse contexto.  Não podemos, como fez Moisés, pensar que poderemos resolver os problemas da sociedade através de atos de violência (Ex. 2.11-14). Ele quis fazer justiça com as próprias mãos, não devemos esquecer que violência resulta em violência. Jesus ensinou o princípio da não violência, a amar até mesmo os inimigos (Mt. 5.44; 26.51-53). Como Moisés, precisamos reconhecer nossa identidade, somos cristãos, e como tais devemos viver (Ex. 2.19; Mt. 5.38-42). A transformação social, no contexto em que estamos inseridos, deve acontecer não pela luta armada, mas através do voto responsável.

2. CHAMADO DO LIBERTADOR

O chamado de Moisés para libertar os israelitas aconteceu após um período de isolamento na terra de Midiã. Ele fugiu para aquele local após ser perseguido por ter matado um soldado egípcio, na tentativa de salvar a vida de um hebreu que estava sendo espancado. Naquela localidade Moisés ajudou as filhas de Reuel, também conhecido como Jetro, o sacerdote de Midiã (Ex. 2.18), recebendo dele a hospitalidade, vindo a se casar com Zipora, uma das suas filhas. Aquele homem que outrora discutia na academia egípcia, poderoso em palavras e obras, se encontrava agora no deserto, apascentando ovelhas. Naquela ocasião Moisés estava dando continuidade a sua preparação. Deus permite, às vezes, que Seus servos fiquem isolados, para que possam aprender a ter comunhão com Ele. Em meio à solitude do deserto, Moisés viu algo que lhe chamou a atenção, uma sarça ardente que não se consumia (Ex. 3.1-4). Deus falou com Moisés, revelando-se a ele como o Deus de Abraão, que se identificava com o sofrimento do Seu povo (Ex. 3.5-10). Essa revelação antecipava a vinda de Cristo a terra, quando o Verbo se fez carne, e habitou em nosso meio (Jo. 1.1,14). Ele se identificou com os nossos sofrimentos, a cruz do calvário é a demonstração maior de que Deus se interessa pelos seres humanos (Mt. 27.34). Mesmo sendo Deus, se tornou servo, esvaziando-se da Sua glória (Fp. 2.7), nEle encontramos o ápice da revelação divina (Hb. 1.1,2). Retornando ao chamado de Moisés, é importante ressaltar que este, ao ouvir a voz de Deus, relutou em aceitar sua missão. Dentre as justificativas que apresentou, a primeira delas foi a de não se achar capacitado para a obra a ser realizada (Ex. 3.11,12), e a de não saber o nome de Deus (Ex. 3.13-22). Ninguém deve se achar capacitado para a obra de Deus, por outro lado, não devemos desprezar as oportunidades para o crescimento, tanto intelectual quanto espiritual. Evidentemente Deus não se impressiona com nossos diplomas, o conhecimento adquirido é útil para a obra, mas sem Jesus, nada podemos fazer (Jo. 15.5). O exercício do ministério é sempre desafiador, principalmente nos dias atuais, marcados pela mercantilização e profissionalização do pastorado. Mesmo assim, Paulo destaca que aqueles que desejam o ministério pastoral, excelente obra almeja, ainda que essa não seja uma garantia de prosperidade material, como defendem os adeptos da teologia da ganância (I Tm. 3.1).

3. ENVIO DO LIBERTADOR

Moisés não quis assumir seu chamado porque estava consciente das dificuldades com as quais se depararia. Ele imaginava que os anciãos não acreditariam na sua mensagem, os hebreus mais antigos reconheceriam suas credenciais? Essa era uma das preocupações de Moisés (Ex. 4.1-9), a outra, a falta de oratória (Ex. 4.10-12). A fim de fugir da responsabilidade, Moisés preferiu transferi-la para outrem (Ex. 4.13-17). Mas Deus não considerou seus argumentos, Aquele que se revelara como o Eu Sou, ou seja, Aquele que tem existência própria, comissionou Moisés a desempenhar a tarefa de libertação do povo de Israel. Quando o Eu Sou se compromete a ser conosco, nada temos a temer, seremos bem-sucedidos, se agirmos em conformidade com Sua vontade. Muitos se frustram no ministério porque têm uma visão deturpada do seu real significado. Há aqueles que pensam que ser pastor é apenas uma questão de status. Na verdade, em algumas agremiações, isso tem a ver com capital eclesiástico, principalmente durante as eleições convencionais. Mas o chamado de Deus é para apascentamos Seu rebanho por amor (Jo. 1.15-17) , que Ele mesmo comprou com o Seu sangue, e do qual prestaremos contas na eternidade (At. 20.22-28). Diante do chamado de Deus, devemos reconhecer o valor até mesmo do sacrifício, com vistas à expansão do reino. O amor de Deus pelo Seu povo deve ser a motivação de todo aquele chamado para o exercício do ministério (Jr. 33.9; Os. 11.1). Se nos fundamentarmos nas promessas de Deus, poderemos seguir adiante, cientes de que Ele estará conosco, em todos os momentos (Ex. 4.19-23; Mt. 28.20). O Senhor também providenciou uma companhia para Moisés, seu irmão Arão, para que ele não se sentisse sozinho na missão (Ex. 4.27,28). De igual modo, Deus nos dá companheiros fieis na obra de Deus, para partilhar conosco as realizações e agruras do ministério. Todo obreiro do Senhor deveria ter um mentor espiritual, alguém de confiança com quem compartilhar suas alegrias e tristezas (Ex. 4.18; 18.13-17).

CONCLUSÃO

Com a benção de Deus, Moisés, aquele que fora preparado para ser o rei do Egito, assumiu sua condição de libertador. Com autoridade de Deus, se apresentou diante de Faraó, firmado nAquele que é fiel para cumprir suas promessas (II Co. 1.19,20). Cada um de nós também temos uma missão a cumprir, a de levar o evangelho libertador de Jesus Cristo até aos confins da terra. Para tanto, devemos estar preparados, dependendo do poder do Espírito (At. 1.8), e na autoridade da Palavra de Deus (Mt. 28.19), confiantes de que o Senhor estará conosco, sempre. PENSE NISSO!

Deus é Fiel e Justo!