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A MORDOMIA DAS OBRAS DE MISERICÓRDIA

INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos que Deus requer de seus filhos obras de misericórdias como o fruto do amor cristão. Os servos de Deus, portanto, devem expressar a virtude da misericórdia divina. Esse sentimento é o que deve dominar o coração dos cristãos: “Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade” (Sl 103.8).
I. SIGNIFICADO DE MISERICÓRDIA 
1. Definição. A palavra “misericórdia” vem do latim (misericordia) e significa “compaixão suscitada pela miséria alheia”; “indulgência, graça, perdão”. No Antigo Testamento, o termo está presente em textos como: “Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor por longos dias” (Sl 23.6).
2. Misericordioso. A palavra “misericordioso”, no grego, tem o sentido de “entranhas de misericórdia ou de bondade”. A expressão indica o sentimento que vem do íntimo, “das entranhas”, do “coração”. Ela mostra que servimos a um Deus de misericórdia, longanimidade e benignidade (Sl 103.8). Essas são qualidades morais de Deus. Quem se identifica com Ele, por meio do Espírito Santo, deve manifestar tais qualidades morais (Gl 5.22).
II. A MORDOMIA DA MISERICÓRDIA CRISTà
A misericórdia é como o amor, pois ela só tem valor se for praticada. As obras de misericórdia estão inseridas no contexto das “boas obras” inerentes à vida de todos os salvos em Cristo Jesus.
1. Obras de misericórdia na prática. Na parábola do Bom Samaritano (Lc 10.25-37), Jesus respondeu a um “um doutor da lei” acerca da vida eterna. Ele diz que, diante de um homem assaltado, caído à beira do caminho, três personagens se destacam: primeiro, um sacerdote, que, vendo o homem caído, “passou de largo” (Lc 10.31); depois, um levita, que ignorou o enfermo; por fim, um samaritano, que cuidou do homem, e o levou a uma hospedaria.
Veja a pergunta de Jesus ao doutor da Lei: “Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?”. O doutor da lei respondeu: “O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai e faze da mesma maneira” (Lc 10.36,37). Nosso Senhor mostrou que a misericórdia não deve ser apenas um “sentimento”, mas uma ação diretiva: “Vai e faze da mesma maneira”.
2. Somos criados para as boas obras. O apóstolo Paulo ensinou aos crentes de Éfeso que a salvação não vem pelas obras, “porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. […] Porque somos […] criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.8,10). Assim, devemos praticar as boas obras porque somos salvos, e fomos alcançados pela graça de Deus: “[…] os que creem em Deus procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos homens” (Tt 3.8). Dentre as boas obras, podemos listar algumas obras de misericórdia:
2.1. Na área das necessidades humanas. Quem faz obras de misericórdia em prol dos carentes, necessitados e vulneráveis sociais está fazendo ao próprio Cristo (Mt 25.35,36), pois assim as Escrituras afirmam: “E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25.40).
2.2. Na área das necessidades espirituais. As necessidades espirituais do homem são tão urgentes, que Deus enviou o seu Filho para salvá-lo de sua miséria (Jo 3.16). Esse ato nos lembra quando o profeta Jonas entristeceu-se por causa da compaixão de Deus pelo povo de Nínive. Eis, porém, o que o Senhor lhe respondeu: “[…] e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens, que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos animais?” (Jn 4.11). Isso prova, conforme as palavras de Tiago, que “a misericórdia triunfa no juízo” (Tg 2.13).
2.3. Na área da evangelização e das missões. As Escrituras Sagradas mostram que a obra de evangelização e missões é central no Evangelho: “Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo: levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa” (Jo 4.35; cf. Mc 6.34). É muito clara a necessidade espiritual do mundo. Infelizmente, o investimento na obra missionária ainda é muito pequeno. De um modo geral, gastamos mais com outros empreendimentos e objetos pessoais do que investimos em missões e na evangelização das almas perdidas.
2.4. A falta de misericórdia pelos pecadores. Há uma negligência flagrante, por parte de muitas igrejas, na pregação do Evangelho. Isso é falta de misericórdia. A Bíblia mostra que Deus “amou o mundo”, e não um grupo seleto e privilegiado. Ele quer salvar a todos em Jesus Cristo. O nosso Deus é amor, longânimo e misericordioso. Ele não tem “prazer na morte do ímpio” (Ez 33.11). A ordem do Senhor Jesus é muito clara: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15; cf. Pv 24.11).
III. CUIDADOS NA PRÁTICA DAS BOAS OBRAS 
1. As boas obras devem glorificar a Deus. No Sermão do Monte, Jesus disse: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16 — grifo meu). Por isso, as obras de misericórdia devem ser feitas com humildade e sem buscar a glória para quem as pratica. Assim, o Senhor ensinou como devemos ajudar o necessitado: “Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão” (Mt 6.2).
2. As obras de misericórdia são obras de amor. Elas são parte da prática do amor cristão, que, segundo Jesus, deve ser estendido até mesmo ao inimigo (Mt 5.44). Nesse sentido, o apóstolo expressa esse ensino: “Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça” (Rm 12.20). Somente com a graça de Deus, e na força do Espírito Santo, o cristão pode cumprir o mandamento de amar o inimigo.
3. Obras de quem é salvo. Tiago diz que as obras dos salvos devem ser a expressão da fé, a qual, sem elas, de nada aproveita. Ele exemplifica esse ensino referindo-se ao caso de um irmão ou irmã, carentes, sendo despedidos de mãos vazias. Neste caso, nenhum proveito se materializa. E conclui: “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tg 2.17; cf. 2.14-20; Mt 5.16). Segundo Tiago, as boas obras é o testemunho da fé perante os homens.
CONCLUSÃO
Não somos salvos pelas boas obras, mas as praticamos porque somos salvos (Mt 5.16). Precisamos testemunhar nossa fé ao mundo por meio das boas obras. Logo, devemos realizar as obras de misericórdias no âmbito material e espiritual. O nosso Deus amou o ser humano por inteiro. Este tem necessidade no corpo e na alma. As obras de misericórdias são o testemunho bíblico da nossa fé. PENSE NISSO!