Texto Base: Ed 3:2-5, 10-13
“Então Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele. E reparou o altar do Senhor, que estava quebrado” (1Rs.18:30).
Esdras 3:
2.E levantou-se Jesua, filho de Jozadaque, e seus irmãos, os sacerdotes, e Zorobabel, filho de Sealtiel, e seus irmãos, e edificaram o altar do Deus de Israel, para oferecerem sobre ele holocaustos, como está escrito na lei de Moisés, o homem de Deus.
3.E firmaram o altar sobre as suas bases, porque o terror estava sobre eles, por causa dos povos das terras, e ofereceram sobre ele holocaustos ao Senhor, holocaustos de manhã e de tarde.
4.E celebraram a festa dos tabernáculos como está escrito; ofereceram holocaustos de dia em dia, por ordem, conforme ao rito, cada coisa no seu dia.
5.E depois disto o holocausto contínuo, e os das luas novas e de todas as solenidades consagradas ao Senhor, como também de qualquer que oferecia oferta voluntária ao Senhor.
10.Quando, pois, os edificadores lançaram os alicerces do templo do Senhor, então apresentaram-se os sacerdotes, já revestidos e com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com saltérios, para louvarem ao Senhor, conforme à instituição de Davi, rei de Israel.
11.E cantavam a revezes, louvando e celebrando ao Senhor: porque é bom; porque a sua benignidade dura para sempre sobre Israel. E todo o povo jubilou com grande júbilo, quando louvaram ao Senhor, pela fundação da casa do Senhor.
12.Porém muitos dos sacerdotes, e levitas e chefes dos pais, já velhos, que viram a primeira casa, sobre o seu fundamento, vendo perante os seus olhos esta casa, choraram em altas vozes; mas muitos levantaram as vozes com júbilo e com alegria.
13.De maneira que discernia o povo as vozes de alegria das vozes do choro do povo; porque o povo jubilou com tão grande júbilo que as vozes se ouviam de mui longe.
INTRODUÇÃO
O despertamento espiritual é uma necessidade fundamental na vida do crente ao longo de sua existência; desta feita, cada servo de Deus precisa estar sempre em estado de renovação espiritual, pois, como nos ensina o apóstolo Paulo, o homem interior deve se renovar dia-a-dia (2Co.4:16), sendo certo que o profeta Habacuque já afirmara que a obra do Senhor precisava ser avivada continuadamente ao longo dos anos (Hc.3:2). Todavia, não há como se ter um despertamento espiritual se não se voltar para o Senhor; mas para isto, primeiramente é necessário renovar o Altar de culto e adoração ao Senhor.
Aqueles que foram despertados para restaurar a nação de Israel, sofreram grande pressão dos povos inimigos circunvizinhos, e isto desanimou os líderes judaicos, com reflexo destrutivo na vida espiritual do povo; houve uma descrença nas coisas sagradas e um mornidão espiritual. A Bíblia diz: “O terror estava sobre eles por causa dos povos da terra” (Ed.3:3). O Altar estava quebrado, e não há como existir um despertamento espiritual sem, primeiramente, renovar o Altar de culto e adoração a Deus. Para tanto, os líderes ativaram o Altar que estava destruído e oferece nele sacrifícios de acordo com que prescrevia a Lei de Moisés. Deus se agradou disso e renovou a sua presença no meio deles. Não há como Deus está presente no meio do seu povo sem a renovação do Altar.
Os inimigos vendo este despertamento espiritual no meio do povo, temeram; pois sabiam que Deus estava com o seu povo, logo os seus projetos de terror não se sustentaram – “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm.8:31).
Às vezes, encontramo-nos nas mesmas condições. Há dificuldades por todos os lados, avizinham-se tribulações e as angústias estão sempre presentes; no entanto, quando erguemos o Altar de culto e adoração ao Senhor, Ele opera em nossa vida, e quando os tempos difíceis chegarem suportaremos sem esmaecer a fé. É hora de levantar o Altar!
I. O DESPERTAMENTO CONDUZ O HOMEM AO ALTAR
Uma renovação torna-se urgente: quando os crentes estão desanimados, enfraquecidos e desunidos; quando as potestades do mal parecem prevalecer contra o povo de Deus, intimidando-o e fazendo-o paralisar a obra de Deus; quando faltam líderes comprometidos com Deus que ousam desafiar e conduzir o povo a uma reação para realizar a Obra de Deus.
1. Os judeus sentiam a necessidade do acesso a Deus que o Altar lhes proporcionava
A pressão dos inimigos era grande sobre os líderes judaicos, por isso apressaram em renovar o Altar de culto e adoração a Deus, pois eram cônscios de que sem a presença do Senhor eles não prevaleceriam sobre os terroristas. A Bíblia diz que “o terror estava sobre eles por causa dos povos da terra” (Ed.3:3). Por isso mesmo, o povo sentia que precisava do acesso a Deus, através do altar. Está escrito que aonde o culto verdadeiro ao Senhor é praticado Ele se faz presente (Ex.29:43; Mt.18:20) - “Este será o holocausto contínuo… perante o Senhor, onde vos encontrarei, para falar contigo ali” (Êx.29:43).
Portanto, diante desse quadro tribuloso, mais importante que construir o Templo era restabelecer a verdadeira adoração a Deus, representada pela edificação do Altar. A resposta ao medo que sentiam dos povos das terras (Ed.3:3) não era em temos de armas ou de fortalezas, mas sim em colocar Deus em primeiro lugar, reparando o Seu Altar, até mesmo antes de providenciar casas para as suas famílias.
Os judeus naqueles dias trabalhosos almejavam mais do que nunca da presença do Senhor, mais isto só viria através do culto verdadeiro que se daria perante o Altar. De acordo com as Escrituras Sagradas, o Altar era um lugar aonde os sacrifícios e holocaustos de animais eram oferecidos, conforme Deus tinha determinado a Moisés e Arão; era o local aonde se realizava a comunhão dos fiéis com o Senhor. Por isso, o Altar era tão considerado e reverenciado.
E o texto sagrado diz que eles “firmaram o altar sobre as suas bases...” (Ed.3:3). Isto significa que eles colocaram o Altar no seu lugar. Sob a liderança de Jesua, o líder religioso, e de Zorobabel (Ed.3:2), edificaram o Altar e ofereceram holocaustos, conforme prescrevia a Lei de Moisés (Ed.3:2). A intenção era honrar a Deus e, por meio disso, buscar proteção contra os inimigos. Depois disso, iniciaram os preparativos para a construção do Templo, contando com a ajuda dos sidônios e tírios (Ed..3:7).
Com a renovação do Altar, sacrifícios regulares eram oferecidos nas épocas indicadas – as luas novas (Ed.3:5). Todas as festas foram restabelecidas, começando com a Festa dos Tabernáculos, no décimo quinto dia do sétimo mês, estritamente de acordo com os requisitos da Lei de Moisés.
2. Todos os despertamentos genuínos começam com a restauração do Altar
Temos na Bíblia vários exemplos, mas vamos aqui apresentar apenas quatro. Ao se falar em “avivamento”, se está a falar em “tornar à vida”, a “intensificar a vida” e todos sabemos que a fonte da vida é Deus, como, aliás, disse o Senhor Jesus à mulher samaritana (João 4:7-14).
a) O Avivamento que ocorreu na época do profeta Elias, no reino do Norte, nos dias tenebrosos de Acabe e Jezabel. O profeta, impelido pelo Espírito de Deus, faz um desafio aos profetas de Baal e Asera, e leva o povo a se decidir por Deus após o Senhor ter respondido com fogo à oração do Seu servo (1Rs.18:20-40). No entanto, tamanha demonstração de poder, que pôs fim à oscilação do povo entre Deus e Baal, só foi possível depois que o profeta reparou o Altar (1Rs.18:30-32), e, com este gesto, relembrou o povo de que não se pode ter fogo do céu, demonstração do poder de Deus, sem que antes observemos os mandamentos, sem que antes venhamos pôr nossas vidas de acordo com a Palavra de Deus. Não há fogo sem que antes nos ponhamos sob os ditames da Palavra de Deus!
b) O avivamento que ocorreu na época de Ezequias, fiel rei de Judá. No primeiro ano de seu reinado, Ezequias levou o povo à purificação do Templo, à extinção de todos os altares edificados aos deuses pagãos. Esse avivamento levou o povo, que estava desviado, novamente aos pés do Senhor. O povo purificou o Templo, extinguiu todos os altares edificados aos deuses pagãos. Buscaram o Senhor com fervor, temor e tremor.
O Avivamento levou à reparação do Altar. Quando os sacerdotes sacrificavam sobre o Altar santificado, começou um novo cântico na casa de Deus (2Cr.29:27,28). A observância da Palavra de Deus, seu estudo prévio e sua aplicação foram os principais responsáveis pela renovação espiritual que se seguiu (2Cr.29).
“E pôs os levitas na casa do Senhor com címbalos, com alaúdes e com harpas, conforme o mandado de Davi e de Gade, o vidente do rei, e do profeta Natã, porque este mandado veio do Senhor, por mão de seus profetas” (2Cr.29:25).
“e Ezequias e todo o povo se alegraram por causa daquilo que Deus tinha preparado para o povo” (2Cr.29:36).
c) O Avivamento que ocorreu na época do fiel rei Josias, rei de Judá. À época desse fiel rei ocorreu um vigoroso avivamento, um dos mais impressionantes da história de Judá. Josias incentivou o povo a retornar à Palavra de Deus.
Josias, ao encontrar a Palavra de Deus, que se achava perdida na Casa do Senhor (2Cr.34:15), humilhou-se diante de Deus e impediu que, nos seus dias, o juízo inevitável de Deus sobre o povo, por causa de sua desobediência, viesse a acontecer (2Cr.34:24-28). Josias voltou-se para Deus e teve uma obra de grande envergadura, tendo, inclusive, destruído os “intocáveis” bezerros de ouro construídos por Jeroboão, porque ouviu a Palavra de Deus, porque quis saber o que estava naquele Livro Sagrado que fora achado na casa de Deus. Foi isto que o impulsionou a abolir a idolatria, a levar o povo a observar a Lei do Senhor (2Cr 34:29-33). Enquanto a Palavra de Deus não for achada, lida e crida, não poderá haver avivamento na Casa do Senhor.
d) O Avivamento que ocorreu na época de Esdras e Neemias, quando o povo voltou do cativeiro. Os capítulos 8 a 10 de Neemias descrevem um dos maiores avivamentos do Antigo Testamento. Tal avivamento só foi possível porque houve o ensino e a compreensão da Lei do Deus Jeová. Aliás, a restauração da autoridade da Palavra de Deus sobre o povo foi a maior reforma que Neemias implementou em Jerusalém; sem essa restauração, Jerusalém seria absolutamente vulnerável. O povo se ajuntou na praça para ouvir a exposição da Palavra de Deus (Ne.8:1):
“E chegado o sétimo mês, e estando os filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça, diante da Porta das Águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel”.
Uma das principais evidências de um avivamento bíblico entre o povo de Deus é a grande fome de ouvir, ler e estudar a Palavra de Deus. No primeiro dia do sétimo mês, todo o povo se reuniu para uma convocação solene - a Festa das Trombetas -, que simbolizava o ajuntamento de Israel dentre as nações gentílicas. Esdras subiu numa plataforma especialmente construída para a ocasião e, ao lado de treze levitas, leu por várias horas o que havia no Livro da Lei de Moisés. O povo demonstrou profundo respeito pela Palavra de Deus (ler Ne.8:5,6) à medida que os levitas, mencionados no versículo 7 do capitulo 8, forneciam explicações sobre o que estava sendo dito (Ne 8:8). Uma vez que o aramaico substituiu o hebraico após o cativeiro, era necessário explicar ao povo muitas palavras hebraicas presentes nas Escrituras.
De pé sobre um púlpito de madeira, durante sete dias, seis horas por dia, Esdras leu o livro da Lei (8:3,18). O povo permaneceu desde a alva até ao meio-dia, sem sair do lugar (Ne.8:7), com os ouvidos atentos. Não havia dispersão, distração nem enfado. Eles estavam atentos não apenas ao pregador, mas sobretudo ao livro da Lei. Não havia esnobismo nem tietagem, mas fome da Palavra. Eles queriam Pão do Céu, a Verdade de Deus. Só o Pão nutritivo da Verdade pode saciar a fome daqueles que anseiam por Deus.
Lamentavelmente, em nossos dias, vivemos a predominância de uma concepção sem qualquer base bíblica, qual seja, a de que avivamento se confunde com prevalência de manifestações sobrenaturais e que o crente avivado é aquele que participa de tais ambientes, onde pouco ou nenhum espaço é dado ao ensino da Palavra de Deus. No entanto, quando abrimos a Bíblia Sagrada, não vemos um só caso de avivamento que não esteja centrado, baseado, fundamentado no ensino das Escrituras Sagradas.
Note que todos os principais avivamentos ocorridos no Antigo Testamento, no meio do povo de Israel, estavam diretamente ligados à doutrina, ao ensino da Palavra de Deus. Jamais pode haver avivamento sem que haja doutrina, sem que haja um retorno ao estudo sistemático da Palavra de Deus. Hoje, o povo de Deus da Nova Aliança, necessita de um profundo e urgente avivamento. Necessita de um retorno aos princípios norteadores da Palavra de Deus. Sem avivamento, a tendência é a decadência espiritual e a secularização da Igreja. Jesus se preocupa com o seu povo; Ele quer ver a sua Igreja avivada; Ele quer sua Igreja fervorosa, unida a Ele, de forma consciente e decidida. Portanto, avivamento sem o ensino e a prática das Escrituras Sagradas é apenas movimento passageiro infrutífero.
II. CRISTO, O CENTRO DA NOSSA COMUNHÃO COM DEUS.
Na Nova Aliança, a adoração do povo de Deus é rigidamente cristocêntrica. Não temos mais o Altar como nosso ponto central de culto a Deus como no Antigo Testamento. Cristo, agora, é o centro de nossa comunhão com Deus.
Na Antiga Aliança, sobre o Altar do culto levítico eram oferecidas as ofertas que seriam queimadas. Os sacrifícios de holocaustos eram queimados continuamente, significando que a comunhão com Deus é contínua, e o centro dessa comunhão com Deus era o Altar de sacrifício. Quando a oferta para o holocausto era consumida pelo fogo a fumaça exalava um cheiro especial que subia para os ares. O animal sacrificado era totalmente queimado no Altar e a gordura queimada exalava um cheiro que agradava a Deus; era um "cheiro suave, uma oferta queimada ao SENHOR" (Êx.29:18).
Por causa da regularidade e frequência com que aconteciam os sacrifícios de holocaustos, eles eram chamados de "holocausto contínuo" (Êx.29:42). Um animal limpo e sem defeito era oferecido ali em substituição ao pecador. Do mesmo modo como se tomava o sacrifício e colocava-o sobre o Altar, Jesus também foi levantado, tipologicamente, no Altar do Calvário, para redimir a nossa alma (ver João 3:14,15; 12:32,33; Ef.5:2; 1Co.5:7).
No Altar de holocaustos se formou a primeira imagem a respeito da necessidade de redenção dos pecadores. No tempo determinado, Cristo Jesus foi sacrificado no Altar do sacrifício, o Calvário, e o seu sangue foi derramado para apagar os pecados de toda humanidade. Foi um sacrifício perfeito e irrepetível. Ele se ofereceu a Si mesmo, de forma irrepetível, para nos conceder perdão, redenção, reconciliação, comunhão e eterna salvação.
1. O Altar do Holocausto era uma imagem do Calvário
Já deu para entender que o Altar do holocausto simboliza a cruz do Calvário, lugar onde Cristo, vicariamente, foi crucificado (Hb.9:12-14;25-28;10:10-14). O que precisava ser realizado Jesus já realizou; agora, basta apenas apresentar-se a Ele como um pecador perdido, reconhecer nossa culpa, confessar nossos pecados, crendo que "Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1João 1:9).
a) No Altar do Holocausto – na Cruz - Deus proveu um Cordeiro imaculado uma vez para sempre em nosso lugar
No Altar dos Holocaustos, as vítimas inocentes eram sacrificadas no lugar dos pecadores. Assim como Deus proveu um cordeiro para substituir Isaque no monte do sacrifício, Ele enviou seu Filho para nos substituir na cruz do Calvário. Jesus, o Cordeiro de Deus, assumiu o castigo que era nosso. Ele tomou sobre si a nossa condenação. O Cordeiro de Deus morreu por nós. Na cruz, Deus materializou o Seu grande amor por toda a humanidade. Afirma Paulo:
“Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios” (Rm.5:6).
“Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm.5:8).
Portanto, a cruz de Cristo não foi um acidente, mas um apontamento de Deus desde a eternidade. Ele foi morto desde a fundação do mundo. Ele nasceu para ser o nosso substituto, representante e fiador. A cruz, sempre esteve incrustrada no coração de Deus, sempre esteve diante dos olhos de Cristo. Ele jamais recuou da cruz. Ele marchou para ela como um rei caminha para a sua coroação.
Portanto, o Amor de Deus não é apenas um sentimento, é uma ação. Não consiste apenas em palavras, é uma dádiva. Não é uma dádiva qualquer, mas uma dádiva de Si mesmo. Deus deu seu Filho; Ele deu tudo, deu a Si mesmo. Deus não amou aqueles que nutriam amor por Ele, mas aqueles que lhe viraram as costas para Ele. Deus amou aqueles que eram inimigos.
Cristo morreu no momento determinado por Deus e de acordo com seu eterno propósito (João 8:20;12:27;17:1;Gl.4:4;Hb.9:26). Não há como medir o amor de Deus; João disse: “Deus amou o mundo de tal maneira...” (João 3:16).
b) No Altar do Holocausto – na Cruz - o sacrifício do Cordeiro Imaculado trouxe-nos Reconciliação com Deus
O sacrifício de Jesus Cristo foi único e definitivo para a nossa reconciliação com Deus (Ef.2:16). Jesus, o Cordeiro de Deus, é o autor e consumador da nossa fé (Hb.12:2). Sem Ele estaríamos perdidos, longe de Deus e condenados para sempre ao inferno. Temos um Deus que nos ama e que não negou dar o seu Unigênito para que tivéssemos Paz com Deus, Paz de Deus e vida eterna.
“Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio, na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e, pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades” (Ef.2:14-16).
c) No Altar do Holocausto – na Cruz - o perfeito sacrifício do Cordeiro de Deus trouxe-nos Justificação
Na cruz, Cristo cumpriu a nossa pena, justificando-nos perante o Pai. Ele nos libertou da lei do pecado. Uma vez livres e justificados pela fé, temos paz com Deus (Rm.5:1). Uma vez livre e justificado a culpa do homem é transferida para Jesus, que já a pagou através de Seu sacrifício expiatório da cruz, e pode cobrir o homem com sua justiça. É por isto que Paulo diz: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é”.
Portanto, o homem justificado não é um homem “reformado”, mas, é um novo homem (2Co.5:17). Este novo homem é visto por Deus como se nunca tivesse pecado. A Justificação não deixa resíduos dos pecados dantes cometidos, isto por causa daquele “que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fossemos feitos justiça de Deus” (2Co.5:21).
d) No Altar do Holocausto – na Cruz – o sacrifício de Jesus Cristo trouxe-nos gloriosa Esperança
A esperança é um dos pilares da vida cristã. Em 1Pedro 1:3-4 está escrito:
“bendito seja o Deus e pai de nosso senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós”.
Isto quer dizer que:
- Além de termos esperança de dias melhores;
- Além de termos esperança de que Deus vai responder nossas orações;
- Além de termos esperança de que Deus vai abrir portas em várias questões da vida, nós temos a esperança que um dia todo o sofrimento, toda dor, todo mal, vai ser debelado para sempre, e sempre e sempre.
Portanto, a nossa esperança é superlativa porque a cruz de Cristo nos proporcionou esta preciosa promessa. Em Romanos 8:24 o aposto Paulo se expressa de modo claro e convincente: “porque, em esperança, somos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê, como o esperará?".
Quando o crente é convicto de sua fé ele não titubeia, mas põe a sua confiança, a sua esperança só em Deus. Paulo disse perante o governador Félix:
“tendo esperança em Deus, como estes mesmos também esperam, de que há de haver ressurreição tanto dos justos como dos injustos”.
Um dia todos nós morreremos, caso o Senhor Jesus não venha antes disso, mas, temos a esperança que ressuscitaremos e viveremos com Ele para sempre – é sem dúvida a nossa maior esperança.
2. A morte de Jesus enseja-nos sete verdades que devemos compreender e valorizar
a) A morte de Jesus foi Amorosa. Ela revela o supremo amor de Deus por todos nós – “Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm.5:8).
b) A morte de Jesus foi Expiatória. Ela foi a oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave – “e andai em amor, como também Cristo vos amou e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave” (Ef.5:2).
c) A morte de Jesus foi Vicária. Jesus morreu por nós – “E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou”(2Co.5:15).
d) A morte de Jesus foi Substitutiva. Jesus, que não conheceu pecado, o fez pecado por nós - “Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co.5:21).
e) A morte de Jesus foi Propiciatória. Ela satisfez a Deus que tinha sido ofendido pelo pecado do homem – “sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus” (Rm.3:24-25).
f) A morte de Jesus foi Redentora. Jesus nos resgatou, nos remiu, nos comprou com Seu próprio sangue - “o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu Tempo” (1Tm.2:6); “o qual se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniquidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras” (Tt.2:14).
g) A morte de Jesus foi Triunfante. Jesus foi vitorioso sobre todos os poderes cósmicos - bons ou maus -, triunfando sobre eles na cruz – “E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo” (Cl.2:15).
3. Toda a Trindade atuou ativamente na morte expiatória de Jesus:
a) O Deus Pai. A morte de Jesus Cristo na cruz não foi um acidente, foi uma agenda estabelecida por Deus. Na mente de Deus, nos decretos de Deus, o Cordeiro de Deus foi morto desde a fundação do mundo (Ef.3:6-9). Na verdade, como eu já disse, a cruz sempre esteve incrustada na mente de Deus, em Seu coração amoroso; Ele participou diretamente do drama do Gólgota (2Co.5:19). Portanto, a cruz de Cristo além de ser um fato já planejado na eternidade, expressa para você e para mim o gesto do maior amor de Deus por nós (João 3:16). Portanto, não foram os judeus nem os romanos que crucificaram Jesus na Cruz, foi o próprio Deus Pai. Se você ainda tem dúvida do amor de Deus, entenda que não há possibilidade de nós expressarmos de forma mais eloquente e mais profunda o amor de Deus por nós do que a manifestação da cruz. Ali aconteceu o maior de todos os sacrifícios.
b) O Deus Filho. Ele entregou-se a si mesmo em oferta e sacrifício (Ef.5:2; Hb.9:14). O Filho de Deus deixou o Céu, deixou a companhia dos anjos, deixou a glória do Pai, e veio e se humilhou, se fez servo; foi perseguido, foi preso, foi insultado, foi cuspido, foi zombado, foi escarnecido, foi pregado na cruz. Ele nasceu para ser o nosso substituto, nosso representante, nosso fiador. Jesus Cristo jamais recuou diante dessa cruz. Ele caminhou resoluto para ela como um rei caminha para sua coroação. Sobre a Cruz Ele levou os nossos pecados (1Pd.2:24) e nos reconciliou com Deus. Com a morte de Jesus, ativou-se o contato da criatura com o Criador que fora quebrado no Éden e se tornou visível a ação de Deus na vida dos homens, de maneira que o céu, que parecia ser inatingível, tornou-se acessível aos homens por meio de Cristo Jesus. A morte de Jesus na cruz, que seria uma vitória do diabo, na verdade representou a própria derrota de Satanás.
c) O Deus Espírito Santo. O escritor de Hebreus afirma que Cristo, pelo Espírito eterno, se ofereceu a Si mesmo imaculado a Deus” (cf. Hb.9:14). Portanto, o Espírito Santo teve participação fundamental na caminhada de Jesus até à Cruz, removendo todos os osbstáculos que se levantaram para impedir que Jesus atingisse o alvo proposto, que era morrer pela humanidade e reconciliar o homem novamente com Deus.
III. CUIDADO COM AS IMITAÇÕES
Devemos observar nas próprias Escrituras quais são as características de um Avivamento, até para que não nos deixemos enganar pelos “falsos avivamentos”, manifestações espirituais espúrias e que nada mais são que falsificações e imitações do inimigo de nossas almas, verdadeiros “ventos de doutrinas” que estão a aumentar em número, mormente agora quando se aproxima o Dia da glorificação da Igreja.
Vejamos as características do verdadeiro despertamento espiritual:
a) A perseverança na Palavra de Deus. No princípio da Igreja houve a conversão de quase três mil almas sob o impacto da operação poderosa do Espírito Santo na vida dos discípulos batizados com o Espírito Santo, levando-os a “receber de bom grado a Palavra” (At.2:41). Este é o primeiro ponto descrito nas Escrituras, pois todo avivamento começa pelo “recebimento da Palavra”, que, então, leva ao batismo nas águas, um sinal público que se dá da transformação interior já ocorrida.
Desde o Antigo Testamento, como já falamos anteriormente, os momentos de avivamento do povo de Deus são caracterizados por uma busca da Lei do Senhor, por uma renovação no interesse e na observância das Escrituras. Todo e qualquer movimento que menosprezar a Palavra de Deus, que não der espaço ao estudo e ao ensino da Palavra, não é um verdadeiro avivamento espiritual, mas um movimento místico, que se misturará facilmente com manifestações sobrenaturais de procedência maligna.
b) A perseverança na comunhão (At.2:42). O avivamento espiritual é um movimento que dá aos crentes a consciência de que são um único corpo, cuja cabeça é Cristo, e que devem viver em união, sem qualquer distinção ou discriminação de espécie alguma. O avivamento da rua Azusa causou espanto e críticas por parte da sociedade norte-americana porque pôde reunir, em uma só comunidade, brancos e negros, numa sociedade fortemente racista e segregacionista como eram os Estados Unidos do início do século XX. Um verdadeiro e genuíno avivamento não faz distinção de etnia alguma, reconhecendo que, para Deus, não há acepção de pessoas (Dt.10:17; At.10:34). Por isso, na igreja primitiva, “todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum” (At.2:44). Desta feita, não se pode aceitar como avivamento genuíno e autêntico aquele que é gerado em “encontros secretos”, aonde somente algumas poucas pessoas têm acesso para receber uma “unção” sobre a qual estão proibidos de revelar. Isto não é o avivamento verdadeiro.
c) A perseverança nas orações. Uma igreja avivada não cessa de orar, faz contínua oração. Não podemos concordar com “avivamentos” que têm barulho, cânticos intermináveis, emoção, mas que não levam os crentes a orar ou a buscar a face do Senhor fora do “transe”. A história dos avivamentos mostra que sempre o povo foi levado a buscar ao Senhor, a orar, a jejuar e a adorá-lo na beleza da Sua santidade.
d) O temor a Deus (At.2:43). Um verdadeiro avivamento não produz bagunça ou anarquia. É um ambiente de ordem e de decência, onde o nome do Senhor é glorificado e onde os incrédulos, ao invés de se escandalizarem, sentem a presença do Senhor. Um avivamento traz ao povo uma devida reverência às coisas de Deus, um respeito a tudo o que se relaciona com o culto.
e) O louvor a Deus(At.2:47). Um avivamento exalta o nome de Deus, coloca-o acima de tudo e de todas as coisas. Quando falamos em louvor, falamos em exaltação de Deus, em cânticos, hinos e salmos que enalteçam o Senhor e não o homem, que trazem enlevo à alma e ao espírito, e, por conseguinte, não agridem o corpo, nem promovam qualquer sentimento carnal. “Avivamentos” feitos com base em “louvorzões”, vigilhões, que suprimem a Palavra do Senhor, que promovam emoção efêmera, que agitem as pessoas e que se utilizem de ritmos criados para louvor ao diabo ou a seus agentes, que privilegiem o “eu” do crente em detrimento do Senhor, nunca podem ser verdadeiros e autênticos avivamentos.
f) O crescimento da Igreja. O avivamento do povo de Deus faz com que os homens glorifiquem ao Pai que está nos céus (Mt.5:16) e, por causa disto, muitos são constrangidos pelo Espírito Santo e convencidos do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8), convertendo-se a Jesus Cristo. Por isso, os avivamentos sempre fizeram as igrejas locais crescer numericamente, mas o crescimento quantitativo é decorrência do crescimento qualitativo. Crescimento numérico sem que, antes, tenha havido avivamento, não é crescimento, é “inchamento”, cujos efeitos são altamente prejudiciais à obra de Deus, como aconteceu com a Igreja a partir do Edito de Milão, em 315, que deu origem a Igreja católica romana, que abriu as portas ao paganismo e, consequentemente, ao desvio espiritual.
CONCLUSÃO
Diante de tudo o que estudamos aqui, concluímos que a única maneira de nos despertarmos espiritualmente é renovando o Altar de culto e adoração a Deus. Para chegar a este padrão espiritual, somente o ensino sistemático da Palavra de Deus pode proporcionar isso. Infelizmente, vivemos dias difíceis, dias em que vivemos o abandono da sã doutrina; muitos, dentre os crentes se dizem ser, como nos afirmam as Escrituras, terão comichões nos ouvidos e não sofrerão mais a sã doutrina (2Tm.4:3), ou seja, não quererão se dobrar aos ensinos da Palavra de Deus, e o distorcerão, a fim de poderem praticar os seus pecados, construindo para si doutores que justifiquem seus pecados e iniquidades. São dias difíceis, mas nós, que conhecemos a Palavra de Deus, que fomos ensinados na boa doutrina, sabendo que estas coisas iriam mesmo acontecer, só devemos ser cautelosos e, sobretudo, submissos aos ensinos do Senhor, pois, como aprendemos, os ensinos da Palavra de Deus são essenciais à vida cristã.