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A LEI E OS EVANGELHOS REVELAM JESUS

 

Texto Base: Deuteronômio 6.4-9; Lucas 1.1-4


“Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Dt.6:4).

Deuteronômio 6:

4.Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor.

5.Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.

6.E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração;

7.E as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te.

8.Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos.

9.E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas.

Lucas 1:

1.Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram,

2.Segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio e foram ministros da palavra,

3.Pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelentíssimo Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio;

4.Para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado.

INTRODUÇÃO

Nesta Aula estudaremos sobre o tema: “A Lei e os Evangelhos revelam Jesus”. “A Lei esboça o plano de redenção em Cristo confirmado pelos Evangelhos. Por isso que o Pentateuco e os Evangelhos têm relação profunda na revelação da pessoa de Jesus Cristo”. O cristão para compreender a Lei, exarada no Pentateuco, precisa ler e estudar o Novo Testamento, pois este confirma aquele. Segundo Robert H. Stein, “normalmente, a Lei é associada com Êxodo 20 a Deuteronômio 33. Dentro desta seção, não encontramos outros materiais, senão leis. Tendo em vista que há mais de seiscentos mandamentos e leis, encontrados em Gênesis a Deuteronômio, estes cinco livros normalmente são denominados de ‘a Lei’. Gênesis, por sua vez, não contém nenhum material sobre a lei, mas é parte da Lei, porque serve como uma introdução a Êxodo até o livro de Deuteronômio e porque se aceita que Moisés escreveu todos os livros”. Entretanto, Jesus não é somente revelado no Pentateuco; todo o Antigo Testamento revela Jesus; Ele é o tema principal de toda Bíblia.

I. O PENTATEUCO: A LEI DE DEUS

1. Os cinco livros da Lei

O nome Pentateuco vem da versão grega que remonta ao século III antes de Cristo; significa: "o livro em cinco volumes". Os judeus lhe chamavam a “Lei” (Êx.24:12; Mt.5:17); a “Lei de Moisés” (Js.8:31,32; At.13:39) - porque a legislação de Moisés constitui parte importante do Pentateuco -; a “Lei de Deus” (Ne.8:8; Rm.7:22); e a “Lei do Senhor” (Ne.10:29; Lc.2:22,23). Hoje, os cinco primeiros Livros da Bíblia, ou seja, o Pentateuco, são denominados de “Torá” pelos judeus, com o sentido de “instrução, ensino, direção”.

2. A grandeza da Lei

A lei de Moisés é o alicerce de toda a Bíblia, e os judeus a consideram "a expressão máxima da vontade de Deus". Todo o Pentateuco é considerado a Lei de Deus e não meramente os Dez Mandamentos (ler Josué 24:26). O que de fato existem são preceitos morais, cerimoniais e civis, mas a Lei é uma só. Quando estudamos, detalhadamente, a Lei de Moisés, devemos discernir os diversos aspectos desta lei. Como devemos classificá-la e entendê-la? Muitos mal-entendidos e doutrinas erradas podem ser evitadas, se compreendermos que a Palavra de Deus apresenta os seguintes aspectos da Lei:

a) A Lei Civil ou Judicial. Representa a legislação dada à sociedade ou à nação de Israel, por exemplo: os crimes contra a propriedade e suas respectivas punições.

b) A Lei Religiosa ou Cerimonial. Representa a legislação levítica do Antigo Testamento; por exemplo: os sacrifícios e todo aquele simbolismo cerimonial.

c) A Lei Moral. É a expressão do caráter de Deus, da Sua vontade, da Sua mente, expressão de toda Sua justiça; é a personificação dos dois grandes Mandamentos: amor para com o Deus Todo Poderoso e amor para com nossos semelhantes (Mt.7:12; 22:36-40; Rm.13:8-10). Esses dois Mandamentos citados por Jesus Cristo são o resumo dos Dez Mandamentos, que, por sua vez, são detalhados em todos os juízos e estatutos morais contidos na Bíblia inteira (Gn.26:5; Êx.15:26; Dt.4:1,2,6). Deus requereu de Israel e requer, também, de nós – Igreja do Senhor Jesus - duas atitudes em relação às Suas ordenanças: que possamos ouvir e obedecer (Dt.11:26,27). Desse modo, tornamo-nos Sua propriedade peculiar, Seu reino sacerdotal e Seu povo santo (Êx.19:5,6).

Mas como devemos entender a validade desses aspectos da lei? São todos válidos aos nossos dias? Devemos praticar a seguinte compreensão, quanto à aplicação da Lei:

a) A Lei Civil: Tinha a finalidade de regular a sociedade civil do estado teocrático de Israel. Era temporal e necessária para a época à qual foi concedida, mas foi específica para aquele estado teocrático. Como tal, não é aplicável normativamente em nossa sociedade hoje.

b) A Lei Religiosa: Tinha a finalidade de apresentar aos homens a santidade de Deus e concentrar suas atenções no Messias prometido, Cristo, fora do qual não há esperança. Como tal, foi cumprida com Sua vinda e não se aplica aos nossos dias.

c) A Lei Moral: Tem a finalidade de deixar bem claro ao homem os seus deveres, revelando suas carências e auxiliando-o a discernir o bem do mal. É aplicável em todas as épocas e ocasiões, e assim foi apresentada por Jesus, que nunca a aboliu. A Lei Moral de Deus é a única que possui validade total, isto é:

· Histórica - está entrelaçada na história da revelação de Deus e da redenção do seu Povo.

· Didática - ela nos ensina o respeito ao nosso Criador e aos nossos semelhantes.

· Reveladora - ela nos revela o caráter e a santidade de Deus, bem como a pecaminosidade das pessoas.

· Normativa - ela especifica com bastante clareza o procedimento requerido por Deus a cada ser humano, em todos os tempos.

A Lei Moral representa a vontade de Deus para com o homem, no que diz respeito ao seu comportamento e seus deveres principais e essenciais. Ela foi proclamada por Deus no Monte Sinai (Êx.20:1-17) e escrita por Sua própria mão em duas tábuas de pedra (Êx.31:18; Êx.24:12; Dt.4:12,13; 5:4-7, 22). É a mesma lei dada no princípio a Adão e Eva, e aos patriarcas (Os.6:7; Gn.4:7; Gn.26:5). Ela é a base do Concerto de Deus com Seu povo, no Sinai (Êx.24:4,7,8; Hb.9:19,20).

3. A Lei e a fé cristã

Na Antiga Aliança o sistema da Lei era provisório. Tinha prazo de validade; estava destinada a acabar. Segundo o rev. Hernandes Dias Lopes, “a lei é como uma lanterna: mostra o obstáculo no caminho, mas não tira o obstáculo; é como uma tomografia computadorizada: mostra o tumor interno, mas não o remove; é como o prumo de um construtor civil: mostra a sinuosidade da parede, mas não a corrige; é como um espelho que revela a sujeira do nosso rosto, mas não a elimina” (Rm.3:20; Gl.3:24). Diz assim o escritor da epístola aos Hebreus (Hb.10:1-4):

Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem.

Doutra sorte, não teriam cessado de ser oferecidos, porquanto os que prestam culto, tendo sido purificados uma vez por todas, não mais teriam consciência de pecados?

Entretanto, nesses sacrifícios faz-se recordação de pecados todos os anos, porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados.

Três pontos são destacados neste texto (adaptado do Livro “Hebreus”, de Hernandes Dias Lopes):

-Primeiro, os antigos sacrifícios eram apenas sombras (Hb.10:1). O escritor aos Hebreus diz que a lei tem sombra dos bens vindouros, e não a imagem real das coisas. Os sacrifícios oferecidos pelos sacerdotes apontavam para o sacrifício de Cristo. Eram sombras, representações e figuras terrenas, mas não a própria realidade. Prepararam o seu caminho, mas não eram sua consumação. De acordo com Augustus Nicodemos, “Hebreus mostra que o cristianismo é o desenvolvimento e a consumação do judaísmo do Antigo Testamento. A Lei anunciava uma realidade futura. Tinha um papel didático, simbólico, para que os israelitas confiassem no Salvador que haveria de vir”.

-Segundo, os antigos sacrifícios precisavam ser repetidos (Hb.10:1b,2). Se os sacríficos no sistema da Lei fossem eficazes, não precisariam ser repetidos dia após dia, ano após ano. Esses sacríficos não podiam purificar pecados. Não traziam alívio para a consciência nem pleno perdão para os pecadores. Tinham a finalidade de apontar para o perfeito sacrifício que Cristo realizaria na cruz.

-Terceiro, os antigos sacríficos eram completamente ineficientes (Hb.10:2b-4). O que os sacrifícios do sistema da Lei podiam fazer era apenas recordar o pecado e mostrar a necessidade de purificação, mas eles não tinham o poder de purificá-lo. Não havia remissão. Não havia perdão. Não havia paz para a consciência atormentada do homem. A conclusão óbvia é que era impossível que o sangue de touros pudesse remover pecados (Hb.10:4).

A ineficácia dos sacrifícios da Antiga Aliança exigia, necessariamente, a chegada de uma Nova Aliança, com o sacerdote perfeito, oferecendo o sacrifício perfeito, para a completa remoção do poder do pecado. O sangue do Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, tratou definitivamente com o problema do pecado. Agora, livres do sistema da Lei, vivemos debaixo da graça divina (Rm.6:14) e, todo aquele que permanece em Cristo, não vive pecando (1João 3:6). Na verdade, o homem justo não precisa da lei; essa é a verdade do cristão. Quando ele é salvo pela graça de Deus, não precisa ser colocado sob a lei para viver uma vida santa. Não é o temor da punição que faz o cristão viver de maneira santificada, mas o amor pelo Salvador que morreu no Calvário. O apóstolo João afirmou: “se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1João 1:7).

II. OS EVANGELHOS: A MENSAGEM DE CRISTO

1. O conceito de Evangelho

O termo “evangelho” vem do grego “euanggelion”, que significa “boas novas”. Era usado genericamente para relatar boas notícias a alguém. Foi usado por Jesus e depois adotado pelos apóstolos, que relataram em seus evangelhos a vida de Jesus como o cumprimento das profecias a respeito do Messias no Antigo Testamento. Ou seja, a vinda do Messias na pessoa de Jesus Cristo era a boa notícia de que todas as promessas a respeito da salvação do homem estavam se cumprindo. Jesus veio para cumprir a Lei no sentido de levar a sua obediência à essência, cumprindo com perfeição todos os requisitos legais, tudo o que a lei demanda. Como resultado de Sua vida perfeita, de Seu sacrifício expiatório e ressurreição, hoje Ele oferece gratuitamente Sua perfeita justiça ao pecador. A única condição para se receber tal justiça é ter fé em Jesus – crer que Ele morreu pelos nossos pecados.

São quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Eles descrevem a vida terrena do Senhor Jesus e o seu glorioso ministério entre os homens. Portanto, Jesus é o Homem principal e a razão de ser destes Evangelhos. Não há nenhum livro escrito que se compare com este compêndio, pois nunca houve homem como Jesus, cuja história estes livros relatam. São quatro Evangelhos, mas um só objetivo; são quatro evangelhos, mas harmoniosos entre si; são quatro Livros, mas um único Evangelho, o Evangelho de Jesus Cristo. Somente estes quatro Evangelhos receberam reconhecimento por cristãos ortodoxos por quase dois mil anos.

Os quatro evangelistas, escrevendo dos seus pontos de vista distintos, cooperam em nos apresentar um retrato abrangente, suficiente e comovente de Jesus como: Messias de Israel e Salvador do mundo (Evangelho segundo Mateus); Servo do Senhor e Amigo de pecadores (Evangelho segundo Marcos); Filho de Deus e Filho do homem (Evangelho segundo Lucas). O objetivo explícito do quarto Evangelho (Evangelho segundo João) é igualmente aplicável ao dos outros três: “Mas este foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome” (João 20:31).

2. A mensagem do Reino de Deus

“... O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc.1:15).

A mensagem do Reino de Deus é facilmente vista nas palavras de Jesus, descrita neste texto de Marcos. Aqui, o evangelista Marcos expôs o que ele e outros escritores inspirados denominaram de o Evangelho (boa nova ou boa mensagem) do Reino. As palavras de Jesus representam boas novas porque oferecem liberdade, justiça e esperança. Trata-se de uma mensagem simples e objetiva, que diz:

  • “o tempo está cumprido” – Jesus tinha vindo cumprir tudo quanto havia sido escrito pelos profetas a Seu respeito. Como nos ensina o apóstolo Paulo, havia chegado “a plenitude dos tempos” (Gl.4:4).
  • “O reino de Deus está próximo”. O reino não havia chegado, mas estava próximo, ou seja, ele não se imporia sobre o povo de Israel, mas, a exemplo da lei, estava sendo oferecido, era tornado acessível a todos quantos o aceitassem.
  • “Arrependei-vos”. O reino de Deus não era uma estrutura política, social ou econômica que seria imposta aos judeus, mas seria o estabelecimento de uma comunhão entre Deus e cada um dos israelitas. Para tanto, necessário se faria a remoção dos pecados. Para que o reino de Deus se instalasse, era necessário o arrependimento.
  • “E crede no Evangelho”. As duas coisas que deveriam ser feitas pelo povo judeu seria o arrependimento de seus pecados e a fé na mensagem trazida pelo Senhor.

Entretanto, o reino de Deus não se instalou na nação judaica, porque ela não recebeu o Senhor como o verdadeiro Messias, não creu nEle nem em Sua mensagem. Ante a rejeição de Israel, a pregação do reino de Deus se estendeu também aos gentios (Mt.21:43; At.11:18; Rm.11:11), ou seja, chegou até nós. Vive-se o momento da oportunidade para que todos aceitem a Cristo como Senhor e Salvador (Mt.24:14; 28:19; Mc 16:15).

Os Evangelhos são enfáticos quanto à mensagem de Cristo e dos seus discípulos no sentido de proclamar o Reino de Deus a todas as gentes (Mt.3:1,2; Mc.1:14,15; Lc.18:16,17). A centralidade da mensagem está no Reino de Deus, o foco principal da proclamação da Igreja em seus primórdios (At.1:3; 8:12; 14.22; 19:8; 20:25; 28:23,31). Quando se diz “é chegado o Reino...” (Mt.4:17), o sentido é profético, referindo-se tanto à presença do Reino no presente quanto no futuro.

A atual manifestação do Reino de Deus implica salvação do poder do pecado, mas quanto ao futuro, a libertação da presença do pecado (1Co.15:20-25,42-57). Na grande comissão (Mt.28:18-20) recebemos autoridade para fazer este reino notório entre os homens. Se a igreja não marcha vitoriosa expulsando demônios, curando enfermos, pregando o evangelho, é porque ainda não descobriu sua função na Terra. A igreja é um poder em operação na Terra; é o corpo de Cristo e o governo de Cristo sobre a Terra. Jesus orou e disse “venha a nós o teu reino”; isso quer dizer que devemos desejar que o reino espiritual de Deus seja sobre nós, sobre nossa nação, sobre o mundo inteiro.

3. A mensagem da Salvação

A mensagem da salvação é a mensagem de Cristo exarada na Bíblia Sagrada, principalmente no Novo Testamento. Ela deve ser pregada pela Igreja, em qualquer tempo e circunstâncias. Há uma grande responsabilidade para os que foram alcançados pela salvação em Cristo, e uma das mais importantes é o compromisso de compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo. Foi Ele mesmo quem ordenou: “ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt.28:19,20).  Jesus Cristo é o único e suficiente salvador (Atos 4:12). Mateus registra que Ele veio para salvar o povo dos pecados (Mt.1:21). Marcos afirma que é preciso crer em Cristo para ser salvo (Mc.16:16). Lucas assevera que Ele veio salvar o que estava perdido (Lc.19:10). João esclarece que Ele é o Salvador do mundo (João 4:42). Por isso a mensagem da salvação é um ato do amor e da graça divina pelos méritos de Cristo (João 3:16).

Quando o cristão tem consciência de que a tarefa primordial da Igreja é a evangelização, passa a entender que sua existência gira em torno desta missão dada a cada crente. A ordem do Senhor é que devemos ir ao encontro do mundo, ir ao encontro dos pecadores levar-lhes a mensagem da salvação em Cristo Jesus. O homem não tem condição de salvar-se a si próprio e, mais, o deus deste século lhe cegou o entendimento para que não tenha condições de ver a luz do evangelho da glória de Cristo (2Co.4:4). Portanto, é tarefa da Igreja ir ao encontro de judeus e de gentios para lhes anunciar as boas-novas da salvação.

III. UMA MENSAGEM TRANSFORMADORA

1. A transformação do caráter

Caráter, segundo o Dicionário Aurélio, “é o conjunto das qualidades, boas ou más, de um indivíduo, e que lhe determinam a conduta e a concepção moral”. A queda trouxe consequências terríveis ao ser humano, e uma dessas consequências foi a deformação do seu caráter. Por isso, todo ser humano necessita de uma transformação espiritual e moral. Somente o Deus de toda a perfeição, mediante o Seu Filho Jesus Cristo, pode transformar o caráter do ser humano, que se dá quando a pessoa nasce de novo (João 3:5). Somente a graça divina é capaz de transformar o caráter humano. Como nova criatura (2Co.5:17), o caráter do ser humano é completamente transformado pelo Espírito Santo, restaurando a imagem e semelhança de Deus distorcida com o pecado. Por isso, a mensagem do evangelho de Cristo é tão essencial, pois ela produz substancial mudança no caráter da pessoa salva em Cristo (Lc.19:8,9).

2. A restauração da família

Cada ano que passa a família se mostra cada vez mais deformada. Testemunhamos, estarrecidos, o naufrágio de muitas famílias. Segundo afirma o Rev. Hernandes Dias Lopes, há um esforço concentrado do inferno para desestabilizar e destruir a família. Há uma clara conspiração de forças hostis que se mancomunam para desacreditar essa importante instituição divina. Há um bombardeio cerrado, com arsenal pesado, em cima da família. Torpedos mortíferos estão sendo despejados sobre ela, provocando terríveis desastres.

A família está em crise: é a crise do marido, da esposa, dos filhos, dos irmãos. Casamentos outrora fincados no solo firme da confiança mútua estão afrouxando as suas estacas. Casais que viveram juntos sob os auspícios de um amor comprometido e fiel começam a arvorar suas bandeiras para o lado da infidelidade. Cônjuges que outrora defendiam a indissolubilidade do matrimônio agora zombam dos votos conjugais e aviltam a aliança que um dia selaram diante de Deus. Até casais que outrora ensinavam com vivo entusiasmo os princípios de Deus para um casamento feliz voltam-se contra esses mesmos princípios, transgredindo-os e justificando seus deslizes morais. Os mourões estão caindo. As cercas estão arrebentadas.

A família está em crise: o adultério está em voga, já não causa mais espanto nem repulsa. Estamos perdendo a sensibilidade. O divórcio cresce assustadoramente, mas nos Evangelhos Cristo ensina que o propósito divino para o casamento é a união indissolúvel entre um homem e uma mulher (Gn.1:27; 2:24; Mt.19:4,5). Esse ensino é enfatizado com as seguintes palavras: “o que Deus ajuntou não separe o homem” (Mt.19:6).

A família está em crise: muitos filhos têm sido agredidos emocionalmente; outros vivem como órfãos de pais vivos. As drogas arrastam nossos jovens para um pântano infernal. O aborto criminoso está sendo praticado descaradamente com a devida anuência das cortes judiciais superiores. A prática do sexo antes do casamento é cada vez mais incentivada, e muitas igrejas locais fazem vista grossa não atentando para esse grande mal dentro dos recintos sagrados. A família, na verdade, está moralmente doente, espiritualmente frágil, acometida por torças diabólicas.

Entretanto, não há crise na família que Deus não possa restaurar. Deus é especialista em pegar vasos quebrados e fazer deles vasos novos e lindos. Não há causa perdida para o Senhor. Onde há humildade para reconhecer os erros e disposição para pedir perdão e perdoar, sempre há chance de restauração. Talvez o seu casamento esteja abalado. Talvez a chama do seu amor esteja apagando, como uma tênue luz de vela. Talvez as decepções já sejam maiores do que o seu amor. Quem sabe você até mesmo tenha um casamento de aparências, viva debaixo do mesmo teto, durma na mesma cama, mas a aliança de amor já foi quebrada. Quem sabe você só esteja no barco do casamento por causa dos filhos. Ou talvez há muitos anos o sexo tenha acabado no leito conjugal. Todas as circunstâncias apontam para o fim irreversível. Tudo faz crer que não há mais esperança para o seu casamento. Mas se Deus intervier, um milagre pode acontecer, seu casamento será salvo e, por conseguinte, sua família será restaurada.

3. A regeneração da sociedade

“E Jesus, tendo ouvido isso, disse-lhes: os sãos não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores” (Mc.2:17)

A sociedade está destruída moralmente, e cada vez mais caminha para o abismo profundo. A Igreja é o agente principal incumbido para levar a sociedade ao caminho da regeneração. Por estar no mundo e por se apresentar em grupos sociais, a Igreja acaba tendo de ter um papel importantíssimo perante a sociedade. Deus não nos tirou do mundo nem Jesus quis que isto acontecesse (João 17:15); diante desta realidade, assim como fez nosso Senhor, devemos, também, ter uma atuação social digna de nota, que sirva de testemunho de nossa comunhão com Deus. Guiada pelo Espírito, ao pregar e viver o Evangelho, a Igreja torna-se sal da terra e luz do mundo (Mt.5:13,14). Ela ocupa o ponto central do propósito divino para com o mundo, e é o agente que ele promoveu para difundir o evangelho. A ordem do Senhor é para que se pregue a toda criatura, mesmo aquela que, pela sua conduta, pela sua forma de proceder, seja a pior pessoa que exista sobre a face da Terra.

Ao longo da história humana Deus implementou diversas maneiras de tratar com o ser humano sempre no afã de restaurar a sua identidade perdida. Neste período da graça de Deus está sendo apresentada ao ser humano a mensagem do Evangelho, a mensagem de que “o tempo está cumprido e que o reino de Deus chegou”, ou seja, que Jesus salva o homem e o liberta do pecado, pondo-o, novamente, em comunhão com Deus, restaurando, assim, a dignidade originalmente concedida na criação, bem como lhe assegurando a vida eterna. Ao aceitar a mensagem do Evangelho o ser humano passa a se comportar de maneira condizente com a vontade de Deus; passa refletir a respeito dos princípios e valores que se encontram na Palavra de Deus, em todos os níveis de nossas relações: na família, na igreja, na escola, no trabalho e nas amizades. Isto equivale dizer que o Evangelho de Cristo não visa apenas salvar o homem do pecado e do inferno, mas também levá-lo a agir como instrumento transformador da sociedade na qual acha-se inserido.

CONCLUSÃO

A função da Lei mosaica é expor e condenar o pecado e trancar o pecador no calabouço da culpa até que Cristo venha libertá-lo através da fé. Assim, a fé justifica aqueles a quem a lei condena. Pela fé nós alcançamos uma justiça perfeita, a justiça de Cristo a nós imputada (2Co.5:21). Quem transgride a lei pode se valer do pagamento feito por Cristo em seu lugar. Assim, o evangelho da salvação pela fé confirma a lei ao asseverar que suas exigências máximas foram e devem ser cumpridas. Em suma, as obras da Lei não justificam, mas pela graça somos salvos, por meio do arrependimento e da fé em Jesus Cristo.