SISTEMA DE RÁDIO

  Sempre insista, nunca desista. A vitória é nosso em nome de Jesus!  

O PROPÓSITO DE MISSÕES


 INTRODUÇÃO

- Na continuidade do estudo sobre as missões transculturais, abordaremos hoje o propósito de missões.

- Missões é ganhar almas para o Senhor Jesus.

I – O DEVER DE PREGAÇÃO DO EVANGELHO

- Ao longo do trimestre, temos visto que missões transculturais é um dos aspectos da Grande Comissão, esta tarefa que o Senhor Jesus deu à Igreja de pregar o Evangelho por todo o mundo e a toda criatura (Mc.16:15).

- Deus quer salvar o homem, libertá-lo do pecado de que se tornou servo desde a queda e, para tanto, Ele próprio anunciou esta verdade no dia mesmo da queda da humanidade (Gn.3:15).

- O fato de ter revelado imediatamente Seu propósito salvador, antes mesmo de proferir as penalidades que seriam impostos à humanidade por conta do pecado cometido, revela a importância que tem o anúncio da salvação, algo que não pode ser deixado para o outro dia, algo que tem de ser anunciado a todo instante (daí a expressão de Paulo a Timóteo quando diz que seu filho na fé deveria pregar a Palavra, instar a tempo e fora de tempo – II Tm.4:2).

- Se o próprio Deus, que é eterno, que vive num eterno presente, não esperou sequer o término do dia da queda para anunciar a salvação aos homens, porque nós, seres mortais, que não sabemos o dia de amanhã, que não temos noção de quando partiremos para a eternidade, podemos postergar tal proclamação?

- A urgência deste anúncio é também encontrada quando o Senhor fala a Caim e o exorta a fazer bem, a Se apresentar de modo agradável a Deus quando de seus sacrifícios, no exato instante em que, ao perceber que sua oferta havia sido rejeitada, Caim se irou fortemente e seu semblante descaiu.

- De modo imediato, o Senhor já entra em contato com Caim para que ele não se mantivesse numa situação que o levaria, como o disse o próprio Deus, a uma submissão ao pecado (Gn.4:5-7).

- Mesmo depois de ter matado seu irmão e não ter dado demonstração alguma de arrependimento, Deus ainda providenciou que Caim não fosse morto, dando-lhe oportunidade de arrependimento até sua morte física (Gn.4:13-15), o que, lamentavelmente, não ocorreu, daí porque Caim ser chamado como uma pessoa do maligno (I Jo.3:12).

- Ao lado da urgência do anúncio da salvação, vemos, também, a persistência divina, e isto por parte de um ser que, como já dissemos, é eterno, e, portanto, não está sujeito ao tempo, como também onisciente, que sabe todas as coisas. Mesmo sabendo que Caim se perderia, Deus não deixou de Se revelar como Salvador.

- Ora, se, ao crermos em Jesus, tornamo-nos filhos de Deus (Jo.1:12) e passamos a nos aperfeiçoar a cada dia, a fim de assumirmos a imagem de Cristo, nosso irmão mais velho (Rm.8:29; I Jo.3:1,2), há uma necessidade de que tenhamos este mesmo sentimento, que é do próprio caráter divino, e, deste modo, não só tenhamos consciência da urgência do anúncio da salvação, como também insistamos em anunciá-lo às pessoas até o instante em que elas partirem para a eternidade.

- Logo o Senhor mostrou que queria a cooperação do homem para esta tarefa. Se Ele próprio dela se desincumbiu seja pessoalmente no Éden, seja por meio da consciência com Caim, ainda na dispensação da consciência, levantou pessoas para levar Sua mensagem salvadora aos homens.

- Assim é que levantou Enoque para que este advertisse a humanidade de então do juízo que seria lançado aos ímpios (Jd.14,15), bem como avisando, por meio de seu filho Metusalá ou Matusalém (cujo significado é “quando este morrer isso virá”), que um dia o castigo viria.

- Deus, ademais, não deixou esta mensagem sem um sinal, qual seja, o da trasladação de Enoque (Gn.5:22-24), para dar àquela geração uma prova contundente de que a mensagem salvadora era uma realidade e de que quem anda com Deus pode até não sofrer sequer a morte física.

- Anos depois, Deus levanta outro homem, Noé, o pregoeiro da justiça (II Pe.2:5), que anunciou a iminência do juízo divino pelo dilúvio (Hb.11:7), mais uma vez mostrando o propósito salvador do Senhor, a quem aquela geração não deu ouvidos, tendo lançada em rosto a sua incredulidade pelo próprio Jesus, quando Este foi pregar aos mortos depois de ter morrido por nós (I Pe.3:18-20).

- Ao querer a cooperação do homem, na transmissão de Sua mensagem salvadora, o Senhor revela que era mister que os homens ouvissem o Evangelho, fossem cientificados de que Deus quer salvá-los e lhes dar a vida eterna, a fim de que tenham a oportunidade de se livrarem do pecado e do mal.

- Deus falou aos homens pelos profetas (Hb.1:1), profetas que deixavam bem claro que, depois deles, viria a “semente da mulher” dita no “protoevangelho” (Gn.15); o Senhor que viria com milhares de Seus santos para punir a impiedade (Jd.14); o filho de Israel que seria como Moisés a quem o povo deveria ouvir (Dt.18:15); o filho de Davi que reinaria para sempre (II Sm.7:16,19); o rebento do tronco de Jessé sobre o qual repousariam os sete Espíritos de Deus (Is.11:1,2), o Maravilhoso Conselheiro, o Deus Forte, o Príncipe da Paz (Is.9:6); o Emanuel (Deus conosco) (Isa.7:14); o Renovo de justiça de Davi (Jr.33:15); o pastor Davi que apascentará o povo restaurado de Israel (Ez.34:23); a pedra sem mão que aniquilará o poder gentílico rebelde a Deus (Dn.2:44,45), o Desejado de todas as nações (Ag.2:7), o Senhor que pelejará e vencerá as nações inimigas de Israel (Zc.14:3,4), o Sol da justiça (Ml.4:2), o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo.1:29).

- Preso João, o último profeta, o Precursor do Senhor (Mt.11:13; Lc.16:16; Mt.3:3), Deus passa a falar pelo Filho (Hb.1:1), que começou a pregar o Evangelho do reino de Deus (Mc.1:14,15).

- Agora Se fazendo carne (Jo.1:14), Deus mesmo, na pessoa do Filho, volta a anunciar o Evangelho, anotando o cumprimento de todas as profecias a respeito da salvação, vindo Ele próprio consumar a obra prometida desde o dia da queda.

- Antes, pois, de consumar a salvação na cruz do Calvário (Jo.17:4), Jesus pregou o Evangelho às ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt.15:24), e, como Ele é o nosso exemplo (I Co.11:1; I Pe.2:21), aprendemos com isto que não há como realizar a obra que o Senhor nos manda a fazer, que é a de glorificá-l’O na Terra (i Co.10:31), sem que preguemos o Evangelho aos homens.

- Não é por outro motivo que o Senhor, depois de ressuscitado, diz a Seus discípulos que os estava enviando, assim como havia sido enviado pelo Pai (Jo.20:21) e, como Ele foi enviado para pregar o Evangelho (Lc.4:43), também enviou os Seus discípulos para pregar o Evangelho por todo o mundo a toda criatura (Mc.16:15; Lc.24:47), sendo Suas testemunhas até os confins da Terra (At.1:8; Lc.24:48).

- A pregação, portanto, era uma ordem do Pai a Jesus, como também é uma ordem de Jesus para cada um de Seus discípulos, pois, como já tivemos ocasião de dizer neste trimestre, tal determinação não foi dada apenas aos onze discípulos, mas a mais de quinhentos irmãos que, por uma vez, viram o Senhor ressuscitado (I Co.15:6).

- A pregação do Evangelho é uma ordem emanada do próprio Deus, que é o Senhor de todas as coisas. Ora, se não pregamos o Evangelho estamos a desobedecer a uma ordenação divina e desobediência a Deus é pecado!

- Certa feita, assim disse Jesus: “E por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que Eu digo?” (Lc.6:46). E, em complemento a esta afirmação, o Senhor, no sermão da planície, disse que somente é sábio aquele que vem a Ele, ouve as Suas palavras e as observa (Lc.6:47-49).

- A pregação é uma necessidade para que se cumpra a vontade divina de que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade (I Tm.2:4). Deus quis que nós fôssemos os portadores das boas novas de salvação.

- Se Ele quis assim e é Ele o Senhor, só nos resta obedecer-Lhe e anunciar que Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e brevemente voltará.

- Esta dinâmica foi bem percebida pelo apóstolo Paulo. Paulo parte da premissa de que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Rm.10:13), verdade que extrai da mensagem do profeta Joel (Jl.2:32).

- Como temos dito, o propósito salvador do Senhor se manifestou ao homem desde o dia da queda, tendo se reafirmado com Caim, ainda que este tenha saído da presença do Senhor. Sete, porém, que Deus deu em lugar de Abel ao primeiro casal (Gn.4:25), começou a invocar o nome do Senhor (Gn.4:26) e não por outro motivo seus descendentes passaram a ser chamados de filhos de Deus (Gn.6:1).

- No entanto, cedo se mostrou que a ação tão somente da consciência era insuficiente, pois, ante uma imaginação dos pensamentos do coração continuamente má (Gn.6:5), os próprios “filhos de Deus” se perverteram, misturando-se com os ímpios e corrompendo toda a terra (Gn.6:11).

- Mesmo após o juízo divino sobre toda aquela geração com o dilúvio, este estado de coisas não se alterou, como deixa o próprio Senhor bem claro no momento mesmo em que aceita o sacrifício de gratidão de Noé (Gn.8:21).

- Destarte, para se invocar o nome do Senhor é assaz insuficiente a ação na consciência humana e como há o desejo divino em salvar, mister se faz que, para que tal invocação se dê, haja a pregação.

- Paulo mostra, por primeiro, que a invocação é o último estágio de todo um processo. Para que alguém passe a invocar o nome do Senhor, faz-se necessário que alguém creia n’Ele.

- A palavra hebraica utilizada por Joel é “qārā’” (רקא֑ ), “…verbo que significa chamar, declarar, convocar, convidar, ler, ser chamado, ser invocado, ser nomeado…” (Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Dicionário do Antigo Testamento, verbete 7171, p.1910).

- Já a palavra grega utilizada por Paulo em Rm.10:13, a saber, “epikaleomai” (επικαλέομαι), tem o significado de “…autorizar, conferir um direito a, (consequentemente) invocar (para auxílio, adoração, testemunho, decisão etc.), apelar a , chamar, convocar, apelidar…” (Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Dicionário do Novo Testamento, verbete 1941, p.2202).

- Esta palavra não é utilizada aleatoriamente pelo apóstolo, mas é a que consta como tradução do hebraico “qārā” na Septuaginta.

- “Invocar” é, portanto, “chamar”, “pedir auxílio”, “pedir ajuda”, “reconhecer a autoridade”, “apelar” e não há como invocarmos alguém em quem não temos confiança, em quem não cremos.

- Somente se pode invocar o nome do Senhor se se tiver fé n’Ele. E, então, o apóstolo continua caminhando no processo para dizer que não há como crermos em alguém de quem não ouvimos, de quem não sabemos a existência.

- Crer em Deus, como diz o escritor aos hebreus, não é apenas crer na Sua existência, mas também que Ele é o galardoador daqueles que O buscam (Hb.11:6), ou seja, é preciso não só saber que Deus existe, mas ter conhecimento do Seu caráter, da Sua vontade, dos Seus desejos.

- Ora, isto só é possível quando ouvimos falar a respeito d’Ele, quando é exposta a Sua revelação por meio das Escrituras, quando é anunciada a Sua Palavra. Se é verdade que tanto a natureza (Cf. Rm.1:19-21), quanto a consciência (Cf. Rm.2:12-15) revelam a Deus, também, como já vimos, tal revelação é insuficiente, exigindo a pregação.

- Com efeito, diz o apóstolo dos gentios que para que alguém ouça a respeito de Deus, tenha conhecimento de quem Ele é, faz-se preciso que alguém pregue (Rm.10:14). E, havendo a pregação, advém a fé (Rm.10:17) e ocorre a salvação, porquanto, crendo em Deus, o ouvinte da pregação invoca o nome do Senhor e é salvo.

- Notamos, portanto, que a pregação é indispensável para que haja a salvação e é a nossa participação no processo salvador de Deus para a humanidade. Não pregar é impedir que alguém ouça e alguém não ouvindo, não crerá e, não crendo, será condenado à morte eterna, à perdição (Mc.16:16).

- Mas, completando o seu raciocínio, Paulo afirma que não há possibilidade de haver pregação se não forem enviados os pregadores, os anunciadores da Palavra. Logicamente, aqui, o apóstolo está a falar das missões transculturais, da necessidade de se atingir todo o mundo, toda a criatura.

- A pregação do Evangelho, portanto, também precisa da consciência missionária das igrejas locais, que enviem aqueles que forem escolhidos pelo Espírito Santo para esta tarefa, apoiando-os material e espiritualmente nesta empreitada.

- Esta realidade que o apóstolo traz à igreja em Roma, a quem queria conscientizar para ser por ela enviado à Espanha (Cf, Rm.15:23,25), repete o que o apóstolo já dissera aos coríntios anos antes, quando, após ter lembrado aqueles crentes de que não os fora pesado, antes havia trabalhado com suas próprias mãos para obter o sustento, embora fosse legítimo o direito de ser sustentado, Paulo mostra a real condição da pregação do Evangelho (Co. 9:1-14).

- Paulo diz, naquela oportunidade, que anunciar o Evangelho não era motivo para que ele se gloriasse, mas que se tratava de uma obrigação que lhe era imposta pelo Senhor e que ai dele se não anunciasse o evangelho (I Co.9:16).

- Não estava ele se referindo aos missionários, como era o seu caso, tão somente. Veja que ele mesmo diz que o fato de ter sido escolhido para este mister não lhe permitia glória alguma, pois a pregação do Evangelho é dever imposto a todos.

- O apóstolo tinha plena consciência de que se tratava de uma ordem do Senhor a pregação do Evangelho, algo que era imposto, não proposto à Igreja. Notemos que a Grande Comissão é sempre apresentada nas Escrituras no modo imperativo, que, todos sabemos, é o modo verbal que indica ordem, comando, mandamento.

- Como diz o conhecido cântico de Benedito Felizardo, “Valor de uma alma”: “Irmão, você lembra do ide do Mestre amado? Não foi um pedido, mas ordem que Ele nos deu”.

- Trata-se de uma obrigação, de um dever imposto a todos os discípulos e, se não obedecermos a esta ordem, como podemos achar que alcançaremos a salvação?

- Será que apenas indo aos cultos rotineiramente, contribuindo financeiramente em nossa igreja local, participando de conjuntos musicais e orando, mas nunca evangelizando, entraremos nas mansões celestiais?

- Não nos parece que seja assim. Saul queria oferecer sacrifícios ao Senhor, mas não Lhe obedeceu e Samuel, o homem de Deus, mostrou-lhe que obedecer é melhor que sacrificar (I Sm.15:22) e Saul foi rejeitado pelo Senhor.

- O mesmo Paulo diz que recebera a graça e o apostolado para a obediência da fé entre todas as gentes pelo nome do Senhor (Rm.1:5), de modo que a finalidade do chamado de Paulo era para que ele obedecesse.

- O mesmo Paulo diz que foi a obediência de Jesus que alcançou a nossa justificação (Rm.5:19) e um traço característico do Senhor Jesus foi ter sido obediente até a morte e morte de cruz (Fp.2:8).

- Como podemos dizer que estamos em comunhão com Cristo, desobedecendo à Sua ordem de evangelização? Como podemos servir ao Obediente em desobediência?

II – O PROPÓSITO DE MISSÕES

- Visto que a pregação do Evangelho é um dever imposto por Deus para a Igreja, não podemos deixar de observar que esta ordem tem uma finalidade, que é a salvação da humanidade.

- Deus, ao anunciar o “protoevangelho”, bem mostrou que o objetivo de todo o plano salvífico era “pôr inimizade entre a serpente e a mulher”, ou seja, pôr inimizade entre o diabo e a humanidade, que agora tinha passado a estar sob seu serviço (Jo.8:44).

- A reconstituição da amizade entre Deus e o homem, bem como a instauração de uma unidade, de uma comunhão entre Deus e o homem é o objetivo precípuo de todo o plano salvífico (Jo.17:20-23).

- O Senhor Jesus disse isto claramente ao apóstolo Paulo no instante mesmo da sua conversão, quando disse que ele havia sido escolhido para ser ministro e testemunha e para ser enviado a judeus e gentios para lhes abrires os olhos e das trevas converter as pessoas à luz e do poder de Satanás a Deus, a fim de que elas recebessem a remissão dos pecados e a sorte entre os santificados pela fé em Cristo (At.26:16-18).

- O Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do gentio (Rm.1:16).

- Portanto, ser ministro e testemunha de Cristo, receber a imposição de pregar o Evangelho é promover a restauração da amizade, da comunhão, da unidade entre Deus e cada ser humano.

- Esta reconciliação entre Deus e o homem (e é por isso que Paulo diz que recebemos o “ministério da reconciliação” – II Co.5:18) somente se dá por meio da “semente da mulher”, d’Aquele que teve ferido Seu calcanhar mas feriu a cabeça da serpente (Gn.3:15), d’Aquele morreu por todos para que os que vivem não vivam mais para si mas para Aquele que morreu e ressuscitou (II Co.5:15).

- Então, pregar o Evangelho é anunciar a Jesus Cristo, este único mediador entre Deus e os homens (I Tm.2:5), com que Deus reconciliou conSigo mesmo o mundo, não lhes imputando os seus pecados e pondo em nós a palavra da reconciliação (II Co.5:19).

- Não é por outro motivo que Paulo dizia aos coríntios que nada tinha proposto saber entre eles senão a Jesus Cristo e Este crucificado (I Co.2:2), como também era isto o que anunciavam os discípulos ainda em Jerusalém (At.5:42), Felipe em Samaria (At.8:5), como também os crentes de Antioquia, a ponto de terem sido chamados, pela primeira vez, de cristãos (At.11:26).

- Fazer missões, portanto, é anunciar a Jesus Cristo, é dizer que Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e brevemente voltará.

- Fazer missões é fazer Jesus conhecido das pessoas, fazer com que as pessoas ouçam a respeito de Jesus, para que possam crer n’Ele e invocá-l’O, alcançando, assim, a salvação, que é o fim de nossa fé (I Pe.1:9).

- Fazer missões, portanto, é fazer Jesus conhecido das pessoas, é anunciá-l’O. Não se pode perder este foco, o que, lamentavelmente, tem ocorrido algumas vezes no campo missionário.

- Não resta dúvida de que, ao se encontrar na localidade onde se vai pregar o Evangelho, carências de toda sorte, até porque, como sabemos, a ignorância a respeito da verdade leva o homem naturalmente a uma vida pecaminosa e com todas as terríveis consequências deste estado espiritual, haja por parte do missionário e até da igreja que o enviou a tendência a querer minorar o sofrimento destas pessoas, até porque, não por acaso, são as regiões menos evangelizadas precisamente as mais pobres do planeta.

- O amor não pode se expressar apenas por palavras, mas, sim, por obras (I Jo.3:18) e se apresenta como natural que se desenvolva uma ação social paralelamente à pregação do Evangelho, até como comprovação do amor de Deus que diz o missionário estar em seu coração por ter crido em Jesus.

- Apesar de ser um “importante negócio” (Cf. At.6:3), a ação social não pode retirar o missionário do seu foco que é o ministério da Palavra de Deus e a oração (Cf. At.6:2,4). Em muitas ocasiões, a ação social suplanta a própria pregação do Evangelho e o esforço missionário passa a ser apenas um projeto social e nada mais do que isto.

- Na obra missionária, a exemplo do Senhor Jesus, devemos andar fazendo o bem (At.10:38), mas, neste fazer o bem, Cristo tinha em vista, notadamente, o bem-estar espiritual, tanto que Pedro, ao sintetizar o ministério do Senhor, pôs no mesmo patamar tanto o fazer o bem como o curar a todos os oprimidos do diabo, ou seja, a prioridade era retirar as pessoas das trevas e convertê-las à luz e do poder de Satanás a Deus.

- Ainda há aqueles que se enveredam por outros caminhos, como o de buscar promover a “transformação social” e se envolvem em questões políticas e sócio-políticas, num total desvirtuamento do que determinou o Senhor Jesus, que disse que Seu reino não é deste mundo (Jo.18:36).

- É evidente que o desconhecimento do Evangelho faz com que uma sociedade seja extremamente injusta, violenta e corrupta, pois é o resultado da falta de temor a Deus e do domínio do pecado.

- Também é evidente que o Evangelho promove a modificação da sociedade, porque, ainda que nem todos se convertam, a salvação de parte da população leva a que se tenham pessoas que são luz do mundo e sal da terra e se promove uma influência que traz elementos benéficos para a vida em sociedade.

- Isto não se trata de um “achismo” ou, mesmo, de uma interpretação ou aplicação do texto bíblico, mas é verificável historicamente. Até mesmo um filósofo materialista, como era Karl Marx, admite, em seus escritos, a transformação social operada na Europa com o avanço do Cristianismo, como também se vê a grande mudança operada nas Américas com a chegada de colonizadores cristãos.

- Entretanto, como bem explicar o Senhor Jesus, o “reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher toma e introduz em três medidas de farinha, até que tudo esteja levedado” (Mt.13:33), ou seja, é o Evangelho que vai transformando a sociedade, à medida que vai se propagando, que vai se expandindo, fazendo com que mais e mais pessoas, crendo em Jesus, entrem em comunhão com Ele e, desta forma, libertos do pecado, passam a fazer o bem e a viver de acordo com a vontade do Senhor, modificando sobremaneira o modo de vida.

- O papel de missões é levar as pessoas ao perdão de seus pecados, à justificação e à santificação. Tornados justos, por receberem as vestes da salvação, a própria justiça de Cristo, tais pessoas passarão a praticar boas obras e os relacionamentos sociais deixarão de ter elementos pecaminosos, e gradativamente, assim como o fermento leveda a massa, a sociedade melhorará e caminhará no sentido de se ter justiça e paz.

- A melhor forma de “transformação social”, portanto, é pregar a Palavra de Deus e levar as pessoas a se arrepender e a alcançar o perdão pela fé em Jesus Cristo, quando, então, se tornarão novas criaturas e tudo se fará novo (II Co.5:17).

- Quando passamos a querer “mudar a sociedade”, através da mudança de governos, de estruturas e instituições sociais, estamos abandonando missões e enveredando pelo caminho da verdadeira adoração a Satanás, pois foi o diabo quem propôs a Cristo que o adorasse e, em troca, lhe daria todos os reinos da terra (Mt.4:8-10; Lc.4:5-8).

- Quando passamos a querer “mudar a sociedade”, esquecemos que isto é exatamente o contrário do que disse Jesus a respeito de Seus discípulos quando afirmou que se o Seu reino fosse deste mundo, os Seus servos lutariam para que Ele não fosse entregue aos judeus, ou seja, lutar para alterar as condições sociais não é uma atitude de quem faz missões (Jo.18:36).

- Ademais, como bem ensina Paulo, nós somos “embaixadores da parte de Cristo” (II Co.5:20) e sabemos todos da “ética diplomática”, segundo a qual o embaixador não se envolve em negócios e assuntos internos do país onde ele está a trabalhar, apenas defendendo os interesses de seu país, sem se imiscuir nas questões domésticas.

- Assim devem ser os missionários. Não se envolver em questões sócio-políticas relativas à organização da sociedade em que se encontram, evitando ao máximo tomar partido nos conflitos sociais, apenas defendendo os interesses do reino de Deus, ou seja, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo.

- Evidentemente, na pregação do Evangelho, haverá a denúncia do pecado, o chamado ao povo para que se arrependam dos seus pecados, o que gerará inevitavelmente a perseguição e, por vezes, até a morte física, o martírio, mas isto faz parte da vida de todo cristão, em especial daquele escolhido para a missão transcultural.

- Fazer missões não é lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais (Ef.6:12), é uma batalha espiritual, que é tanto mais renhida quando a sociedade onde se prega o Evangelho é região que desconhece completamente a Palavra de Deus, onde será preciso se utilizar da armadura de Deus e das armas espirituais contra as fortalezas (Ef.6:13-20; II Co.10:4-6).

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- Por isso mesmo, não há como fazer missões sem que se tenha o revestimento de poder e os dons espirituais, porque o Evangelho precisa ser pregado não com palavras persuasivas de sabedoria humana mas em demonstração de Espírito e poder (I Co.2:4), onde o Senhor confirme a Palavra com os sinais que se seguem (Mc.16:20; Hb.2:3,4).

- Fazer missões, portanto, é promover o contínuo crescimento espiritual, com a busca do poder de Deus, não apenas daquele que está no campo missionário, mas de toda a igreja local que o enviou, porquanto os sinais, prodígios e maravilhas não ocorrem somente quando aquele que é usado por Deus o realiza, mas, também, em atendimento da oração intercessória de todos quantos se dispõem a buscar a face do Senhor.

- Quando a igreja estava orando continuamente por Pedro é que Deus mandou o anjo para soltá-lo da prisão e, Pedro mesmo, não estava orando naquele instante, pois estava dormindo (At.12:4-6). Paulo confiava nas orações dos irmãos para continuar a pregar o Evangelho (Ef.6:19,20; Cl.4:2-4).

- Por fim, fazer missões é manter a esperança do encontro com o Senhor nos ares. As missões devem sempre levar as pessoas a ansiar a volta de Jesus, a orar, juntamente com o Espírito Santo: “ora vem, Senhor Jesus”, mas, sobre este tema abordaremos na próxima lição.