Texto Base: Gênesis 12:1-3; Romanos 9:1-5
“E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn.12:3).
Gênesis 12:
1.Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.
2.E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção.
3.E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.
Romanos 9:
1.Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo):
2.tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração.
3.Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne;
4.que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas;
5.dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém!
INTRODUÇÃO
Deus, ao prometer a vinda do Messias, o Salvador do mundo, deu início a um plano grandioso revelado em Gênesis 3:15. Para concretizar essa promessa, Ele escolheu um homem, Abraão, a partir do qual formaria uma nação singular, destinada a cumprir um papel crucial no plano redentor de Deus. Quando Abraão foi chamado, as promessas que lhe foram feitas iam além de simplesmente formar uma grande nação; elas envolviam o estabelecimento de Israel como um povo único, separado para realizar os propósitos divinos na Terra.
Essas promessas, inicialmente dadas a Abraão, foram posteriormente reafirmadas a seus descendentes, Isaque e Jacó, e, mais tarde, a Davi. Todas elas encontraram sua confirmação máxima no advento de Jesus Cristo. Ao estudarmos essas promessas, veremos como elas moldaram profundamente a identidade de Israel e permanecem centrais para a compreensão do plano divino. A fidelidade de Deus em cumprir cada uma dessas promessas ressalta a certeza de que Ele, de fato, vela por Sua Palavra, garantindo que tudo o que prometeu se realizará.
I. ISRAEL: A PROMESSA DA CRIAÇÃO DE UMA GRANDE NAÇÃO
Para cumprir essa promessa Deus, primeiramente, deu uma ordem a Abraão (Gn.12:1), e essa ordem implica vários estágios:
-A primeira ordem: “Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai ”. O chamamento é ouvido pela primeira vez em Ur (Atos 7:2-4).
-A segunda ordem: “vai para a terra que te mostrarei”. Antes de Abrão ir, ele precisava romper com sua terra pagã, com sua parentela que adorava outros deuses e com a casa de seu pai.
Só depois do rompimento com o passado é que existe uma caminhada rumo ao futuro. Os ancestrais de Abrão viviam em Ur dos caldeus e adoravam a falsos deuses (Js.24:2). O Senhor o tirou não só de sua terra, mas também do politeísmo idolátrico, para ser o grande representante do monoteísmo na história. Abrão deixou para trás sua terra, seu povo, sua cultura, sua religião. Abrão tinha 75 anos quando Deus o chamou, o que mostra que a idade não é um obstáculo para aceitar novos e grandes desafios na vida.
Junto com a ordem, Deus fez uma promessa a Abrão (Gn.12:2,3); essa promessa não foi apenas uma bênção pessoal, mas um plano abrangente que traria bênçãos espirituais para todo o mundo por meio de sua descendência. A primeira parte dessa promessa revela o início de uma série de bênçãos que culminariam no plano redentor de Deus:
1. “E far-te-ei uma grande nação” (Gn.12:2)
Aqui, Deus promete a Abrão que de sua linhagem surgiria uma grande nação. Essa promessa não se referia apenas ao crescimento numérico de um povo, mas a formação de uma nação especial, escolhida por Deus para cumprir um papel singular no plano divino. Israel seria essa grande nação, moldada para ser uma luz entre as nações, um povo que, pela sua existência e pelos seus atos, refletiria os propósitos e a glória de Deus no mundo. Esta nação, originada de Abraão, não só prosperaria, mas também seria o canal através do qual Deus traria a bênção suprema ao mundo: o Messias, Jesus Cristo.
A magnitude da promessa a Abrão, que à época tinha 75 anos de idade, esposo de uma mulher estéril, testa a fé dele ao limite máximo. Ao não se entregar à incredulidade, Abrão serve como um modelo para o povo pactual: “Olhem para Abraão, seu pai, e para Sara, que os deu à luz. Porque Abraão era um só, quando eu o chamei, o abençoei e o multipliquei” (Is.51:2).
2. “E abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome e tu serás uma bênção” (Ge.12:2)
A segunda parte da promessa feita por Deus a Abrão em Gênesis 12:2 reflete uma profunda manifestação do favor divino e do propósito de Deus em estabelecer a linhagem de Abrão como central no plano redentor para a humanidade.
a) “...abençoar-te-ei” (Gn.12:2b). A palavra "abençoar" aparece cinco vezes em Gênesis 12:1-3, sublinhando a intenção divina de conceder não apenas favor, mas também poder, vitalidade, e crescimento a Abrão e à sua descendência. A bênção de Deus, neste contexto, transcende as simples bênçãos materiais; ela inclui o fortalecimento espiritual e a capacidade de cumprir o propósito divino. Ao abençoar Abrão, Deus estava imbuindo-o com a capacidade de influenciar e impactar não só sua família e sua nação, mas, eventualmente, toda a humanidade através de sua linhagem, culminando na vinda do Messias.
b) “...e engrandecerei o teu nome” (Gn.12:2c). No antigo Oriente Médio, o nome de uma pessoa era mais do que uma simples identificação; ele representava o caráter, a essência e o legado de alguém. Quando Deus prometeu engrandecer o nome de Abrão, Ele não estava apenas falando de fama ou notoriedade, mas da exaltação de um caráter exemplar e de um legado duradouro. Um "grande nome" implicava em ter uma reputação de honra, integridade e respeito universal. Abrão tornou-se uma figura incomparável, reverenciada por sua fé e obediência. Seus títulos ao longo da Bíblia - pai de numerosas nações, confidente de Deus, profeta, príncipe de Deus, servo de Deus, e amigo de Deus - refletem a forma como Deus engrandeceu seu nome, elevando-o a um status que transcende gerações e permanece inigualável. Essa promessa assegurou que o nome de Abrão seria lembrado e honrado como um símbolo de fé, compromisso, e aliança com Deus, influenciando não apenas a nação de Israel, mas todas as nações que seriam abençoadas por meio dele.
Esses aspectos da promessa destacam como Deus planejou fazer de Abrão uma figura central no Seu plano para a redenção da humanidade, não apenas como o patriarca de uma grande nação, mas como um exemplo eterno de fé e obediência a Deus.
3. “E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem” (Gn.12:3)
Gênesis 12:3 destaca a dimensão global e eterna da aliança de Deus com ele, estabelecendo uma promessa dupla que envolve tanto bênçãos quanto maldições, refletindo a soberania divina e a proteção especial concedida a Abrão e seus descendentes.
“E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem” (Gn.12:3). Nesta promessa, Deus estabelece uma relação direta entre a forma como as nações e indivíduos tratam Abrão e a resposta divina a essas atitudes. A bênção prometida aos que abençoarem Abrão implica em um favor especial de Deus para aqueles que reconhecem e apoiam o papel divino de Abrão e sua linhagem. Essa bênção não se limita a benefícios materiais, mas inclui prosperidade espiritual, proteção e favor divino contínuo.
Por outro lado, a maldição pronunciada sobre aqueles que amaldiçoarem Abrão sublinha a gravidade de se opor ao plano de Deus. Maldiçoar, nesse contexto, significa tratar com desprezo, desdém ou inimizade. Aqueles que se levantarem contra Abrão e sua descendência estariam, na verdade, se colocando em oposição direta a Deus, atraindo sobre si mesmos a ira divina. Essa parte da promessa reforça a inviolabilidade da aliança de Deus com Abrão e a seriedade de apoiar ou rejeitar o propósito divino.
Essa promessa não foi apenas uma proteção pessoal para Abrão, mas estabeleceu um princípio que se estenderia à sua posteridade. Israel, como nação, carregou essa bênção e maldição ao longo da história, sendo uma nação que, quando abençoada por outras nações, viu essas nações prosperarem; mas quando rejeitada ou oprimida, trouxe maldição sobre aqueles que a maltrataram. Essa dinâmica espiritual foi reiterada mais tarde em Números 24:9, confirmando que a proteção e o favor divinos continuariam a acompanhar os descendentes de Abrão.
A influência mundial de Abrão, assegurada por essa promessa, não se limita ao seu tempo de vida, mas perdura através de sua linhagem e, mais amplamente, através da fé que ele exemplificou. Essa promessa, portanto, estabelece a centralidade de Abrão no plano redentor de Deus, destacando a relação entre as nações e o povo de Deus ao longo da história.
4. “E em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn.12:3c)
Essa promessa divina sublinha que a bênção concedida a Abrão não seria limitada à sua pessoa ou descendência imediata, mas que, por meio dele, uma corrente de bênçãos fluiria para todas as famílias da terra. Abrão se torna, assim, o canal através do qual Deus manifestaria Suas bênçãos a toda a humanidade. Essa bênção não é apenas material, mas profundamente espiritual, atingindo seu clímax no cumprimento da promessa messiânica.
O apóstolo Paulo, em Gálatas 3:16, esclarece que o "descendente" mencionado na promessa é Cristo, que, como descendente de Abrão, cumpriu a promessa de que em Abrão todas as nações seriam abençoadas. Jesus Cristo, como o Messias, trouxe a bênção da salvação e a reconciliação com Deus para todas as pessoas, independentemente de sua origem étnica ou nacionalidade. Assim, a promessa feita a Abrão encontra seu pleno cumprimento em Cristo, através do qual todos que creem são integrados à família de Deus.
Em Gálatas 3:7, Paulo afirma que aqueles que têm fé em Cristo são considerados filhos de Abrão. Não é a descendência física de Abrão que define a bênção, mas a fé no Messias prometido. Os que creem em Jesus são herdeiros da mesma promessa e, por isso, são "abençoados com o crente Abrão" (Gl.3:9). Isso significa que a bênção prometida a Abrão se estende a todos os que compartilham da fé que ele teve, tornando-se participantes da aliança divina e das bênçãos prometidas.
Essa promessa, então, não apenas exalta a figura de Abrão como patriarca, mas também conecta sua fé com a obra redentora de Cristo, destacando a continuidade do plano de Deus desde a chamada de Abrão até a salvação disponível a todos por meio de Jesus. A bênção prometida a Abrão transcende tempo e espaço, abrangendo toda a humanidade e apontando para a universalidade do evangelho e o desejo de Deus de abençoar todas as nações através de Sua aliança com Abrão.
5. Interstício entre a promessa e a sua concretização
Deus disse a Abraão, quando ele pisava Canaã, que sua descendência seria peregrina em terra estranha (Egito), e seria escravizada por 400 anos (cativeiro no Egito). Deus também prometeu libertar o seu povo do cativeiro - “Então disse a Abrão: Sabes, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos. Mas também eu julgarei a nação, à qual ela tem de servir, e depois sairá com grande riqueza” (Gn.15:13,14). Todavia, Deus disse a Abraão que a quarta geração dele voltaria para a terra que ele pisava - “E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia” (Gn.15:16).
6. Materialização das promessas
a) Deus, Senhor da História, cumpriu suas promessas. Após 430 anos no Egito (Ex.12:40,41), sob a liderança de Moisés, Deus retira os hebreus do Egito, em cerca de 1446 a.C (cf. 1Rs.6:1); e sob a liderança de Josué, Deus concretiza a promessa feita a Abraão.
b) A conquista da Terra Prometida (Js.5:13-12:24). Deus mandou que Josué conduzisse os israelitas à Terra Prometida (à época conhecida como Canaã) e conquistasse-a. A conquista de Canaã começou cerca de 1405 a.C., e a liderança de Josué sobre Israel durou cerca de vinte e cinco anos.
A entrada de Israel em Canaã pode ser chamada de “figuras” que foram “escritas para aviso nosso”(1Co.10:11):
- A terra prometida e sua conquista pelo povo de Deus tipificam, não o Céu, mas a herança espiritual atual dos crentes e sua salvação em Cristo.
- Conquanto os crentes já possuam a salvação e, em certo sentido, já estejam “nos lugares celestiais em Cristo”(Ef.1:3), ainda precisam combater o bom combate da fé a fim de assegurarem sua posse da salvação final(a glorificação) e do repouso eterno(1Tm.1:18-20; 4:16; 6:12). Assim como foi a conquista de Canaã, tomar posse da salvação e da vida eterna também envolve guerras e vitórias espirituais (Ef.6:10-20).
II. OUTRAS PROMESSAS A ISRAEL
1. A promessa de um filho a Abraão
Dentre as promessas grandiosas que Deus fez a Abraão, a promessa de um filho era especialmente significativa, pois não só envolvia o cumprimento pessoal e familiar, mas também era essencial para a realização dos propósitos divinos a longo prazo. Abraão, já idoso, e Sara, sua esposa, além de avançada em idade, era estéril. Esses fatores tornavam, do ponto de vista humano, a concepção de um filho algo impossível. Contudo, a impossibilidade humana é o cenário onde o poder de Deus se manifesta com maior clareza.
Quando Deus prometeu a Abraão que ele teria um filho de sua própria carne, o patriarca, em sua humanidade, expressou dúvidas, sugerindo que talvez seu servo Eliezer pudesse ser seu herdeiro. Essa sugestão refletia uma tentativa de Abraão de conciliar a promessa divina com as limitações naturais que ele e Sara enfrentavam. Porém, Deus foi categórico em Sua resposta: o herdeiro prometido não seria Eliezer, mas um filho biológico de Abraão: “Este não será o teu herdeiro; mas aquele que das tuas entranhas sair, esse será o teu herdeiro” (Gn.15:4).
Com essas palavras, Deus reafirmou Sua intenção de realizar algo extraordinário e sobrenatural na vida de Abraão. O filho da promessa seria um testemunho vivo da fidelidade de Deus e da sua capacidade de realizar o impossível. A promessa foi confirmada mais uma vez, quando Abraão, a despeito de sua idade avançada e da esterilidade de Sara, creu em Deus, e sua fé foi considerada como justiça (Gn.15:6).
O cumprimento dessa promessa veio com o nascimento de Isaque (Gn.21:1-7), um evento que não só trouxe alegria e realização a Abraão e Sara, mas também confirmou o poder de Deus em cumprir Suas promessas, independentemente das circunstâncias. Isaque não era apenas um filho, mas o início da concretização das promessas divinas que culminariam na formação de uma grande nação e, eventualmente, na vinda do Messias.
Portanto, a promessa de um filho a Abraão é uma demonstração da soberania de Deus sobre as leis naturais e de Sua fidelidade inabalável em cumprir Suas promessas, mesmo quando essas parecem impossíveis aos olhos humanos. O nascimento de Isaque solidifica a identidade de Abraão como o "pai da fé" e prefigura a realização do plano redentor de Deus para toda a humanidade, mostrando que nada é impossível para Deus (Lucas 1:37).
Aplicação: A promessa de um filho a Abraão nos ensina que a fé em Deus nos capacita a confiar em Suas promessas, mesmo quando as circunstâncias parecem impossíveis. Assim como Abraão creu e viu o impossível acontecer, somos chamados a crer que Deus é fiel e capaz de cumprir Suas promessas em nossa vida, independentemente dos desafios.
2. A promessa de um filho a Isaque
A promessa de um filho a Isaque destaca a continuidade do plano divino através das gerações, reforçando a fidelidade de Deus em cumprir Suas promessas não apenas a Abraão, mas também a sua descendência. Após a morte de Abraão, Deus continuou a executar Seu propósito por meio de Isaque, o filho da promessa, assegurando que a aliança estabelecida com Abraão se estenderia às futuras gerações.
A busca por uma esposa para Isaque
Antes de sua morte, Abraão tomou providências para garantir que o propósito de Deus continuasse a ser cumprido através de Isaque. Ele enviou seu servo de confiança, Eliézer, à Mesopotâmia, a fim de encontrar uma esposa para seu filho entre sua parentela, evitando assim alianças com os povos de Canaã, que não partilhavam da mesma fé e valores. A escolha de Rebeca, guiada pela mão de Deus, foi um passo crucial na preservação da linhagem que Deus havia prometido abençoar.
O nascimento de Esaú e Jacó
Depois de se casar com Rebeca, Isaque teve que esperar pelo cumprimento da promessa de descendência. No tempo certo, Deus concedeu a Rebeca dois filhos gêmeos, Esaú e Jacó. Esse nascimento foi significativo, pois marcou a continuidade da promessa de Deus em fazer de Isaque uma "grande nação". Apesar das dificuldades que marcaram a relação entre Esaú e Jacó, Deus usaria essa descendência para continuar o Seu plano redentor.
Continuidade da promessa
A história do nascimento de Esaú e Jacó sublinha a soberania de Deus em dirigir os eventos da vida de Isaque para o cumprimento do Seu propósito. Embora Isaque tivesse apenas dois filhos, a promessa de uma grande descendência estava em movimento, mostrando que a fidelidade de Deus não falha, mesmo quando os caminhos parecem complicados. Jacó, em particular, seria o escolhido por Deus para continuar a linhagem da promessa, provando que Deus já tinha um plano detalhado para essa linhagem, independentemente das circunstâncias humanas.
Portanto, a promessa de um filho a Isaque reforça a importância da obediência e confiança em Deus na continuidade de Suas promessas, mostrando que Ele é fiel e soberano em cumprir Seus desígnios, não apenas em uma geração, mas através de toda a história.
Aplicação: A história da promessa de um filho a Isaque nos ensina que Deus é fiel em cumprir Suas promessas, independentemente do tempo que leve ou das dificuldades que surgem. Assim como Isaque esperou pacientemente pela esposa e pela descendência prometida, devemos confiar no tempo e na direção de Deus, sabendo que Ele sempre cumpre Suas promessas de maneira perfeita e no momento certo. Essa confiança nos fortalece a seguir em frente, mesmo quando os caminhos parecem incertos, sabendo que Deus está no controle e que Suas promessas são certas.
3. A promessa renovada
A renovação da promessa feita a Jacó destaca a fidelidade e a soberania de Deus em garantir a continuidade de Seu plano através das gerações, independentemente das falhas humanas e das circunstâncias adversas.
A promessa reiterada a Jacó
Depois de Abraão e Isaque, a promessa de Deus foi confirmada a Jacó, garantindo-lhe a posse da terra que havia sido prometida aos seus antepassados. Esta renovação da promessa simboliza a aliança contínua de Deus com a linhagem escolhida, demonstrando que Suas promessas são duradouras e independem das circunstâncias imediatas. Apesar das complicações na vida de Jacó, como a rivalidade com seu irmão Esaú e os desafios enfrentados na casa de Labão, Deus manteve Sua palavra e garantiu que Jacó seria o pai de uma grande nação.
O direito de primogenitura e a bênção
O direito de primogenitura, que deveria ter sido de Esaú, foi perdido devido à sua falta de valorização do que isso significava, trocando-o por um prato de comida. Essa ação sublinha a importância de reconhecer o valor das bênçãos espirituais que Deus oferece, pois negligenciar essas bênçãos pode levar à perda de oportunidades divinas. A bênção que Esaú perdeu foi passada a Jacó, que, embora tenha obtido a primogenitura de maneira controversa, estava dentro do plano soberano de Deus para cumprir a promessa feita a Abraão.
A formação das 12 tribos de Israel
A vida de Jacó, marcada por desafios e conflitos, resultou na formação das 12 tribos de Israel, que seriam a base para a nação de Israel. Através de suas esposas Léia e Raquel, e de suas servas Bila e Zilpa, Jacó teve 12 filhos, que se tornaram os patriarcas das tribos de Israel. Essa diversidade de origens dentro da família de Jacó ressalta a complexidade do plano de Deus e a maneira como Ele pode usar diferentes situações e pessoas para cumprir Seus propósitos.
A esterilidade de Raquel e o nascimento de José e Benjamim
Raquel, a esposa amada de Jacó, enfrentou a dor da esterilidade, mas Deus, em Seu tempo, abriu sua madre, permitindo-lhe dar à luz José e Benjamim. O nascimento desses filhos foi particularmente significativo, pois José se tornaria uma figura central na preservação da família de Jacó durante os anos de fome no Egito, e Benjamim teria um papel importante na história futura de Israel. Esse evento sublinha que, mesmo quando a situação parece desesperadora, Deus pode intervir de maneira poderosa e transformadora.
Portanto, a renovação da promessa a Jacó e a formação das 12 tribos de Israel são testemunhos da fidelidade de Deus em cumprir Suas promessas, mesmo quando as circunstâncias parecem desfavoráveis. Elas também nos ensinam que Deus usa pessoas e eventos de maneiras inesperadas para realizar Seus propósitos maiores, garantindo que Seu plano redentor se cumpra através das gerações.
Aplicação: A renovação da promessa a Jacó nos ensina que a fidelidade de Deus transcende nossas falhas e circunstâncias. Mesmo quando enfrentamos desafios ou nos deparamos com situações difíceis, como Jacó enfrentou, podemos confiar que Deus continua fiel às Suas promessas. Assim como Deus usou a complexidade da vida de Jacó para formar as 12 tribos de Israel, Ele também pode transformar nossos momentos de dificuldade em partes essenciais de Seu plano redentor. Devemos valorizar as bênçãos espirituais que Deus nos oferece e reconhecer que, mesmo em tempos de espera ou incerteza, Deus está trabalhando para cumprir Seus propósitos em nossa vida.
4. Promessa do Reino do Messias
A promessa do Reino do Messias é central no plano de Deus para a redenção de Israel e da humanidade. Através do profeta Isaías, Deus revelou que o Messias viria da linhagem de Jessé, pai de Davi, estabelecendo uma conexão direta com a dinastia davídica. Essa promessa não só assegura a continuidade da aliança de Deus com Israel, mas também expande o alcance da salvação para toda a humanidade.
Jesus Cristo, identificado como o "Filho de Davi," é o cumprimento dessa profecia. Sua vinda ao mundo, nascido de uma virgem, é a realização da promessa de um Salvador que seria "Deus conosco" (Emanuel). Essa promessa sublinha a união única e definitiva entre o divino e o humano em Cristo, tornando-o o mediador perfeito da Nova Aliança. O Reino do Messias, portanto, é a consumação das promessas feitas a Abraão, Isaque, Jacó, e Davi, garantindo que a redenção e o governo divino sobre todas as nações sejam estabelecidos através de Jesus.
Essa promessa não se limita ao passado; ela aponta para o futuro, onde o Reino do Messias será plenamente realizado na segunda vinda de Cristo, quando Ele governará com justiça e paz sobre toda a criação.
Aplicação: A promessa do Reino do Messias nos chama a viver com esperança e expectativa, sabendo que Jesus, o "Filho de Davi," é o cumprimento de todas as promessas de Deus. Assim como Ele veio ao mundo para redimir a humanidade, Ele também retornará para estabelecer Seu Reino em plenitude. Essa certeza nos motiva a viver em alinhamento com os valores do Reino de Deus, buscando a justiça, a paz e a comunhão com o Senhor. Devemos também confiar que, assim como Deus cumpriu Suas promessas no passado, Ele continuará a ser fiel em nossas vidas, nos guiando e sustentando até o dia em que veremos Seu Reino estabelecido em toda a terra.
III. A PROMESSA DE SALVAÇÃO PARA ISRAEL
1. A queda de Israel
A queda de Israel, conforme apresentada no Novo Testamento, reflete o fracasso da nação em cumprir seu papel como povo sacerdotal e testemunha de Deus entre as nações. Lucas 21:24 destaca a dispersão e sofrimento de Israel como consequência de sua desobediência e rejeição ao Messias, Jesus Cristo. Nos capítulos 9 a 11 de Romanos, Paulo aborda questões fundamentais sobre as promessas de Deus a Israel, especialmente à luz de sua rejeição ao evangelho. Paulo explica que, embora Israel esteja em um estado de rebelião e endurecimento espiritual, isso não significa que as promessas de Deus foram revogadas. Pelo contrário, ele enfatiza que as promessas de Deus são irrevogáveis (Rm.11:29).
Israel, como nação, não reconheceu Jesus como o Messias, o que resultou em sua queda temporária. No entanto, essa queda abriu caminho para a inclusão dos gentios no plano redentor de Deus (Rm.11:11,12). Paulo também afirma que essa situação não é definitiva e que há uma esperança futura para Israel. Ele profetiza que, após a "plenitude dos gentios" entrar, todo Israel será salvo (Rm.11:25,26), indicando que Deus ainda tem um propósito redentor para a nação.
Portanto, a queda de Israel serve como um lembrete do impacto da desobediência e incredulidade, mas também destaca a fidelidade de Deus em cumprir Suas promessas, garantindo que, mesmo na queda, há esperança de restauração e salvação para Israel.
Aplicação: A queda de Israel nos ensina sobre as sérias consequências da desobediência e da incredulidade diante das promessas de Deus. Embora Israel tenha falhado em reconhecer e aceitar Jesus como o Messias, resultando em sua queda temporária, essa história nos lembra da fidelidade imutável de Deus. Assim como Ele não revogou Suas promessas a Israel, mesmo diante da rebelião, Deus também é fiel para cumprir Suas promessas em nossa vida.
A aplicação espiritual é clara: devemos permanecer vigilantes em nossa fé e obediência, reconhecendo a importância de aceitar e seguir a vontade de Deus em nossa jornada. Mesmo quando falhamos, há sempre uma oportunidade de restauração e renovação, pois Deus não abandona Seus planos e promessas para nós. Nossa confiança deve estar firmada na certeza de que, independentemente das circunstâncias, a fidelidade de Deus é eterna e Suas promessas são seguras.
2. A tristeza de Paulo por Israel
“tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração” (Rm.9:2).
A profunda tristeza de Paulo por Israel, como descrito no texto acima, revela o coração de um apóstolo que carrega um amor imenso e uma preocupação sincera pela salvação de seu próprio povo.
Paulo expressa seu pesar por seus compatriotas judeus que ainda não reconheceram Jesus como o Messias, apesar de Ele ser descendente direto deles conforme a carne (Rm.9:5). A dor de Paulo é uma combinação de amor, compaixão e um desejo ardente de ver seu povo reconciliado com Deus.
Paulo, que sabe da importância de Cristo para a salvação de todos, sente profundamente a alienação dos judeus da promessa que eles mesmos ajudaram a trazer ao mundo. Sua tristeza vai além do lamento; ela é um impulso para a ação e um chamado para a evangelização. Ele não apenas lamenta a condição espiritual de Israel, mas também nos dá um exemplo de como os cristãos devem se envolver na tarefa de compartilhar o evangelho com fervor e dedicação.
Esse sentimento de tristeza e compromisso de Paulo nos desafia a refletir sobre nossa própria atitude em relação à evangelização, especialmente em contextos onde a mensagem de Cristo ainda não foi recebida. O apóstolo Paulo nos ensina que devemos ter um coração compassivo e uma determinação constante em levar a mensagem de Cristo a todos, incluindo os judeus, reconhecendo a urgência e a importância da salvação para todos os povos.
Portanto, a tristeza de Paulo serve como um lembrete para que, como cristãos, não apenas nos compadeçamos pelos que ainda não conhecem a Cristo, mas também nos empenhemos ativamente em compartilhar a mensagem de salvação com amor e dedicação.
3. Promessa de salvação a Israel
A promessa de salvação para Israel, conforme descrita em Romanos 9:3-5 e outros textos, é um testemunho da fidelidade de Deus para com Seu povo escolhido. Paulo destaca que, apesar da atual condição de rejeição ao Messias, Israel continua sendo o povo com quem Deus fez acordos fundamentais, como a adoção de filhos, a glória, os concertos, a lei, o culto e as promessas. Essas qualificações sublinham a importância contínua de Israel no plano redentor de Deus.
Embora o povo de Israel esteja temporariamente em um estado de endurecimento, a promessa de salvação permanece firme. Paulo afirma que, no final dos tempos, Deus cumprirá Sua promessa de restaurar e salvar Israel. O “remanescente fiel” será salvo, e o Libertador que virá de Sião, isto é, o próprio Cristo, desempenhará um papel crucial nesse processo de redenção (Rm.11:25,26):
“Porque não quero, irmãos, que vocês ignorem este mistério, para que não fiquem pensando que são sábios: veio um endurecimento em parte a Israel, até que tenha entrado a plenitude dos gentios. E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: "O Libertador virá de Sião e afastará de Jacó as impiedades”.
Este ensino nos lembra que, mesmo em face de aparentes dificuldades e rejeições temporárias, o propósito de Deus para a salvação de Israel não foi abandonado. A fidelidade de Deus às Suas promessas é garantida, e Ele está comprometido em cumprir Suas palavras para com Israel. Esse princípio de fidelidade é uma âncora para nossa fé, mostrando que Deus é fiel para completar o que começou, não apenas com Israel, mas também em nossas vidas pessoais.
Portanto, a promessa de salvação para Israel é uma afirmação poderosa da certeza de que Deus continuará a cumprir Suas promessas, oferecendo esperança tanto para Israel quanto para todos os que creem Nele. Este conhecimento nos encoraja a confiar na fidelidade de Deus e a buscar a Sua justiça, sabendo que Ele nunca falha em cumprir Suas promessas.
Aplicação do tópico III:
A promessa de salvação para Israel, conforme revelada em Romanos 9:3-5 e Romanos 11:26, oferece uma aplicação espiritual importante para a vida cristã:
a) Confiança na Fidelidade de Deus. A certeza de que Deus cumprirá Suas promessas para Israel nos lembra da confiança que podemos ter em Sua fidelidade. Assim como Deus não abandonou Suas promessas a Israel, Ele também é fiel para cumprir Suas promessas em nossas vidas. Isso nos encoraja a manter a fé mesmo em meio a desafios e aparentes contradições.
b) Esperança na Redenção. A promessa de que o “remanescente fiel” de Israel será salvo nos ensina sobre a esperança inabalável na redenção. Independentemente das circunstâncias atuais, sempre há uma esperança de restauração e salvação. Isso deve nos motivar a manter a esperança e a perseverança em nossas próprias jornadas espirituais, confiantes de que Deus completará a obra que começou em nós.
c) Compromisso com a Evangelização. Reconhecendo que Deus tem um plano específico para Israel, somos lembrados da importância de compartilhar o evangelho com todos, incluindo os judeus. A oração e o esforço contínuo para a evangelização devem ser um reflexo do amor e da compaixão que Deus tem por todos os povos.
d) Valor das Promessas de Deus. O cumprimento das promessas de Deus a Israel sublinha o valor e a certeza das promessas divinas em geral. Devemos viver com a consciência de que as promessas de Deus são verdadeiras e confiáveis, e isso deve moldar a forma como vivemos, oramos e esperamos.
Em resumo, a promessa de salvação para Israel nos ensina sobre a fidelidade de Deus, a importância da esperança, a necessidade de evangelização e o valor das promessas divinas. Que possamos aplicar essas lições em nossa vida, confiando em Deus e permanecendo firmes em Sua Palavra.
CONCLUSÃO
As promessas divinas feitas a Abraão, Isaque e Jacó são um testemunho da fidelidade de Deus, e sua realização não está sujeita a falhas. Embora já tenhamos visto a concretização parcial dessas promessas, com o estabelecimento de Israel como uma grande nação e o cumprimento de várias bênçãos, a plenitude dessas promessas ainda está por vir. Deus prometeu a Abraão que suas descendências seriam uma bênção para todas as nações e que o Messias viria através de sua linhagem. Estas promessas têm implicações que se estendem além do tempo presente, culminando na vinda gloriosa do Senhor Jesus Cristo e na instauração do Reino Milenar prometido.
A certeza de que Deus cumpre Suas promessas é reafirmada pela declaração de Isaías 43:13: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?”. Este versículo nos lembra que o plano de Deus é imutável e que Ele tem o poder absoluto para realizar tudo o que prometeu. Mesmo quando enfrentamos desafios ou dúvidas, podemos confiar na certeza de que Deus está no controle e que Sua Palavra se cumprirá.
Portanto, o tema estudado, “As promessas de Deus para Israel”, nos convida a refletir sobre a imutabilidade da fidelidade divina e a nos posicionar com esperança e fé, aguardando o cumprimento completo dessas promessas. Que essa compreensão nos inspire a viver com confiança no Senhor, sabendo que Ele nunca falha e que todas as Suas palavras são verdadeiras e seguras.