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DEUS DÁ SUA LEI AO POVO DE ISRAEL


Textos: Rm. 9.4 – Ex. 20.18-24; 24.4-8


•INTRODUÇÃO
Estudaremos esta semana a respeito dos dez mandamentos, enfocando primordialmente sua relação com a igreja de hoje. Existem diferentes abordagens bíblico-teológicas quando à aplicação do decálogo na atualidade. Ao longo das aulas, adotaremos uma perspectiva evangélica, isto é, que considere o contexto no qual a torah foi revelada, mas que seja aplicado de acordo com os princípios cristãos.

•1. CONCEITO BÍBLICO-TEOLÓGICO DE LEI
O uso desse termo sempre esteve relacionado às instruções diárias de Deus para o Seu povo. A torah orientava todos os aspectos da vida do povo israelita. E essa não era dos homens, mas do próprio Deus, que fala pessoalmente a respeito da “minha torah” (Ex.16.28; Sl. 78.1; 89.20; Is. 51.4,7). Além da torah, Deus estabeleceu seus estatutos – hoq em hebraico – às observâncias religiosas associadas aos levitas (Ex. 20.31; Lv. 6.18; 10.15). Para a cultura popular, particularmente a religiosa, a lei é negativa, pois impõe limites às atitudes humanas. Para os escritores bíblicos, a torah é positiva, pois mostra a vontade soberana de Deus para o bem do povo. Deus revelou a Sua torah para o bem daqueles que foram chamados por Ele (Jr. 31.33). Os salmos, a maioria deles da autoria de Davi, celebram a beleza da torah de Deus (Sl. 1; 19; 119). No Novo Testamento, a nomos – lei em grego – diz respeito à torah, isto é, aos primeiros cinco livros da Bíblia, também denominado de Pentateuco, e por extensão a todos os escritos do Antigo Pacto (Mt. 5.17; Jo. 1.17; Rm. 3.21). A nomos, tal como a torah, diz respeito também às regras e ordenanças de Deus ao Seu povo (Jo. 7.19; At. 15.5). Mas as pessoas, ao contrário do que defendem alguns religiosos, não são salvas pela nomos, mas pela graça de Deus, manifestada em Cristo (Ef. 2.8-10). As Epístolas de Romanos e Gálatas, escritas por Paulo, refutam o argumento religioso da salvação guarda da torah/nomos (Rm. 3.28; Gl. 2.16). Ainda que a torah/nomos não salve, aquele que crê obedece, não para a salvação, mas porque foi salvo. A anomia, expressão da língua portuguesa que vem de a (negação) nomia (lei) não se coaduna com o caráter cristão, não se pode viver “sem nomos” (Rm. 2.12). Paulo esclarece essa nova condição ética em Rm. 6.15, ao indagar: “Pois quê? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da nomos, mas debaixo da graça?” Ele mesmo responde: “De modo nenhum”.

•2. A PRINCÍPIO DA LEI DE DEUS PARA OS ISRAELITAS
O livro do Êxodo põe em evidência as dez palavras, fundamentadas na aliança com o povo de Deus com o povo de Israel. A importância desse código para aquele povo é ressaltada pelo fato de aparecerem duas vezes no Pentateuco (Ex. 20 e Dt. 5). O princípio da lei se encontra em Gn. 2.9-16, nas instruções dadas a Adão e Eva no Jardim (Gn. 2.17). Essas são palavras do próprio Deus, isso é confirmado em Dt. 5.22, que se revela como o Eu Sou (Ex. 3.13,14).  O fundamento dessas dez palavras é a santidade, primeiramente a de Deus, que demanda uma resposta do Seu povo (Lv. 19). Os feitos de Deus também determinam a exigência da torah, pois o Senhor libertou Seu povo do Egito (Ex. 3.15). A torah, por conseguinte, decorre da graça de Deus, pois primeiramente Ele salvou o povo, a fim de que esse fosse preservado (Dt. 4.1). Contrariando a interpretação legalista da torah, a lei deve ser percebida como um ato de liberdade, não de escravidão (Tg. 1.25). Por isso, assim como fez o salmista, o ouvinte da torah deve se expressar seu amor pela revelação de Deus (Sl. 119.97). Esse é um tema recorrente nos livros poéticos, tendo em vista que, para esses autores, a tora do Senhor é lâmpada e Suas correções o caminho para a vida (Pv. 6.23). A base do decálogo é relacional, pois enfatiza o relacionamento do homem com Deus (1 ao 4) e com outros homens (6 ao 10). Por esse motivo Jesus sumarizou essas palavras à obediência de coração (Mt. 5.21-30; Mt. 22.38,39).

•3. APLICAÇÕES PARA A LEI DE DEUS HOJE
Essas palavras consideram inicialmente que o Deus de Israel não é apenas um deus, é O Deus entre muitas supostas divindades, podendo, assim, exigir exclusividade (I Co. 8.5). Nossas mentes e corações devem está cheios daquilo que o Senhor falou (Dt. 4.12-19), esse é o fundamento dos três primeiro mandamentos, o reconhecimento de que Deus é Espírito, portanto deve ser adorado em espírito e em verdade (Jo. 4.23-24), considerando que Sua palavra deve habitar em nós (Cl. 3.16). O quarto mandamento diz respeito à condição humana diante de Deus, devemos saber que não somos máquinas, por essa razão, precisamos ter momentos de contemplação, para nos voltar para Aquele que é nosso verdadeiro descanso. Trata-se de um ato de imitação, pois o próprio Deus descansou (Gn. 2.1-3). As palavras de Deus identifica nossa natureza redimida (Ef. 4.20-24), por isso devemos honrar nossos pais, a família deve ter preeminência nos relacionamentos. A paternidade deriva de Deus, isso é motivo suficiente para os filhos honrarem seus pais (Ef. 3.15). A vida tem é valiosa aos olhos de Deus, isso porque somos a imagem de Deus (Gn. 5.1; 9.6). Esse é um princípio que dignifica o ser humano, por isso os servos de Deus serão sempre pró-vida. Outro princípio estabelecido no decálogo é o da propriedade privada, sendo assim, as relações comerciais e econômicas devem ser respeitadas. Mas o dinheiro não deve ser colocado acima das pessoas, na verdade, caso é preciso ter cuidado para esse não tomar o lugar de Deus (Mt. 6.24). Conforme adverte o apóstolo Paulo, o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (I Tm. 6.10). Nesse contexto, o contentamento deve ser cultivado, a cobiça não deve ter lugar no coração daqueles que amam a Deus (I Tm. 6.6). Em um mundo pautado pela mentira, o respeito à verdade deve ser estimulado, afinal, o Deus a quem servimos não é de mentira (Tt. 1.2).

•CONCLUSÃO
Os dez mandamentos, ou mais propriamente, as dez palavras, foram dadas a Israel, em consonância com a aliança estabelecida por Deus com aquele povo. Mas essas instruções, ressaltando a propriedade do termo torah em hebraico, podem ser aplicadas à igreja nos dias atuais. O princípio norteador da torah se encontra nas palavras de Cristo, que a corroborou destacando o amor como fundamento das relações entre o homem e Deus e com os outros homens (Mt. 22.37-39). PENSE NISSO!


Deus é Fiel e Justo!