INTRODUÇÃO
Estamos nos encaminhando para o final deste trimestre escatológico, e nesta penúltima aula estudaremos a respeito dos novos céus e nova terra. A princípio destacaremos a beleza e singularidade do céu. Em seguida, nos voltaremos propriamente para os novos céus e a nova terra. Ao final, reconhecendo as limitações humanas, e as poucas informações bíblicas a respeito do céu, tentaremos descrevê-lo, ressaltando que esse será, sobretudo, o Lugar em que Deus estará presente.
1. O CÉU É UM LINDO LUGAR
As Escrituras dizem muito pouco a respeito do céu, mas o suficiente para anelar esse lugar, para o qual o Senhor nos levará (Jo. 14.1). Antes de tratar a respeito dos céus – shamaim em hebraico – e ouranos – em grego, os diferenciamos dos outros tipos de céus. Existe o céu atmosférico, que faz alusão à imensidão do espaço (Dt. 11.11,17; 28.12,24; Js. 10.11; Sl. 18.13; 147.8; Pv. 23.5; Zc. 6.5; Is. 55.9-11). Há também o céu que é o firmamento dos céus (Gn. 1.14; 15.5; Ex. 20.4). Ainda o céu que é a morada de Deus (Mt. 10.32,33; Sl. 33.13,14; Is. 63.15; Mt. 5.16,45; 6.1,9). A morada de Deus é reconhecida pelos estudiosos como o terceiro céu, mencionado por Paulo em II Co. 12.2. Essa é a pátria superior, de acordo com a descrição do autor da Epístola aos Hebreus (Hb. 11.13-16). Existem especulações em relação à quantidade de céus existentes, para alguns são sete céus. Essa é uma especulação teológica, fundamentada em crenças judaicas, sem qualquer fundamento bíblico. Há ainda uma discussão entre os estudiosos se as descrições de João no Apocalipse são literais ou figuradas. Acreditamos que a beleza da Cidade Celestial vai além daquilo que o texto expressa, considerando que o olho não viu e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que O amam (I Co. 2.9). O que sabemos a respeito do céu, mesmo com a revelação poética do Apocalipse, é como um espelho, que não condiz totalmente à realidade (I Co. 13.12).
2. NOVOS CÉUS, NOVA TERRA
Depois do Juízo Final, após o Milênio, acontecerá uma destruição da Jerusalém terrenal (Mt. 24.34; II Pe. 3.10), que dará lugar a uma nova cidade, descrita nos capítulos 21 e 22 de Apocalipse. Essa Nova Jerusalém será Cidade Eterna, essa foi a cidade que Jesus prometeu preparar (Jo. 13.2,3). Pedro explicou que depois da destruição da cidade terrena (II Pe. 3.10), descerá dos céus um novo céu e nova terra (Ap. 21.1-3). Esse será um ambiente favorável à adoração, sendo essa a principal atividade no céu (Ap. 19.1-8). A adoração no céu acontecerá porque esse será um lugar de comunhão e relacionamento com Deus (Ap. 21.3). Ali haverá um muro com doze portas, sendo cada porta uma pérola, e a praça de outro puro, como vidro transparente (Ap.21.21). O muro será de jaspe, por se tratar de uma cidade de ouro puro, semelhante a vidro puro (Ap. 21.18,21). O mais importante, nela não haverá templo, pois o templo é o Senhor, Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro (Ap. 21.22). É confortador saber que nessa Cidade também não haverá mais tristeza, pois Deus limpará dos olhos lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas (Ap. 21.16,17). Os crentes estarão em corpos glorificados, semelhantes ao corpo ressuscitado de Cristo (I Jo. 3.2). A esse respeito Paulo esclarece que nosso corpo de humilhação será transformado, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas (Fp. 3.21).
3. COMO SERÁ O NOVO CÉU
O Céu é a habitação de Deus (Sl. 103.19), dos anjos (Dn. 7.10; Is. 6.1-6), e dos crentes (Fp. 3.20). É maravilhoso saber que encontraremos lá alguém que muito nos amou, e se entregou pelos nossos pecados (At. 1.9-11). Uma análise honesta das Escrituras nos mostrará que pouco sabemos a respeito dos Céus, mas, em linhas gerais, afirmamos, com base em Mc.13.27, ali Cristo reunirá os eleitos. Em Fp.2.10 está escrito que Cristo receberá honra no céu, e em Jo.17.24 nos é dado a saber que Sua glória será manifestada. A manifestação do Reino de Deus, o lugar em que Deus estará no trono (Ap.4.1-3), por isso o céu será um lugar de recompensa para aqueles que venceram em Cristo (Ap.2.7;3.21); que também estará cheio da presença e da glória de Deus (Ap.4.11;21.1-10). Por fim, esse será um lugar de louvor e adoração a Deus (Ap.19.1-7). O que nos é dito nessas passagens é suficiente para que desenvolvamos um relacionamento amoroso com o Deus do céu. É importante fazer esse destaque porque, infelizmente, muitos adoram apenas o céu de Deus, mas esquecem do Deus do céu. Falam do céu, cantam o céu, almejam o céu, mas não vivem para Cristo, não buscam a Cristo, não amam a Cristo. Sem Cristo, o céu não passa de um lugar sem luz. A beleza do texto bíblico nos motiva a aguardar com expectativa por esse lugar. Isso porque, conforme afirma o autor do Apocalipse: “a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada” (Ap. 21.23).
CONCLUSÃO
A Nova Jerusalém é a Cidade Perfeita (Hb. 12.22), que vem de cima (Gl. 4.26), que desce de Deus (Ap. 21.2,10). Vivemos na cidade dos homens, que pode se tornar um lugar aprazível, na medida em que contribuímos para sua melhoria. Mas estamos certo que somente desfrutaremos de bem-estar quando descer dos Céus a Cidade de Deus, enfim estará construído o tabernáculo de Deus com os homens (Ap. 21.3), que será um Templo tanto físico (Ap. 21.12-21), quando espiritual (Ap. 21.22).