Texto Áureo I Co. 15.19 – Leitura Bíblica Lc. 16.19-26
INTRODUÇÃO
Esta é a última aula deste trimestre, e terá um enfoque na Escatologia Específica, isto é, aos eventos que sucederão às pessoas após a morte, e o seu destino final. Inicialmente discorreremos a respeito do Estado Intermediário, o período entre a morte física e a ressurreição dos ímpios e salvos. Em seguida, nos voltaremos para o destino final dos ímpios, e em seguida, para o destino final dos salvos. Esperamos que essa lição sirva de despertamento, para que sejamos contados entre os que andam com o Senhor.
1. O ESTADO INTERMEDIÁRIO
Esse estado é reconhecido pelos estudiosos como o período compreendido imediatamente após a morte, seja dos ímpios ou salvos, até o período da ressurreição (a primeira dos salvos) e a segunda (dos ímpios). Esse é um período no qual os ímpios estarão no Inferno, aguardando o Juízo Final, que acontecerá logo após o Milênio. Os salvos, por sua vez, se encontram no Paraíso, ou Terceiro Céu, aguardando o arrebatamento da Igreja, para que sejam ressuscitados (I Ts. 4.13-18). O Estado Intermediário não pode ser confundido com algumas crenças anticristãs, comumente propagadas pela mídia, ou por algumas religiões. Esse Estado não pode ser confundido com o Purgatório, doutrina do Catolicismo Romano que defende a permanência das almas em um lugar intermediário, antes de serem aceitas no Céu. A salvação não é alcançada por meio das obras, antes por meio da fé na morte vicária de Jesus (Ef. 2.8,9). Existe a crença entre as religiões orientais da reencarnação, bastante antiga e difundida amplamente na atualidade. Seus adeptos defendem que após a morte os espíritos, dependendo do desenvolvimento terreno, serão reencarnados em outra condição, até alcançarem um patamar mais elevado. Essa doutrina, no entanto, não tem respaldo nas Escrituras, pois de acordo com o ensinamento bíblico, depois da morte segue-se a juízo (Hb. 9.27). Além disso, a evolução espiritual não depende dos méritos das pessoas, antes da redenção em Cristo, trata-se de uma demonstração da graça divina, acatada pelo ser humano por meio da fé. Isso, no entanto, não isenta o cristão da responsabilidade de fazer boas obras, reconhecendo que são salvos não por elas, mas para elas (Ef. 2.10).
2. O DESTINO FINAL DOS ÍMPIOS
Após a morte os ímpios seguirão para o Inferno, ainda que essa seja uma doutrina bastante impopular, é a verdade revelada nas Escrituras. A palavra hebraica para Inferno também pode ser traduzida para sepultura. Mas é preciso atentar para o contexto, a fim de diferenciar quando o termo se refere à sepultura ou o lugar para o qual irão os ímpios. De acordo com os textos de Dt. 18.11; I Sm. 28.11-15; Is. 14.9 é um lugar no qual há consciência. É considerado um destino temporário para habitação, a princípio não apenas dos ímpios, mas também dos santos (Jó. 14.13,14; 19.25,27). Os tradutores da Septuaginta traduziram a palavra Seol por Hades na versão grega da Bíblia. A principal passagem no Novo Testamento que faz alusão ao Hades é Lc. 16.19-31, ainda que alguns estudiosos considerem esse texto apenas uma parábola. No entanto, os especialistas defendem que Jesus descreveu “um certo homem”, destacando que esse era real, por conseguinte, o “hades” a respeito do qual narrou também é real. O castigo no hades, por conseguinte, inclui queimamento, separação e solidão, condenação em função das lembranças, sede, deterioração e mau cheiro. A proximidade entre o hades e o paraíso sugere que havia, em algum momento, um contato entre aqueles que se encontravam entre o abismo. Contudo, após a morte de Cristo, Ele desceu “às regiões inferiores da terra” e “levou cativo o cativeiro” (Ef. 4.8-10). O hades não é o destino eterno dos ímpios, pois esse será lançado no Lago do Fogo, que é a segunda morte. Essa diz respeito à separação eterna do homem de Deus, conforme descrito em Ap. 20.14.
3. O DESTINO FINAL DOS SALVOS
O destino dos santos é o céu, não o atmosférico, que é o espaço visível, no qual se encontram as estrelas (Gn. 7.11,12), mas o terceiro céu, mencionado por Paulo em II Co. 12. Conforme estudamos em lição anterior, o céu é um lugar específico, que transcende o conceito de espaço-tempo. O Apóstolo destaca que “nossa cidade está nos céus” (Fp. 3.20), onde seremos abençoados com “todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef. 1.3). A maior glória do céu não é o lugar, mas o fato de Deus está lá, nosso Pai Celestial (Mt. 6.9). Nosso Salvador Pessoal, Aquele que entregou Sua vida pelos nossos pecados, também estará no Céu (Hb. 7.25). Nossos entes queridos, aqueles que partiram da terra, também serão encontrados no céu (Hb.12.23). O estado eterno dos salvos será na Nova Jerusalém, a Cidade Celestial, pois aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça (II Pe. 3.13). O profeta Isaias declarou que Deus criaria céus novos e nova terra (Is. 65.17,19). Esse será um lugar maravilhoso, onde encontramos um rio claro como o cristal, o trono de Deus estará ali (Ap. 22.1,2). De acordo com o texto apocalíptico, Deus habitará com os homens, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas. Essas palavras são verdadeiras, pois quem as declarou foi o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim (Ap. 21.3-7). Esse será o destino final dos salvos, por toda a eternidade, onde estaremos completamente livres do efeito do pecado.
CONCLUSÃO
No céu a morte será aniquilada, finalmente estaremos livres de todo sofrimento (I Co. 15.26). As aflições do tempo presente nos afligem, às vezes, não compreendemos a dor que assola o cristão. Mas sabemos, pela Palavra de Deus, que nossa leve e momentânea tribulação não se compara ao peso de glória que em nós haverá de ser revelada (II Co. 4.17). Por isso não temos motivo para viver com o coração perturbado, confiemos nas promessas dAquele que é Fiel e Verdadeiro. Ele prometeu que conduzirá os salvos para um lugar que preparou, antes da fundação do mundo (Jo. 14.1,2).