Texto Áureo I Co. 2.24,5 – Leitura Bíblica Dn. 2.24-48
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos a respeito de mais dois grupos desafiadores para a evangelização: os acadêmicos e os políticos. A partir do exemplo de Daniel, faremos incursões bíblicas a respeito dessa tarefa. Inicialmente, destacaremos como esse profeta orientou-se a partir dos padrões divinos, a fim de dar testemunho do Deus de Israel em terra estranha. Em seguida, enfocaremos mais propriamente a evangelização nesses dois contextos, ressaltando a importância da preparação espiritual, bem como apologética.
1. DANIEL, NA ACADEMIA E NA POLÍTICA
Daniel, que em hebraico quer dizer “juiz de Deus”, tornou-se um arauto entre os não-judeus, entre os quais viveu. Seu testemunho foi contundente, e serve de exemplo para todos aqueles que desejam evangelizar com sabedoria, sobretudo em ambientes de ceticismo e corrupção, como o acadêmico e o político. Quando foi levado ao cativeiro babilônico, Daniel revelou seu compromisso com a fé que professava, e não fez concessões, diante das propostas indecentes que recebeu (Dn. 1.4). A vida de Daniel é uma prova que não precisamos ser aculturados para influenciar aqueles que estão em nosso convívio estudantil ou profissional (Dn. 1.8). Daniel viveu a partir de uma disciplina que decidiu seguir, a fim de não se coadunar aos valores comumente aceitos pela cultura babilônica. Entre os jovens estudantes, revelou-se um servo de Deus, um homem de oração, e temor a Sua palavra. Ao mesmo tempo, não fez uso desse procedimento para agir com mediocridade, deixando de investir em seus estudos (Dn. 1.20,21). Há alunos e alunas que, sob a justificativa da confiança em Deus, não se dedicam suficientemente aos estudos. Esses têm responsabilidade ainda maior nas academias, mostrando desempenha satisfatório em relação aos seus colegas. No campo da política, Daniel também deixou seu legado para aqueles que desejam atuar na vida pública. Em meio à corrupção que grassava na Babilônia, fez um pacto com Deus, para não se deixar coagir, ou se cooptar, contrariando a vontade de Deus. O profeta do Senhor sabia que estava na política com uma missão, e que deveria cumprir seu papel com lisura, sem se contaminar com as iguarias do rei. E mais que isso, assumiu um papel profético, denunciando os desmandos daqueles que se gloriavam da posição, para satisfazer apenas seus desejos.
2. A EVANGELIZAÇÃO AOS ACADÊMICOS
A evangelização no contexto acadêmico é bastante desafiadora, considerando que as universidades estão marcadas pelo materialismo e relativismo. A evangelização dos universitários precisa ser bem direcionada, é importante que seja realizada por estudantes capacitados. Para isso, faz-se necessário a criação de grupos de evangelismo, e que esses estejam preparados para mostrar a razão da nossa esperança (I Pe. 3.15). A preparação apologética é fundamental para esse tipo de evangelização. Existem situações nas quais os evangelizados querem provas da existência de Deus, bem como os fundamentos éticos da fé cristã. Um trabalho dessa natureza deve ser realizado não apenas com a razão, devemos lembrar que o conhecimento sem amor de nada vale (I Co. 8.1). Lembremos também que a evangelização no contexto acadêmico é bastante complexa, pois depende da formação dos grupos a serem evangelizados. Os estudantes das ciências exatas exigem uma demonstração mais lógica dos fundamentos da fé. Os das ciências sócias e humanas ficam mais entusiasmados ao constatarem a supremacia do amor divino, e a própria encarnação divina a fim de dar dignidade aos seres humanos. Aqueles mais efeitos à filosofia podem ser tocados pela mensagem de sabedoria de Deus, através de Jesus Cristo, testemunhada por vários pensadores. Os que gostam de linguística e literatura podem se deslumbrar com os textos escritos por mestres da prosa e poesia, e se envolverem com afinco à análise textual com base nas línguas originais. É importante que se aprenda a dialogar com as pessoas, e o mais importante, saber fazê-lo com moderação, sobretudo prudência, os acadêmicos não toleram evangelizadores arrogantes, muito menos aqueles que querem convencê-los, sem mostrar fundamentos razoáveis. É importante que as igrejas locais também oportunizem eventos que integrem acadêmicos à igreja, esse tipo de atividade fortalecerá também servirá para fortalecer a fé dos jovens crentes, algumas vezes abalados pela contestação acadêmica.
3. A EVANGELIZAÇÃO AOS POLÍTICOS
A evangelização dos políticos também não é tarefa fácil, principalmente quando a corrupção se tornou endêmica, e naturalizou-se na esfera pública. Uma pergunta crucial pode ser feita: quem deve evangelizar os políticos, a igreja como um todo, ou os políticos evangélicos? A resposta mais apropriada seria: ambos. Defendemos, no entanto, que a primeira terá maior independência para fazê-lo. A igreja precisa se aproximar dos políticos, não apenas para tirar proveito eleitoral, como infelizmente costuma acontecer, mas para que esses se tornem cientes da sua responsabilidade na polis. Todas as pessoas podem adentrar ao mundo da política, mas nem todas estão preparadas para nele atuar. A política, para algumas pessoas, se tornou um meio de enriquecimento ilícito, e de tirar proveito dos recursos, que deveriam ser investidos, prioritariamente, em educação, saúde e segurança. Por isso a evangelização dos políticos deve ter também um caráter profético, denunciando os desmandos daqueles que se apropriem indevidamente do que é público, como se privado o fosse. Quando Jesus evangelizou Zaqueu, esse não apenas reconheceu seu pecado, e se voltou para Deus, mas também mudou sua prática de vida, passando a agir com honestidade (Lc. 19.1-10). Os políticos evangélicos devem dar exemplo, não podem se inserir na vida pública por motivos errados. Há um equívoco entre esses, o de acharem que são responsáveis apenas pelos interesses cristãos. O político cristão está a serviço do povo, e deve agir de modo a proporcionar o bem-estar social. A evangelização dos políticos não pode ter como alvo primordial o benefício para a igreja, mas a concretização de políticas que favorecem a cidade, para que essa se torne um ambiente mais agradável para se viver.
CONCLUSÃO
A igreja tem o desafio de evangelizar os estudantes das academias, bem como os professores. Para tanto, precisa saber dialogar, com moderação e humildade, sem fazer concessões com a verdade evangélica. Isso também deve acontecer no campo da política, mostrando aos representantes públicos que esses têm uma missão a cumprir, e que essa deve ser desempenhada com responsabilidade. A vida do profeta Daniel inspira a todos aqueles que estão em contextos acadêmicos e políticos, a fim de que procedam como luz do mundo e sal da terra, para a glória de Deus (Mt. 5.13).