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VIVENDO EM CONSTANTE VIGILÂNCIA

Texto Áureo: I Co. 16.13  – Leitura Bíblica: At. Mt. 26.36-41

INTRODUÇÃO
Em uma batalha, os soldados se mantem alerta, ficam em suas torres, vigiando para não serem pegos de surpresa. Na batalha espiritual acontece a mesma coisa, devemos permanecer atentos, evitando o ataque inesperado do inimigo. Na aula de hoje, estudaremos a respeito da importância de viver em constante vigilância, sobretudo na expectativa da bendita esperança da igreja, quando a trombeta soar e os mortos em Cristo ressuscitarem.

1. ANÁLISE TEXTUAL
Antes de ser conduzido ao calvário, Jesus seguiu para o Getsêmane, com a intenção de orar. Mateus registra esse momento difícil no final do ministério terreno do Senhor, e se encontra no cap. 26, versículos 36 a 41. Nesse texto, é narrado que Jesus chegou ali com seus discípulos, dando-lhes uma orientação expressa: kathisate autou heos os apelthon ekei proseuxomai. O Senhor ordena que os discípulos fiquem naquele lugar, enquanto ele iria mais adiante, para orar (v. 36). Ele levou consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, o escritor diz que começou a entristecer-se, lupeisthai em grego, com a ideia de prantear, como resultado do sofrimento, e também a angustiar-se, admonein em grego, com o sentido de ficar ansioso ou de sentir dor (v. 37). Então Jesus disse aos seus discípulos: a minha alma está cheia de tristeza até a morte, ficai aqui e vigiai comigo. A palavra alma em grego é psuche, que pode ser traduzida por vida ou pessoa, assim, compreendemos que Jesus sofreu profunda angústia em sua existência terrena, naquele momento específico. A tristeza era imensa, a palavra é perilypos, destacando a intensidade da dor enfrentada pelo Senhor. Diante daquela situação, roga para que os discípulos vigiem com ele: gregoreite, verbo que se encontra no imperativo, com o sentido de ficar em alerta, ou mais precisamente, ficar acordado (v. 38). Mateus diz que Ele foi um pouco adiante, e que prostrou-se sobre seu rosto e orou: Pater mou, ei dunaton estin, parelthatô ap emo uto potérion touto. Jesus se dirige ao Pai, o termo em hebraico provavelmente foi Aba, uma demonstração de intimidade. E pede que que, se possível – ei dunaton estin – o cálice ou taça – poterion, passasse – parelthatô, o verbo está no imperativo. Mesmo assim, a vontade que deve prevalecer é a do Pai, pois acrescenta: ou hos ego thelô ala hos su. Que não prevalecesse seu ego – seu eu – mas a thelos, vontade do Pai (v.39). Ao retornar da oração, Jesus achou Seus discípulos adormecidos – katheudontas, que se encontra no presente, portanto, eles estavam dormindo. Então, se dirigiu a Pedro, e pergunta: houtos ou ischuo heis hora gregoreo meta ego? O verbo vigiar – gregoreo – é repetido na indagação de Jesus, e a expressão de espanto, por eles não serem capazes de vigiar com o Senhor por tão pouco tempo (v. 40). Em seguida, dar uma orientação aos discípulos, o verbo grego gregoreite mais uma vez aparece no texto: gregoreite kai proseuchesthe – vigiai e orai – com um propósito: hina me eiselthe eis peirasmon, para que não entrem – eiserchomai – em tentação ou em provação. Na verdade, diz o Senhor, o espírito – pneuma – está pronto – prothumon, ou mais precisamente, o espírito está disposto, mas a carne – sarx – é fraca – asthenes, a carne fraqueja (v. 41).

2. INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
De acordo com Mateus, antes de Jesus ser crucificado como o Messias, aconteceu a Páscoa, a celebração da Ceia e os eventos no Getsêmane, em seguida o Senhor é preso, julgado e condenado pelas autoridades romanas, por fim é flagelado, crucificado, morte e sepultado, com parte da trama entre os líderes religiosos. Jesus não ficou surpreso com tudo que aconteceu, pois Ele mesmo previu Sua crucificação, e destacou tudo que haveria de ocorrer quando foi ungido em Betânia (Mt. 26.6-13), e sabia que seria traído por Judas (Mt. 26.14-16). O Getsêmane, cujo significado é “prensa de azeite”, era um jardim, no Monte das oliveiras, onde o azeite era preparado (v. 36). O Senhor conduz os discípulos que faziam parte do Seu círculo íntimo – Pedro, Tiago e João – para partilhar com Ele esse momento de angústia intensa, diante das agruras da cruz do calvário que O esperavam (v. 37). A dor era profunda, naquele momento Jesus sentiu tristeza, a sua alma estava angustiada, ao ponto de morrer. Era uma antecipação do que sobreviria a Ele, por ocasião da crucificação, quando seria separado do Pai, por levar sobre si a culpa dos pecados da humanidade (v. 38). Ele prostrou-se sobre o seu rosto, uma demonstração de humildade na oração, o Senhor estava rendendo Sua vontade diante do Pai, colocando-se a Sua disposição para enfrentar a maior provação da Sua vida, pois teria que beber aquele cálice (v. 39). Além disso, naquele momento tão difícil, ficou sozinho com Seu sofrimento, nenhum dos discípulos teve disposição de vigiar e orar com o Senhor. É angustiante não ter com quem partilhar nossas dores, a solidão e o desprezo daqueles que não se identificam com nossas provações (v. 40). É preciso andar no Espírito, mas não satisfazer as concupiscências da carne, há uma luta renhida entre a carne e o espírito, e se não estivemos atentos, poderemos até mesmo negar ao Senhor, quando a hora da provação chegar, como fez Pedro depois da prisão de Jesus, talvez por isso o Senhor chamou a atenção especificamente desse discípulo (v.41). Pedro negou Jesus por três vezes, quando foi identificado como um provável seguidor do Mestre, mas esse não foi esquecido do Senhor, que lembrou da condição de Pedro, após Sua ressurreição (Mc. 16.7).

3. APLICAÇÃO TEXTUAL
Os servos de Deus devem permanecer vigilantes em relação à vinda do Reino de Deus, e esse já está no meio de nós, ainda que não seja pleno. Não podemos perder a dimensão escatológica de vista, o interesse nas coisas deste mundo está cegando espiritualmente muitos cristãos. A próprio religião pode nos distanciar do Reino de Deus, há líderes religiosos que se embriagaram com seus cargos, servem apenas suas posições eclesiásticas, estão distantes da vontade de Deus. Alguns deles utilizam seus cargos a fim de abusar espiritualmente das pessoas, impondo sobre elas padrões e regras que eles mesmo não seguem. Paulo também teve que lidar com esse tipo de religiosidade quando escreveu sua Epístola ao Gálatas. Alguns crentes daquela cidade, incitados pelos falsos mestres judaizantes, abandonaram o verdadeiro evangelho, substituindo por um outro, totalmente diferente daquele ensinado por Jesus (Gl. 1.8-9). O abuso do poder religioso tem causado sérios danos, inclusive no contexto das igrejas evangélicas. Em nome de Deus, muitas pessoas estão sendo feridas, ovelhas que gemem, maltratadas pelos seus “pastores”. Quando a religião enfoca apenas a dimensão material, perde a visão do Reino de Deus, torna-se apenas uma engrenagem, põe em evidências as coisas e esquece das pessoas. Os cristãos precisam reconhecer que não passam de servos, a liderança evangélica também deve saber que não é dona do rebanho (At. 20.28; I Co. 4.1,2;  I Pe. 5.2). Jesus voltará em breve, essa é uma verdade bíblica, que muitas igrejas não consideram mais. Certo pastor destacou que antigamente a expressão JESUS VEM BREVE era bastante comum nos púlpitos das igrejas evangélicas. Mas aos poucos resolveram colocar apenas JESUS VEM, e nesses últimos dias, escrevem apenas JESUS. Infelizmente, em algumas igrejas evangélicas, nem mesmo o nome de JESUS está presente. Evidentemente, não podemos avaliar o compromisso de uma igreja com Jesus pela presença ou ausência de uma expressão. Mas essa metáfora nos ajuda a refletir sobre a expectativa escatológica da igreja. Precisamos manter a vigilância espiritual, compreender que Jesus virá, por isso devemos viver debaixo dessa verdade. Não sabemos QUANDO Ele virá, mas sabemos COMO devemos viver. Como o servo prudente da parábola, quando Cristo voltar devemos ser achados “servindo assim”. Aqueles que não estão preparados, que não consideram a realidade do Reino, serão surpreendidos, de modo que o “Dia do Senhor virá como ladrão de noite” (I Ts. 5.2). Sejamos, portanto, cautelosos, cientes da nossa missão, enquanto despenseiros (I Pe. 4.10). A santificação deve ser o alvo na vida de todo cristão, considerando que ninguém verá o Senhor, a menos que esteja consagrado a Deus (Hb. 12.14). E que sejamos bons mordomos, administradores fieis do que não é nosso (I Pe. 5.2), principalmente nesses tempos trabalhosos (II Tm. 3.1-5).

CONCLUSÃO
A mensagem de Jesus foi enfática: “eis que cedo venho, guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap. 3.11). Devemos, portanto, permanecer vigilantes, na expectativa do Vinda do Senhor. Caso contrário, como o servo mau da parábola, seremos envergonhados, por desconsiderar a expressas orientações do Senhor. Saibamos, a todo tempo, que não passamos de despenseiros, e que haveremos de prestar contas do que recebemos dAquele que nos comissionou para Sua obra.

BIBLIOGRAFIA
BORGMAN, B., VENTURA, R. Spiritual warfare. Grand Rapids: RHB, 2014.
STEDMAN, R. C. Batalha espiritual. São Paulo: Abba Press, 1995.